2015-07-25

A Grande Invocação






Do ponto de luz dentro da mente de Deus,
Que a luz flua para a mente de todos.
Que a luz desça sobre a Terra.

Do ponto de amor dentro do coração de Deus,
Que o amor flua para o coração de todos.
Que Cristo possa retornar à Terra.

Do centro onde é conhecida a Vontade de Deus,
Que o propósito guie nossas pequenas vontades -
O propósito conhecido e usado pelo Mestre.

Do centro do que chamamos a raça humana,
Que funcione o Plano do Amor e da Luz
E que ele possa selar a porta onde habita o mal.

Que a luz, o Amor e o Poder
Restaurem o Plano sobre a Terra.


- Alice Bailey
(fonte: O Livro de Runas. Comentários de Ralph Blum. Tradução de Luísa Ibañez. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1991. 5 ed. p. 49)



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2015-07-21

Sabedoria penetrante






Sem uma consciência aguda de nosso sofrimento pessoal e uma determinação profunda no coração para se livrar completamente tanto desse sofrimento quanto de suas causas, não há maneira de começar a jornada espiritual verdadeiramente.

Assim como as visões repentinas e inesperadas do príncipe Sidharta sobre velhice, doença e morte o chocaram para fora do engano de ver o mundo como um lugar prazeroso, assim também todos buscadores espirituais se confrontam com a natureza insatisfatória de suas vidas tão diretamente que se tornam completamente desencantados com a condição ordinária humana.

Se não olharmos longa e duramente as verdades desconfortáveis de nossa existência impermanente, podemos facilmente desperdiçar o tempo — entre hoje e nossa morte inevitável — em buscas essencialmente inúteis, jamais se beneficiando desta preciosa oportunidade de fazer algo verdadeiramente significativo com nossa vida.

Como o tolo prisioneiro tão acostumado com sua cela que fica cego diante de todas as oportunidades de escapar, podemos estar nos condenando à estagnação espiritual e às angústias recorrentes sem fim da existência cíclica.

Ainda assim, não basta apenas ficar descontente com nossa condição atual; todos vivenciam descontentamento uma hora ou outra, mas muito poucos fazem qualquer coisa realmente significativa sobre isso.

Na verdade, os modos usuais de lidar com problemas e desapontamento o de culpar alguém por isso ou afogá-los no esquecimento, apenas aperta mais as amarras da roda do sofrimento.

O que devemos fazer é reconhecer que as verdadeiras causas de toda nossa miséria residem enraizadas em nossas próprias concepções enganadas, e que elas só podem ser erradicadas através de um insight claro e penetrante sobre a natureza da realidade.

Apenas através do cultivo de tal sabedoria penetrante será eventualmente possível alcançar liberação de todos os estados de existência condicionados pela ignorância e estar livre do sofrimento.


Jonathan Landaw & Andy Weber


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Insight e capacidade de ajudar os outros






[...] Ausência de ego é um conceito não familiar na maior parte do mundo ocidental. Não estamos acostumados a alimentar a ideia de que — ali por trás de nossos pensamentos cotidianos e atividades — a premissa subjacente de haver um “eu” é uma adição desnecessária.

Contudo, não é que absolutamente nada esteja acontecendo, de que não há absolutamente nada nem ninguém ali.

Ausência de ego significa que a nossa presunção de um “eu” (ou, na outra ponta, algo externo chamado de “outro”) como algo imutável e permanente, separado de tudo mais no mundo, é uma forma de confusão.

O ensinamento sobre ausência de ego aponta que o que nós imaginamos ser o “eu” não está lá. Mas, embora o “eu” não possa ser encontrado, nós funcionamos de qualquer modo. Não precisamos depender da ideia de um “eu” para funcionar na vida.

No final, a causa de nosso sofrimento são as ações e pensamentos apegados à ideia de um “eu” como sendo algo real, que temos que defender.

Se essa ideia for expandida para incluir tanto o “eu” quanto o restante da nossa experiência, o insight e a capacidade de ajudar os outros vão arder como uma grande fogueira.


Walker Blaine:
“The Great River of Blessings”


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O Egoísmo (II)






Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade; mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios.

A rigidez mata os bons sentimentos; o Cristo jamais se escusava; não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso; nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso.

Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações?

Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.

Começai vós por dar o exemplo; sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.

O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana.

Digo mais: não haverá segurança.

Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.


Pascal. (Sens, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 12.)


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A compaixão e a felicidade humana






Na nossa vida sempre encontramos ou cruzamos com pessoas que estão sofrendo por algum motivo. Nestes momentos todos nós somos, de um modo ou outro, tocados pelo sofrimento alheio. Isto se chama compaixão.

(...)

Eu não quero discutir aqui se a expressão "energias negativas" é a melhor para expressar o ambiente como aquele, mas o que eu posso dizer com certeza é que esta pessoa foi tocada pelo sofrimento daquelas pessoas pobres, algumas com crianças pequenas.

O fato de ela sentir esta "energia negativa" até mesmo quando estava no conforto e segurança da sua casa (que devia ser muito boa) mostra que ela costumava ser tocada com certa profundidade e não sabia bem como lidar com isto.

