2014-04-22

A ARTE DE MEDIR








Em seu diálogo “Protágoras”, Platão escreve:

“Suponha que a felicidade consiste em fazer e escolher o que é grande; e em não fazer, ou evitar, aquilo que é menor.
Qual seria o princípio da salvação da vida humana?
A arte de medir não seria o princípio da salvação?
Ou seria o poder das aparências?
Esse último não é aquela arte enganadora que nos faz oscilar para cima e para baixo, e optar, em um momento, por coisas das quais nos arrependeremos depois, tanto em nossas ações como ao escolher entre coisas grandes e pequenas?
A arte de medir deixa de lado a força das aparências, e, ao mostrar a verdade, ensina de bom grado à alma como encontrar descanso na verdade, e assim salva nossa vida.
Será que a humanidade não reconhece, em geral, que a arte que produz esse resultado é a arte de medir? (.....)”

“Medição” é, na verdade, “discernimento”, ou “Viveka” em sânscrito.

Platão prossegue:

“... Vendo que a salvação da vida humana é reconhecida como algo que consiste na escolha correta de prazeres e dores, na escolha do que é mais e do que é menos, do grande e do pequeno, e do próximo e do longínquo, será que essa medição não é a avaliação do que há em excesso ou que falta, e da igualdade na relação entre um e outro?”

O lema do movimento teosófico afirma que “não há religião mais elevada que a verdade”. Platão, por sua vez, ensina que não existe coisa alguma mais poderosa que o conhecimento da verdade.

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Reproduzido do texto "O DILEMA ÉTICO DE S. PAULO", de Carlos Cardoso Aveline: http://www.teosofiaoriginal.com/2014/04/o-dilema-etico-de-s-paulo.html



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