2012-01-03

AOS UMBANDISTAS








Irmãos e irmãs, não quero com este texto, em hipótese alguma ofender, menosprezar ou depreciar quem quer que seja, apenas pedir um pouco de reflexão sobre seus métodos de praticar e ensinar o mediunismo, porque ética e postura imparcial são essenciais, em tudo, na Umbanda, é vital.

É muito comum percebermos praticantes de nossa religião, já no desenvolvimento, e depois no exercício de sua mediunidade, " formatarem e manipularem suas entidades " ( e as dos outros; ) aos seu interesses e necessidades, reduzindo o Arquétipo original dos Mentores ao padrão que a " boiada" aceita.

E, isso começa nos dirigentes, aos discriminarem qualquer manifestação que saia da " caixinha " que eles decidiram ser a melhor medida. A maioria ainda tem a desfaçatez de atribuírem tal arbitrariedade e limitações aos Dirigentes Espirituais da Casa.

Concordo e sei que os médiuns em fase de desenvolvimento precisam terem seus comportamentos e forma de trabalhar com seus Guias, doutrinados. Isso não é só correto, mas necessário, afinal é quase impossível um Guia em suas primeiras incorporações manifestar um comportamento lapidado e irretocável.

É normal ter que corrigir um ou outro detalhe, contudo, isso ocorre porque o médium ( na maioria das vezes; ) não está acostumado/a a incorporar e não conhece seu Guia, precisando se afinizar com o conjunto de comportamento da Linha e Falange às quais pertence o Guia que através dele se manifesta. Outros até já trabalham com seus Guias, mas em outras denominações que não são da Umbanda. Nesses casos precisam apenas de adaptação.

Um Guia inserido nas Linhas de Umbanda sabe exatamente o que tem de fazer e como fazer, ou ele não é Guia e sim um kiumba que se faz passar pelo Guia. Se, aqui na superfície, temos o rudimento de "Escola", lá, do outro lado, ela é real, e os espírito que nelas ingressam, dificilmente fazem corpo mole, como faz a maioria dos encarnados. Isto quer dizer que: os espíritos aprendem seus Ofícios!

Muitos usam a desculpa de que é " regra da Casa ", como uma sentença vinda de cima que, se for quebrada; " ái de você!", para impor aquilo que pessoalmente acham que é o certo e o errado sobre as coisas. Jamais um filho poderá ousar contestá-lo/a em algo.

Que fique bem claro, quem precisa de disciplina é são os médiuns não os Guias!

Eu, pessoalmente, penso que quando não se admite contestação é porque não há segurança em quem dirige, pois quando um filho discorda de algo, oferece oportunidade de se aprofundar, não só para ele ( o filho ), mas para toda a Corrente da Casa, aquilo que é o correto. Isso no caso do filho estar equivocado, mas, se ele estiver com a razão, então a oportunidade é para que se reveja valores ( dirigente também cometem equívocos!- São apenas seres humanos.).

Lembro-me de uma vez em que recebi ( " uma direta de forma indireta..."), sobre o que supostamente meu Caboclo de trabalho havia dito ao dirigente sobre mim; a princípio achei graça, depois fiquei muito brava pela indiscrição, então inquiri meu Guia sobre o assunto, e ele me respondeu: " Filha, se este Caboclo tivesse tal comportamento, não serviria para ser um Guia, pois não seria um Caboclo, mas um zombeteiro necessitando de correção urgente.", neste dia o tal dirigente perdeu uma filha, já que, como o Caboclo disse ainda na ocasião " ...é lógico que não faltam médiuns bons, só não estão treinados, e creia, é mais fácil treinar um médium totalmente " cru " que corrigir um indiciplinado "

Uma mediunidade verdadeiramente disciplinada, requer respeito ás ordens espirituais, respeito ás informações dos Guias, do contrário, para que incorporá-los?

Um correto cumprimento do dever mediunico já traz implicito isso; o médium aceitará e cumprirá as orientações de seus Mentores para um melhor ajuste cármico, lembrando que isso já fora aceito pelo médium antes de ele encarnar.

É lógico que os Guias Espirituais, nas variadas roupagens fluídicas de Linhas e Falanges apresentam estilos e métodos caracteristícos das Linhas e Falange de trabalho, que não podem ser adulterados pelas preferências, gostos ou entendimento do dirigente e/ou médium!

Mas, é preciso ter respeito e entendimento quanto a uma postura diferente de um determinado médium e entidades que nele incorporam. Averiguando as razões de forma imparcial, sem o famoso sentimento de; " ele/a pensa que é melhor que eu! ", ou "ele/a está me afrontando!". Nem sempre o diferente é o errado!

Oras, ninguém sabe por qual razão ele foi levado para aquela Casa, naquele momento! Existe muitas possibilidades, como por exemplo: Aprender, reconhecer, alertar, modificar, resgatar, limpar, corrigir,etc..

Há uma presunção dos mais " experientes " de se saber tudo sobre todos, que os cegam em alguns momentos. Mesmo (n)-aqueles que de uma forma geral se mostram extraordinários.

Muitos são os que levantam e defendem a velha bandeira de que a Umbanda é plural e diversificada exatamente para validar seus desmandos, resistem de todas as formas a qualquer codificação porque quando há um código para todos, tudo o que fugir àquilo que nele estiver contido, será facilmente identificado como desvirtuamento.

Gostar da, ou querer praticar Umbanda, exige no mínimo, respeito aos príncipios de ética e moral, postura imparcial e boa vontade para uma melhor verdadeira mudança de comportamento e auto-aprendizado. Não basta ter afinidade para com nossas entidades, não basta vestir-se de branco dentro do terreiro, temos que viver a Umbanda em todos os momentos de nossas vidas.

Para finalizar, reafirmo, os Guias não precisam de nossas doutrinas rudimentares, estas servem aos médiuns, todos, que, se as praticarem já estarão de bom tamanho!


VSL