Mesmo as pessoas mais insensíveis são tocadas pelos sofrimentos de outras pessoas. Uma comprovação disso é que elas reagem de alguma forma a este tipo de contato, mesmo que seja apenas para virar a cabeça.

Este virar a cabeça para não ver o rosto de uma pessoa que sofre mostra que foi tocada. Ninguém é completamente insensível ao sofrimento de outras pessoas.

(...)

A diferença entre as pessoas se dá na reação a esta experiência de compaixão. A dor e o sofrimento da outra pessoa me lembra os meus medos, inseguranças e sofrimentos que eu não quero me lembrar.

Com isso, eu posso me fechar para a dor do outro para reprimir a minha dor e esquecer dos meus medos e inseguranças; ou então me permitir sentir a compaixão e assim tomar contato com as minhas dores, os meus sofrimentos e medos.

É preciso muita força espiritual e também coragem para enfrentar as minhas dores mais fundas.

Permanecer na compaixão não revela fraqueza ou de "pieguice" de uma pessoa, pelo contrário, é sinal da sua força emocional e espiritual.

(...)

É por isso que pessoas como Dalai Lama dizem que a felicidade depende da compaixão, e que para desenvolver o sentimento de compaixão precisamos cultivar qualidades como "amor, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, humildade e outras" e também "o hábito de uma disciplina interior".

(...)

Compaixão e amor encarnado em ações concretas - que buscam superar situações de opressão, dominação, marginalização, exploração ou exclusão que geram sofrimentos de tanta gente - são elementos fundamentais tanto para uma vida pessoal quanto para uma sociedade mais humana. Não se pode ser feliz sendo insensível a tanto sofrimento e dor.

(...)

Compaixão, responsabilidade e solidariedade são valores fundamentais para salvarmos o mundo e as nossas vidas do cinismo, da indiferença e da desumanização.

(...)

Elie Wiesel nos oferece uma pérola do pensamento talmúdico sobre isto: "A caridade salva da morte.

(...)

O que é a caridade?

Os vivos devem se preocupar com a tristeza ou doença do próximo. Quem não se preocupa não é realmente sensível; quem não é sensível não está realmente vivo. E este é o significado do apelo do shammash: a caridade nos livra de morrer em vida".


Jung Mo Sung
Leia na íntegra em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=30816



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O resultado da verdadeira realização






Alguns podem não compreender e se perguntar: então por que se preocupar com ações virtuosas e acumulação de mérito ou ajudar os outros? Por que gerar bondade amorosa e compaixão?

Outros podem pensar: por que não continuar realizando ações negativas, já que na vacuidade tudo é igual?

Essa é uma incompreensão grave. É um perigo, um desvio da visão. Isso é niilismo, onde o abismo engolfante da pseudo-vacuidade acena.

Quando alguém realiza o estado natural, a verdadeira natureza de todos os seres, há naturalmente uma inundação de compaixão espontânea inconcebível, bondade amorosa, consideração e empatia, porque a pessoa tem a realização de que não há um eu separado dos outros.

A pessoa então trata os outros exatamente como a si mesma. Não há motivo para aversão, apego ou exploração.

A realização espiritual autêntica é naturalmente dotada de qualidades inconcebíveis como compaixão, bondade amorosa e disponibilidade para ajudar.

Cada um é visto como a si mesmo, não uma entidade permanente independente, mas uma reunião de forças interdependente, condicionada pelo karma.

Então, a pessoa alivia o sofrimento e a angústia, onde quer que elas surjam, dentro ou fora, tanto faz se para si ou para os outros. Por que você não faria isso? Ninguém quer sofrer, certo?

Quando você realiza a verdadeira natureza das coisas, como pode não ter uma compaixão espontânea incrível por todos aqueles que não compreendem isso?

Todos os seres querem felicidade, mas, devido à ignorância, continuamente criam mais sofrimento para si mesmos. Que ótimo motivo para compaixão!

Os seres se enganam ao tomar o que é ilusório, irreal e impermanente como sendo real e permanente. Que ótimo motivo para compaixão!

Os seres vêem o que é benéfico como sendo inútil, e ignoram isso. Que ótimo motivo para compaixão!

Em todo lugar onde o sofrimento e a ilusão surgem, a compaixão aparece para libertar e aliviar os seres sofrendo com essa ilusão.

Esse é o jorro espontâneo da genuína realização da verdadeira natureza.

É como uma pessoa que vê crianças correndo perigosamente na rua e, naturalmente, vai até elas para salvá-las de um atropelamento.

Não é uma questão de refletir sobre isso. Não é uma questão sobre quem são essas crianças. A pessoa apenas age naturalmente. Isso é chamado de compaixão; e não é, na verdade, uma compaixão conceitual. É apenas a ação adequada, sanidade básica.

Esse é o comportamento iluminado espontâneo, a compaixão natural — esse é o resultado da verdadeira realização.


“Natural Great Perfection” (loc. 1282)
Nyoshul Khen Rinpoche (Tibete, 1932 – França, 1999)



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2015-07-20

CREIO






Eu creio em mim mesmo.

