2013-06-29

O SENTIDO DA VIDA







" Ama sem limites, doa sem medida, acaricia a alma ferida com gestos de ternura, e a Vida te retribuirá em bênçãos de alegria e paz, deixando para sempre um aroma de felicidade no âmago do teu ser, um raio de luz que jamais se extingue! "

Ismael de Almeida


Serve e passa, esquecendo o mal e a treva,
Porque o dom de servir
É a força luminosa que te eleva
Às bênçãos do porvir!

Carmem Cinira – Chico Xavier



Vossos Filhos e Filhas Profetização









" Nos últimos tempos, diz o Senhor, espalharei meu espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos jovens terão visões, e vossos velhos terão sonhos.

- Naqueles dias, espalharei meu espírito sobre meus servos e servas, e eles profetizarão."


(Atos, cap. II, vers. 17 e 18. _ Joel, cap. II, vers. 28 e 29).



93 Milhões de Milhas do Sol








A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem, é uma luz
Uma linda luz, além do horizonte
Para dentro de nossos olhos
Oh, minha nossa, que linda
Oh, minha bela mãe
Ela me disse, filho, você irá longe na vida
Se fizer tudo direito, amará o lugar onde estiver
Apenas tenha certeza de que onde quer que vá
Você sempre poderá voltar para casa

A 240 mil milhas da Lua
Percorremos uma longa distância para pertencer a esse lugar
Para compartilhar essa vista da noite
Uma noite gloriosa
Além do horizonte há outro céu brilhante
Oh, minha nossa, que lindo
Oh, meu pai irrefutável
Ele me disse, filho, às vezes, pode parecer escuro
Mas a ausência da luz é uma parte necessária
Apenas tenha certeza de que você nunca está sozinho,
Você sempre poderá voltar para casa
Casa
Casa
Você sempre pode voltar
Toda estrada é uma ladeira escorregadia
Mas sempre há uma mão na qual você pode se segurar
Olhando profundamente pelo telescópio
Você pode perceber que seu lar está dentro de você
Apenas tenha certeza de que onde quer que você vá
Não, você nunca está sozinho,
Você sempre voltará para casa
Casa
Casa

A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem, é uma luz
Uma linda luz, além do horizonte
Para dentro de nossos olhos

Jason Mraz




93 Million Miles from the sun


93 million miles from the sun
People get ready, get ready
Cause here it comes, it's a light
A beautiful light, over the horizon
Into our eyes
Oh, my, my, how beautiful
Oh, my beautiful mother
She told me, son, in life you're gonna go far
If you do it right, you'll love where you are
Just know, wherever you go
You can always come home

240 thousand miles from the moon
We've come a long way to belong here
To share this view of the night
A glorious night
Over the horizon is another bright sky
Oh, my, my, how beautiful,
Oh, my irrefutable father
He told me, son, sometimes it may seem dark
But the absence of the light is a necessary part
Just know, you're never alone,
You can always come back home
Home
Home
You can always come back
Every road is a slippery slope
But there is always a hand that you can hold on to
Looking deeper through the telescope
You can see that your home's inside of you
Just know, that wherever you go,
No, you're never alone,
You will always get back home
Home
Home

93 million miles from the sun
People get ready, get ready
Cause here it comes, it's a light
A beautiful light, over the horizon
Into our eyes


Jason Mraz


http://www.youtube.com/watch?v=bcQwIxRcaYs


POETA







" Um poeta vem a conhecer certas coisas que são reveladas somente em um relacionamento poético com a realidade.

No que se refere à esperteza mundana, o poeta é um tolo. Ele nunca se desenvolverá no mundo da riqueza e do poder. Mas, em sua pobreza, ele conhece um tipo diferente de riqueza na vida que ninguém mais conhece.

O amor é possível a um poeta, D'us é possível a um poeta. Somente aquele que é inocente o bastante para desfrutar pequenas coisas da vida pode entender que D'us existe, porque D'us existe nas pequenas coisas da vida: ele existe no alimento que você ingere, na caminhada que você faz pela manhã, no amor que você tem por seu amado ou por sua amada, na amizade que você tem com alguém.


(....)

Torne-se mais e mais poético. É necessário ter coragem para ser poético; você precisa ser corajoso o bastante para ser chamado de tolo pelo mundo, mas somente então poderá ser poético.

E para ser poético, não quero dizer que você precisa escrever poesia. Escrever poesia é apenas uma parte pequena e não essencial de ser poético. Uma pessoa pode ser poeta e jamais escrever uma única linha de poesia, e uma outra pode escrever milhares de poemas e ainda não ser um poeta.

Ser poeta é um estilo de vida. É amor pela vida, é reverência pela vida, é um relacionamento sincero com a vida."


Osho, Believing in the Impossible before Breakfast.


CHEGA DE ADIAR - ACORDE!









" Prepare-se para o dia — o amanhecer bateu à sua porta.

Saia desse sono, não se esconda debaixo do cobertor, por mais aconchegante que seja e por mais que sua mente diga: "Fique mais um pouquinho, só mais alguns minutos". Não dê atenção à mente, pois esses minutos nunca terminarão, e a mente está sempre adiando.

Ela quer que você continue dormindo, porque a mente só pode existir quando você dorme.

Quando você desperta, a mente desaparece, assim como os sonhos desaparecem quando você acorda.

A mente é um fenômeno onírico, constituído da mesma matéria dos sonhos. Por isso, chega de adiar — acorde. "


Osho


MENTE VAZIA, MENTE TRANQUILA








[...] Retornar à verdade e ao caminho é retornar à vida. Assim falamos em renascer. Deixar morrer idéias abstratas e fantasiosas sobre estar separado do tudo e dos outros e perceber a sabedoria suprema presente em todos os seres. Basta perceber que nada é fixo, nada permanente – isto é o vazio.

A mente vazia é aberta e flexível. Chora e ri. Pensa e não pensa. Não precisa ser esvaziada – já é vazia. Sendo vazia é clara e iluminada, em constante atividade e transformação. Apenas escolha com o que alimentá-la.

O Grande Caminho é ilimitado e transcende a forma. Livre de pensamento e de ansiedade. Não há nada faltando em você e você não é diferente de Buda ou Jesus.

Esteja livre para ir em qualquer direção que queira. Não aja para fazer o bem, nem procure o mal. Quer ande ou fique, sente ou deite, e seja o que for que aconteça a você, tudo são as maravilhosas atividades do Grande Iluminado. Tudo é alegria, livre de ansiedade.

É preciso entender que estamos falando do ponto de vista do "absoluto", de quem percebeu que são em si os Preceitos, a Disciplina, a Meditaçao e a Sabedoria. Alguns podem interpretar erroneamente que fazer qualquer coisa é ação iluminada.

A ideia não é ser bonzinho, nem querer ser mau. É tornar-se o próprio Bem. Mente vazia e livre, clara e ativa em tranqüilidade, tranqüila em atividade.

Mãos em prece. Possam todos os seres se beneficiar." [...]


Monja Coen



PALAVRAS DA AMMA







"Ainda hoje, Rama, Krishna e Budha poderia voltar, e é o que está acontecendo -, mas as pessoas não têm olhos para ver. Não procurem Rama ou Krishna, da mesma forma como antes Não vão encontrá-lOs neste mundo, nem esperem que desempenhem o Seu papel na terra como eram antes.

Eles não são exatamente o mesmo. [ D'us ] é infinito. Certa vez, Ele apareceu como Rama[ Sita ], [ Radha ]Krishna, Budha A Consciência onipresente, Ilimitado, com a Sua energia ilimitada, agora está tomando uma outra forma ".


Amma


O OBJETIVO NÃO É CURAR A MATÉRIA MAS CORRIGIR O PENSAMENTO








[...] O medo é um elemento que faz parte de todo problema. Precisamos lançar fora toda tentação de ficar assustado, e reconhecer que o homem, a expressão do Amor infinito, não pode assustar-se, assim como não se pode inculcar medo ao Amor.


O medo é uma ficção, sem origem nem energia, e nunca pode influenciar o homem de Deus. Se nos apegarmos a esse fato, apagamos o quadro do medo.

Depois, precisamos compreender que a verdadeira função é uma atividade da Mente Divina. Essa Mente não pode estar sonolenta ou estática; ela acha-se eternamente ativa e se expressa na ideia da Mente, o homem. De maneira que as funções do homem verdadeiro não podem se desarranjar, porquanto manifestam a ação impecável de Deus. Paulo deve ter discernido algo a esse respeito quando disse, nas palavras constantes em Atos: “Nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos.”


O fato de que toda atividade emana por inteiro da Mente destrói a falsidade relativa a funcionamento material, e a consciência se ergue acima do problema físico. Em seguida, vem a cura. É da máxima importância compreender que nosso objetivo não consiste em curar a matéria, mas em corrigir o pensamento. O problema básico nunca está no corpo, porque o corpo apenas exterioriza aquilo em que acreditamos.
Quando eliminamos a doença, por nos dirigirmos à mente perturbada, sem prestar atenção ao corpo, provamos que só o pensamento cria o sofrimento. Não oramos para que alguma parte do corpo funcione corretamente. Em vez disso discernimos, através do sentido espiritual, que nosso verdadeiro “Eu” é a imagem de Deus.

Essa verdade anula a disfunção, e a ação física normal entra em atividade. Desse modo, podemos dizer que Deus controla o corpo material, muito embora Ele esteja consciente apenas daquilo que é espiritual. [...]


John H. Williams



O QUE IMPULSIONA AS PESSOAS?








“ A vida das pessoas é dirigida por desejo e medo.

O desejo é a necessidade de acrescentar algo para si mesmo a fim de ser-se mais plenamente. Todo o medo é o medo de perder alguma coisa e, assim, tornar-se diminuído e ser menos.

Esses dois movimentos obscurecem o fato de que o Ser não pode ser dado ou tirado. O Ser em sua plenitude já está dentro de você, agora.”


Eckhart Tolle


CRITÉRIO DE JULGAMENTO









Há uma tendência muito grande para o indivíduo supervalorizar ou desconsiderar as tarefas que executa.

Por processo de auto-afirmação, um grande número de criaturas se crê a razão pela qual o Sol se movimenta nos espaços, superestimando-se, em prosaico processo de engrandecimento pessoal.

Não se dão conta de que todos possuem critérios de avaliação e de julgamento, derrapando no ridículo que poderiam evitar.

Tornam-se, assim, desagradáveis no trato e na convivência, evitados por uns e antipatizados por outros.

Da mesma forma, encontramos larga faixa de pessoas que se subestimam e não concedem o valor que merecem às suas realizações. Crêem-se incapazes para qualquer atividade e supõem-se dispensáveis em toda parte.

Pessimistas, por índole, fazem-se desestimulantes e arredios, caindo em frustrações desnecessárias.

Dê o valor real aos teus atos. Se poderias fazer melhor o que te parece imperfeito, logra-o da próxima vez.

Se consideras insignificante o teu feito, menor seria sem ele. Se outros realizam com mais eficiência qualquer coisa, exercita-te e chegarás à mesma posição dele.

Todas as ações positivas são importantes no contexto geral da vida. Até mesmo o erro tem o sentido de ensinar como não se deve fazer o que ora resulta prejudicial.

Esforça-te um pouco mais, quando estiveres produzindo algo, e, mediante o teu critério de julgamento, valoriza sem excesso nem depreciamento o que faças, pensando na finalidade para que se destina.

Do livro "Episódios Diários"
Psicografia de Divaldo Pereira Franco




[ QUEM COMANDA]







Teu maior amigo, e também inimigo, é tua personalidade. Domina, e coloque-a, a teu serviço e ela te será dócil e pronta para te servir. Entretanto se a deixar dominar-te, ela provocará estragos sem conta.

Observa a personalidade, estude-a nos menores detalhes. Ela foi criada para te servir, e nunca para te dominar. Entretanto, ela conhece tua fragilidade e sabe dos teus pontos fracos.

Ela é indispensável para tu percorreres o caminho de retorno, aquele que te levará de volta ao teu Lar Eterno.

Nunca ceda à personalidade o direito de decisão, uma vez cedido, ela te dominará.

Conheça a tua personalidade, estuda sua estrutura, seu modo de agir, observa seus subterrâneos, aquela parte feia de ti mesmo, e analisa a vantagem de purificá-la e dotá-la de luz, se assim fizeres, terás um servo obediente e fiel, que fará sua vontade em tudo.

Ela abrirá para ti os portais de ouro, para o vôo na eternidade!


(...)

Ismael de Almeida


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Uma face igual a tua...







“ Sê humilde se queres adquirir a sabedoria; sê mais humilde ainda quando a tiveres adquirido.

Sê como o oceano que recebe todos os rios e riachos. A calma imensa do oceano não se perturba; recebe-os e não os sente.

Domina o teu ser inferior com o teu ser divino, domina o divino com o eterno.
Grande é aquele que mata o desejo; maior ainda é aquele quem a personalidade matou o próprio conhecimento do desejo.
Põe-te de guarda ao inferior, para que não macule o superior.
O caminho para a libertação final está dentro da tua personalidade, não obstante ele começa e termina fora da personalidade ”



Livro dos Preceitos Áureos. H. P. Blavatsky.


