2011-02-20

EU VOS AGRADEÇO

















Buscando por consolo para minha alma encontrei esse manancial de amor!
Expresso minha gratidão compartilhando essa Graça com meus irmãos.






 
DE QUE MODO JESUS AMOU OS SEUS DISCÍPULOS...


Este ano, minha querida Madre, o Bom Deus deu-me a graça de compreender em que consiste a caridade. Dantes, eu a compreendia, é verdade, mas de uma maneira imperfeita. Não tinha tomado mais a fundo a palavra de Jesus: "O segundo mandamento é SEMELHANTE ao primeiro: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".(Mt 22,39.) Aplicava-me, antes de tudo, a amar a Deus, e ,pelo fato de amá-lo,cheguei a compreender que meu amor não devia deixar manifestar-se apenas em palavras, pois: "não são os que dizem: `Senhor, Senhor', que entrarão no reino dos céus, mas os que fazem a vontade de Deus.” (Mt 7,21)

Essa vontade, Jesus a deu a conhecer várias vezes, diria eu, em cada página do seu Evangelho. Mas, na Última ceia, sabendo que no coração dos Discípulos ardia um amor mais ardente por Ele, que acabava de se lhes dar no inefável mistério de sua Eucaristia, o amável Salvador quis dar-lhes um novo mandamento. Declarou-lhes com uma doçura inexprimível: "Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, e que, ASSIM COMO EU VOS AMEI, VÓS TAMBÉM VOS AMEIS UNS AOS OUTROS. E nisto precisamente, reconhecerão todos, que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros".(Jo 13,34-35)
Como e por que amou Jesus seus discípul os ? Ah! Não eram suas qualidades naturais que poderiam exercer atração sobre ele. Infinita era a distância que havia entre eles e Jesus. Ele era a Ciência, a Eterna sabedoria ; eles, pobres pescadores, ignorantes, imbuídos de uma mentalidade terrestre. Jesus, Contudo, chama-os seus discípulos, seus irmãos Quer vê-los reinar Consigo no Reino de seu Pai, e para lhes abrir o Reino, quer morrer numa Cruz, pois declarou: (Cf. Jo 15,15).Não existe amor maior do que dar a alguém a vida por aqueles a quem ama. (Jo 15,13)
Madre muito amada, compreendi, na meditação destas palavras de Jesus, quão imperfeito era o meu amor por minhas irmãs. Reconheci que não as amava como o Bom Deus as ama. Ah! Compreendo, agora, que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se admirar de su as fraquezas, em edificar-se com os mínimos atos de virtude que se lhe veja praticar.Antes de tudo,porém, compreendi que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração. "Não se acende, disse Jesus, uma candeia para colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, para que alumie a TODOS os que estão na casa."(Mt 5-15)
Parece-me que candeia representa a caridade que deve alumiar alegrar, não só os que me são mais queridos, mas a TODOS os que estão na casa, sem excluir ninguém.

Quando ordenou ao seu povo amasse o próximo como a si mesmo (Cf.Lv 19,18), o Senhor não tinha vindo ainda à terra. Por outro lado, sabendo perfeitamente até que ponto alguém ama a sua própria pessoa, não podia exigir amor maior com relação ao próximo. Mas, quando estabele ceu para seus discípulos um novo mandamento, O SEU MANDAMENTO (Cf. Jo 15,12), como mais adiante especifica, Jesus já não fala em amar o próximo como a si mesmo, mas em amá-lo como Ele, Jesus o amou, como o amará até a consumação dos séculos...

Ah! Senhor, sei que não ordenais nada impossível. Conheceis melhor do que eu minha fraqueza, minha imperfeição. Bem sabeis que não poderia jamais amar minhas irmãs,como vós as amais, se vós mesmo, ó meu Jesus, não as amásseis também em Mim. Por me quererdes dar essa graça que estabelecestes um novo mandamento -Oh! Quanto o amo! Pois é o que me dá a certeza de ser vossa vontade amar em mim todos aqueles, a quem me mandais amar!...