Creio nos que trabalham comigo, creio nos meus amigos e creio na minha família.

Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e honestos.

Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir, sem pedir antes a devida orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não acreditam no que eu acredito.

Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente, que não depende da sorte, da magia, de amigos, companheiros duvidosos ou de meu chefe.

Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar.

Serei cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo. Não caluniarei aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por ver que os outros o fazem.

Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, porque jurei a mim mesmo triunfar na vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz.

Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que às vezes ofendo os outros e necessito de perdão.

Mahatma Gandhi


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VALORES COMPORTAMENTAIS HERDADOS DOS PAIS






Na infância, raramente somos ensinados a sentir, a perceber quem somos e a falar a verdade com responsabilidade, porque a intenção dos educadores é, geralmente, a de preparar os educandos para lidar com o mundo que “enfrentarão” na vida adulta.

O protecionismo que caracteriza este jeito de "educar" produz adultos despreparados, dependentes, egocêntricos e, portanto, incapazes de lidar com as inevitáveis situações de contrariedades da convivência.

Crescemos presos às limitações da identidade criada pelos valores familiares, valores estes que nos afetam a integridade pessoal, gerando dúvidas sobre quem somos ou "deveríamos ser".

Assim, o ambiente familiar afeta positiva ou negativamente os aspectos mentais, emocionais e espirituais dos indivíduos, fazendo com que crenças e sentimentos infundidos no seio da família influenciem o comportamento das próximas gerações.

Em se tratando de crescimento humano, é essencial aprender a lidar bem com as pessoas, reconhecendo e respeitando as singularidades de cada um, mesmo que isso signifique, muitas vezes, mudar certos padrões comportamentais herdados dos próprios pais.

Quantos pais ensinaram seus filhos a serem verdadeiras "bombas-relógio", porque insuflaram neles a presunção, a prepotência e o orgulho como valores de brio, respeito e caráter!

Sem perceberem, moldaram em seus tutelados personalidades de intolerância, indiferença e desequilíbrio para a vida em sociedade.

Registramos maior resistência a mudanças de percepção e comportamento quando se trata da adoção de posturas racionais contradizentes àquelas que se aprendeu com a figura materna.

No entanto, em todos os casos, independentemente da cultura filosófico-religiosa familiar, para que haja equilíbrio emocional, é imprescindível balizar a família num contexto de respeito, tolerância, compaixão, cooperação, comunicação, apoio e verdade.

Qualquer educador que veja no seu filho um alguém melhor que as demais crianças, não o está educando; para sermos bons pais é preciso, antes, que aprendamos a vencer as nossas próprias fraquezas de vaidade e orgulho.

Toda família que não prioriza o desenvolvimento de valores morais à educação de seus integrantes contribui para a ruptura da sociedade, porquanto em meio à atual competição material, se não há, por base, valores de respeito, tolerância e afabilidade mútua, a convivência caminha a passos largos para o abismo do insuportável.

Pensemos nisso.


por Sentido da Luz


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ABANDONE A IDEIA DE VOCÊ BASEADO EM SEUS FEITOS






É um conceito difícil quando se acredita que a pessoa é o que ela realiza. Deus compõe todas as músicas. Deus constrói todos os prédios. Deus é a fonte de todas as realizações. Posso ouvir os egos protestando em alto e bom som. Mas, vá se afinizando com essa idéia.

Tudo emana da Fonte! E você e a Fonte são um só! Você não é o seu corpo, e também não é os feitos que já realizou. Os seus feitos podem ser resultado de muitas coisas, entre elas, o trabalho; mas, a sua capacidade de trabalhar, de estudar, de existir, tem sua origem na Intenção Divina, que é a Fonte!

Contudo, você é alguma coisa; você é um observador. E, se puder apreciar tudo ao seu redor, sentirá gratidão pelas habilidades que pôde acumular. Todo crédito pertence ao Poder da Intenção Divina, que lhe faz existir, e do qual você é uma parte materializada.

Quanto menos atribuir a si mesmo suas realizações, mais conectado estará com as sete faces da intenção, e mais livre será para realizar muito mais. Mas se nos apegamos às nossas realizações, e acreditamos que as conseguimos sozinhos, abandonamos a gratidão à Fonte, e nos desconectamos da sua paz.


7 sugestões para a superação do ego-orgulhoso:
https://sentidodaluz.wordpress.com/2013/11/04/7-passos-para-a-superacao-do-controle-do-ego/



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2015-07-19

A VIDA É AQUI E DEUS É AGORA! ELE NÃO É PARTE DO TEMPO






A mente humana como tal não consegue existir no presente. A menos que você vá além da mente, vai continuar sonhando acordado. A mente só pode existir no passado ou no futuro, não há com a mente existir no presente. Estar no presente é estar sem mente.

Experimente! Se houver um momento silencioso em que nenhum pensamento esteja passando por sua mente, quando a tela da consciência está absolutamente limpa, então de repente você está no presente. Esse é o momento, o momento de realidade, o momento da verdade. Mas então não há passado nem futuro.

