2011-10-10

A Grandeza de Alma







“Quem mais sofre tem mais para dar.”
(Jô Ann Leavell)


“Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve ( muita gente em vida.”
בראשית Gn. 50:20)


Quais são seus Valores ?
Que referências norteiam sua vida? 


Temos em ( Gn. 39 ), uma clássica ilustração de como o sistema de valores pessoais pode pesar na balança de uma sociedade.

José , filho de Jacó, mordomo na casa de Potifar, lutava contra as investidas sexuais de sua patroa, esposa de seu senhor.

Encontramos neste jovem um caráter impecável. Ele abriu mão dos prazeres efêmeros oferecidos por uma mulher sensual para não comprometer suas convicções.

Em três declarações neste capítulo, ele deixa claro quais são os seus valores. ”Ele, ao recusar disse à mulher do seu senhor: 


"-Tem-me por mordomo o meu senhor, e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” ( Gn 39.8-9). 


Na primeira declaração, ele afirmou que seria infiel ao seu patrão se aceitasse o convite da esposa dele. 

Numa segunda declaração, ele ressalta que seria infiel também consigo mesmo, pois tal comportamento não fazia parte de sua índole. 

Na terceira, ele declara que não cometeria tal pecado, pois seria infiel ao seu Deus.

O valor de caráter expresso por esse jovem, a fidelidade, estava em três níveis: Potifar (mundo esterno que no ampara), ele mesmo

( mundo interno que nos dimensiona perante o externo ) e Deus 
( medida de todas as coisas).

Muitos falam sobre determinados valores que deveriam adotar, mas que, na realidade não praticam, não inserem no cotidiano de suas vidas, como se só admitir que os têm bastasse.

Potifar não tinha a menor dúvida da fidelidade de seu servo, pois sabia que sua integridade era real, concreta, baseada em ações e não apenas em simples palavras levianas.

Há muitos religiosos que sabem exatamente o que é certo e o que é errado, mas suas ações não refletem seu conhecimento.

Valores essenciais contêm três elementos básicos: o quê, por quê e para quê. A tendência é enfocar demasiadamente o “quê”, esquecendo-se do “por quê e para quê”.

Falha-se quando não se explica por que e para que servem esses " tais" valores essenciais , tão importantes para a auto-condução na vida.

Por necessidades temporais, é comum afirmar-se em determinado valor, mas é apenas uma falsa posição externa, pois carece da sustentação interna, ou seja, as ações externas não condizem com o que é afirmado porque não são dimensionadas nem moderadas pelo interior ( alma), condição imprescindível para a auto-realização que é evoluir em D'eus.

Hoje, é comum olhar-se apenas o aspecto externo das pessoas, deixando passar os reais valores, os da alma. Potifar entregou o governo de sua casa  ao jovem José porque o via além das aparências.

Ele tornou o jovem hebreu a um seu igual, entregando lhe todos os seus valores temporais. Porém, não lhe entregou a mulher, pois ela não era um bem temporal humano, mas um semelhante cuja criação é tão divina quanto a rópria.

Quando os " ensinadores" comunicam valores a seus aprendizes, precisam ajudá-los a compreender as diferenças entre valores e Valores, e sobre a razão de estes valores serem tão importantes, desafiando-os a não aceitá-los apenas porque todos os aceitam, mas porque eles compreenderam e aceitaram como essenciais para si.