Sinto, sim, quando sou caridosa é só Jesus que atua em mim. Quanto mais unida a Ele, tanto mais também amo as minhas irmãs. Quando quer o aumentar em mim esse amor, principalmente quando o demônio tenta colocar ante os olhos de minha alma os defeitos desta ou daquela irmã, que me seja menos simpática, apresso-me em procurar suas virtudes, seus bons desejos. Digo entre mim que, se a vi fraquejar uma vez, pode ela muito bem ter alcançado grande números de vitórias, e esconde-as por humildade, e mesmo aquilo que me parece falta, pode muito bem ser ato de virtude, por causa da intenção....
 
(Santa Teresinha - História de uma alma- manuscrito autobiográfico C dirigido a madre Maria de Gonzaga -Cap: x- aprovação da fé-pag 239 a 241- editora Paulus-26º edição,2008)




 
Um Caminhito Completamente Novo


Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa. 
Mas, ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia  pisado pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo. 


(História de uma Alma, Ms C 2vº)



 
Se alguém for pequenino...


Estamos num século de invenções.
Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor — objecto do meu desejo —, e li as estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim.
Então, aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus!, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: — Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos! Ah!, nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma.
O ascensor que me há-de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena. Ó meu Deus! excedestes a minha esperança, e eu quero cantar as vossas misericórdias.


(História de uma Alma, Ms C 3rº)



 
Boa Vontade
 
 
Tu fazes-me pensar numa criancinha que começa a erguer-se de pé, mas que ainda não sabe caminhar. Querendo a todo o custo subir ao alto duma escada para estar com a sua mamã, levanta o pézito para subir o primeiro degrau. Mas é um esforço inútil! Cai uma e outra vez, sem chegar a avançar. Muito bem: aceita ser essa criança. Pela prática de todas as virtudes, levanta sempre o teu pézito para subires a escada da santidade. Não conseguirás subir o primeiro degrau sequer. Mas o que Deus apenas te pede é a tua boa vontade. Do alto da escada Ele olha-te com amor. Rapidamente vencido pelos teus inúteis esforços, Ele-mesmo baixará e tomando-te nos seus braços, levar-te-á para sempre para o seu reino, onde jamais te afastarás dEle. Mas se não chegares a levantar o teu pézito Ele deixar-te-á muito tempo na terra.


(Caderno Vermelho, escrito pela Irmã Maria da Trindade)



 
Desejo ser Santa


Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada!
Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.
Já que Vós me amastes até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.


(Oração 6: 1-2)
 

 