Em geral, o tempo é dividido nestes três tempos: passado, presente e futuro. A divisão é basicamente errada, não científica... porque o presente não é parte do tempo. Só o passado e o futuro são partes do tempo. O presente está além do tempo. O presente é a eternidade.

O passado e futuro são partes do tempo. O passado é aquilo que não existe mais, o futuro é o que ainda não existe. Ambos são não-existenciais. O presente é o que existe. O existencial não pode ser uma parte do não-existencial. Eles nunca se cruzam. E o tempo é a mente. A sua mente é o passado acumulado.

Analise a sua mente, investigue-a. O que ela é? Apenas suas memórias, suas experiências passadas acumuladas. Sua mente é apenas um termo geral, um termo abrangente; ela simplesmente guarda, retém, todo o seu passado. Não é nada além disso. Se pouco a pouco você tirar o seu passado do saco, o saco desaparecerá.

Se o passado é a única realidade da mente, então o que a mente faz? Uma possibilidade é que ela fique ruminando e ruminando o passado sem parar. É o que você pode chamar de memória, de lembrança, de nostalgia. Você vai repetidas vezes para trás; repetidas vezes até os momentos passados, belos momentos, momentos felizes. Eles são poucos e raros, mas você se apega a eles. Você pode evitar os momentos feios e infelizes.

Mas você não pode ir para trás continuamente porque é inútil; a atividade parece não ter sentido, então, a mente cria uma atividade "significativa" - sonhar acordado com o futuro.

A mente diz: "Sim, o passado é bom, mas ele acabou; nada pode ser feito a respeito. Algo pode ser feito sobre o futuro, porque ele ainda vai chega". Então, você escolhe entre suas experiências passadas aquelas que você gostaria de repetir novamente e abandona as experiências que foram infelizes, dolorosas, as que você não quer repetir no futuro.

Seus sonhos sobre o futuro não são nada mais do que o seu passado modificado, mais bem arranjado, mais decorado, mais agradável,, menos doloroso, mais gratificante. É que sua mente continua fazendo, e dessa maneira você continua bem distante da realidade.

Meditação significa simplesmente alguns momentos em que você não está na mente. Você desliza para a realidade, para aquilo que existe. Esses momentos existenciais são tão extremamente extáticos que, quando você os experimenta, vai parar de sonhar acordado. 
( ...)

Torne-se um pouco mais consciente e tente trazer uma consciência cada vez mais para a realidade da vida, da existência.

Veja esta flor, não pense mais sobre aquela flor. Escute esta palavra que ainda estou falando agora, não aquela palavra que ainda vou falar. Olhe de imediato. Se você adiar ainda que por um único e breve momento, vai perder a oportunidade. E então isso se torna um hábito, um hábito arraigado em você.(...)

A Vida é aqui e agora! A Vida é aqui e Deus é Agora!

Se você estiver buscando em seus devaneios, sua busca será em vão,, porque o paraíso nada mais é que um profundo contentamento.

A mente prossegue dizendo a você: "Faça isso, seja aquilo. Possua isso, possua aquilo... Como poderá ser feliz se não tiver isto?" (...)

Se a sua felicidade for condicionada a isso você continuará infeliz. Se não conseguir ser feliz como é, não será feliz nunca.

A menos que seja feliz simplesmente feliz sem razão alguma, a menos que seja suficientemente louco para ser feliz sem qualquer razão, não será feliz nunca. Sempre encontrará algo destruindo a sua felicidade. Sempre achará que existe algo faltando, e isso que está faltando se tornará novamente um devaneio da mente.


Osho em Fama, fortuna e ambição.


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COMPARAÇÃO






A comparação gera inferioridade, superioridade. Quando você não estabelece comparações, toda inferioridade e toda superioridade desaparecem. Nessa condição você simplesmente é, você simplesmente está aí.

Um pequeno arbusto ou uma grande árvore alta - isso não importa - você é você mesmo. Você é necessário.

Uma folha de grama é tão necessária quanto a maior das estrelas. Sem a folha de grama, Deus será menos do que ele é.

O pipilar de um pássaro é tão necessário quanto qualquer buda - o mundo será menos, será menos rico se esse pássaro desaparecer.

Basta olhar à sua volta. Tudo é necessário e se encaixa em um todo. Trata-se de uma unidade orgânica: ninguém está acima, ninguém está abaixo, ninguém é superior, ninguém é inferior. Cada qual é incomparavelmente único.


Osho The Sun Rises in the Evening Chapter 4

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Comentário:

Quem foi que lhe disse que o bambu é mais bonito do que o carvalho, ou que o carvalho é mais valioso do que o bambu?

Você imagina que o carvalho gostaria de ter um tronco oco como o do bambu?

Será que o bambu sente inveja do carvalho porque ele é maior e suas folhas mudam de coloração no outono?

A própria idéia das duas árvores fazendo comparações entre si parece ridícula, mas os humanos consideram muito difícil romper com esse hábito.

Vamos encarar os fatos: sempre existirá alguém que é mais bonito, mais talentoso, mais forte, mais inteligente, ou aparentemente mais feliz do que você. E, inversamente, sempre haverá aqueles que são inferiores a você em todos esses aspectos.

