2010-12-14

UMA MULHER PODE SER OGÃ?















Para responder essa questão, primeiro é necessário explicar que na Umbanda não existem Ogãs. Esse é um cargo masculino exclusivo do Candomblé e por mais que muitos terreiros utilizem o termo, o tabaqueiro umbandista (esse é o nome que usamos) não é um Ogã, já que não foi iniciado nem passou pelos fundamentos e firmezas necessários para exercer a função citada e que são práticas e mistérios da religião nossa co-irmã.


Dentro da Umbanda, para ser um tabaqueiro, o sexo é o que menos importa. Respeito, responsabilidade e fé são os atributos que exigimos de nossos tocadores de atabaques. Conhecer os pontos e saber o momento em que devem ser puxados, saber repicar o couro nos momentos adequados e ter noção de ritmo (claro!) são os conhecimentos básicos que um tabaqueiro deve ter.



Evidentemente, mesmo na Umbanda, há uma série de preparações para que uma pessoa esteja apta a tocar no couro e isso varia de casa para casa, mas obrigações e feituras como as exigidas no Candomblé para o exercício desse cargo, na Umbanda não existem.



Conclusão: A mulher pode ser tabaqueira (ou tamboreira), o que ela não pode é ser Ogã, mas esse é um preceito de outra lei e em seara que pouco entendo, eu não adentro! 

 

no sábado, 11 de dezembro de 2010

em: UMBANDA COMO ELA É

http://aumbandacomoelae.blogspot.com/




- Ao irmão Luiz Carlos Pereira, deixo aqui meus sinceros agradecimentos,
rogando que nosso Pai Oxalá o abençoe sempre!










2010-11-28

COMO SURGIRAM AS LINHAS DE TRABALHOS ESPIRITUAIS DE UMBANDA SAGRADA








 Saibam que as linhas de trabalho não surgiram por acaso, e um guia espiritual é manifestador de um Mistério religioso.
Por mistério religioso entendam o mistério que um espírito manifesta dentro do espaço religioso dos templos de Umbanda Sagrada, pois se um espírito se apresentar como um caboclo de Ogum, é porque ele foi aceito pela Lei Maior, foi incorporado a uma das hierarquias do Orixá Ogum, desenvolveu em si uma das qualidades desse Orixá da Lei, e atua regido pelo fator ordenador da criação divina.
Logo, é um guia autoritário, rigoroso, de pouca conversa, mas de muita ação, e ás vezes intempestivo, pois Ogum é o próprio ar, que movimenta tudo à sua volta. Então um caboclo de Ogum não é um espírito comum.
Não mesmo, pois sua natureza é regida pelo Orixá " Ogum", que é a qualidade ordenadora da criação divina. E se ele é um " Caboclo" de Ogum, um espírito incorporado à hierarquia do Orixá da Lei, é porque ele foi gerado por Deus em sua qualidade ordenadora, foi imantado por Ogum com seu fator ordenador e evoluiu, sempre regido pela sua ancestralidade, localizada no divino Trono de Deus que aplica a Lei Maior na vida dos seres.
Agora, um Caboclo de Ogum tem no seu nome simbólico tanto sua qualidade ordenadora (Ogum), quanto a sua qualificação ou campo de atuação.
Então temos os Caboclos Sete Espadas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Coroas, etc., todos atuando como guias de Umbanda.
Nós não temos como listar o nome de todas as linhas de trabalho da Umbanda, por isso as resumiremos em linhas dos Orixás, tais como:


- Linhas dos Caboclos de Oxalá
- Linhas dos Caboclos de Oxóssi
- Linhas dos Caboclos de Xangô
- Linhas dos Caboclos de Ogum
- Linhas dos Caboclos de Oxum
- Linhas dos Caboclos de Yemanjá
- Linhas dos Cabocos de Yansã, etc..


E o mesmo se repete com as linhas de trabalho formadas por exus e pombagiras, onde temos:


- Linha dos Exus dos Caminhos -  Ogum
- Linha dos Exus do Cemitério - Omolu
- Linha dos Exus das Passagens - Obaluaê
- Linha dos Exus das Montanhas - Xangô
- Linha dos Exus das Matas - Oxóssi
- Linha dos Exus das Encruzilhadas - Oxalá
- Linha dos Exus Cobra - Oxumaré
- Linha das Pomba-giras das Águas - Oxum
- Linha das Pomba-giras da Praia ou do Mar - Yemanjá
- Linha das Pomba-giras do Lodo - Nanã; etc..


