2013-10-15

RAMATÍS FALA SOBRE JESUS







RAMATÍS: — Não foi a condição excepcional da "Filho de Deus", como um ser divino e acima da

contextura humana dos terrícolas, nem o efeito de uma assistência privilegiada, o sustento de Jesus na sua obra redentora, mas a sua fé ardente e convicção inabalável em favor da humanidade terrena.

Ele já possuía em si mesmo, por força de sua hierarquia espiritual, a ventura ou a paz tão desejadas pelo homem terreno.

O êxito absoluto na sua tarefa salvacionista não dependeu de proteções celestiais privilegiadas, do seu amor intenso e puro, de seu afeto desinteressado e incondicional para com o homem!

Essas virtudes expandiam-se naturalmente de sua alma e contagiavam quantos o cercavam, assim como o cravo e o jasmim não podem evitar que o perfume inerente à sua natureza floral também se desprenda sobre as demais flores do jardim!

Jesus não tinha dúvidas quanto à realidade do "Reino de Deus" a ser fundado entre os homens, porque esse ideal era manifestação espontânea de sua própria alma, já liberada da roda viciosa das encarnações planetárias. Nada mais o atraía para os gozos e os entretenimentos da vida carnal!

Todo o fascínio e convite capcioso do mundo exterior não conseguiam aliciá-lo para o seu reinado "cesariano", ou fazê-lo desistir daquele "reino de Deus", que ele pregava ao homem, no sentido de "salvá-lo" da ilusão e do cativeiro carnal!

A tarefa messiânica de Jesus desenrolava-se sem quaisquer hesitações de sua parte, sustentada pela vivência superior do seu próprio espírito.

A sua presença amiga e o seu semblante sereno impressionavam a todos os ouvintes, quer fossem os apóstolos, discípulos, simpatizantes, homens do povo ou até inimigos!

Assim como o calor revigora o corpo enregelado, sua presença semeava o ânimo e a esperança,
fazendo as criaturas esquecerem os próprios interesses da existência humana.

A fonte que mitiga a sede dos viandantes não precisa de "interferências misteriosas" para aliviar os sedentos; ela já possui o atributo refrescante como condição inerente à sua própria natureza.

Jesus também era uma fonte sublime e abençoada de "água espiritual", sempre pronta a mitigar a sede de afeto, de alegria e de esperança dos peregrinos da vida terrena, sem usar de armas agressivas, de moedas, de recursos políticos, de credenciais acadêmicas para divulgar a "Boa Nova" !

Em vez de recrutar os seus discípulos entre os doutos e os ricos, escolheu-os entre os pescadores rudes e Ignorantes, porém honestos e sinceros.

Espírito magnânimo e sábio, embora humilde, ninguém poderia superá-lo ou vencê-lo no ambiente terráqueo, pois sua aura excelsa, radiante de luz, embora imperceptível aos sentidos dos que o cercavam, traçava fronteiras defensivas contra as más intenções e os maus pensamentos dos seus detratores.


Do livro O SUBLIME PEREGRINO