O caminho para descobrir quem você é, não é a comparação com os outros, mas um exame para ver se você está realizando o seu próprio potencial, da melhor maneira de que é capaz.


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A INVEJA






O que é a inveja e por que ela machuca tanto?

A inveja é a comparação. E nós somos ensinados a comparar, fomos condicionados a comparar, a sempre comparar. Outra pessoa tem uma casa melhor, tem um corpo mais bonito, tem mais dinheiro, tem uma personalidade mais carismática.

Compare, continue se comparando com todo mundo e vai haver inveja; a inveja é uma consequência do condicionamento para que você se compare.

Se você parar de fazer comparações, a inveja desaparecerá. Então você simplesmente saberá que você é você mesmo e mais ninguém e que não é preciso se comparar.

E é bom que você não se compare às árvores, do contrário começará a ter muita inveja: por que você não é verde? E por que Deus tem sido tão duro com você - e nenhuma flor? É melhor que você não se compare aos pássaros, aos rios, às montanhas; do contrário você sofrerá.

Você só se compara com seres humanos; você não se compara com os pavões ou com os papagaios. Do contrário, a sua inveja ficaria maior ainda: você ficaria tão cheio de inveja que não conseguiria nem viver.

A comparação é uma atitude extremamente tola, porque cada pessoa é única e incomparável. Depois que você entende isso, a inveja desaparece.

Cada pessoa é única e incomparável. Você é só você mesmo: nunca houve ninguém como você antes, e nunca haverá. E você também não precisa ser igual a ninguém.

Deus só criou originais; ele não acredita em cópias.


Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo"


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AO SENTIR MEDO AME MAIS, PELA PURA ALEGRIA DE AMAR






Medo é escuridão. É ausência de amor. Você não pode fazer nada com ele, e quanto mais você fizer, mais você ficará temeroso porque assim, mais você o achará impossível. O problema se tornará cada vez mais complicado.

Se você lutar com as trevas você será derrotado. Você pode trazer uma espada e tentar matar a escuridão: você irá somente ficar exausto. E, finalmente, a mente pensará: A escuridão é tão poderosa, eis porque fui derrotado.

Aqui é onde a lógica erra. È absolutamente lógico que se você esteve lutando com as trevas e você não pôde derrotá-la, não pôde destruí-la; então, é absolutamente lógico chegar a conclusão que as trevas são muito poderosas. Sou impotente diante dela. Contudo, a realidade é exatamente o oposto. Você não é impotente, as trevas é que são impotentes.

Na verdade, as trevas não estão lá – eis porque você não pode derrotá-la. Como você pode derrotar algo que não é?

Não lute com o medo senão você ficará cada vez mais medroso: e um novo medo penetrará em seu ser, isto é: o medo do medo, o qual é muito perigoso. Em primeiro lugar, medo é ausência e em segundo lugar, o medo do medo é o medo da ausência da ausência. Dessa maneira você mergulha na loucura.

Você deu um passo errado. Medo não é nada senão ausência de amor. Faça alguma coisa com o amor, esqueça do medo. Se você amar, o medo desaparece. Se você amar profundamente, o medo não é mais encontrado.

Quando você estava apaixonado por alguém, mesmo por um único momento, havia algum medo? Ele nunca foi encontrado em qualquer relacionamento – se mesmo por um momento duas pessoas estão num profundo amor e um encontro acontece, eles estão sintonizados um com o outro, nesse momento, o medo nunca foi encontrado. Exatamente como se a luz estivesse acesa e a escuridão não fosse encontrada. Há uma chave secreta: Ame mais.

Se você sentir que existe medo em seu ser – ame mais.

Seja corajoso no amor, tome coragem. Seja aventureiro no amor, ame mais, e ame incondicionalmente, porque quanto mais você amar, menor será o medo.

E quando digo ame quero dizer todas as quatro camadas do amor: do sexo ao samadhi. Ame profundamente. Se você amar profundamente num relacionamento sexual muito medo irá desaparecer do corpo. Se seu corpo treme de medo, é o medo do sexo; você não esteve numa relação sexual profunda. Seu corpo treme, seu corpo não está à vontade, em casa.

Ame profundamente – um orgasmo sexual dispersará todo o medo que está no corpo. Quando digo que dispersará todo medo não quero dizer com isso que você se tornará valente porque pessoas valentes não são nada senão covardes de cabeça para baixo. Quando digo que todo medo irá desaparecer quero dizer que não haverá nenhuma covardia e nenhuma valentia. Estes são dois aspectos do medo.

Olhe para o seu bravo povo: você irá descobrir que bem no íntimo eles estão assustados, eles criaram uma armadura em volta deles. Bravura não é destemor, é medo bem protegido, bem defendido, blindado.

Quando o medo desaparece você fica destemido. E uma pessoa destemida é aquela que nunca cria medo em ninguém, e que nunca permite que ninguém crie medo nela.

Um orgasmo sexual profundo deixa o corpo à vontade.

Uma saúde muito, muito profunda acontece ao corpo porque o corpo sente totalidade.