Com esses nomes simbólicos, as linhas de trabalhos vão mostrando qual o Orixá as rege, a qual sentido da vida os exus servem, e quais são os aspectos negativos com que eles lidam.
Sim, se tomarmos como exemplo a linha dos Exus do Cemitério, até dentro dela veremos os desdobramentos ou qualificações dos exus que formam correntes espirituais ou sub-linhas, pois um Exu do Cemitério lida com os aspectos negativos do Orixá Omolu e os aplica em outros sentidos da vida, regidos por outros Orixás. Vamos aos exemplos:

- Exu Tranca-ruas das Almas:


Exu = entidade que lida com os aspectos negativos dos Orixás;
com a parte negativa dos fatores divinos; com espíritos desequilibrados; com o emocional dos seres.


Tranca = fecha, retém, aprisiona, prende ou paralisa.


Ruas = caminhos, trilhas, sentidos, direção ou evolução.


Logo, Exu Tranca-ruas das Almas é um ser que é regido por Omolu, pois o cemitério é a prisão natural de todo espírito que atentou contra um dos sete sentidos da vida. Mas também é regido por Obaluaê, pois se ele tranca a evolução das "almas", está servindo, ao Orixá que rege a evolução dos seres. Mas como ele tranca a rua ( os caminhos), então também é regido por Ogum, que é o Orixá que rege as evoluções retas, os caminhos a ser trilhado de forma ordenada.
Mas se ele tranca, então também serve a Xangô, pois este rege a justiça divina, que é quem diz quando alguém atentou contra os princípios divinos.
Com isso, ele serve a vários sentidos da vida e a vários Orixás, que o ativam sempre que for preciso. Mas se interpretarmos ao pé da letra seu nome simbólico, então ele é um Exu de Ogum atuando sob a irradiação de Omolu e de Obaluaê, pois só a Lei Maior tranca ou prende um espírito degenerado. E se ele tranca as ruas, tranca as vias evolutivas ou a evolução dos seres, que é atribuição do Orixá Obaluaê, regente da linha da evolução. Só que ele tranca a rua das "almas", e não da justiça ou do conhecimento.
Logo, lugar de almas é no cemitério, que é o campo de Omolu, Orixá regente do pólo negativo da linha da evolução, a sétima linha ou Irradiação da Umbanda.
Portanto, Tranca-ruas das Almas é um Exu de Ogum atuando sob a Irradiação de Obaluaê e de Omolu.
Se interpretarmos um nome simbólico muito parecido - Exu Tranca-Gira das Almas, aí teremos um Exu de Iansã, Orixá da Lei que atua como aplicadora ativa dela nos campos da justiça divina.
O termo " gira" é sinônimo de movimento, e Iansã é geradora natural do fator mobilizador, é sua Irradiadora e sua aplicadora na vida dos seres ( almas ).
Logo, Exu Tranca-Giras das Almas não tem um ponto fixo ou um campo específico para atuar, pois onde houver alguém se " mobilizando" ou girando de forma errada, ali está seu campo de atuação e ele será ativado por Iansã, Orixá que regula os movimentos das almas ou dos "eguns".


Vamos dar outro exemplo, usando o nome simbólico de um;


Caboclo Sete Espada:

Caboclo = ser que lida e ativa os aspecttos positivos dos Orixás.


Sete = as sete linhas de Umbanda Sagrada, os sete Tronos de Deus, as sete vias evolutivas, os sete sentidos da vida, etc..


Espadas = lei, ordem, comando, combate, luta, poder, corte,etc..


Este Caboclo atua como ordenador nos sete sentidos da vida, ou nos sete campos de ação de Ogum, o Orixá da Lei e ordenador da religiosidade dos seres.
Mas todo Caboclo Sete-Espadas tem uma qualificação ou mais de uma, tal como seiman Hamiser-Yê que é um Ogum Intermediador, cujo nome simbólico é este: Ogum Megê Sete-Espadas da Lei e da Vida.