2013-06-24

A PANELA DE SOPA







Uma antiga lenda Judaica diz que certo dia, D'us convidou um rabino para conhecer o céu e o inferno.

Ao abrirem a porta do inferno, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão, no qual se cozinhava uma suculenta sopa.

Em volta dele, estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas
Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que lhe permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas.
O sofrimento era imenso.

Em seguida, D'us levou o rabino para conhecer o céu.

Entraram em uma sala idêntica à primeira,onde havia o mesmo caldeirão com as pessoas à sua volta, e colheres de cabo comprido
A diferença é que todos estavam saciados.

Eu não compreendo disse o rabino, por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição se é tudo igual?

D'us sorriu e respondeu:
É por que aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.

“A felicidade é o subproduto do esforço de fazer o próximo feliz”


AS BANDEIRAS BUDISTAS







Todos conhecemos o costume budista de pendurar bandeiras de orações em locais sagrados, como as cumeadas das montanhas dos Himalaias, os templos, as pontes suspensas, para abençoar a paisagem, promover a paz e espalhar a felicidade e a boa sorte a todos os seres do mundo.





Existem 2 tipos de bandeirinhas de oração: as mais frequentes horizontais Lung Ta, que significa “Cavalo de Vento”, e as verticais Darchor que significa “boa sorte para todos os seres vivos”, normalmente penduradas num poste.

Todas as bandeiras de orações aparecem em sets de 5 cores. Estas cores simbolizam os elementos e estão ordenadas da seguinte ordem: Azul (céu), Branco (água), Vermelho (fogo), Verde (ar), Amarelo (terra), os elementos que quando equilibrados são necessários para criar harmonia na vida e no mundo.
No centro da bandeira está, muitas vezes, representado o Lung Ta, o Cavalo de Vento, rodeado de várias versões dos mantras mais sagrados dos budistas e de outros símbolos auspiciosos.





Curiosamente, ao contrário do que é comum noutras partes do mundo, as orações não são pedidos individuais das pessoas para os deuses, como os bilhetinhos deixados no muro das lamentações em Jerusalém, ou as velinhas acendidas em Fátima.
As bandeirinhas de orações Tibetanas, são mantras lançados ao vento que os budistas tibetanos acreditam que serão transportados pelo Lung Ta a todos os cantos do mundo, espalhando a boa vontade e a compaixão por todas as pessoas.

As orações Tibetanas são renovadas quando se penduram novas bandeirinhas ao pé de antigas, simbolizando as mudanças que a vida traz e o reconhecimento de que todos os seres fazem parte de um grande ciclo em permanente evolução.



Em vez de afagos, pensamentos; em vez de abraços, perguntas!







Muitas vezes, no interesse de ajudar uma pessoa com certa dificuldade, oferecemos o famoso “ombro amigo”. Brindamos a pessoa com estímulos e afirmações de que o tal problema vai passar e a acolhemos com abraços e afagos na cabeça. E não há quem não goste desse momento, que também é muito importante para todo ser humano.

Esse tipo de comportamento é carinhoso e protetor no sentido de gerar confiança. Mas, no que diz respeito a gerar ação para uma mudança efetiva de vida, esse tipo de atitude não ajuda. Se o objetivo é apenas transmitir afeto, funciona. Mas, se é gerar permissão e estímulo para a pessoa evoluir diante do impasse, o melhor é questionar o que está ocorrendo e o que a pessoa pode fazer diante disso.

Em vez de afagos, pensamentos. Em vez de abraços, perguntas. E deixar todo o carinho para um momento de comemoração ou de simples troca de afeto. Não precisamos criar o hábito de transmitir carinho diante das dificuldades. Isso apenas ensina a fugir daquilo que realmente precisa ser enfrentado.


Por Gabriel Carneiro Costa



O ZOHAR E A QUESTÃO DO KARMA







Pedras e Areia


Era uma vez um rei antigo que estava com um dilema, seu filho havia pecado seriamente e ele havia jurado mandar atirar uma pedra gigante em seu filho, quando este cometesse um pecado grave. Depois que a raiva do rei cedeu, ele percebeu que a pedra poderia matar seu filho. Mas o rei sabia que ele tinha que cumprir esse decreto, porque a sua palavra era um voto e sua obrigação.

O rei consultou um grande Kabalista sobre seu dilema. Depois de instruído pelo ilustre sábio, o rei quebrou a rocha em pedras e seixos e mandou que atirassem, uma por uma, em seu jovem filho. Essa ação cumpriu o decreto e ainda salvou a vida de seu filho.

Este é o poder do Zohar.

Todos nós temos decretos de julgamento, decretados contra nós a partir de ações anteriores karmicas e negativas. Se esses julgamentos atacam com força total, na mesma medida que os nossos atos negativos, experienciamos uma dor trágica. No entanto, através de nossa conexão com o Zohar, essas "rochas" destinadas a nos atingir na vida são quebradas em pedaços menores, e ao longo do tempo, essas "pedras" e "seixos" são atirados contra nós. É doloroso, mas não letal.

É por isso que perseveramos aos obstáculos, desafios e a dor no caminho da Kabbalah. Se um determinado problema persiste por um longo período, isso significa que a rocha era enorme, bem grande e há um monte de pedrinhas individuais que precisam ser "atiradas".

No entanto, se apreciarmos que essas são apenas pedrinhas, em comparação com as rochas que o resto do mundo enfrenta, nossa apreciação quebra as pedrinhas em partículas ainda menores, de modo a serem apenas grãos de areia sendo lançados em nossa direção.

Sim, é um pouco desagradável. Mas também é muito menos doloroso.



Billy Phillips


QUEM DOBROU O SEU PARAQUEDAS HOJE?








Tornou-se célebre um paraquedista norte-americano que lutava no Vietnam. Era tenente aviador.

Depois de várias missões um míssil atingiu uma das asas de seu avião. Conseguiu ejetar e abrir seu paraquedas. Caiu em território inimigo e ficou 6 anos numa prisão. Mas quando finalmente a paz foi firmada entre os países pode retornar para casa.

Tempos depois começou a viajar e dar palestras levando sua experiência por todo o país. E acabou se tornando um homem famoso. Depois de uma conferência num grande hotel em Nova York desceu do quarto para tomar um café no bar.

Ao sentar-se ficou surpreso pois um homem o olhava de maneira estranha. O ex-oficial desviou os olhos e continuou a tomar seu café. Mas o homem insistia, continuava a olhá-lo diretamente.

Já estava para sair do bar quando ouviu: um momento, o senhor não é o tenente líder do 3o esquadrão de paraquedismo que lutou no Vietnam”?

O tenente disse que era.

Creio que o senhor não se lembra, mas eu era soldado de seu esquadrão. Era eu quem dobrava os seus paraquedas.

O tenente teve um choque.

Aquele soldado anônimo, um sujeito a quem o tenente nunca deu importância, na verdade, salvou a vida do ex-oficial e de todos que confiavam suas vidas aos paraquedas. O soldado desconhecido fez um trabalho silencioso e competente sem esperar elogios e festinhas. Simplesmente fez bem feito.

O ex-tenente se recuperou do impacto, se emocionou e descobriu que tinha uma conexão forte e direta com um homem simples, comum que passaria, como passou, anos desapercebido de todos.
Tinha mais do que uma dívida, passou a ter gratidão.

A partir desse dia antes de começar uma conferência, perguntava:
QUEM DOBROU O SEU PARAQUEDAS HOJE?

O que é a gratidão? Existe inteligência na gratidão?
Vale pensar e sentir o tema.


Autor Desconhecido

2013-06-04

O silencio







Aprenderás, com Jesus, que o silencio nas horas do desequilíbrio e da ignorância, será sempre a meta da vitória em ti, garantindo-te a paz para a marcha que te conduz ao Pai.

Muitos dos que te induzem ao desacerto, provocando-te, para que lhes aplaudas a iniciativa daquilo em que se apoiam como certo, são aqueles irmãos que vivem na ideia instável dos dogmas e das teorias, porque ainda não se sentem capazes de pôr em prática, aquilo que traduzem pela fala. Não censures nem discutas. Ajuda-os a fazer luz no raciocínio, com a prática incessante do bem, mesmo que encontres neles os próprios entraves para a realização do mesmo.

Jamais a ignorância perturbará a lucidez do conhecimento, e, acima de toda rebeldia do mal, existe o eterno bem. Basta que nos unamos a ele, para que ele, faça de nós, o instrumento adequado purificando a atmosfera donde quer que nos encontremos, garantindo-nos a existência. A tarefa do bem é equilibrar-se na ideia augusta do amor que cobre multidão de pecados para que a luz resplandeça, dando-nos o ensejo do trabalho construtivo garantindo-nos o alimento para as nossas almas.

Silencia nas horas em que a inteligência dos homens te provoque a um conhecimento superior. Geralmente, quando o orgulho se sente ferido pela sabedoria dos humildes, provoca o incêndio do desafio.

Lembrarás nesta hora, que, só o silencio do Mestre poderá apagar a fúria da ignorância descontrolada, ajudando ao irmão de caminhada que, pela invigilância, esquecido de que, todo conhecimento, precisa do adubo da prática para que frutifique e do fruto necessário para o sustento devido, a fim de que, quando sinta em si, a resposta do desafio que te endereçam com a tua vibração de amor, a seu favor, não descreia da Misericórdia Divina que nos criou para que nos amassemos como verdadeiros irmãos.

Muita paz, meu filho! Muita paz!


03.04.70 Bezerra de Menezes
no PAZ, AMOR E CARIDADE




TALVEZ







Talvez nunca se descubra. Talvez não haja oportunidade. Talvez o gesto não se faça. E não havendo o gesto, não haverá tempo. Tempo que consome. Tempo que escorre. Tempo que desgasta.

Talvez a rosa-dos-ventos não oriente. Talvez no oriente a estrela de Davi não mais brilhe. E se não brilhar como saber dos caminhos? E se não descobrirmos os caminhos como chegaremos ao fim? E se apenas houver o fim? E nenhuma palavra se fizer? E se a voz se extinguir? Como faremos? Seremos apenas?

E o que dizer de todos os sonhos que um dia sonhamos? Guardá-los no mais escuro da memória? Como se fossem trapos rotos que a ninguém interessa? Talvez ninguém se interesse. Talvez não haja amanhãs. Talvez nenhuma manhã se acenda. Talvez o sol deixe de aquecer. E as trevas bordem os dias. E os dias se repitam na monotonia do nada. E o nada seja algo que não se termine. Ou que nos termine.

Como saber?

Como entender as razões que levam os homens a fugir? A fuga é solução? Que solução buscamos ao abrirmos a porta de nossa casa? Talvez o coração bata cheio de esperanças. Talvez não haja esperanças. Talvez o coração não bata. E o som que se ouça seja apenas o som do silêncio. Silêncio que aprisiona. Silêncio que entra pelos poros como se espinhos fossem. Que escorre pelos dedos. Que lateja. Que encobre a visão. Que não cala. Seja o que for, é. Mais do que possamos imaginar. Sonhar. Mais do que possamos admitir.

Não adianta fingir. Trapacear. Enganar. A alma não se deixa. A alma não se acovarda. A alma é. Lugar aonde ninguém chega. Intransponível. Sitiado pela ilusão. De que as tradições permanecem. De que nossas bravuras permaneçam. Que não seja apenas hino, mas fé. Não sejam palavras que após o vigésimo dia se transformem em pó. Saudade. Desilusão. Inércia.

Que tudo que cantamos nesta semana não seja desafinada melodia a perder-se pelos dias. Que os acampamentos interiores permaneçam, não símbolo do desejado, mas verdade transformadora. Talvez não se encontre esta verdade. Talvez ela esteja longe demais das capitais. Longe demais dos homens que teimam em propagandear a certeza. Talvez não haja certezas. Talvez não haja verdades. Só palavras.

Só palavras. E mais palavras. Vãs. Vazias. Inertes. Sem força. Sem a determinação que forja. Que nutre. Que refaz. Talvez refazer seja uma palavra inexistente no dicionário destes homens. Transformar seja tão vago que a ninguém preocupe. Talvez seja o tempo do fogo. O tempo da solidão. O tempo da indiferença. E estejamos marcados. Para sofrer. Estejamos impedidos de cantar e dançar.

Que a praça não seja nossa. Que por mais que se grite não haja quem acorde. Talvez nos reste sentar na pedra fria do desencanto. E aguardar a palavra que virá libertar. Que cortará as amarras. Que roerá as correntes. Que fará a luz brilhar com tanta força que acabe por cegar.

Bendita cegueira que abrirá os ouvidos e soltará as vozes. Talvez nada disso se cumpra. Talvez nunca nos encontremos. Talvez a vida seja um estalar de dedos. Talvez a indiferença seja o abraço não dado. Talvez os braços não tenham mais força. Talvez a força se esgote antes que se faça. Talvez fazer seja uma palavra sem sentido.Tudo isso só pra dizer: eu te amo.