O Pequeno Passarinho


O passarinho quereria voar para o Sol brilhante que lhe fascina o olhar;
quereria imitar as Águias, suas irmãs, que vê elevarem-se até ao fogo divino da Santíssima Trindade... Pobre dele! tudo quanto pode fazer é agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder! Que será dele? Morrerá de desgosto, ao ver-se impotente?... Oh, não! o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audacioso abandono, quer ficar a fixar o seu divino Sol. Nada seria capaz de o assustar, nem o vento nem a chuva; e se nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor, o passarinho não muda de lugar, pois sabe que para além das nuvens o seu Sol brilha sempre, e que o seu brilho não se poderia eclipsar nem por um instante sequer.
É verdade que às vezes  o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha. Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!!!...
Jesus, até agora compreendo o teu amor para com o passarinho pois ele não se afasta de Ti. Mas eu sei, e Tu também o sabes, muitas vezes a imperfeita criaturinha, ficando embora no seu lugar (isto é, sob os raios do Sol), deixa‑se distrair um pouco da sua única ocupação; apanha um grãozito à direita e à esquerda, corre atrás de um vermezito... Depois, encontrando uma pocita de água, molha as penas ainda mal formadas; quando vê uma flor que lhe agrada o seu espírito entretém-se com essa flor... Enfim! não podendo pairar como as Águias, o pobre passarinho entretém-se ainda com as bagatelas da terra. Não obstante, depois de todas as suas travessuras, em vez de se ir esconder num canto para chorar a sua miséria e morrer de arrependimento, o passarinho volta-se para o seu Bem‑amado Sol, expõe as asitas molhadas aos seus raios benfazejos, geme como a andorinha e, no seu doce cantar, confia, conta em pormenor as suas infidelidades, pensando, no seu temerário abandono, conseguir assim maior influência e atrair mais plenamente o amor d’Aquele que não veio chamar os justos mas os pecadores... Se o Astro Adorado continuar surdo ao chilrear plangente da sua criaturinha, se permanecer velado..., pois bem: a criaturinha continua molhada, aceita ficar transida de frio, e ainda se alegra com esse sofrimento que, aliás, mereceu...
Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande?... Nunca teria a audácia de aparecer na tua presença, de dormitar diante de Ti... Sim, aí está mais uma fraqueza do passarinho: quando quer fixar o Divino Sol, e as nuvens o impedem de ver um único raio, contra sua vontade os seus olhitos fecham-se, a sua cabecinha esconde-se debaixo da asita, e a pobre criaturinha adormece, julgando fixar ainda o seu Astro Querido. Ao acordar, não fica desolado, o seu coraçãozinho fica em paz, e recomeça o seu ofício de amor. Invoca os Anjos e os Santos que se elevam como Águias em direcção ao Fogo devorador, objecto do seu desejo.
E as Águias, compadecendo-se do seu irmãozinho, protegem-no, defendem-no, e põem em fuga os abutres que o queriam devorar. Os abutres, imagem do demónio, o passarinho não os teme, pois não está destinado a ser presa deles, mas da Águia que contempla no centro do Sol do Amor.
Por tanto tempo quanto quiseres, ó meu Bem-amado, o teu passarinho ficará sem forças e sem asas; permanecerá sempre com os olhos fixos em Ti. Quer ser fascinado pelo teu divino olhar, quer tornar‑se a presa do teu Amor... Um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá‑lo‑ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima...


(História de uma Alma, Ms B 5rº-vº)



 
A Oração levanta o Mundo


Um sábio disse:

«Dai-me uma alavanca, um ponto de apoio, e levantarei o mundo». O que Arquimedes não pôde obter, porque o seu pedido não se dirigia a Deus, e por não ser feito senão sob o ponto de vista material, os Santos obtiveram-no em toda a plenitude: o Todo-poderoso deu-lhes, como ponto de apoio: Ele mesmo e Ele só; e como alavanca: a oração, que abrasa com fogo de amor. E foi assim que levantaram o mundo; é assim que os santos que ainda militam na terra o levantam, e que, até ao fim do mundo, os futuros santos o levantarão também.


(História de uma Alma, Ms C 36rº-vº)

 


Lançar Flores


Sim, meu Bem-amado!
Assim se consumirá a minha vida... Não tenho outro meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor... Quero sofrer por amor e gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti...


(História de uma Alma, Ms B 4rº-vº)



 
O Fogo do Amor


Celina, Deus não me pede já nada...
No princípio pedia-me uma infinidade de coisas. Pensei durante algum tempo, visto que Jesus não me pedia nada, que agora era preciso caminhar suavemente na paz e no amor fazendo somente o que Ele me pedisse... Mas tive uma luz. Santa Teresa diz que é preciso alimentar o amor. A lenha não se encontra ao nosso alcance quando estamos nas trevas, na aridez, mas não estaremos ao menos obrigadas a lançar nele algumas palhinhas? Jesus é suficientemente poderoso para conservar sozinho o fogo, todavia fica contente por nos ver alimentá-lo, é uma delicadeza que Lhe agrada e então lança Ele no fogo muita lenha, nós não o vemos mas sentimos a força do calor do amor. Tenho feito disto a experiência, quando não sinto nada, quando sou incapaz de rezar, ou de praticar a virtude, é então o momento de procurar pequenas ocasiões, nadas que dão gosto, mais gosto a Jesus do que o império do mundo ou mesmo do que o martírio sofrido generosamente, por exemplo, um sorriso, uma palavra amável quando teria vontade de não dizer nada ou de mostrar um ar aborrecido, etc., etc.