- Como Ogum Intermediador, ele atua nas sete Irradiações ou sete linhas de Umbanda.
- Como é Espada da Lei, atua no sentido de coibir os excessos cortando demandas, aparando choques cármicos, ordenando os seres.
- Como Sete-Espadas da lei e da "vida", aí vida é sinônimo de geração, a sétima linha de Umbanda, regida por Yemanjá e por Omolu, Orixás da geração, sendo ela a regente do pólo magnético positivo, e ele regente do seu pólo magnético negativo. 
- Mas ele se define como "Megê", logo, está atuando sob a Irradiação do Orixá Omolu, cujo elemento é a terra, é cemitério. E também pode paralizar toda geração desequilibrada ou criatividade desvirtuadora num dos sete sentidos da vida.


Interpretando corretamente o nome Ogum Megê Sete-Espadas da "Lei e da Vida", temos:
Este Ogum intermediador do Orixá Ogum intermediário da terra ou aplicador da lei nos campos do Orixá Omolu ( Orixá telúrico que polariza com Yemanjá, Orixá aquático ); e a aplica na vida ou nos campos de Yemanjá ( mãe da vida), punindo, retendo ou reordenando os seres que se desequilibrarem no sétimo sentido da vida ( geração e a criatividade). Mas como o termo engloba muitos sentidos, então ele ordena os que se desequilibrarem na geração da lei, do conhecimento, da justiça, da fé, etc..


Viram como é amplo seu campo de ação e atuação, como aplicador do mistério "Ogum" na vida dos seres?


(...)


Observem bem os exemplos que demos, pois os nomes têm correspondências com os Orixás por causa, também, do sincretismo religioso da Umbanda, e devem nortear nosso raciocínio, caso queiramos interpretar corretamente os nomes das linhas de trabalho da Umbanda, formadas por legiões de espíritos agregados a uma hierarquia, da qual são membros e são manifestadores do mistério da divindade que as rege.
Nós poderíamos tomar muitos nomes de linhas de trabalho cujos membros se manifestam durante os trabalhos de incorporação. Mas estes já são suficientes para que tenham uma noção de que o acaso não existe e, dentro do Ritual de Umbanda Sagrada, tudo é ordenado e regido pelos Senhores Orixás, as divindades de Deus que atuam em nossa vida porque são os geradores naturais e os irradiadores das suas qualidades ou fatores divinos.
(...)
Portanto, não deixem de estudar o simbolismo da Umbanda, pois se interpretarem os nomes simbólicos de suas linhas de trabalhos espirituais, descobrirão a quais Orixás os guias estão servindo, de qual irradiação são oriundos, e sob qual ou quais estão atuando como guias de Umbanda Sagrada.





 FONTE: Texto retirado do livro: Umbanda Sagrada, pg. 163 à 168; de meu pai espiritual; Rubens Saraceni.






Coração de Exu








Coração de Exu, é coração grande , forte e livre,
Que bate sem parar, seguindo o ritmo da vida Universal,
e do som Primordial, de Eternidade a Eternidade;
Coração de Exu é coroado de lágrimas e sorrisos,
Silêncios e amplidões inesperados e insuspeitos,
É coberto por feridas e cicatrizes
Quer desenham uma misteriosa mandala Cósmica,
Fina tapeçaria rubro- negra, cheia de símblos e significados;
Coração de Exu bombeia prana, sangue, mel e dendê,
Bombeia vitalidade, seiva e sêmen de Olorum,
Zambi, Allah, Brahma...;
Coração de Exu bate sem parar, sem reparar, sem separar,
Coração de Exu anima o avatar anônimo e popular,
Casto e devasso, manso e frenético,
Leal e obediente somente com a própria consciência 
Divina e
à Lei que emana naturalmente dela;
Coração de Exu não infarta, se farta!
Coaração de Exu é expressão da vida,
Ouça com calma e discernimento seu batimento,
Compreenda com paz e alegria seu infinito pulsar.

**Mensagem ditada pelo Sr. Exu Marabô ao medium Vanderlei Alves (22/07/2010




OS CABOCLOS DE UMBANDA






Os nossos amados Caboclos são os legítimos representantes da Umbanda.

A "morada" dos caboclos é a mata, onde recebem suas oferendas. Dividem-se em diversas "tribos" (Falanges), e vem de muitos lugares, formando "aldeias" (Linhas). 

Contudo, nem todos os Espíritos que se manifentam como Caboclos foram índios e/ou mestiços quando em carne. Eles apresentam essa roupa fluídica por afinidade vibratória á toda uma simbologia de força, pureza, simplicidade e amor pela Criação Divina.

Vêm para nos trazer paz através de conselhos, reencaminhamento espiritual, restituição do equilíbrio; muito importante para a saúde, através de seus passes e
de suas ervas santas.