(Sérgio Napp)


LIVRE-ARBÍTRIO e FATALIDADE






A) LIVRE-ARBÍTRIO e FATALIDADE

Ao tratar da criação dos Espíritos, Galileu Galilei (Espírito), assim se expressa: “O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, ao mesmo tempo, o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualidade; é somente a partir do dia em que o Senhor imprime sobre sua fronte seu augusto sinal, que o Espírito toma lugar entre as humanidades” (A Gênese, Cap. VI, item 19).

O homem goza do livre-arbítrio a partir do momento em que manifesta a vontade de agir livremente; porém, “nas primeiras fases da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades”. (L.E. 844).

A liberdade de agir, portanto, é relativa, pois depende, primeiramente, da vontade de realizar algo. No princípio de seu desenvolvimento, o Espírito ainda não sabe direcionar sua vontade, senão para a satisfação de suas necessidades básicas. Neste caso, prevalece o instinto. Uma vez ampliada a sua consciência, novos interesses surgem. À medida que sua vida vai se tornando complexa, o livre-arbítrio é limitado pela atuação da lei de causa e efeito, até que o ser consiga libertar-se do círculo das reencarnações e aí seu exercício torna-se pleno.

De maneira geral, contudo, somos livres para agir e somos responsáveis pelos esforços que fazemos para superar os obstáculos, para realizar nosso programa de vida e para progredir. Nenhuma oportunidade nos é negada; mas não podemos pensar em fazer as coisas de qualquer jeito, burlando as leis divinas, como burlamos as leis humanas.

Isso não quer dizer que haja um fatalismo nos acontecimentos da vida, como se tudo já estivesse escrito previamente; pois, “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte” (no conceito do Espírito da Verdade a Kardec – L.E., 853). Todavia, só morremos quando nossa hora é chegada.

Essa hora é aquela prevista em nosso programa encarnatório ou aquela que assinalamos pela nossa imprevidência (excessos que comemos, perigos desnecessários a que nos expomos, vícios que abreviam nossa existência, etc...). Não sabemos de antemão que gênero de morte devemos sofrer, mas sim a que tipos de perigos estamos expostos pelo gênero de vida que escolhemos.

Além disso, na nossa condição evolutiva, estamos sujeitos, irresistivelmente, à lei das reencarnações, pois se o Espírito permanecesse no mundo espiritual, “ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é avançar para Deus” (L.E., 175a). Portanto, o momento da encarnação, como o da reencarnação, é fatal: “a fatalidade só consiste nestas duas horas: aquelas em que deveis aparecer e desaparecer neste mundo” (L.E. 859).

Mas, há um outro tipo de fatalidade, referente à escolha que o Espírito faz de suas provas, no momento da encarnação. Ciente de suas necessidades, “traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra” (L.E. 851). É o caso das provas físicas, que vão delimitar as manifestações do próprio Espírito. Quanto às provas morais e ás tentações, poderá ceder ou resistir a elas pois conserva o livre-arbítrio para o bem e o mal. Neste caso, conscientiza-se da necessidade do autoconhecimento e da reforma íntima e faz tudo por melhorar-se, superando suas imperfeições.


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B ) ESQUECIMENTO DO PASSADO

O início de uma encarnação para o homem é sempre cercado de expectativas e dúvidas. É uma nova experiência que se inicia e a ela o ser apresenta-se como um “livro em branco”, em que deverá escrever a história de sua existência.

Espírito milenar, tendo vivido muitas outras encarnações, o homem é uma obra em andamento, um livro que já se encontra preenchido em boa parte de suas páginas. Por que não conseguimos lê-lo? Porque faz parte do processo encarnatório o esquecimento do passado. Em razão dele, somos mais autênticos.

De fato, se hoje somos imperfeitos, no passado o fomos ainda mais; se hoje cometemos tantos erros, se ainda nos envolvemos com as ilusões do mundo, se revelamos constantemente traços de animalidade (violência, ódio, indiferença), podemos imaginar como teremos sido no passado mais distante.

Se ele estivesse vivo em nossa consciência, tornar-se-ia, certamente, um empecilho para as novas experiências. Se nos lembrássemos dos erros cometidos (ou daqueles que cometeram contra nós), viveríamos torturados pela culpa, pelo remorso, pelo desejo de vingança etc... Se tivéssemos tido existências venturosas e confortáveis, no poder, no luxo e na riqueza, o orgulho, o egoísmo e a vaidade seriam um entrave para o nosso livre-arbítrio.

De qualquer forma, as perturbações às nossas relações sociais seriam inevitáveis, visto nos lembrarmos do que fizéramos ou sofrêramos de nosso próximo, mormente naquele que convive conosco.

Por este motivo, misericórdia divina concedeu-nos o que é necessário e suficiente para o sucesso da nova existência a cumprir, isto é, a voz da consciência e as tendências instintivas, que nos permitem identificar aquilo que precisamos fazer para nos corrigir e progredir no presente, superando as montanhas dos nossos erros e imperfeições e prosseguindo no processo evolutivo com maior liberdade e a certeza de que se Deus lançou um véu sobre o nosso passado, isto ser-nos-à o mais adequado.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec assim interpretou o esquecimento do passado: “O Espírito renasce freqüentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido.

“Deus nos deu, para nos melhorarmos, justamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e as tendências instintivas; e nos tira o que poderia prejudicar-nos.

“O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se está sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações”.(Cap.V, item 11).

Ora, a lembrança do passado jamais se perde. Muitas vezes, sinais do passado transparecem sutilmente em nossos gestos, em nossos atos, em nossas palavras. Em nossos relacionamentos, as lembranças ficam apagadas, veladas; todavia, elas continuam vivas nos registros profundos da consciência.

As questões que ficaram em aberto, os problemas não resolvidos no passado, mantêm-se presentes na consciência, embora latentes, aguardando novas resoluções. O que já foi superado, funde-se à personalidade, permitindo um caminhar mais liberto e sereno. O esquecimento do passado jamais será um obstáculo à melhoria do Espírito; antes, é um benefício inestimável concedido á criatura humana.

E, após a morte, o Espírito recobra a lembrança do passado, para que possa tomar boas resoluções em relação às suas próximas encarnações. 



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BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
Kardec, Allan - A Gênese.
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos


Alimentação carnívora - Pai Benedito responde








Pergunta: Devemos parar ou não com a alimentação carnívora? Muitos combatem isso dizendo que a carne não interfere na mediunidade, que importa realmente é o espírito de caridade.

Pai Benedito: Filho, notamos as lágrimas que correm dos olhos dos bois e o medo ao ouvirem seus irmãos em evolução sendo trucidados pelo "ponteiro" nos frigoríficos; registramos os gemidos dos porcos, horas antes de serem sacrificados pela faca de ponta, ou ainda a agonia dos gansos tendo o seu fígado ultra desenvolvido para se transformar na pasta que será degustada como iguaria (patê de foie-gras) e ai nos questionamos: "Será que preservar toda esta dor, haja visto estes seres também estarem em fase de evolução, não seria um gesto de caridade???"

O ser humano gosta de se desvencilhar de suas responsabilidades colocando como foco principal o objetivo a ser alcançado, mas se esquece que para atingi-lo existe um caminho a percorrer.

Respeitamos nossos irmãos terrícolas que ainda necessitam da carne em sua alimentação, mas na visão de um preto de senzala que até hoje tenta aprender a se melhorar, tudo na vida é uma questão de reeducação.

Clinicamente a ciência já comprova que a carne demora mais tempo para ser digerida em nosso aparelho fisico, ocasionado problemas relacionados a pressão arteríal, taxas de colesterol, complicações cardíacas e do sistema linfático e até o surgimento de cânceres; isso já nos dá margem para compreender o quão nociva se torna essa prática alimenticia.

Do ponto de vista espiritual, notamos:

•Estados emocionais alterados, devido à carga tóxica psiquica que é agregada à carne exatamente no momento do sacrificio cruento do animal ou ao ambiente de sofrimento a que o mesmo é exposto, maquiado como "fase de engorda";

•Perda de energia do Duplo Etérico, que necessita enviar mais carga energética aos orgãos responsáveis para digerirem a carne absorvida, ocassionando assim uma taxa de baixa resistência no ser;
•Problemas de sintonia com a espiritualidade superior, mentores e guias que nos auxiliam em nossas tarefas mediunicas, deixando assim uma lacuna na aplicação de passes magnéticos, incorporações e canalizações de mensagens, pinturas etc...

•Ligação com formas vampirizadoras que procuram este tipo de energia para alimentar suas necessidades vibratórias, abrindo espaço para os ataques noturnos de "quiumbas" (*)na roupagem de "Incubus" e "Sucubus".

(*) espíritos desencarnados

Como podemos perceber, meu filho, sacrificar o irmão menor, que está como nós em fase evolutiva, para saciar o prazer regado a molhos e condimentos picantes à mesa, é atitude de "estágio evolutivo paralisado"
D'us, o Arquiteto do Universo, nos presenteou com uma vasta fonte de alimentação natural que é rica nas substâncias necessárias para nossa evolução, ficando assim dispensável o consumo de carne animal.
Sabemos que muitos dizem ser dificil este desligamente e sugerimos que além de abandonar a alimentação carnívora, também estes meus irmão em Oxalá possam fazer uma reforma íntima intensiva. Não basta somente abandonar o vicio alimentício, mas também o vicio moral negativo.

Que cada um tire suas conclusões, filho, mas vale lembrar que as sensações de medo e dor que os seres humanos sentem ocorrem da mesma forma e talvez de maneira mais intensa no reino animal.

Rogando a Jesus que nos inspire a cultivar boas atitudes.


Pai Benedito


Canalizado por Géro Maita
ceuesperanca.blogspot.com

2013-06-03

OSHO FALA DE JESUS







"Jesus disse:

'Abençoado é o homem que sofreu, 
pois ele encontrou a Vida.'

Desde os tempos mais remotos, o homem ter perguntado inúmeras vezes por que há sofrimento na vida. Se D'us é o Pai, porque há tanto sofrimento? Se D'us é amor e compaixão, por que a existência sofre?

Não há uma resposta satisfatória para isso. Mas se você entender Jesus, entenderá a resposta. O homem sofre porque não existe outra maneira de amadurecer, de crescer. O homem sofre porque apenas através do sofrimento consegue tornar-se mais consciente. A consciência é a chave.

Observe sua própria vida: sempre que está confortável, tranquilo, feliz, a consciência é perdida. Sua vida é uma espécie de sono, você vive como se estivesse hipnotizado, como se estivesse sonambulando; você se movimenta, faz coisas - mas como um sonâmbulo."


A Semente de Mostarda, Osho.


ELEGIA 1938








Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guardas chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.



Carlos Drummond de Andrade in Antologia Poética
- 12a edição – Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, p. 107


O TRABALHO É O AMOR TORNADO VISÍVEL







E se não sabeis trabalhar com amor mas com desagrado, é melhor deixardes o trabalho e sentar-vos à porta do templo a pedir esmola àqueles que trabalham com alegria.

Pois se fizerdes o pão com indiferença, estareis a fazer um pão tão amargo que só saciará metade da fome.

E se esmagardes as uvas de má vontade, essa má vontade contaminará o vinho com veneno.

E se cantardes como anjos mas não apreciardes os cânticos, estareis a ensurdecedor os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite.



 Khalil Gibran



2013-06-02

CONFUSÃO? -









Disseram a Osho: Osho, eu acho que penso claramente, mas no fundo eu apenas vejo confusão. Às vezes eu penso que sei, mas descubro que nada sei. Eu apenas achava que sabia.

Aprenda a viver com a confusão. Não tenha pressa para concluir. A confusão não é necessariamente algo errado. Não a rotule como sendo confusão. Rotular é errado. Algumas vezes um rótulo errado pode criar muitos problemas.

Isso não é realmente confusão: é um estado de transição, de mudança. Você se desenraizou do velho solo e está procurando pelo novo, e entre os dois, isso acontece. Isso não é confusão, isso é apenas um hesitante estado de crescimento.

Isso é crescimento e sempre que existe crescimento costuma-se rotular como confusão. Mas ao rotular como confusão, você está interpretando errado e começará a tentar resolver de algum jeito. Se você chamar isso de crescimento, então não haverá pressa em resolver. Na verdade, você terá que dar suporte a isso, pois é crescimento. Se chamar de confusão, você estará condenando e terá que encontrar uma maneira de sair disso.

Não há necessidade de sair disso; aprenda a viver com isso. Aprenda a viver com todos os tipos de estados que estarão surgindo. E se algumas vezes for confusão, o que há de errado na confusão?

Nos ensinaram erradamente que devemos ser absolutamente claros. Somente os tolos conseguem ser absolutamente claros, somente os tolos estão certos.

A confusão é natural: ela é o caos criativo dentro de você. É somente a partir desse caos que a criatividade começa. Chame isso de caos criativo, não chame de confusão.

Osho, em "The Sacred Yes"
Tradução: Sw.Bodhi Champak




MEDITANDO COM JESUS









Se o nome de Jesus o toca, sente-se em silêncio e permita que o nome o toque.