Portanto, o segundo passo é amor. Ame as pessoas – incondicionalmente. Se você tiver algumas condições na mente então você nunca será capaz de amar – essas condições se tornarão barreiras.

Devido a que o amor é benéfico a você pra que se incomodar com condições? È tão benéfico, um bem-estar tão profundo que – ame incondicionalmente; não peça coisa alguma em troca. Se você chegar a entender isso, apenas por amar as pessoas você cresce no destemor, você amará! Pela pura alegria de amar!


Osho, Talking Tao


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AME: AMOR É TUDO QUE A VIDA É





A segurança nunca satisfaz — e na insegurança existe o medo, medo de perder o relacionamento. Mas isso faz parte de estar vivo.

Tudo pode ser perdido, nada é certo, e é por isso que tudo é tão bonito. E é por isso que você não precisa adiar um único momento: se quiser amar uma pessoa, ame-a aqui e agora. Ame-a, porque ninguém sabe o que vai acontecer no momento seguinte.

No próximo momento poderá não haver mais a possibilidade de amar, e você vai se arrepender pelo resto da vida. Você poderia ter amado, poderia ter vivido. Então o remorso envolve a pessoa, que sente o arrependimento e uma culpa profunda, como se tivesse cometido o suicídio.

A vida é incerteza. Ninguém pode torná-la uma certeza. Não há como torná-la uma certeza. E é bom que ninguém possa torná-la uma certeza, ou então ela estaria morta. A vida é frágil, delicada, sempre indo para o desconhecido; essa é a beleza. É preciso ser corajoso, aventureiro.

É preciso ser um jogador para mexer com a vida. Então, seja um jogador. Viva este momento, e viva-o na sua totalidade. Quando o momento seguinte chegar, veremos. Você estará lá para enfrentá-lo — como foi capaz de enfrentá-lo no passado, você será capaz de enfrentá-lo no futuro também — e será mais capaz porque terá mais experiência.

A questão não é saber se o outro estará presente no momento seguinte, a questão é: se ele estiver disponível para você neste momento, ame-o. Não desperdice esse momento pensando e se preocupando com o futuro, porque isso é suicídio.

Não gaste um único pensamento com o futuro, porque nada pode ser feito quanto a ele; portanto, é um completo desperdício de energia. Ame esse homem e seja amada por ele.

É assim que eu penso: se você viver este momento totalmente, é bem provável que no momento seguinte essa pessoa ainda esteja disponível. Eu quis dizer talvez — não posso prometer a você, apenas pode ser que ... Mas a possibilidade é maior, porque o momento seguinte será o resultado deste.

Se você amou o homem e o homem se sentiu feliz, e o relacionamento foi uma experiência linda, um êxtase, então por que ele deixaria você?

Na verdade, se você continuar se preocupando, estará fazendo com que ele a deixe, forçando-o a isso. E se você desperdiçou este momento, o próximo momento será o resultado desse desperdício; ele será detestável.

E é assim que alguém se torna previsível para si mesmo. Continua cumprindo as suas próprias profecias. No momento seguinte você diz: “Sim, eu estava dizendo desde o início que este relacionamento não iria durar. Agora está provado.” Você se sente muito bem de certa maneira; você sente que foi muito esperto e sábio.

Na verdade, você se enganou, porque você não previu nada. Você forçou os acontecimentos para que acontecessem, porque desperdiçou o tempo que lhe foi dado, a oportunidade.

Portanto, ame a pessoa e esqueça o futuro. Simplesmente livre-se do absurdo de pensar nele. Se puder amar, ame. Se não puder amar, esqueça a pessoa, encontre outra, mas não perca tempo.

A questão não é este ou aquele amante; a questão é o amor.
O amor satisfaz, as pessoas são apenas pretextos. Mas tudo depende de você, porque tudo o que fizer com uma pessoa vai continuar fazendo com outra.

Se você faz uma pessoa feliz, por que ela deixaria você? Mas se você a fizer infeliz, então por que ela não deixaria você? Se você a torna infeliz, então eu vou ajudá-la a deixar você! Mas se você a fizer feliz, ninguém poderá ajudá-la a deixar você; então, não há o que discutir; ela irá lutar contra o mundo inteiro por sua causa.

Portanto, torne-se mais feliz. Use o tempo que você tem — e não haverá necessidade de pensar no futuro; o presente basta. Deste exato momento em diante, tente viver o momento.

Use o momento, não para se preocupar, mas para viver. As pequenas coisas podem tornar-se lindas. Um pequeno carinho, uma alegria compartilhada, isso é tudo o que a vida é."


Osho, em Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros


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2015-07-17

TRABALHAR COM AMOR






... O que é trabalhar com amor?

É fazer o tecido a partir de fios que saem do seu coração, como se a pessoa que vocês mais amam fosse usar aquela roupa.

É construir cada casa com afeto, como se o ser amado fosse viver ali.

É plantar sementes com ternura, e fazer a colheita com alegria, como se a pessoa mais amada fosse comer os frutos.