Há falanges de caçadores, curadores, guerreiros, feiticeiros, justiceiros. São eles os trabalhadores de Umbanda, e muitos são Chefes de Terreiros.

Muitas vezes os caboclos são confundidos com o Orixá Oxossi, e vice-verso. Porém, eles são os valorosos Trabalhadores da Umbanda que pertencem a linha de Oxossi, podendo manifesta-se sob as Irradiações de outros Orixás.

As sessões de caboclos são muito alegres, lembram as festas das tribos. E, assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual. 

Em terra, trabalham "incorporados" em seus médiuns, dando passes e consultas, em busca também, de sua elevação espiritual. Estão sempre prontos para mais uma missão, para vencer mais uma demanda, para ajudar mais um irmão de fé. São de pouco falar, mais rápidos no agir. Têm muita firmeza ao tomar uma decisão e são conselheiros severos e exigentes.

Os Caboclos agem de acordo com planos pré-estabelecidos pelas Altas Hierarquias Espirituas. Eles chegam até nós com grande e sublime missão a desempenhar, tarefa da mais alta importância. Por serem espíritos muito adiantados e caridosos, eles vêm para nos orientar e nos reconduzir ao nosso verdadeiro Caminho Evolutivo.

Os  Caboclos vêm com sua caridade, auxiliar-nos nas enfermidades material, ou espiritual do dia a dia. 

Eles são espíritos que foram médicos, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais e profissionais, quando viviam em Terra.

Por essas razões, os Caboclos são escolhidos por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium Umbandista (em alguns casos os Pretos-Velhos assumem esse papel).

É o braço forte nos trabalhos umbandistas. Muito requisitados nas sessões de desenvolvimento mediúnico, curas, desobsessões, solução de problemas psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma série de outros serviços e atividades caritativas executados nas tendas de  Umbanda.

Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns pensam. Eles prestam serviços no plano astral, acolhendo os desencarnados e amparando-os até que estejam prontos para outras etapas evolutivas da vida.

Há verdadeiras Escolas/hospitais astrais onde é certa a atuação dos amados Caboclos. Com uma vibração semelhante a dos índios, que são fortes, mas de almas simples, esses Espíritos de Luz são verdadeiros Guardiões de Mistérios Divinos, não admitindo em seus Trabalhos agressões, leviandade nem desordem. 

Os caboclos são espíritos de muita Luz que assumem a forma de índios, mostrando-nos assim, em si mesmos o exemplo de humildade. São exímios "caçadores" de almas por estarem sob a Irradiação do Orixá Oxóssi, o maior Caçador de Almas.

São profundos conhecedores de tudo o que vem da terra. Assim, os Caboclos são os melhores guias para ensinar-nos a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra.

Em seus trabalhos receitam ervas para banhos de limpeza e chás para a parte metabólica do corpo, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam energias e forças que nos auxiliarão para que consigamos atingir nossos objetivos com nossos próprios esforços. 

O trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepará-lo para que nós consigamos o nossos objetivos. 

A magia praticada pelos Caboclos e Pretos Velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, na Umbanda trabalha-se para desfazer a magia negativa que vem das ações de espíritos caídos nas trevas da consciência humana. 

Os caboclos são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram.

É comum os Caboclos virem na Irradiação do Orixá masculino da Corôa do médium e as Caboclas vêm na Irradiação do Orixá feminino da Corôa do médium. 

Mas, eles (as) podem vir também na Irradiação do seu próprio Orixá de quando encarnados e por isso apresentarem-se com uma roupagem diferenciada, como a oriental, por exemplo.




Nota: Este texto é a compilação de um textos que encontrei a internet. Encontrei várias versões e nenhuma com fonte segura sobre a autoria. Por considerá-lo bom em vários pontos decidi adaptá-lo ao meu propósito, informar corretamente segundo o que me foi ensinado com propriedade.
Peço que, se o autor ou quem o sabê-lo, contatar-me para os devidos créditos. Grata.
 
 

2010-11-26

" É MELHOR ACENDER UMA VELA QUE MALDIZER A ESCURIDÃO!"