(Carta 143)



 
O Divino Prisioneiro


Como ter medo d’Aquele que Se deixa prender por um cabelo que esvoaça no nosso pescoço!...
Saibamos pois conservar prisioneiro este Deus que Se faz mendigo do nosso amor. Ao dizer-nos que um só cabelo pode realizar este prodígio, mostra-nos que as mais pequenas acções feitas por amor são as que Lhe cativam o coração...
Ah! se fosse preciso fazer grandes coisas, quanto seríamos para lastimar?... Mas como somos felizes visto que Jesus se deixa prender pelas mais pequeninas...


(Carta 191)



 
Amor, a chave da vocação*


Considerando o corpo místico da Igreja, não me tinha reconhecido em nenhum dos membros descritos por S. Paulo; ou melhor, queria reconhecer-me em todos… A caridade deu‑me a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as Vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares... numa palavra, que é Eterno!...


(História de uma Alma, Ms B 3vº)



 
Acto de oferenda ao amor misericordioso


Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada! Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.
Já que Vós me amastes  até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.
Ofereço-Vos também todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e na terra), os seus actos de Amor, e os dos Santos Anjos. Finalmente, ofereço-Vos, ó Bem-aventurada Trindade, o Amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha querida Mãe: é a ela que entrego o meu oferecimento, pedindo-lhe que Vo-lo apresente.
O seu divino Filho, meu Esposo Bem-amado, nos dias da sua vida mortal, disse-nos: «Tudo o que pedirdes ao meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá!». Tenho, portanto, a certeza de que atendereis os meus desejos.
Bem sei, ó meu Deus, quanto mais quereis dar, mais fazeis desejar. Sinto no meu coração desejos imensos, e é com confiança que Vos peço que venhais tomar posse da minha alma. Ah! não posso receber a Sagrada Comunhão tantas vezes quantas desejo, mas, Senhor, não sois Todo-poderoso?... Ficai em mim, como no Sacrário. Nunca Vos afasteis da vossa hostiazinha...
Quereria consolar-Vos da ingratidão dos maus, e suplico-Vos que me tireis a liberdade de Vos desagradar. Se, por fraqueza, cair algumas vezes, que logo o vosso divino olhar purifique a minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo, que transforma em si próprio todas as coisas...
Agradeço-Vos, ó meu Deus, por todas as graças que me concedestes,  especialmente por me terdes feito passar pelo crisol do sofrimento. Será com alegria que Vos contemplarei no último dia, levando o ceptro da Cruz. Já que Vos dignastes dar-me em herança esta Cruz tão preciosa, espero parecer-me convosco no Céu, e ver brilhar no meu corpo glorificado os sagrados estigmas da vossa Paixão... Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso Amor, com o único fim de Vos agradar, de consolar o vosso Coração Sagrado, e de salvar almas que Vos amarão eternamente.
Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono, nem outra Coroa, senão Vós, ó meu Bem-amado!...
Aos vossos olhos, o tempo não é nada: um só dia é como mil anos; podeis, portanto, num instante, preparar-me para aparecer diante de Vós...
A fim de viver num acto de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso amor misericordioso, suplicando-Vos que me consumais sem cessar, deixando transbordar para a minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós, e que assim eu me torne Mártir do vosso Amor, ó meu Deus!...
Que este Martírio, depois de me ter preparado para aparecer diante de Vós, me faça, enfim, morrer, e que a minha alma se lance, sem demora, no eterno abraço do vosso Amor misericordioso...
Quero, ó meu Bem-amado, a cada palpitação do meu coração, renovar-Vos este oferecimento um número infinito de vezes, até ao momento em que, desvanecidas as sombras, possa reafirmar-Vos o meu Amor num face-a-face eterno!...