De vez em quando, diga silenciosamente 'Jesus' e espere. Isto se tornará um mantra. É como nasce um verdadeiro mantra.

Ninguém lhe pode dar um mantra; você tem que descobrir o que o atrai, o que o toca, o que cria um grande impacto em sua alma.

Se for 'Jesus', ótimo. Sente-se em silêncio, repetindo 'Jesus', espere, e permita que o nome penetre fundo, no mais fundo recôndito do seu ser - permita que chegue ao centro. E deixe acontecer! Se você começar a dançar, ótimo; se começar a chorar, ótimo; se começar a rir, ótimo.

Seja o que for que aconteça, permita. Deixe acontecer, não interfira, não manipule. Deixe acontecer e você terá os primeiros vislumbres de prece e meditação, os primeiros vislumbres de Deus. Os primeiros raios começarão a penetrar na noite escura da sua alma.

Qualquer som que você ache belo e estético, qualquer som que crie emoção e alegria no seu coração, funciona. Mesmo que não pertença a nenhuma língua, isto não importa - você pode descobrir sons puros que vão ainda mais fundo.

Porque quando você usa uma certa palavra, ela possui um certo significado - esses significados criam limitações. Usando um som puro, não há nenhuma limitação, ele é infinito.


- Osho, em "O Livro Orange"


NÃO HÁ CAMINHO PARA A VERDADE.







Verdade é verdade, única, só; ela não tem lados, nem caminhos; todos os caminhos não levam à verdade. Não há caminho para a verdade, ela tem que chegar a você. A verdade pode chegar a você apenas quando sua mente e coração são simples, claros, e existe amor em seu coração; não se seu coração está repleto com as coisas da mente.

Quando existe amor em seu coração, você não fala em organizar fraternidade; não fala sobre crença, não fala sobre divisão ou dos poderes que criam divisão, você não precisa buscar reconciliação. Aí você é um simples ser humano sem rótulo, sem um país.

Significa que você deve desfazer-se de todas aquelas coisas e permitir que a verdade surja, e ela só pode chegar quando a mente está vazia, quando a mente deixa de criar. Então ela chegará sem seu convite. Então ela chegará tão suavemente como o vento e o desconhecido.

Chega obscuramente, não quando você está olhando, querendo. Está lá tão de repente como a luz do sol, tão pura como a noite; mas para recebê-la, o coração deve estar cheio e a mente vazia. Agora você tem a mente cheia e seu coração vazio.

- J. Krishnamurti - The Collected Works Vol. V Benares, India 1949


A ORIGEM DO NOSSO CONFLITO








Nosso conflito interior e exterior surge por obra de valores cambiantes e contraditórios, baseados no prazer e na dor, não é verdade? A causa de nossa luta é procurarmos descobrir um valor que seja inteiramente satisfatório, invariável e não perturbador; procuramos um valor permanente que proporcione perene deleite, sem vestígio de dúvida ou de dor. Nossa luta constante baseia-se nesta exigência de segurança permanente; queremos segurança, nas coisas, nas relações, no pensamento.

Sem compreender-se o problema da insegurança, não é possível a segurança. Se buscamos segurança, não a encontraremos; a busca da segurança acarreta a destruição da própria segurança. É necessária a insegurança para a com preensão da Realidade, porém uma insegurança que não seja o oposto da segurança.


Uma mente bem ancorada, uma mente que se sente segura em algum refúgio, jamais pode compreender a realidade. O desejo de segurança gera a indolência; torna a mente-coração inflexível e insensível, timorata e sem penetração; impede o estar acessível à realidade. Na profunda insegurança é-nos dada a percepção da Verdade.

Mas necessitamos de uma certa segurança, para vivermos: necessitamos de alimento, de vestuário e de morada, sem o que não é possível a existência. Seria relativamente simples organizar e distribuir eficientemente os recursos necessários à vida, se ficássemos satisfeitos só com o provimento de nossas necessidades fundamentais de cada dia. Não haveria egoísmo nem nacionalismo; não haveria expansão com petitória nem crueldade; não haveria necessidade de governos soberanos separados não haveria guerras se ficássemos inteiramente satisfeitos com o provimento de nossas necessidades diárias. Entretanto, assim não o é.

- Krisnhamurti


2013-06-01

" A DESCENDÊNCIA DE CAIM "








Deus, após ter criado a Terra e tê-la preenchida com indescritível beleza e fartura, entregou-a ao Homem. Entretanto, uma simplória serpente fez o Homem perder os encantos paradisíacos do Éden, concebidos pelo Senhor Deus, para o seu uso e sustento eternos. Curiosamente foi um réptil a causa de todo o infortúnio dos seres humanos. Assim, todos nós passamos a conhecer o sofrimento, a dor, a violência e a finitude, com a morte.

Decadentes, perambulando em um mundo, agora inóspito para eles, Adão e Eva conceberam Caim e Abel. Caim, por motivo fútil, a inveja, assassinou o seu irmão Abel, com requinte de crueldade. Foragido de Deus, Caim saiu a produzir a nossa descendência, obviamente, de modo incestuoso.

Nota-se, pois, que sob o prisma religioso a gênese dos humanos não é de boa procedência! Ao analisarmos o Velho e o Novo Testamento, veremos que a história dos homens está eivada de agressividade e violência que se estendem até aos nossos dias. Não foi só no início da Criação que Deus viu a maldade do homem. A frustração do Criador com a sua criatura não se limitou, apenas, ao início, com Adão e Eva, quando os expulsou do Paraíso, condenando-os às vicissitudes e à morte. A insatisfação divina com a sua obra repetiu-se muitas vezes com Caim, Lameque, Sodoma, em Gomorra, no dilúvio, na crucificação do seu Filho Amado; além de outras ocasiões. "Deus viu que a maldade do Homem era abundante na Terra e que toda inclinação dos pensamentos do seu coração era só má, todo o tempo"(Gênese,5:12). Imaginemos a grande mágoa do Todo Poderoso com os mais de 6.000.000.000 de filhos de Caim que, hoje, habitam o mundo! Calculemos o desapontamento que deve sentir o Criador de todas as coisas, com o comportamento atual de suas criaturas. Os crimes escabrosos que acontecem, ininterruptamente, contra as crianças, os idosos, os inválidos, as mulheres e os humildes. A violência dos povos, materialmente ricos, contra os menos afortunados! Os atentados de toda ordem, contra as pessoas e o meio ambiente; a iniqüidade dos políticos, governantes e autoridades em geral! Enfim, a "desumanidade" dos homens, cronificada em todos os recantos do Globo. No nosso caso, o Brasil, ao contrário do que dizem os ociosos e imprecavidos, Deus não parece ser tão brasileiro assim! Além da descendência espúria de Caim, flagelou-nos mais ainda com os genes de degradados colonizadores que aportaram na Terra de Santa Cruz, confinados pela Corte Portuguesa, alguns séculos atrás. A índole "ordeira" e "pacífica" do nosso povo, não passa de uma falácia estimulada e propagada por políticos e governantes espertalhões, interessados na exploração infindável de um povo cujo genoma tem todos os ingredientes para levá-lo a uma explosão desenfreada de violência. Os primeiros sintomas dessa hereditariedade nefasta, até então contida e disfarçada pela tal "índole ordeira", começa a se fazer sentir na violência crescente em todas as cidades brasileiras, algumas até, se tornando inviáveis. A nossa índole genética nos faz prever que, caso continuemos a receber estímulos negativos provindos da fome, miséria, injustiça, insegurança e os péssimos exemplos dos nossos políticos, governantes, autoridades, da televisão, cinema, teatro, revistas, jornais e muitos outros modelos públicos de conduta nociva à mente (como há séculos estamos recebendo); o Brasil tornar-se-á um imenso barril de pólvora... com o pavio aceso! Sob o enfoque científico, a vida sobre a terra se originou da poeira estelar, há quase 4 bilhões de anos, quando átomos dispersos de carbono, oxigênio e nitrogênio se uniram, formando os hidrocarbonetos. Dos hidrocarbonetos resultaram os compostos orgânicos que originaram as proteínas, que são as moléculas básicas da Vida. As proteínas formaram as substâncias coloidais que nas águas férteis dos mares primitivos formaram os coacervados. Estes, por suas notáveis propriedades físico-químicas, deram o grande "salto" existencial entre a matéria inanimada e a vida (A.I.Oparine, URSS, 1965).

Naquele princípio, os organismos vivos eram muito diferenciados e aqueles cujas células foram envolvidas com celulose tornaram-se rígidos e imóveis, constituindo-se nos primeiros vegetais. Os outros, que tiveram as suas células impregnadas de proteínas, lipídios e carboidratos, continuaram móveis e maleáveis, aptos à locomoção, como os animais. Os seres vegetais pouco evoluíram até aos nossos dias, devido a rigidez de sua constituição estrutural. Os animais, ao contrário, não pararam de se multiplicar, evoluindo e se aprimorando através de espécies cada vez mais complexas e inteligentes, até ao Homem, considerado o "topo" da evolução animal. Nos primórdios da vida, na Era Eozóica, os animais eram constituídos de uma única célula, semelhantes aos protozoários, como as amebas e as bactérias. Algumas cepas desses protozoários originais se organizaram em colônias simbióticas, resultando daí, há cerca de 1 bilhão de anos, na Era Paleozóica, os organismos pluricelulares. Muitos desses seres evoluíram, tomando as diferentes formas de animais que hoje conhecemos inclusive nós, os humanos. De acordo com os estudiosos dessa área, há uns 500 bilhões de anos, no Período Cambriano, apareceram os primeiros animais invertebrados, assim chamados por não possuírem uma estrutura óssea interna, como as minhocas, os vermes e os insetos. Há 400 milhões de ano, no Período Siluriano, surgiram os vertebrados, trazendo uma grande novidade: o seu arcabouço ósseo interno: o esqueleto. Esses vertebrados, em sua maioria, eram os peixes primitivos. Com os peixes, podemos dizer que o cérebro fez a sua triunfal aparição, pela primeira vez, na face da terra. Obviamente, não era um cérebro completo, como o dos primatas; ou mesmo razoável como o de um mamífero inferior. Mas, sem sombra de dúvida, já era um bom começo para o longo caminho da cerebralização que, naquele momento se iniciava rumo ao nível mental superior do animal humano.

No Período Carbonífero, há 300 milhões de anos, surgiram os animais anfíbios; isto é, aqueles que podem viver na água e em terra. Evidentemente, não foram todos os peixes daquela longínqua Era que se tornaram anfíbios. Se isso tivesse acontecido, naturalmente não teríamos os peixes contemporâneos e nem pescadores. Somente um determinado tipo de peixes, denominado Crossopterígeos, conseguiu sair da água para o solo, explorando de forma tímida, o novo ambiente. Muitos deles retornaram ao habitat original. Entretanto, alguns mais competentes, conseguiram se adaptar à vida terrestre. Foi, assim, que os Crossopterígeos transformaram-se em primeiros seres anfíbios.

Após 50 milhões de anos do surgimento dos anfíbios, alguns destes se fixaram definitivamente no solo, não mais dependentes da água. Esses antigos anfíbios se transformaram nos mais variados tipos de répteis primitivos e atuais. Os répteis apresentavam um maior desenvolvimento cerebral, possuindo uma camada delgada de neurônios que envolveu o seu cérebro, a qual se denominou de córtex cerebral . O córtex veio lhe conferir um pequeno status mental, tendo em vista que a área cortical é a sede da inteligência e da abstração. Por ter ganhado um pouco de compreensão, é que existem muitas lendas e mitos sobre cobras e dragões. No período seguinte, no Cretáceo, há uns 60 milhões de anos atrás, surgiram as aves, da transformação de alguns tipos de répteis, como os dinossauros. Outros répteis evoluíram para uma nova espécie, que viria mais tarde, revolucionar e conquistar o mundo; dominando e se salientando entre os demais viventes: os Mamíferos. Estes predestinados surgiram no Período Terciário, cerca de 40 milhões de anos atrás. A notável e rápida expansão dos mamíferos e o seu completo domínio sobre as demais espécies deveram-se ao fantástico desenvolvimento do cérebro que, com eles, teve início. Os mamíferos ganharam na evolução, novas camadas de neurônios em seu córtex cerebral, formando, assim, um novo córtex: o Neocórtex. Este feliz acontecimento tornou-se a "pedra-angular" da revolução cerebral e da inteligência. Houve expansão das chamadas áreas de associação cerebral, propiciando aos mamíferos, mais inteligência que os seus antecessores répteis; inclusive, fornecendo-lhes os rudimentos do pensamento abstrato e da intuição. Deve-se salientar que esses aprimoramentos no cérebro, no decurso da evolução de uma espécie para a outra, não aconteceram em curto prazo. Cada sucessão evolutiva dos organismos e dos seus cérebros exigiu muitos milhões de anos. Continuando a evolução, os mamíferos foram se diferenciando a passos largos dos seus ancestrais. Alguns deles permaneceram estacionados em seus estágios iniciais, como os mamíferos inferiores atuais. Alguns, ainda, evoluíram para símios e primatas; sendo esta última a categoria que engloba os chimpanzés, orangotangos, gorilas e o homem. Mas, nem todos os macacos superiores continuaram evoluindo. Muitos primatas permaneceram como macacos até hoje. Um grupo privilegiado de macacos superiores, por força de peculiaridades particulares, evoluiu para humanóides, constituindo-se no primeiro grupo social humano. Os indivíduos com características humanas surgiram no Período Quaternário, há alguns poucos milhões de anos. Os primatas humanóides continuaram evoluindo até o estágio atual do homem moderno que, deixando de lado a modéstia, se auto-intitulou de "Homo sapiens sapiens" (vaidosamente, o homem se achou sábio ao quadrado!). A evolução dos homens representa a história do aperfeiçoamento do seu cérebro. A capacidade intelectual dos humanos, desde o "Homo habilis", o "Homo erectus", o "Homo sapiens" e o "Homo sapiens sapiens" expandiu-se na proporção da expansão do seu córtex cerebral ou neocórtex. Os volumes cerebrais médios do "Homo habilis" e do "Homo erectus", eram de 650 cm3 e 1.000 cm3; respectivamente. Enquanto que o nosso cérebro, hoje, possui um volume médio de 1.600cm3.