NOVIDADE:  JORNAL DE UMBANDA.COM
         
 
Este é mais um meio de informação a serviço  da Umbanda. Criamos o Jornal de Umbanda, que estara on line apartir das 0:00 (zero horas) do dia 15 de Novembro, através do endereço eletronico: http://www.jornaldeumbanda.com/ em comemoração ao aniversário da Umbanda.
          Informamos a todos, que queiram participar de mais esta iniciativa do Colégio de Umbanda, que nos envie seu texto ou sua matéria para o e-mail: contato@jornaldeumbanda.com.


EDITORIAL 
        

Ainda a pouco, uma noticia exclusiva fora noticiada em um jornal televisivo. No entanto, passaram-se apenas alguns minutos e ela não é mais noticia, virou fato ocorrido em um momento da história da humanidade.
 
         Tudo isso pelo simples fato de que a tecnologia evoluiu muito no campo da comunicação. Então, com esta evolução as noticias, mensagens e informações ganharam divulgação quase que "instantânea", o que significa que não dá para acompanhar tantas informações e notícias ao mesmo tempo, pois a comunicação é continua e ininterrupta.
 
         Hoje em dia, temos a opção de receber informações de todas as formas, em áudio, escritas, visuais, e o que é mais interessante, estas informações podem ser armazenadas em pequenas unidades, dispensando os métodos antigos de arquivamento em pastas e caixas.
 
         Com tanta disponibilidade de armazenamento, fluxo de informação, liberdade e agilidade no envio e recebimento da mesma, nada mais apropriado que levar nossa religião ao encontro dela.
 
         Isso mesmo! Ter um "JORNAL VIRTUAL" significa romper barreiras, ultrapassar fronteiras, chegar a locais diferentes em todo o planeta ao mesmo tempo e de forma igual e adequada à linguagem de cada leitor. Além disso, criamos um "JORNAL VIRTUAL" onde não há "colunistas, ou redatores" fixos.
 
 O que criamos é o exercício da liberdade de expressão, informação, conhecimento e opinião, seguida apenas de uma ética.
 
         Este jornal é escrito por você, leitor, e não por um grupo de profissionais voltados para jornais, revistas ou matérias especificas. Ele é um jornal escrito por quem tem a ensinar e compartilhar com quem quer aprender.

É um "JORNAL" que dá a escolha do leitor ler o que lhe convém e da forma que lhe for mais agradável. Ou seja, pode lê-lo em um portal de internet, pode ler através do "jornal eletrônico" ou se preferir, imprimir para uma leitura posterior apenas as matérias selecionadas. Podendo fazer o download dos arquivos para, sempre que quiser tê-los a disposição.

         Não seguimos um rotina de edição e todo aquele que tem um assunto que queira divulgar, desde que seja relacionado à Umbanda, magia, esoterismo, vivencias, entrevistas, psicografias etc. pode nos enviar, respeitando a ética de não julgar o trabalho alheio, não difamar, não ofender e nem mesmo direcionar ataques diretos ou indiretos a quem quer que seja. Nossa proposta é arregimentar nossa religião, que em virtude de tantas adversidades, vem encontrando grande dificuldade, barreiras e tabus na troca de informações. 
 
         Pedimos a todos que tem uma matéria sobre a magia que vem aplicando, os tipos de trabalhos executados em seus terreiros ou mesmo entrevistas com seus dirigentes, que nos enviem, para que possamos disponibilizar a todos os seus textos e suas matérias serão muito bem vindas, desde que não sejam compilações e nem mesmo textos destinados a ataques e criticas a outros.
 
                "Nosso intuito é tornar o JORNAL DE UMBANDA, um jornal público de acesso direto e informativo, enfim, uma área de divulgação que segue um dos princípios básicos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando este, em sua primeira manifestação, disse: 

-". . .aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não . . ."
 
Sendo assim, teremos um local na web onde será possível ver notas de casamento, notas de falecimento, eventos de terreiros; festas e homenagens e compartilhar formas e maneiras de se praticar a Umbanda, até porque sabemos que cada qual tem a sua história.
 
         Desta forma estaremos unindo conhecimentos e forças, diminuindo a distância entre os umbandistas e tornando acessível a informação à todos. Afinal, sem a coletividade e a união não é possível nos fortalecer.
 
         Sintam-se a vontade para  enviar suas matérias, não esquecendo sempre de, ao fim do texto (o qual pedimos não ultrapassar duas folhas) acrescentar: EU fulano de tal, RG tal, endereço tal, declaro que este texto (matéria) é de minha autoria e autorizo sua total reprodução bem como a publicação sem remuneração no  site JornaldeUmbanda.com
 
         Pontos e orações de Umbanda de sua autoria e que tem a vontade de compartilhar com todos também é muito bem vindo. Desta forma estaremos enriquecendo a religião.
 