A caridade perfeita


Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: «Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa». Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão em casa, sem exceptuar ninguém.


(História de uma Alma, Ms C 12rº)


 


Eis-me aqui, uma umbandista encontrando consolo
através de meu ecumenismo, porque eu também não me encaixo em nenhum corpo pré-estabelecido, mas ao mesmo tempo estou em todos.




VSL


FONTE:

http://www.carmelitas.pt/teresinha/rosas.htmlhttp://www.carmelitas.pt/teresinha/rosas.html












2011-02-18

OS CAVALEIROS DO APOCALÍPSE

 

 

 

 

Freud, Nietsche , Marx e Darwin




Freud, Nietsche, Marx e Darwin foram chamados por alguns de os cavaleiros do Apocalipse.

Os quatro têm em comum a fúria contra a religião pelas seguintes razões:

Freud: A fuga do homem está que ele não entende o seu psiquismo inconsciente, por isso ignora que seus atos conscientes são impulsos inconscientes.

Nietsche: A fuga está em que toda a moral foi construída na gramática, não existe um sujeito “eu” muito menos um verbo de ação “penso”, logo, corpo-alma ou espírito como pedagogia cristã, é uma construção errônea, o que existe é a vontade de potência e a negação dessa vontade como imposição do “rebanho”, para a manutenção da sobrevivência.

Marx: Aquilo que é produzido como significado é sempre fruto das relações de troca da infra-estrutura econômicas nas relações materiais de troca que produz uma forma de pensamento na superestrutura da consciência e produz significado de códigos e símbolos que organiza o mundo.  A fonte geradora da concepção é a relação que você tem com a mercadoria, com as trocas”,  somos a fonte de significado, semelhante a Freud, o homem é efeito da sociedade.

Darwin: O homem produz significado faz parte da espécie humana “precisar de significado para sobreviver”. O homem precisa produzir significado, porque a espécie humana é caracterizada pelo córtex ficou muito grande e recebe muita informação. O córtex cerebral acabou se assenhoreando, para Darwin de alguma forma existe a necessidade do ser humano fabricar sentido e significado.

Os quatro têm um ponto em comum:  
“A negação da superioridade do homem em relação à natureza”.


A epistemologia Judaico-cristã da superioridade do homem em relação à natureza, tem origem no gênesis, que faz não só uma dicotomia entre homem/natureza, mas coloca o homem acima dela”.


Ao colocar o homem como superior a natureza (meio ambiente externo), houve reflexo, causando outra separação: “o homem interior (alma-espirito), superior as carne (corpo, sensações)". Então a “negação do interior”, ganhou uma “projeção inconsciente” da primeira separação (externa) e automaticamente produziu a segunda (interna), ou seja a alma superior ao corpo!


Ao instituir o homem superior a natureza (externa) , a segunda, (interna) alma superior corpo, pulsa como uma necessidade inconsciente da primeira. A gênese teológica de que o metafísico (alma-espirito-sentimentos) são superiores ao corpo. Da origem a “negação dos instintos”, supressão dos desejos.


Na filosofia platônica, negar o mundo fenomenal (sensível, desejos, corpo) é o meio para alcançar o noumenal (ideal, espiritual, metafísico).


Na teologia de Paulo (espírito x carne) nega-se os desejos da carne (corpo) para alcançar (metafísico), o céu.

No Islamismo: Submeter-se, as leis do alcorão, obedeça, negue-se os seus desejos por Alá, que o céu lhe aguarda.

 

No espiritismo a “negação” dos desejos, purifica para alcançar o carma (evolução metafísica).