É colocar em todas as coisas que vocês produzem o alento do seu próprio espírito, e saber que os mortos abençoados estão em torno de vocês, e observam o seu esforço.

... Grande é apenas aquele que transforma a voz do vento em uma canção mais doce, através da sua própria capacidade de amar.

O trabalho é amor feito visível.


Reproduzido do texto "O Trabalho e o Amor", de Khalil Gibran:
http://www.teosofiaoriginal.com/2013/07/o-trabalho-e-o-amor.html


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ENTRE O AMOR E A MEDITAÇÃO HÁ O CAMINHO PARA DEUS






Alguma vez você observou isso? Se você cruza com dois amantes verdadeiros, você verá muitas coisas parecidas neles.

Verdadeiros amantes se tornam como se fossem irmãos e irmãs. Você se surpreenderá: nem irmãos e irmãs são tão parecidos.

Suas expressões, o modo de andar, o modo de falar, os gestos - dois amantes se tornam parecidos e, contudo, tão diferentes. Isso começa a acontecer naturalmente. Só por ficarem juntos, lenta, lentamente, eles ficam sintonizados um com o outro.

Verdadeiros amantes não precisam dizer nada um ao outro - o outro imediatamente compreende, compreende intuitivamente.

Se a mulher fica triste, ela pode não dizê-lo, mas o homem compreenderá e a deixará sozinha. Se o homem fica triste, a mulher compreende e o deixa sozinho - arranja uma desculpa para deixá-lo sozinho.

Gente estúpida faz exatamente o oposto: nunca deixam o outro sozinho - ficam constantemente um com o outro, cansando e entediando um ao outro; nunca deixando nenhum espaço para o outro existir.

O amor dá liberdade e o amor ajuda o outro a ser ele mesmo ou ela mesma. O amor é um fenômeno muito paradoxal. De um modo ele o torna uma alma em dois corpos; de outro lado, ele lhe dá individualidade, singularidade. Ele o ajuda a abandonar seus pequenos eus, mas também o ajuda a alcançar o supremo Eu.

Então, não é nenhum problema: o amor e a meditação são duas asas, e elas equilibram-se. E, entre as duas, você cresce, entre as duas, você chega a Deus.


- OSHO, Philosophia Perennis, Vol. 1.


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TAO





 TAO

O objetivo da vida não é o prazer, nem o poder, nem a riqueza, nem a erudição, nem a conquista da virtude, nem a evolução espiritual.

O objetivo da vida é encontrar o TAO a cada momento, sorrir, e não mais se deixar apartar dele. O objetivo da vida é o encontro de si mesmo, ao navegar seguro com o TAO. O objetivo da vida é aprender a navegar no grande rio do TAO.

Viver é encontrar o TAO inexistente e deixar-se fluir com ele, serenamente, em meio a tempestades, se preciso for.


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Figuras que falam são reflexões, histórias, poemas ou pensamentos inspirados em imagens.
O de hoje tem desenho, frase e composição gráfica de Beatriz Del Picchia e texto do post extraído do livro Anais de um Simpósio Imaginário, de Beto Hoisel, Ed Palas Athena .

NÃO VIVA COMO UM POÇO MAS COMO UM RIO FLUINDO






Osho, porque tenho tanto medo de mudar?

Isso é natural. Sempre que você se sentir assustado, apenas relaxe. Aceite o fato de que o medo está lá, mas não faça nada com ele. Ignore-o, não lhe dê atenção. Observe o corpo. Não devia haver nenhuma tensão nele. Se não houver nenhuma tensão no corpo, o medo desaparece automaticamente. O medo cria um certo estado de tensão no corpo, para ficar enraizado nele. Se o corpo estiver relaxado, medo está fadado a desaparecer. Uma pessoa relaxada não pode ser medrosa. Você não pode assustar uma pessoa relaxada. Mesmo que surja o medo, ele virá como uma onda... Não criará raízes.

O medo chegando e indo como ondas e você permanecendo intocado por ele, é belo. Quando ele cria raízes em você e começa a crescer em você, então se torna um crescimento, um crescimento canceroso. Assim deforma seu organismo interior.

Portanto, sempre que você se sentir temeroso, uma coisa para olhar é que o corpo não deve ficar tenso. Deite-se no chão e relaxe – relaxamento é o antídoto para o medo – e ele irá chegar e passar. Você simplesmente observa.

Esse observar não deve ser de interesse – indiferente. A pessoa apenas aceita que está ok. O dia está quente, o que você pode fazer? O corpo está transpirando... É preciso passar por isso. A noite está próxima e uma brisa fresca estará soprando... Então apenas observe isso e fique relaxado.

Uma vez que você pega o jeito disso e você logo terá isso – que se você está relaxado, o medo não pode grudar em você, ele vem e passa e lhe deixa tranqüilo – assim você tem a chave. E ele virá. Ele virá porque quanto mais mudamos, mais medo virá.

Toda mudança gera medo, porque toda mudança está lhe pondo no desconhecido, num mundo estranho. Se nada mudar e tudo permanecer estático, você nunca terá medo algum. Isso significa, se tudo estiver morto, você não ficará amedrontado.