         Vale lembrar que seguimos uma religião que é desde seu inicio, LIVRE! E desta forma deve permanecer, apesar de o seu reconhecimento como uma religião genuinamente brasileira não ser aceito ainda por todos em nosso país. 

Mas estamos lutando para tanto, como é possível observar, apesar dela não ser divulgada na mídia como as outras que, além da divulgação são proprietárias dos meios de comunicação que utilizam. 

Estamos avançando cada vez mais, haja visto a quantidade de freqüentadores em terreiros espalhados pelo país, que vem crescendo a cada dia. 

As referencias feitas à Umbanda; os procedimentos adotados em outros locais; pessoas dispostas a ensinar o que antes estava fechado ou de difícil acesso; o aumento significativo de sacerdotes em nosso meio, etc, tudo deve virar noticia.
 
         Ainda que tão pouco divulgada, mas em crescimento continuo e acelerado, a Umbanda já é conhecida dentro e fora do Brasil, através de sites, Blogs, Portais, Jornais, Revistas. . . tudo isso graças á iniciativa de seguidores e simpatizantes da religião, que estão divulgando e levando a muitos um pouco do que passam, aprendem, conhecem e vivenciam.
 
         Porque então não unirmos os conhecimentos que hoje cada um possui (pois ele não é único e não é absoluto) e divulgarmos cada vez mais? Porque não trocar informações com pessoas ligadas entre si pelos mesmos Orixás? 

Por exemplo: determinada casa ou terreiro em um local no sul do Brasil, quando tem falecimento de um dos filhos da casa, segue um procedimento diferente de outra casa em São Paulo, mas não deixa de ser Umbanda e de amparar a família e o falecido. São formas diferentes de se fazer a mesma coisa, de obter o mesmo resultado. Porque não aprendermos uns com os outros?
 
         Um grande número de pessoas busca informações sobre os mais diversos assuntos, então que este "JORNAL" sirva como uma das referências de conhecimento e troca de informações a todos. 

Não é hora de sermos donos, mas sim de mostrarmos que, ao contrário do que foi feito no passado com a Umbanda, colocando e atribuindo a ela todo e qualquer infortúnio e mau juízo que se podia colocar em algo ou alguém, estamos aqui pra mostrar que ela não é nada disso ou daquilo e sim que os Orixás atuam de forma direta e indireta sobre todos, independente de suas crenças e religiões e que o que a Umbanda faz não são desgraças, façanhas, charlatanismo, acasos e nem estamos aqui para competir, e sim, para agregar, aprender e ensinar, compartilhar, fazer caridade e pregar o amor verdadeiro e a fraternidade.
 
         Enfim, exercite a escrita, faça rascunhos, comece a divulgar a Umbanda que você aprendeu na casa que você faz parte. Envie aquela mensagem passada pelo seu guia e que você não tem como compartilhar, pois não tem um espaço na mídia. Envie-nos um ponto que outro dia um guia lhe passou para que fosse cantado, aquela oferenda feita no pé de uma árvore para propiciar prosperidade, etc.
 
         Vamos diminuir as distancias e acrescentar o que for de bom para nosso conhecimento.  A Umbanda tem só 100 anos, mas tem muita história para contar através de você, amigo leitor!







2010-11-12

ENTIDADES VIRAM NA ESQUERDA?









Hoje vou falar de um tema que confunde os médiuns em geral, mesmo os mais experientes. .Há uma infinidade de dirigentes que afirmam que suas entidades “viram” quando o trabalho está pesado. Mas o processo que se dá nesses casos não é de “virada”.

Vou tentar ser o mais claro possível para eliminar de vez esse conceito antigo tão arraigado em nosso meio.

Normalmente essa ocorrência se dá com baianos e preto-velhos, pois são linhas com mais afinidade com as falanges de esquerda, o que não impede que ocorra com outros guias, mas quase sempre, os que se utilizam dessa prerrogativa, são eles.

Digamos que o terreiro receba uma carga muito forte de energia negativa durante a sessão. Ao perceber essa intrusão a entidade que está em terra, “vira na esquerda”, passando a falar e agir de modo diferente do habitual, sem, no entanto mudar de linha ou deixar de ser quem é.