No budismo a renuncia através do asceticismo, negando os desejos (corpo) atinge o nirvana. (evolução para tornar-se uma divindade).

No hinduísmo a submissão aos deuses através a obediência, levará a imerção no Brahmam, tornando-se UM com a divindade.


Todas as religiões têm em comum a consciência de que o homem não vive o seu potencial máximo na natureza. O desejo de alcançar algo melhor está no inconsciente humano. Freud, Marx, Nietsche e Darwin, vêm na contramão e diz: “O melhor é viver aqui todo o potencial”.
O homem não é superior, ele "É" a própria natureza”!


O desejo de transcendência vem do “desamparo” (Freud), da luta das classes (Marx) da vontade de duração frente ao devir "mudança" (Nietsche), da necessidade de criar significado. (Darwin).


A grande questão é: “O homem viveria melhor sem a utopia criada pela religião”? O quanto de verdade o homem é capaz de suportar? (Nietsche). È mais suportável crer na utopia, do que não ter uma utopia para crer.


In: http://jl-reflexoes.blogspot.com/





2011-02-09

PACIÊNCIA PERANTE OS CRÍTICOS






A partir do momento que decidimos ingressar na vida espiritualista, estaremos sendo alvo dos observadores mais rigorosos.

Entre esses críticos estarão os nossos colegas de trabalho, amigos próximos, diversos parentes e principalmente pelos ditos irmãos.

Perceberemos que existe uma preocupação exagerada ou uma alienação total sobre o que/quem somos, como se isso os incomodassem, ou não.

Nossos atos serão mais comentados, e ocorrerão reclamações, de que muito tempo é gasto com sua dedicação a tarefas e comportamentos que eles consideram inúteis.

Muitas vezes você será mimoseado com várias alcunhas pejorativas como fanático, lunático e outras. Num momento se é negligente, noutro é intrometido. O que faz um feliz é considerado ofensa por outro.

( Já dizia Sartre;" ...o inferno são os outros.")

Precisamos entender, e isso é importante, que não somos nós quem lhes incomoda, mas a atividade em si.

Eles começam a perceber que estão perdendo tempo em não promoverem a própria reforma interior de que necessitam, e ficam aborrecidos de ter perto deles pessoas realmente preocupado e empenhadas em evoluir.

A nossa presença lhes dão conta disso. Não precisamos dizer nada a respeito, basta estar ali para que eles sintam o peso da própria inoperância.

Eles não nos entendem por palavras, mas pelos gestos e comportamento.

Se ousarmos falar qualquer coisa, a favor de uma melhoria, mesmo que haja a solicitação, distorcem tudo na tentativa de nos envenenar. Triste é que a maioria das vezes eles conseguem, pois sempre escolhem alguém frágil no momento.

Mas eu lhes digo para termos paciência e sermos caridosos com eles.

Veja como são importantes em nossas vidas. Em primeiro lugar, além de exercitarem nossa paciência, estão também fortalecendo nossa decisão de prosseguir tendo atos equilibrados, pois somos alvos permanentes.

Depois, mantendo-nos serenos e pacíficos perante as possíveis agressões verbais, estaremos servindo de exemplo que, talvez, possa ser seguido no futuro. Portanto, não encaremos de modo radical as críticas quanto à nossa opção.

Devemos ser gratos por estarmos servindo de exemplo. Mesmo que não nos sigam, fazendo parte no trabalho de auto-regeneração e caridade.
Existem muitas pessoas sobre a Terra que não toleram, ou não querem, descobrir que adotam comportamentos inadequados.

O problema se torna ainda maior, quando comparam o que fazem com exemplos de amor e brandura que partem de outros. Sentem-se agredidos por esta constatação, e disparam sentimentos de rancor para aqueles que emanaram os bons exemplos.

O que precisam ver é que se estão incomodados com as boas ações praticadas por outros, é porque, na realidade, descobriram que não são capazes de agir da mesma forma. Seja por acomodação ou por não terem mesmo conhecimento para tal.