As Raízes da Violência


Apesar dos relatos de agressividade e violência apresentados nos Livros Sagrados, quando da criação e nos primeiros tempos dos Homens; não podemos situar nesses episódios bíblicos as origens da violência e da discórdia entre os seres humanos. A Ciência vem tentando demonstrar que a origem do Homem ( e de todos viventes) é o resultado de uma cadeia evolutiva que se iniciou com a matéria inanimada, em sucessivos aperfeiçoamentos físicos,químicos e biológicos, até aos nossos dias, como procuramos mostrar, de modo muito sucinto neste Trabalho. A Ciência desconhece (e, acredito que jamais venha a conhecer) os fatores ou forças que criaram os átomos ( e partículas sub-atômicas), dos quais é constituída toda matéria que compõe os seres vivos e não-vivos.

Que me perdoem os homens da Ciência; mas, creio que a matéria-prima de tudo que existe no Universo, foi criada por um Ser Superior que ensejou todas as condições materiais para a geração de todos os componentes do Universo. O Homem teria sido formado nessas circunstâncias; mas, com a intervenção divina; se não, que sentido que teria a vida? Qual o propósito da nossa existência? Que me desculpem; mas Darwin, não tem a razão toda; só uma parte dela! O Ser supremo garantiu as condições materiais e mentais para que o Homem as utilizasse em seu proveito. O resto seria por sua própria conta (e risco), tal como sucedeu no Jardim do Éden. Os resultados positivos ou negativos da vida de cada pessoa devem ser creditados ou debitados a ela; sendo de sua única e exclusiva responsabilidade os acertos e falhas de sua conduta terrena. Ao final, cada um de nós, terá de prestar contas ao criador, sobre o que fez da sua existência. Deus não deve ter criado ou mantido nenhum laço de dependência com as suas criaturas, pois lhes dotou com o mais perfeito dos equipamentos logísticos: o Cérebro.

As origens da violência se encontram bem mais perto do homem; do que ele supõe. Na verdade, elas estão mesmo é dentro dele; nos seus dois cérebros inferiores, localizados no encéfalo. Os dois cérebros antigos que vieram dos peixes, anfíbios, répteis e dos mamíferos inferiores, geram a mente arcaica que continua influenciando o nosso comportamento atual. Os acontecimentos pessoais e socioculturais, transformados em impulsos nervosos atingem eletricamente, de forma positiva ou negativa os componentes cerebrais que determinam o comportamento humano. Os estímulos negativos ao atingirem o cérebro, ativam determinadas estruturas que regulam o comportamento agressivo de cada um de nós, provocando os atos violentos. Outros fatores, além dos externos (ambientais), podem suscitar a agressividade. Estes fatores internos capazes de estimular as estruturas cerebrais, são: microorganismos,drogas,álcool,traumatismos encefálicos e as diversas disfunções neuroquímicas. Nesta segunda parte deste trabalho, analisaremos a violência do homem, como corolário da ativação das estruturas cerebrais que regulam o comportamento agressivo e sexual das espécies animais que o precederam na evolução. É uma forma didática para melhor explicarmos e compararmos os atuais comportamentos agressivos e sexuais, com os impulsos mais primordiais que lhes deram origens.


Dos Répteis ao Homem


As verdadeiras raízes da violência estão contidas no interior do nosso cérebro, desde que os primeiros répteis surgiram na terra, cerca de 200 milhões de anos atrás, no final do Período Carbonífero. O cérebro dos répteis já apresentava um cérebro mais aprimorado e espesso que o dos seus antecessores peixes e anfíbios. É sabido que a estrutura responsável pela inteligência é o córtex cerebral (embora, sabemos que qualquer atividade cerebral envolve, de forma proporcional à relevância do acontecimento), formado por uma ou mais camadas de neurônios. Quanto mais espesso e denso é o córtex, mais neurônios ele contém; conseqüentemente, mais inteligente será o seu portador. Os répteis, naquela Era, já possuíam um pequeno grau de inteligência; daí a sua influência sobre os nossos cérebros atuais. Os répteis sempre foram os animais mais agressivos da face da terra; haja vista o exemplo dos dinossauros; principalmente do Tyrannossaurus rex, portador de um cérebro razoavelmente bem dotado, que é considerado o animal mais feroz e aterrador conhecido. Não é de se estranhar que os dinossauros tenham reinado de forma absoluta por quase 100 milhões de anos. É lamentável saber e dizer que a violência do homem atual, tem muito a ver com o comportamento agressivo desses nossos antecessores ferozes. Quem primeiro alertou sobre a conexão do homem com esses animais primitivos foi Ernst Haeckel, eminente biólogo e anatomista alemão, do século XIX. Haeckel formulou a hipótese que os animais em formação recapitulam os estágios embrionários que os seus predecessores percorreram ao longo da evolução. Este enunciado ficou conhecido como a Lei de Haeckel, sustentando ele, que a ontogênese recapitula a filogênese. Embora não tenha merecido o reconhecimento geral dos estudiosos da sua época; a formulação de Haeckel continua atraente e sedutora. De fato, o Ser Humano (e, qualquer animal) em seu desenvolvimento embrionário, apresenta grandes semelhanças com os embriões de seus antepassados, conforme se nota nos desenhos feitos por aquele cientista, no século passado. Evidentemente, o cérebro de um embrião humano também atravessa sucessivas fases de transformações semelhantes aos peixes, répteis e mamíferos; assim como aconteceu há milhões de anos, durante as suas transformações evolutivas.

Em 1970, o neurocientista Paul MacLean, chefe de pesquisas dos primatas do Instituto nacional de Saúde Mental, nos EUA, anunciou os resultados dos seus estudos sobre a evolução dos cérebros. MacLean e seus colaboradores, depois de demorados e acurados estudos sobre o comportamento de um grande número de animais diferentes; concluíram que o cérebro humano é constituído de três partes que, embora interligadas, cada uma delas tem a sua própria independência funcional. Verdadeiramente, temos três cérebros em um. São três mentalidades diferentes, com características nervosas, anatômicas e químicas peculiares. O cientista norte-americano acentuou que "olhamos o mundo através de três mentalidades muito diferentes". Enxergamos o meio ambiente sob três diversas modalidades de vivências, porque o nosso cérebro é regido por mecanismos neurais que outrora, há muitos milhões de anos, comandaram os cérebros dos peixes, dos anfíbios, dos répteis, dos mamíferos inferiores, dos mamíferos superiores e, finalmente, dos homens antigos e atuais.

Por essa razão, acreditamos ser esta a causa de todos os problemas e dilemas dos seres humanos. Os conflitos deflagrados entre a mente animal e a mente humana, provocados pelos inúmeros estímulos negativos do meio ambiente; são as causa da deterioração do comportamento e da saúde dos homens e de toda a humanidade. MacLean dividiu o cérebro humano em três áreas, de acordo com a morfologia evolutiva dos componentes ancestrais de sua formação atual. São elas: o Complexo reptiliano (o cérebro dos répteis); o Complexo Límbico (o cérebro dos mamíferos inferiores) e o Neocórtex (o cérebro dos mamíferos superiores).


Os Três Cérebros


No decurso da evolução do cérebro, dos peixes ao homem moderno, os componentes cerebrais de cada nova espécie surgida, iam se acrescentando e sobrepondo-se aos componentes da espécie anterior. Como por exemplo, na construção de um edifício, quando se constrói primeiro o alicerce; em seguida, os primeiros andares; e, por último, os andares superiores ou, a cobertura. Da mesma forma ocorreu com a edificação do Encéfalo, por ocasião das sucessivas fases evolutivas, até o seu estágio contemporâneo. É importante frisar que, cada estrutura nova que foi sendo acrescida por cima da estrutura velha, não anulava ou neutralizava esta. A estrutura antiga continuava a funcionar, embora sob certo controle da nova estrutura, ou componentes.


O Complexo Reptiliano


O complexo reptiliano compreende as estruturas mais antigas do cérebro. Ele remonta aos antepassados mais arcaicos do homem. Estes componentes estão presentes nos cérebros dos peixes, anfíbios e répteis. No cérebro humano eles são representados pela medula, bulbo, ponte, cerebelo e mesencéfalo. Cada uma destas estruturas ao ser envolvida por uma nova, na transição de uma espécie para outra; sofria alguma modificação funcional, por força da influência das partes novas acrescentadas. Todavia, como já comentamos antes, a velha estrutura continuava funcionando, afetando o comportamento do novo espécime animal. Quando um determinado tipo de peixes ( os Crossopterígeos) evoluiu para anfíbio, o cérebro representativo desses peixes, continuou presente e ativo, exercendo a sua função relativa aos peixes, no comportamento dos anfíbios, embora de forma atenuada. Da mesma maneira ocorreu quando, posteriormente, alguns espécimes de anfíbios se transformaram em répteis. O novo cérebro réptil manteve funcionalmente ativo os componentes cerebrais dos peixes e anfíbios.

As estruturas do complexo reptiliano, por serem muito antigas, funcionam sob o rígido controle dos genes; sendo, assim, pré-programadas. Esses componentes arcaicos geram os comportamentos automáticos, "cegos",ritualistas e impulsivos. Naturalmente não se poderia esperar que cérebros de peixes, sapos e cobras sejam capazes de atuar de maneira inteligente, no mundo de hoje. Em verdade, tais cérebros se desenvolveram para coordenarem as funções biológicas mais simples desses organismos, como a alimentação, a procriação, a locomoção e os demais mecanismos inatos, responsáveis pela vida vegetativa de todos os seres vivos. O comportamento social capacitado pelo cérebro réptil é bem modesto; resumindo-se no comportamento agressivo (como função de ataque e defesa); na alimentação; na locomoção e no instinto sexual, com a finalidade exclusiva de procriação; o erotismo e a permissividade sexual, só vieram a ser criadas na modernidade, pelos humanos).


O Complexo Límbico


Novas estruturas vieram a ser acrescentadas ao cérebro dos répteis no Período Terciário, há mais ou menos 40 milhões de anos, quando surgiram os primeiros mamíferos. O novo cérebro mamífero, já bem mais sofisticado que o dos seus genitores répteis possui um córtex (camada de neurônios que recobre o cérebro) mais volumoso, graças ao ganho de outras camadas neuronais que, adicionada ao córtex dos répteis antecessores, tornou-se mais espesso. Mais uma vez na natureza, a evolução encobriu um cérebro com outro cérebro; como acontecera antes com os peixes e anfíbios. O cérebro dos répteis, embora envolto pelo novo cérebro não deixou de funcionar e exercer alguma influência no comportamento dos mamíferos inferiores. Foi assim que os mamíferos primitivos incorporaram ao seu repertório comportamental muitos dos impulsos instintivos dos seus progenitores evolutivos. A partir da evolução dos mamíferos, as modificações estruturais e morfológicas de seu cérebro, adicionaram-lhes novas capacidades intelectuais, como: plasticidade no comportamento; maior aprendizagem e alguma clarividência. O que mais se destacou no cérebro do mamífero inferior foi o comportamento emocional.

