2012-07-23

POESIA MÍSTICA DE JESUS







" Eu sou a vida verdadeira, e meu Pai é o jardineiro.

Corta toda a vara que em mim estiver sem produzir fruto; mas, toda a que der fruto, limpa-a para que produza fruto ainda mais abundante.

Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos falei.

Permanecei em mim e eu permanecerei em vós.

Do mesmo modo que a vara não pode produzir fruto de si mesma, se não sou a videira, vós sois as varas.

Quem fica em mim e no qual eu fico produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

Quem não ficar em mim será lançado fora com a vara e secará; recolhe-se e deita-se ao fogo para queimar.

Como meu Pai me amou assim vos tenho eu amado.

Permanecei no meu amor.

Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu também permaneço no amor de meu Pai, guardando-lhe os mandamentos.

Disse-vos isto para que minha alegria esteja em vós e se torne perfeita a vossa alegria. " ( João 15, 1 ss )



Culmina nestas palavras a mais bela poesia mística de Jesus.

A alma humana, unida a Deus pelo amor, vive da mesma seiva que circula no tronco divino de Cristo e se transfunde aos ramos humanos, produzindo fruto riquíssimo.

Para essa vida e frutificação espiritual é indispensável íntima união vital com a cepa da videira.

Vai mais além a mística divina, descendo ao tenebroso abismo do sofrimento:

Quanto mais íntima for a amorosa união dos ramos com o tronco, mais intenso será o doloroso trabalho da purificação por parte de celeste Jardineiro, para que seja elevada ao máximo a potência produtiva do ramo da videira.

Em síntese: quanto mais intenso o amor, mais veemente será a dor – e nesse amor doloroso é que reside o segredo da fecundidade espiritual.

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941