E o ódio que irradiam é contra o próprio ego, apesar de pensarem que o estão direcionando para outros.

Isso ocorre com ações do cotidiano, em vários campos da vida, incluindo sentimentos afetivos, filosóficos, religiosos, científicos e até de conversas banais no dia-a-dia.

O despertar surge no momento da constatação de que existe um hiato, entre o que fazem e o que os outros fazem melhor.

Então, ao invés de avaliarem as diferenças através da autocrítica, para saber onde erraram, remediando o que for preciso, preferem continuar exalando ódio, que, na prática, é sinônimo de inveja e desrespeito. Não é muito difícil prever o destino dos que agem assim.

Porque estão realimentando os erros e as imperfeições que são largos passos na direção de amarguras e de doenças na vida. Frutos da permanente inalação do veneno, que não conseguiram extirpar do próprio ser.

No dia-a-dia, que apenas irradiemos pois, nossas energias emanadas dos nossos Eus Superiores por onde quer que venhamos a passar. E só falemos alguma coisa, quando for para o andamento dos Trabalhos, e ainda assim, se alguém lhe pedir.

Sejamos apenas uma chama ardente irradiadora dA Fonte por onde formos...


- Que nosso Pai Oxalá ilumine todas as mentes e corações!


VSL

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EGO X SUPER-EGO








- Ofereço este post às duas pessoas, que nesta semana, fizeram-me por um momento, duvidar de onde eu estava, mas, sobretudo, ofereço para uma terceira que desfez minha dúvida.

Eu Caçador de Mim...


“Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim”.


O amor, as emoções que nos afetam e nos transformam. Alterna docilidade e perversidade, mansidão e ferocidade.


O movimento é instável.
O "Eu" animal, e o "Eu moral".


O primeiro original, o segundo imposto pela necessidade de preservação...Só resta o conflito dos "Eu's".

O "Eu" que caça e o "Min" que é caçado!

A memória auditiva é marcada pela intensidade dos sentimentos. Esses nos prendem. As paixões não têm fim, não obedecem leis da física, ignoram espaço e tempo...


“Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim”.

O passado não é passado, quando está presente no agora...
As canções eternizam as paixões, nos levam a “outro lugar” outra dimensão, onde habitam os desejos. Conflitos sem fim. O Eu consciente deseja o “proibido” ao mesmo tempo em que outro "Eu" dentro de min o reprime! Não há tréguas. É o Eu caçando a min...


“Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura”


Porque temer essa ambivalência? O único medo é correr do conflito.

O “Eu” que caça e o “Mim” que é caçado, coexistem num antagonismo perpétuo. A única coisa a fazer é esquecer o medo. Conviver com ele, tornar-lo íntimo. Assim haverá coragem de se expor “abrir o peito”, ir à procura, onde a única fuga deve ser das armadilhas do desconhecido, “mata escura”!

O jardim deixado para trás, agora é o desconhecido, “a mata” é fora do éden, nela existe fuga!


“Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim”


Sonhar é necessário, mas qual o limite dos sonhos?
Aonde se chega quem vive no mundo do faz de contas?

È nele que ventilamos nossas frustrações, transpomos o intransponível...Nele voamos... Mas aonde chegamos vivendo neles? Sempre voltamos à realidade.


“Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim”

Minha vinda é interrogação (?) quero descobrir o que me faz sentir esse conflito. Não sei por que, a razão desconhece o que acontece entre o Ego x Superego, Carne x Espírito, Prazer x realidade, Animal x Racional. Caçador x Caça, Eu x min.


(Texto de Jose Lima de Jesus - Mestre em Ciência da religião
e professor na área de Teologia)


https://www.youtube.com/watch?v=Se9XYKHQi3Y&list=AL94UKMTqg-9CVgwt4j66zzx7prRes8KVM

VSL


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