Podemos até dizer que os mamíferos foram os "inventores" das emoções. As emoções dos mamíferos inferiores (cães, gatos, bois, cavalos, ratos, etc.) são ainda descontroladas, por não disporem eles de mecanismos elaborados para o controle das emoções, tal como os têm os mamíferos superiores, como os primatas. É perfeitamente natural que um tigre, um cachorro, um rinoceronte, um gato e qualquer outro mamífero inferior; assim como os peixes e anfíbios; não possuam condições de controlarem a sua raiva ou sexualidade. O complexo límbico ou sistema límbico, como é mais conhecido, compreende um conjunto de estruturas cerebrais de maior importância para os mamíferos e para o homem. Ele engloba a glândula hipófise (chamada de "rainha das glândulas"), o hipotálamo, o tálamo, o corpo amidalóide, o hipocampo e outros componentes importantes. Por esta razão, o sistema límbico é a fonte da alegria, do temor, da agressividade, da violência, do altruísmo, do sexo e, principalmente, do afeto familiar. Um dos motivos de os mamíferos terem proliferado muito e conquistado o domínio da terra; é o cuidado que eles têm com as suas crias. O amor maternal é típico dos animais mamíferos. Pelo contrário, os seus ascendentes répteis, com raríssimas exceções (como nas "mamães jacarés"), deglutiam gulosamente os seus tenros filhotes. O cérebro límbico, incorporado a nós, quando surgiu o primeiro homem, é responsável, também, pela manutenção das principais funções orgânicas, como a pressão sanguínea, os mecanismos da dor, o controle da temperatura, da saciedade e de muitas outras funções, indispensáveis à vida vegetativa.


O Novo Cérebro dos Mamíferos



O cérebro neo-mamífero foi a última estrutura incorporada ao nosso cérebro pela evolução. Ele veio humanizar o cérebro das feras (pelo menos, esta foi a intenção do Criador; agora desvirtuada pelo homem desestruturado atual). Este cérebro, verdadeiramente humano é representado pelo Neocórtex; que é a cobertura cinzenta que envolve o cérebro (chamada de "massa cinzenta"). O Neocórtex é o mesmo córtex dos outros animais; porém, mais espesso, volumoso e aperfeiçoado; traduzindo um número muito superior de células nervosas. O neocórtex é constituído por bilhões de neurônios, intimamente ligados aos outros e aos dois cérebros inferiores, por meio de bilhões de ligações, chamadas: sinapses. Apesar de o neocórtex já se encontrar presente em todos os mamíferos superiores; ele é mais desenvolvido e elaborado nos primatas, notadamente, nos humanos. Um neocórtex mais aprimorado deve ter surgido há poucos milhões de ano, com os primeiros homens. De fato, foi somente no homem que o novo córtex atingiu o seu estágio de maior desenvolvimento e perfeição. O tamanho maior do cérebro humano, na proporção do peso total do seu corpo, representa a maior conquista da evolução; e o neocórtex foi o coroamento desse êxito. Nos seres humanos, as áreas de associação ideativas, expandiram-se enormemente, de forma exuberante. Estas áreas de inteligência localizam-se nos lobos pré-frontais e em algumas regiões dos lobos occipitais, temporais e parietais. Este "surto explosivo" de áreas cerebrais tão importantes para a inteligência, acontecido por ocasião do surgimento dos primeiros homens; aumentou, sobremaneira, a sua capacidade intelectual e cognitiva

O neocórtex humano adquiriu a capacidade de prever os acontecimentos futuros; de usar a lógica; de possuir uma razão; de ter bom-senso; e, principalmente, privilegiou-se com a condição de ter uma linguagem falada articulada. Os dois hemisférios cerebrais do homem são os responsáveis, direto, pela consciência ímpar que temos ou, pelo menos, todos deveríamos ter (daí a razão do nosso sofrer e penúria existencial). O Homem é o único animal que sabe que morre e especula sobre o seu próprio fim. Acreditamos que não há nenhum outro animal que alimente o sonho de viver após a morte. Também, é o único que conhece a sua própria agressividade e violência; com exceção dos casos de patologia mental. A agressividade humana, vinda dos seus dois cérebros inferiores, é analisada pelo terceiro cérebro (neocórtex) que lhe dá a consciência de ser agressivo. O homem é o animal raivoso consciente (quando ele não está consciente de sua agressividade; deve procurar, imediatamente, o seu Psicólogo).

Quando o terceiro cérebro apareceu, junto com o homem, no processo evolutivo, as novas estruturas deste cérebro envolveram, totalmente, as duas estruturas antecedentes, peculiares aos répteis e aos mamíferos inferiores. Quando se examina, macroscopicamente um cérebro humano, o que mais se vê é o neocórtex. Os dois cérebros "velhos" só poderão ser vistos se retirarmos o neocórtex. Algumas experiências foram realizadas, removendo-se o neocórtex de mamíferos superiores, como os chimpanzés. Os resultados confirmam a estratificação evolutiva do cérebro. Os animais que tiveram o córtex removido, perderam as características de sua própria espécie, passando a se comportarem de forma semelhante à espécie anterior que lhe deu origem. No homem, não é necessário retirar-se o neocórtex (nem seria humano e ético), para se verificar a sua regressão aos níveis inferiores de sua evolução. Basta que observemos a conduta animal de certos indivíduos quando embriagados, drogados, raivosos ou nos imaturos, em geral.


A Mente e os Três Cérebros


A Mente é a atividade mais nobre e complexa do cérebro. A atividade mental não é exclusiva do cérebro humano. Todo animal possuidor de um cérebro com córtex; tem, também, a capacidade e aptidão abstrativa, proporcional à expansão do seu córtex. Animais de córtex delgado como, os peixes, anfíbios e répteis; possuem pouca capacidade mental. Os mamíferos inferiores já são mentalmente mais afortunados que os seus antepassados rastejantes. Os mamíferos superiores conseguem fazer inveja aos seus genitores; pois o seu córtex é mais espesso, assemelhado ao do homem, que é a derradeira escala da emancipação mental. Nos primatas não-humanos, como os chimpanzés, a mente quase alcança a dos humanos. É muito sugestivo o fato de que um bebê chimpanzé se equivale, em inteligência a um bebê humano até a idade de 3 a 4 anos. As suas mentes guardam certa semelhança na capacidade de aprendizagem. Mas, os chimpanzés ficam só por aí mesmo. Após os 4 anos, a mente do chimpanzé deixará de evoluir e se estacionará. Enquanto que a capacidade mental do filho do homem, não cessará de se expandir e a sua mente enriquecer-se-á até o final de sua existência. No homem, o crescimento e amadurecimento notáveis das áreas intelectuais proporcionaram-lhe uma mente diferenciada que o levou à supremacia mental, dentre todos os animais portadores de cérebro. O seu novo córtex deu-lhe a capacidade e o privilégio de transcendê-lo à matéria da qual foi formado. Pela primeira vez o cérebro foi além de si mesmo, ultrapassando a barreira material, através da atividade mental dos neurônios associativos do seu córtex cerebral. Pela mente, adquiriu o homem o poder de "elevar-se aos Céus" ou, "descer aos Infernos".

No início, há uns 4 bilhões de anos, a matéria inanimada realizou o "milagre" do salto existencial. Agora, com os humanos, o cérebro, que é material, produz o que é mais perfeito e misterioso na Criação: a Mente; que não é Material ! Novamente, no Mundo, a matéria volta a ter vida, com a Mente. A mente é o "calcanhar de Aquiles" da Ciência e o "pomo-de-discórdia" da Biologia. Desde a Antigüidade que os filósofos e biólogos especulam sobre a origem e a qualidade da mente. Discutem, há séculos os estudiosos a respeito de um provável elo de ligação entre a mente e o seu cérebro. A maioria defende a sua materialidade; afirmando que ela não passa de um produto do metabolismo cerebral. Outros pensam que o cérebro, por si só, não explica a mente, por ser ela transubstancial, não se confundindo com nenhuma atividade neuronal. São os chamados materialistas e espiritualistas, respectivamente. O nosso ponto-de-vista, sobre tão polêmica e delicada questão, situa-se entre estas duas correntes de pensamento; sem deixar de abranger as duas.

Acreditamos que a mente do homem é de ordem metafísica. Quem sabe não ser aquele "sopro" divino bafejado nas narinas argilosas do primeiro homem? É bastante sugestivo o fato de que as vias nervosas olfativas, que levam o odor – das narinas ao cérebro- serem as únicas com trânsito direto para o neocórtex, que é o cérebro superior dos humanos! As vias dos outros sentidos: audição, tato, visão e gustação; antes de atingirem o córtex, passam primeiro pelo crivo e análise do tálamo. Como vimos o córtex humano ou neocórtex; é o cérebro responsável pela consciência, pela mente superior e pela alma... Que me perdoem os materialistas por tal expressão. Não obstante as suas características especiais, a mente necessita da matéria para se manifestar e, o cérebro, é o veículo e a base dessa expressão espiritual. A mente se utiliza do cérebro para dirigir a existência dos seres animados, pelos caminhos tortuosos da vida. Esses caminhos serão tão mais espinhosos, quanto menos evoluída ou aperfeiçoada for a mente. A ligação do cérebro com a mente é um dos temas mais polêmicos e apaixonantes das Neurociências. Não há concórdia sobre a existência de um elo de ligação entre os dois. Existem fortes evidências que há, de fato, um ponto de interseção entre a mente e o cérebro. Não me surpreenderia se esse ponto situar-se nas áreas de associação dos lobos pré-frontais do neocórtex ( este trabalho foi escrito em 24 de janeiro de 1992).

Vimos que somos possuidores de três cérebros harmonicamente distintos: O Cérebro dos Répteis; o primeiro que surgiu da transformação de alguns peixes, em anfíbios e destes, em répteis. O Cérebro dos Mamíferos inferiores; que sucedeu ao cérebro dos répteis, recebendo as estruturas cerebrais destes e, finalmente, temos o Cérebro dos Mamíferos Superiores que vieram depois, na evolução de alguns espécimes de mamíferos inferiores.

O cérebro do homem que é um mamífero superior que galgou o topo da evolução recebeu os componentes dos cérebros das espécies animais que o precederam durante a sua transformação, até o estágio atual de "Sapiens sapiens". Lembremo-nos que os dois cérebros agregados estão intimamente ligados entre si, e ao novo cérebro, através de incontável número de ligações nervosas. As estruturas antigas dos sois cérebros animais, continuam elaborando as suas mentes inferiores; assim como acontecia, há centenas de milhões de anos. Os motivos que nos impedem de sairmos por aí a dar "botes" nos outros; ou mesmo mordendo, azunhando e devorando (literalmente) os nossos semelhantes; se encontram no neocórtex; este componente do nosso cérebro, verdadeiramente humano. É ele que neutraliza e impede a evasão dos impulsos (desejos) pouco sociais que são gerados na base cerebral, pela mente das "feras" contidas ( ou que deveriam estar). O cérebro réptil e o cérebro mamífero inferior geram uma mente que nos é inconsciente; é o que denomino de: "Inconsciente". O cérebro humano, representado pelo neocórtex, gera outra mente, muito superior, que denomino de: "Consciente". A mente Inconsciente é a mesma que primitivamente comandava os animais inferiores e que continua interferindo no nosso comportamento interno (funcionamento orgânico); que é a sua função natural; e interferindo no comportamento externo (meio social); que não é de sua alçada (daí, o nosso grande problema individual e social). A mente Inconsciente é a responsável pelas funções orgânicas, sendo a sua atuação restrita à área biológica; não devendo se intrometer nas áreas intelectuais e sociais, que são funções superiores, privativas da mente consciente, gerada pelo neocórtex. Isto faz sentido, porque se nos comportássemos guiados pelos instintos bestiais das feras do nosso inconsciente, por certo já teríamos todos nos devorados mutuamente; embora seja isso que estamos presenciando nesta nossa Época! A natureza acumulou os três cérebros e as duas mentes no encéfalo humano, com a finalidade de cooperarem entre si, a fim de que o homem praticasse um comportamento que o conduzisse a uma vida plena de realizações materiais e espirituais.

A natureza poderia ter descartado os dois cérebros inferiores, por ocasião de cada etapa evolutiva, quando um deles foi sendo envolvido e recoberto pelos novos cérebros que lhe foram sucedendo. Porém, ao mantê-los, conservando-os com as suas respectivas funções, deu-nos prova da importância dos dois cérebros inferiores na formação do cérebro do homem. As mentes das feras ainda são úteis à mente moderna do homem. Foi com a sua mente superior que o homem se tornou um animal consciente, adquirindo personalidade própria, única, ímpar e dinâmica. Daí, sermos únicos e ímpares dentre todos os viventes. Ele, agora, é capaz de controlar os impulsos nervosos instintivos que emanam do seu tronco cerebral e do seu sistema límbico, herdados dos animais inferiores. A ilimitada capacidade de sua extraordinária mente consciente, elaborada pelo neocórtex mais desenvolvido; evita-lhe os dissabores e prejuízos da conduta cega, instintiva e desvairada dos seus distantes ancestrais selvagens. Mas, infelizmente, nem sempre acontece dessa maneira. As vezes o seu Consciente não consegue sobrepor-se aos dois cérebros e mentes animais do seu Inconsciente; resultando comportamentos irracionais...,a "marca" do nosso tempo! Constata-se que, progressivamente, um número cada vez maior de pessoas se comporta guiado pela mente Inconsciente, ocasionando prejuízos a si, à sociedade e ao Ecossistema.