Começa então a descarregar o acúmulo de vibrações negativas, diminuindo seu próprio campo vibratório positivo, aproximando-se assim do padrão mais apropriado para o momento.

Utilizando essa técnica consegue descarregar com relativa facilidade todas as faixas vibratórias atingidas, liberando os campos áuricos do terreiro e dos médiuns.

Isso quer dizer que a tão falada “virada” na realidade não se deu, foi apenas uma compensação de energias feita pela entidade em questão. Quando mudou sua própria vibração, assumiu a roupagem energética usada quando em missões de trabalho no campo astral esquerdo, uma de suas principais funções. Quem assiste esse tipo de atuação, acredita que a entidade transformou-se em exu, o que não ocorreu.

Caso o padrão vibracional se torne tão pesado que mesmo utilizando esse procedimento, as perturbações continuem, será chamado o exu da casa, porém isso fará com que o trabalho inteiro vire na esquerda, já que este ao chegar, passará a atuar dentro da faixa energética negativa de sua lei, atraindo inclusive seus amigos e ajudantes que o auxiliam nesses embates. Vários médiuns incorporarão e o descarrego passará a ser feito exclusivamente com entidades de vibrações mais densas.


Luiz Carlos Pereira NO BLOG:
A UMBANDA COMO ELA É!

http://aumbandacomoelae.blogspot.com/



2010-11-01

PAIXÃO É AMOR ADOECIDO!








O dicionário Aurélio diz que; fanático é aquele que segue cegamente uma doutrina ou partido.

O termo não se restringe unicamente à doutrinas políticas ou religiosas, mas a tudo aquilo que leva o indivíduo ao exagero é considerado como forma de fanatismo.

Amar exageradamente uma pessoa, objeto, time de futebol, etc. ( a paixão) pode ser uma forma de fanatismo.

O erro mais comum das pessoas é o de considerar como fanatismo somente ideologias religiosas e políticas.

É comum ao fanático cometer atos insanos em nome de um ideal, de um amor, ou algo do gênero.

Frequentemente o fanático sofre discriminações por apresentar um exagerado interesse por algo que para a maioria é insignificante, ou tem um significado mais comedido.

É preciso que estejamos alertas, pois o fanatismo não acomete somente determinada classe social, racial, cor sexo, credo ou partido político, todos nós estamos sujeitos a esse sentimento.

É importante que tenhamos consciênciade de que tudo deve ser moderado, pois nada em excesso faz bem.

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Dedico este post a todos aqueles que ainda não sabem diferenciar fé, dedicação, amor, religiosidade e determinação de fanatismo.

Eu sei que a linha que separa os dois é tênue, e que, torna-se difícil perceber quando há a presença real do fanatismo.

Por isso já dizia o Mestre: " Orai e vigiai...".



2010-10-31

ORIXAS II





Orixás Cósmicos:



São considerados ativos pois atuam de forma intensiva a fim de transformar o ser, são monocromáticos e “impõem as suas cores a tudo o que tocam ou trespassam” chegando a alterar a cor original de algo ou alguém; irradiam-se em um único padrão vibratório e só chegam a quem estiver vibrando no mesmo padrão.




OYÁ




É a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.

Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.

Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.

Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!

Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.




OXUMARÉ



É o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.

Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.

Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.

Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.

Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?

Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.

Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:

“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu inicio ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo.

Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.

Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.

Como dissemos, se nos estendêssemos daria um volumoso livro. Por isso encerramos aqui nosso comentário e vamos ensinar como se deve proceder para oferendar o divino Oxumaré.





OBÁ
 


É a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.

Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.

Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.

Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses. Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram, em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações humanos.

Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.

O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.

E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.

Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelas pessoas que os consultam.

Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças de Umbanda Sagrada.

Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos.

O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.

O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.

Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do conhecimento.

É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.

Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior reservou-lhes.

Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.

E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.

Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos
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 EGUNITÁ




É o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali, no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé?

O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.

Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados.

Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano. Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!

Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.

Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações através dos magnetismos.

O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos campos da justiça como aplicador das sentenças.

Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes.

Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres.

E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.

Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.

 




 IANSÃ
 



É a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos “emocional”.

No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.

lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.

As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.


Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda. Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados.

Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.

O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a “Senhora dos Ventos”.




NANÃ




Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.

Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .

Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.

Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?




OMULU


 

É o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..

Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.

Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.

Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”, então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.

Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.

Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação correta.

O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”. Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro.

Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva.

O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.

O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina, pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!


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