Por exemplo, você está sentado e existe uma rocha ao lado. Não há nenhum problema: você olha para a rocha e está tudo bem. De repente a rocha começa a se mover; você fica assustado. Vivo! Movimento gera medo; e se tudo estiver parado, não há nenhum medo.

Eis porque pessoas, com medo de cair em situações temerosas, arranjam uma vida sem mudanças. Tudo permanece na mesma e a pessoa segue uma rotina morta, Completamente esquecida de que a vida é um fluxo. Ela permanece numa ilha própria onde nada muda. A mesma sala, as mesmas fotografias, a mesma mobília, a mesma casa, os mesmos hábitos, as mesmas camas – tudo na mesma. O mesmo maço de cigarros; você não gostará nem mesmo de uma marca diferente. Entre isso, no meio dessa mesmice, a pessoa se sente à vontade.

As pessoas vivem quase que em seus túmulos. O que você chama de uma vida conveniente e confortável não é nada senão um túmulo disfarçado. Então quando você começa a mudar, quando você começa na jornada do espaço interior, quando você se torna um astronauta do espaço interior, e tudo está mudando tão ligeiro, cada momento tremendo de medo. Desse modo, mais e mais medo precisa ser enfrentado.

Deixe o medo estar lá. Pouco a pouco você começará a desfrutar tanto das mudanças que você estará preparado a qualquer custo. Mudanças irão lhe dar vitalidade... Mais vivacidade, alegria, energia. Então você não será como um poço – encerrado por todos os lados, estático. Você se tornará como um rio correndo em direção ao desconhecido, em direção ao oceano onde desaparece.

- Osho, Extraído de: Be Realistic: Plan for a Miracle


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A SABEDORIA DO SILÊNCIO INTERNO






Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte da sua energia vital (chi). Assim, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe, nem utilize palavras que projetem imagens negativas, porque se reproduzirá ao seu redor tudo o que tenha fabricado com as suas palavras carregadas de chi.

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada.

Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia. O universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu, porque aceita, sem condições, os nossos pensamentos, emoções, palavras e ações, e envia-nos o reflexo da nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam nas nossas vidas.

Se você se identifica com o êxito, terá êxito. Se você se identifica com o fracasso, terá fracasso.

Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteúdo da nossa conversa interna.

Aprenda a ser como o universo, escutando e refletindo a energia sem emoções densas e sem preconceitos.

Porque, sendo como um espelho, com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor com as suas opiniões pessoais, e evitando reações emocionais excessivas, terá a oportunidade de uma comunicação sincera e fluida.

Quanto mais se mostrar superior, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem. Não se dê demasiada importância, e seja humilde, pois quanto mais se mostra superior, inteligente e prepotente, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem e vive num mundo de tensão e ilusões.

Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma irá se libertar da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente, invisível, misteriosa, indefinível, insondável como o Tao.

Não entre em competição com os demais, a terra que nos nutre já nos dá o necessário. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos.

Tenha confiança em si mesmo. Preserve a sua paz interior, evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros. Não se comprometa facilmente, agindo de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação.

Tenha um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a sabedoria.

Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato.

Não saber é muito incômodo para o ego, porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão e dar a sua opinião muito pessoal. Mas, na realidade, o ego nada sabe, simplesmente faz acreditar que sabe.

Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas. Evite julgar ou criticar. O Tao é imparcial nos seus juízos: não critica ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.

Cada vez que julga alguém, a única coisa que faz é expressar a sua opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruído. Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas.

O sábio tolera tudo sem dizer uma palavra. Tudo o que o incomoda nos outros é uma projeção do que não venceu em si mesmo. Deixe que cada um resolva os seus problemas e concentre a sua energia na sua própria vida.

Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando tenta se defender, está a dar demasiada importância às palavras dos outros, a dar mais força à agressão deles.

Se você aceita não se defender, mostra que as opiniões dos demais não o afetam, que são simplesmente opiniões, e que não necessita convencê-los de nada para ser feliz.

O seu silêncio interno o torna impassível. Faça uso regular do silêncio para educar o seu ego, que tem o mau costume de falar o tempo todo.

Pratique a arte de não falar. Tome algumas horas para se abster de falar. Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do Tao ilimitado, em vez de tentar explicar o que é o Tao.

Progressivamente desenvolverá a arte de falar sem falar, e a sua verdadeira natureza interna substituirá a sua personalidade artificial, deixando aparecer a luz do seu coração e o poder da sabedoria do silêncio.

Graças a essa força, atrairá para si tudo o que necessita para a sua própria realização e completa libertação. Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre…

O poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio. Se o ego se impõe e abusa desse poder, este irá se converter num veneno, que o levará rapidamente a ruína.

Fique em silêncio, cultive o seu próprio poder interno. Respeite a vida de tudo o que existe no mundo. Não force, manipule ou controle o próximo.

Converta-se no seu próprio mestre e deixe os demais serem o que têm a capacidade de ser. Por outras palavras, viva seguindo a via sagrada do Tao.

Deste lado do mundo aprendemos a ser demasiado racionais


Texto atribuído ao taoísmo


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