A partir deste ponto, vamos usar o termo Consciente, para designar o cérebro e a mente representativa dos humanos; e o termo Inconsciente, quando nos referirmos às estruturas cerebrais e mentais remanescentes dos animais inferiores, residentes nas estruturas subcorticais do nosso cérebro. Voltando a falar do controle do Consciente sobre o Inconsciente, verifica-se que os impulsos nervosos gerados e emitidos pelos neurônios do Inconsciente devem chegar aos neurônios do Consciente, pelas vias nervosas ascendentes a fim de serem analisados, antes de serem postos em prática pela pessoa. Isto faz com que o indivíduo, por meio do Consciente, tome conhecimento das ações que o Inconsciente planeja executar. Se a ação do Inconsciente for vantajosa para a pessoa, o Consciente aprova a conduta e permite a sua execução. Por exemplo, se uma pessoa sente o desejo (impulso) de agredir outra durante uma discussão, tal desejo é resultante dos impulsos agressivos dos componentes animais do seu Inconsciente. Provavelmente, ele está reagindo da mesma maneira que agia, há milhões de anos atrás, quando atuavam nos cérebros primitivos dos nossos antepassados irracionais. Caso o desejo de agredir for uma reação de defesa e, não existir outra maneira mais pacífica de reagir, o cérebro Consciente permitirá a execução do comportamento agressivo do Inconsciente, acionando os músculos necessários à ação defensiva. Porém, se o indivíduo exagerou na agressão defensiva; isto é, agrediu mais que o necessário; ele está com o seu Consciente (neocórtex) debilitado, por não ter sido este capaz de controlar e neutralizar o excesso de agressividade do seu Inconsciente.

Em outro exemplo, tomemos o caso de uma pessoa que depreda uma vasilha de coleta de lixo ou um telefone público. Ao destruir um bem público, de utilidade para todos (inclusive para o vândalo); esta pessoa praticou a agressão, movida por seu Inconsciente. Neste caso, o indivíduo está ou é animalizado, pois o seu Consciente não foi capaz de impedir o comportamento irracional do seu Inconsciente. Ela está sendo induzida pelo cérebro animalesco e a sua personalidade está enferma, fragilizada e brutalizada. Somos fortemente inclinados a supor que o comportamento bestial está muito disseminado entre nós; o que é um grande risco para a Sociedade e a Paz Mundial, que é a triste realidade que todos nós convivemos. Se atentarmos para o comportamento das pessoas, inclusive o nosso, verificamos que, ora nos comportamos como répteis; ora, como mamíferos inferiores e ora, como humanos. Quanto mais atrasada mentalmente está uma pessoa, mais se encontra fixada na escala inferior da evolução zoológica. Nota-se que muitos se comportam como irracionais todo o tempo; outros intercalam, periodicamente, a irracionalidade com a racionalidade e, alguns poucos, se comportam conscientemente, a maior parte de suas vidas. Estes são os verdadeiros seres humanos, pois utilizam a Razão e o Bom-senso ( Produtos do Consciente) como norma geral de vida. A violência e o sexismo (compulsão sexual neurótica) tornaram-se o símbolo (patológico) do nosso tempo. Com exceção de algumas poucas sociedades tribais primitivas, não há nenhuma sociedade moderna que não esteja impregnada de violência e sexismo (sexo compulsivo); justamente os dois principais componentes do comportamento dos répteis e dos mamíferos inferiores, como as cobras, coelhos ratos e lagartos. O indivíduo agressivo é uma pessoa dominada e influenciada pelo seu cérebro animal. Um "atleta sexual" nada tem de atleta e, de sexual; é apenas um mamífero inferior, conduzido pelo seu cérebro límbico. Sexo e violência sempre estiveram unidos porque as estruturas animais que os ativam se localizam no mesmo núcleo da mente primitiva: o hipotálamo. Por tal motivo é que é comum usarmos nomes de animais, quando queremos criticar certos comportamentos alheios dos outros, notadamente as condutas indesejáveis das pessoas; ou mesmo, para caracterizarmos a beleza física e aspectos estéticos de alguém. Chamamos de:

-Animal: uma pessoa violenta, cruel ou estúpida;
-Toupeira: uma pessoa ignorante, que não aprende;
-Tubarão: um espertalhão rico;
-Bicho: qualquer pessoa raivosa, estranha;
-Verme: uma pessoa asquerosa, vil, nojenta;
-Macaco: aquele que imita os outros;
-Porco: o indivíduo que é sujo;sem asseio;
-Cobra: aquele muito esperto; entendido em um assunto;
-Burro ou Asno: o ignorante ou que não aprende nada;
-Cachorro: alguém que não tem caráter;
-Raposa: aquele que é muito esperto e sagaz;
-Rato: é o sem escrúpulos, ladrão, ignóbil;
-Baleia ou Elefante: mulher ou homem muito gordos;
-Cavalo: é o desajeitado e bruto;
-Hiena: aquele que ri da desgraça alheia;
-Gato: quem é traiçoeiro e enganador elegante;
Etc. etc.

Será mera coincidência que utilizamos tanto esses termos animalescos, quando queremos reprovar a conduta inferior e nociva dos outros? É também muito sugestivo que muitos imaturos chamem os seus pares de "bicho","cara","gato","gatinha","oncinha" e outros rótulos tão bem apropriados. Não fora a peculiar ausência de bom-senso das pessoas mais novas em idade, eu diria que elas mesmas reconhecem, inconscientemente, a própria regressão zoológica. A utilização de uma vasta nomenclatura irracional entre os humanos, para se rotularem, não deve ser por acaso ou fortuitamente, levando em consideração os postulados que ora apresentamos. Está claro que nos comportamos, vez ou outra como animais irracionais. Muitos se comportam condicionados por seus cérebros inferiores que já se tornaram, de fato, verdadeiras feras. Os comportamentos inferiores ditados pelas estruturas cerebrais dos répteis e mamíferos primitivos, têm se manifestado com muita freqüência nos humanos, nessas últimas décadas.

Os meios de comunicação, destacadamente a Televisão, têm nos mostrado, fartamente, esse comportamento infra-humano, generalizado por toda a terra. Como já citamos, temos duas mentes distintas. A mente animal e instintivo que é originada dos cérebros dos répteis e dos mamíferos inferiores e a mente racional e lógica, que se origina do funcionamento do novo cérebro, surgido com o "Homo sapiens". As duas mentes devem funcionar coordenadas e integradas, no sentido de planejar o comportamento mais apropriado à existência terrena de cada pessoa.

O funcionamento orgânico e mental adequado, só acontecerá quando o cérebro irracional (Inconsciente) se submete e se relaciona bem com o cérebro racional (consciente). Este relacionamento é concretizado por mensageiros elétricos, químicos e hormonais que se originam nos neurônios dos dois cérebros (mais, do cérebro Inconsciente). Se uma pessoa é tentada a usar as unhas e os dentes contra outra (o que não é raro nas brigas femininas), trata-se de um impulso originado do seu cérebro "velho" que está preponderando sobre o seu Consciente (neocórtex-cérebro novo). O impulso agressivo tende a passar, normalmente, pela mente racional do seu cérebro novo. A mente racional (consciente) pode aceitar ou recusar a sugestão de unhar e morder. Caso persista o desejo animalesco e o bom senso não prevalece; é sintoma que o neocórtex é, ou está incompetente para sustar os instintos irracionais da pessoa( o que é um perigo para ela e para os outros). Caso não concretize o impulso agressivo, demonstrará a fortaleza e a normalidade do seu cérebro e de sua mente conscientes. Alguém que resiste, rotineiramente, aos impulsos negativos do seu inconsciente, é uma pessoa mentalmente amadurecida e conscientizada ( é o ideal de um Ser Humano). É esta a finalidade do neocórtex humano. Por isso é que o Criador, através da natureza, presenteou os Humanos com a grande evolução de seu cérebro, até atingir o estágio da razão, da sabedoria e da lógica. Quando um indivíduo utiliza com freqüência a sua mente superior para construir e edificar, ele está demonstrando ser um verdadeiro Homem e que dignifica a Criação e o seu Criador. Quando alguém não faz uso do bom-senso, da razão e do seu Consciente; não passa de um mero organismo animal e que não se beneficiou da evolução das Espécies. No encéfalo do homem, cerca de 80% de seu volume total é ocupado pelo neocórtex. Os 20% restantes, representam as estruturas arcaicas dos répteis e mamíferos que nos antecederam.

Isso significa que o cérebro novo, aquele que representa a espécie humana é,significadamente, mais importante para a nossa vida mental individual e social. É necessário que o neocórtex, gerador da mente racional, mantenha-se forte e vigoroso, a fim de rechaçar os impulsos negativos inferiores que alcançam as suas estruturas, vindos dos instintos animais do Inconsciente. Vamos exemplificar, novamente, para a melhor compreensão desse mecanismo mental tão importante para a nossa preservação. Uma pessoa que deseja avançar um semáforo e que não tenha um motivo importante para esta transgressão; por certo está condicionado por seu cérebro irracional/animal que, enviando estímulos negativos para a sua mente consciente debilitada ( imatura); concorre com o seu ato, para por em risco a sua vida e as dos outros.


O Intercâmbio entre as duas Mentes


Já mostramos que as duas mentes do homem têm origens diferentes e utilizam-se de programas distintos de comportamento. A mente inconsciente; que abreviadamente chamaremos de INCONSCIENTE, criada pelas estruturas dos dois cérebros animais, gera impulsos nervosos que estimulam o sistema biológico que mantém o nosso equilíbrio orgânico (saúde física). A sua função é a mesma em qualquer animal: cuidar do corpo físico. Os animais por não disporem de uma mente consciente (alguns deles, como os primatas, possuem uma consciência rudimentar) como a dos humanos; não adquirem a riqueza intelectual destes e são destituídos da palavra articulada, a Fala. A mente CONSCIENTE, originada da estrutura cerebral mais recente do encéfalo ( o Neocórtex), é o expoente máximo do pensamento abstrato; da comunicação articulada; da inteligência; do raciocínio lógico e da razão. A função do Consciente é a de criar as formas mais adequadas de condutas construtivas e salutares para si, para o meio ambiente e para os demais viventes. A mente consciente veio "humanizar" o animal feroz que é o homem no seu íntimo. O Consciente é cósmico e o Inconsciente é mundano. Através do Consciente o Ser Humano se torna universal e transcendente. Ao passo que o seu Inconsciente o faz rastejar no pó, de onde veio e para o qual retornará. Esta é a abissal diferença entre as personalidades e comportamentos das pessoas. É o Consciente que engendra Homens como: Ghandi, Sabin, Jonas Salk, Fleming, Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Caxias, Carlos Gomes, Édson e muitos outros que engrandecem a nossa "Raça". O destino de cada pessoa repousa na coexistência harmoniosa do Inconsciente com o Consciente. A Humanidade e a própria sobrevivência dos homens, nunca dependeu tanto do equilíbrio entre estas duas instâncias psíquicas, como agora, que atravessamos grave crise de desequilíbrio mental ou imaturidade. Quase todos os males que acometem os humanos advém do conflito entre o Inconsciente e o Consciente individual e coletivo. A ruptura entre eles quer por razões biológicas ou fatores psicológicos; afeta mais as estruturas do Consciente; ocasionando a supremacia passageira ou permanente do Inconsciente (neste último; é a chamada loucura). Por ser responsável pelo processamento de milhares de informações visuais, olfativas, gustativas, táteis e auditivas, que lhe chegam a cada hora; e mais, ter sob a sua responsabilidade a imensa e ingrata tarefa de conduzir a pessoa, por toda a sua existência; é que torna o Consciente muito mais vulnerável à desestruturação. Assim, terá imensa dificuldade para controlar os arroubos selvagens do seu "companheiro", o Inconsciente. Quando este se sobrepõe ao Consciente, o cérebro do seu portador estará desequilibrado e ele se comportará como "fera", de modo irracional e inconseqüente Não respeitará nenhuma regra de convivência social; agirá exclusivamente voltado para o seu prazer imediato; "legislará" em proveito próprio e as demais pessoas serão apenas meros objetos, das quais procurará tirar proveito. Imaginemos milhões de veículos trafegando em nossas ruas, avenidas e rodovias, dirigidos por motoristas com o "espírito" de lobos, leões, gorilas, orangotangos, ratos, coelhos e até de porcos! Provavelmente, motoristas imaturos assim, causarão centenas de milhares de feridos e mortos por ano. Será que já estamos vendo isso? Já imaginaram se os nossos políticos, governantes e autoridades agissem assim, como ratos, cachorros, gatos, lobos e gorilas; impulsionados por seus Inconscientes cerebrais? Possivelmente teríamos corrupção e miséria à beça, neste País!

A Escala de Involução Zoológica


No tratamento de distúrbios mentais das pessoas que nos procuram, na clínica, utilizamos uma escala de avaliação patológica comportamental que denominamos de "Escala de Involução Zoológica". Criamos esta escala para verificarmos em que estágio irracional inconsciente se encontra o paciente que irá se submeter à psicoterapia. Graças à anamnese, o histórico de vida e a observação clínica, pode-se avaliar em que nível mental ele se encontra e de onde partem os impulso nervosos que o fazem comportar-se de maneira imatura, causando-lhe sofrimento e a outrem. A terapia enseja o crescimento e ascensão do nível rebaixado em que se encontra, até o nível racional e natural dos humanos. Na prática clínica é que se vê o número elevado de pessoas que se comporta de maneira irracional e imatura; causando imensos prejuízos à saúde, à economia e ao social.

Retornando à Lei de Haeckel (já descrita acima), pode-se perceber que não é somente na embriogênese que se verifica a semelhança dos humanos com os animais que lhes precederam na escala evolutiva das espécies. Não é só no físico que o homem, em seu desenvolvimento intra-uterino (embriogênese) se assemelha aos seus genitores e progenitores irracionais. A mesma semelhança se repete nas fases posteriores de sua vida extra-uterina, da infância à velhice. Obviamente, a semelhança não é mais tão física; mas, sim, no comportamento observável. Vejamos as transformações comportamentais mais notáveis, levando-se em consideração que somos originários dos peixes, que foram os primeiros portadores de um cérebro verdadeiro. Em seguida, passaremos pelas fases de anfíbio, réptil, mamífero inferior e, finalmente, chegaremos à fase de mamífero superior. Vejamos:

-Ao sair do útero o bebê humano é capaz, instintivamente, de nadar e mergulhar com desenvoltura (peixes);

-Em seus primeiros meses de vida, ele já não é mais tão aquático; todavia adora um banho demorado; convivendo bem, tanto na água, como na terra (anfíbios);

-Em seguida, o bebê rasteja com o corpo apoiado no solo (répteis);

-Após, "engatinhará", locomovendo-se sem a barriga encostar-se no chão (mamíferos inferiores);

-Em uma fase posterior, o bebê humano dará os primeiros passos na posição ereta; todavia, com freqüência usando as mãos para não cair, como apoio para a locomoção (símios);

-Mais tarde, ainda em busca da escalada rumo ao comportamento superior dos humanos, a criança passa a se comunicar por mímica, imitando os outros, tal como fazem os primatas não-humanos.

A agressividade está presente nessas fases que antecedem a postura do comportamento verdadeiramente humano. Este "homem autêntico" só virá ( ou deveria vir) com o "amadurecimento" das estruturas do "cérebro novo" (neocórtex), com as múltiplas ramificações das fibras nervosas superiores que lhe darão as capacidades do raciocínio lógico e do pensamento abstrato. Após o período da adolescência estará apto a se comportar como um Humano completo. Mas, tão somente se tiver recebido as matérias-primas para suprirem, adequadamente, o seu corpo e a sua mente: a alimentação e a educação. Caso contrário, continuará se comportando irracionalmente, guiado pelo Inconsciente das "feras" que estão enjauladas nos porões dos nossos cérebros, prontas para o ataque, ao menor sinal de debilidade do Consciente (razão). Após a idade madura, o homem inicia o seu retorno comportamental às fases anteriores do seu desenvolvimento ontogênico. Na velhice, com a senilidade, volta a se comportar de maneira inversa, como a criança que foi e como os animais inferiores que lhe deram origem: Primata Humano----Primata não humano----Mamífero superior-------Mamífero inferior----Réptil. Curiosamente, ocorre a mesma "involução" zoológica, quando a mente Consciente se desestrutura, nas doenças mentais. O doente mental, a de acordo com o grau de sua patologia, tem comportamento social assemelhado à espécie animal a qual se "fixou" ou regrediu. Reparem no comportamento exibido pelas crianças; pelos idosos senis e pelos "loucos"! Nós todos somos passíveis de regredir e progredir, temporária ou definitivamente, na escala zoológica. Não é preciso dizer que, é muito mais fácil regredir do que progredir. Progredir, exige um gigantesco esforço intelectual, com noites insones, reclusão voluntária caseira, "toneladas" de livros para ler, apostilhas, pesquisas sem fim, solidão, etc. Enquanto, para regredir (ou nunca ter progredido), basta que seja festeiro, sexista, freqüentador contumaz de botecos, irresponsável, "pendurarem-se" na Internet e, principalmente, que seja crônico telespectador de Novelas.

Existem muitos fatores que provocam e estimulam a irracionalidade no homem. As causas dessa notória desestruturação mental, bastante intensificada nos dias atuais, são as seguintes:

-Idade do cérebro;
-Genética e Hereditariedade;
-Doenças mentais;
-Educação familiar;
-Condicionamento sensorial;
-Alimentação; e
-escassez ou deficiência de conhecimento.


A Idade do Cérebro

A pessoa nova em idade não alcançou, ainda, a maturidade funcional do seu cérebro. O neocórtex é o último componente cerebral a alcançar a plenitude fisiológica. Desta forma, a mente Consciente ainda é frágil para conter os impulsos animalescos da mente Irracional, gerados no cérebro inferior (o Inconsciente). É natural que o Inconsciente amadureça muito antes do Consciente, a fim de preservar e manter a vida biológica da criança. A sua iniciação intelectual com a mente racional só se evidenciará com o desenvolvimento dos mecanismos nervosos superiores, localizados no seu incipiente neocórtex, no final da adolescência. Por esta razão é que o comportamento dos (chamados) jovens é pautado pelo descontrole emocional, pela agressividade, insegurança, conduta exibicionista e barulhenta, modismo, pela imitação e incompetência generalizada (com exceções, é claro). A irracionalidade do cérebro jovem é proporcional à etapa animal em que ele se situa ou se fixou; seja por patologia mental, ignorância, falta de cultura, traumatismos, etc. Salientamos que o comportamento irracional em crianças até a puberdade, pode ser considerado normal; pois,conforme já vimos, a estrutura cortical humana do seu cérebro ainda não se encontra suficientemente desenvolvida para se opor às investidas dos estímulos irracionais e inconseqüentes de sua mente animal.

Na gestação do Ser humano, as primeiras estruturas cerebrais a se formarem são as dos animais irracionais, na base do seu encéfalo e, as últimas, serão os componentes característicos da espécie dos humanos. Da mesma forma que o cérebro jovem não coordena e não controla os impulsos irracionais dos seus centros nervosos inferiores; o cérebro idoso perdeu parte desse controle, devido aos desgastes naturais e injúrias físicas que sofreu nas muitas décadas de estafante trabalho de manter a vida orgânica e social. É bem verdade que a sanidade mental do idoso dependerá do dinamismo ou da inércia intelectual do seu cérebro e dos cuidados biológicos que teve, ao longo da sua existência.


Genética e Hereditariedade


Como em todo órgão em desenvolvimento, a estrutura dos genes que regulam a sua formação é de importância capital para o seu futuro desempenho. Uma má formação genética do cérebro provocará danos que, conforme a sua extensão, poderão ser irreparáveis à sua anatomia, fisiologia e ao seu metabolismo. Nestes casos a deficiência cerebral provocará um déficit intelectual, reduzindo a capacidade mental, com a superioridade do Inconsciente, na conduta futura da pessoa afetada.


Doenças Mentais


As doenças mentais quando não são de origem orgânica, são provocadas por estímulos negativos do meio ambiente. As principais causas orgânicas dos transtornos psíquicos, são as mesmas que afetam o órgão cerebral, como: fatores genéticos, traumatismos físicos, alimentação deficiente ou nociva, microorganismos , toxinas, disfunções neuroquímicas , drogas e alguns outros.


Causas Psicológicas das doenças mentais


Os transtornos mentais provocados pelo meio ambiente e social, são os chamados transtornos funcionais. Isto é, o cérebro está normal; mas, a mente está doente. Embora se deva frisar que não há cérebro que agüente a sua mente enferma por muito tempo; sem que, também, não sofra efeitos patológicos concomitantes; são os chamados, efeitos psicossomáticos. As principais causas psicológicas das doenças mentais são:

a)Tensões psíquicas: a mente se desestrutura com os incontáveis estímulos negativos que penetram no cérebro,ininterruptamente, em nossa vida diária.Esses estímulos negativos do meio social que afetam o "aparelho" mental do homem, são decorrentes da insegurança; dos problemas econômicos,sociais e políticos; da competição financeira e de poder; da criminalidade e impunidade; medos estéticos; medo da morte e inúmeros outros tipos de tensões que nos afetam.


Educação Familiar


O comportamento dos pais com relação aos filhos; brigas familiares, separações, grau cultural, competição conjugal, etc. Estes fatores e muitos outros mais causam tensões mentais que são os responsáveis pelo desequilíbrio psicofísico pessoal, familiar e social. As tensões acumuladas no cérebro afligem a mente consciente porque afetam a sua base que são os neurônios do neocórtex. Estes se "desgovernam", acelerando ou retardando o seu metabolismo, com inúmeros efeitos nocivos à capacidade racional (do Consciente) da pessoa. Desta forma, há o enfraquecimento do Consciente, que se torna incapaz ou impotente para controlar os impulsos (eletroquímicos) do Inconsciente. Eles, ao aflorarem, quase sempre provocarão comportamentos nocivos à pessoa e ao seu meio social (razão pelas quais todos nós padecemos). As neuroses e psicoses são resultantes de todos estes fatores que concorrem para a cisão entre o Consciente e o Inconsciente. É como se um cão atacasse o seu próprio dono e este estivesse debilitado ou impedido para conter a fúria do seu animal. Dependendo da agressividade do cão e da fragilidade do seu dono, o cachorro poderá causar-lhe danos leves, médios e graves. A analogia com a atuação da mente Consciente e da mente Inconsciente dos cérebros humanos é bastante pertinente.


Condicionamento Sensorial


Um dos principais fatores causadores da irracionalidade humana, em nossos dias é a freqüência e a quantidade de estímulos visuais de cenas de violência, de erotismo vulgar e de bestialidades que impregnam os três cérebros e as duas mentes do homem. Os estímulos violentos e pornográficos afetam, preferencialmente, os cérebros jovens porque aqueles componentes animais são mais atuantes neles, por lhes faltarem o vigor e a experiência em seu cérebro Consciente. Na verdade, são eles, ainda, mais animais do que hominais. É importante lembrar que o sexo e a agressividade são impulsos originados no mesmo centro do cérebro irracional (animal) que é: o Hipotálamo.

Sexo e violência sempre andaram de "mãos dadas",desde o começo dos tempos. Os estímulos erótico-agressivos excitam os cérebros das "feras",gerando mais impulsos de agressividade e de sexismo(sexo compulsivo), sobrecarregando, química e eletricamente o cérebro e a mente consciente que, abalados, não poderão conter a avalanche de ímpetos agressivos e violentos. Crianças são precocemente erotizadas e motivadas à violência pelos incontáveis incentivos negativos, propagados pelos meios de comunicação, principalmente pela televisão. É bom lembrar que este Trabalho foi escrito em 24 de janeiro de 1992! Hoje, transcorridos 18 anos, a TV, com a sua globalização e trazendo para dentro das nossas casas toda espécie de degeneração, daqui e de além-mar, se tornou em maior fonte de desestruturação familiar e mental dos povos, desde as tribos do Xingu, até os habitantes no topo do Himalaia.


Escassez ou Deficiência de Conhecimento


O neocórtex por ser a estrutura cerebral que programa e orienta o comportamento social do homem, necessita conter gravados em seu neurônios, as informações do meio ambiente, afim de que a possa conduzir melhor o seu portador (a pessoa) ao longo de sua vida. O neocórtex, além do alimento material que requer o seu metabolismo, necessita, também, assimilar e gravar as informações externas que chegam até ele, através dos sentidos da visão, olfação, audição, tato e gustação. Quanto mais o neocórtex acumular conhecimentos a respeito do mundo exterior; maior capacidade ele terá para controlar e coordenar a atividade mental do indivíduo, proporcionando-lhe uma vida normal e sadia, sem grandes traumas para ele e para a sociedade. Nota-se que o conhecimento, a aprendizagem e o saber; são de fundamental importância para ao futuro da espécie humana. A evolução do Homem é decorrente da evolução da sua mente consciente; do seu Inconsciente. é o Consciente que cria e desenvolve a Tecnologia, as Artes, a Filosofia, a Ciência, etc. O cérebro consciente, através da sua mente superior é capaz de captar um número impressionante de informações ambientais, através dos sentidos. Calcula-se que as vias neurais desses sentidos sejam capazes de levar para o cérebro muitos milhares de informações por segundo; e todo o cérebro manipula milhões de impulsos neste mesmo espaço reduzido de tempo. Por isso, a ignorância é um dos fatores que mais incapacitam o Consciente, na sua função, importantíssima, de controlar os impulsos animalescos do Inconsciente.

Já se comprovou que ao se aprender algo ou adquirir-se um novo conhecimento, o cérebro cria novas ramificações nervosas, as sinapses, elos de ligação entre um neurônio e outro. O cérebro de um homem estudioso é muito mais rico de informações que muito irão beneficiar a si mesmo e aos outros. Vejam os exemplos dos cientistas que descobrem os medicamentos que previnem e curam as nossas doenças. Lembre-se da esperança e confiança que temos.

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CARLEIAL Bernardino Mendonça - Perfil do Autor:

Psicólogo-Clínico pela Universidade católica de Minas Gerais;
Estudante de Direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá, em Belo Horizonte - MG;
Escritor e Pesquisador na área da Psicobiologia.