2011-09-18

D E U S









O humano percorre caminhos cuja insana consciência sequer pondera observar os riscos e perdas que podem se abater sobre sua jornada.

Temos permitido ao longo dos tempos repetir padrões e vícios que subjugam nossa personalidade tão pouco elaborada em conseqüência do próprio abandono que o individuo se permitiu construir em suas experiências atreladas a buscas pessoais e materiais cujas consequências reduziu em seu coração a chama do amor que o sustentava e o supria em todas as suas necessidades.

A sociedade humana tem em sua história se permitido sintonizar-se com muitos medos que a levaram a gerar comportamentos que a afastavam de seus mais primitivos e puros sentimentos.

O homem criou a crença de que a presença divina residia em seu externo e que para chegar ate ele deveria unir-se a grupos que construíram dogmas, doutrinas, regras e condutas com as quais ele procurou se identificar. Concedeu a estas, poder ilimitado para governar seus pensamentos, sentimentos, atitudes e por fim sua própria vida.

Estes grupos agregaram-se em verdadeiras sociedades com o intuito de obterem o poder que a personalidade humana inocentemente e irresponsavelmente lhes concedeu. Neste momento surgiram as doutrinas fechadas, as religiões que se alastraram pelo planeta em fervorosa busca por fiéis que submissos e entregues a ignorância consentiram em serem conduzidos por tais sociedades.

Hoje vemos o reflexo deste controle acentuado não somente por estes grupos religiosos ou doutrinários, a estes se juntaram poderosos grupos econômicos que se aproveitando das evoluções tecnológicas impuseram a esta pobre personalidade a sedução vinda através de um pretenso bem estar que os meios de consumo podem oferecer as nossas vidas.

O domínio das religiões e doutrinas se fez tão forte no passado, que em nome de Deus algumas pessoas chegaram a retirar a vida de inocentes em favor da pretensa fé e obediência as regras impostas pelos grupos aos quais se encontram reunidas.

Mas hoje ainda vemos muitos aprisionados dentro destes padrões de ignorância, pois não se permitem viver livremente suas vidas em virtude de que as regras e condutas determinadas por sociedades religiosas ainda são extremamente eficazes em manter o individuo alienado do poder que reside em si.

Há em nossa sociedade duas energias muito perigosas que corrompem a personalidade mais desatenta e pouco instruída.

A primeira delas e a Fé, na maneira em que é desenvolvida, observem o nosso planeta neste momento, quantas religiões, credos, doutrinas e afins existem? Bilhões de pessoas se fazem presente nestes grupos onde em  muitos deles os  “conceitos” versam sobre um Deus “punidor”, ou seja, um Deus que “pune com a dor”. Neste momento permitam-me fazer-lhes uma indagação:
Que Deus é este que pune?

Não acredito neste Deus, distancio-me deste Deus e vou de encontro a um pensamento mais elevado na compreensão do Deus que criou a vida em todas as suas formas de manifestação. Se repararmos a vida a nossa volta é perfeita, a natureza, os animais e o humano são absolutamente perfeitos em sua engenharia genética, nos dons e aptidões a serem despertados. 

Se passo a aceitar  que possuo esta condição, e que Deus deseja o melhor a sua criação, não posso conceber a idéia daquele Deus que pune, não há coerência e nem racionalidade na construção daquele entendimento. 

Diante desta idéia coloco sob suspeita algumas compreensões que simplesmente incorporamos por uma educação baseada em crenças que nos foram transmitidas pelas gerações que nos antecederam e que validaram condutas pautadas por decretos aprisionadores implícitos nos est udos religiosos e doutrinários.
Quantas vezes já ouvimos tais afirmações?

“Eu estou passando por este problema porque Deus esta me castigando pelos meus erros praticados”, “Eu não merecia sofrer tanto assim, porque Deus permite que eu passe por isto?”, ou ainda, “Aquele la esta pagando todos os pegados, Deus tarda mas não falha”

Doce ilusão, se me permitem como é fácil para o ser humano colocar sobre o outro mesmo que este outro seja Deus as razões de suas experiências desequilibradas e de seus  consequentes sofrimentos. 

Nestes casos e em muitos outros o que fazemos? Corremos para buscar junto as religiões e doutrinas amparo que sustentem nossas lamurias, pois la sabemos que seremos compreendidos e poderemos ser perdoados visto que as religiões sabem que somos pecadores e que Deus pune a quem peca, certamente teremos a intervenção destes em nosso favor junto a Deus e assim em todas as oportunidades em que passarmos por estas situações correremos para pedir ajuda.

Penitenciamos-nos, fazemos promessas e em algumas vezes observamos melhoras em nossas vidas, em outras nem tanto, mas a vida segue e continuamos cometendo os mesmo erros e insistindo em sermos dependent es desta intermediação com Deus.

Mas os erros permanecem porque não procedemos em uma reavaliação interna de nossos pensamentos e atitudes, desejamos que nossas vidas mudem, que as religiões ou as doutrinas as mudem, mas  nós não fazemos nada para isso. Mantemos nossos padrões de comportamento inalterados, porque mudar da trabalho e não estamos dispostos a nos cansar com estas divagações sobre, O QUE EU SOU?
O QUE EU PENSO? QUAIS SÃO AS MINHAS ATITUDES E EMOÇÕES? NO QUE EU DEVO ME CORRIGIR?

Perguntas como estas e outras mais profundas ainda são deliberadamente deixadas de lado pelo individuo, pois este acha bem mais fácil juntar as mãos e  rezar ou pedir para alguém interceder por ele junto a Deus. A REFORMA INTERNA é fundamental para que possamos religarmo-nos com Deus e este trabalho é fruto da entrega que cada um se permite construir.

Antes de prosseguir quero deixar claro que desenvolvo este texto orientado por minha única e responsável compreensão daquilo que aqui exponho, respeitando a todas as opiniões em contrário, pois entendo que somos distintos na forma como vemos o mundo e como nos relacionamos com ele, e ainda o quanto permitimos que este mundo possa interagir e/ou influenciar sobre nossas vidas e nosso pensar.

Tornada clara esta idéia, passemos então a refletir  sobre o porque de não necessitarmos de intermediários para chegarmos a Deus.

Partirei de um ponto que entendo como prioridade na sequência desta exposição.
Sabemos que Deus se faz presente em cada um de nós por uma fagulha de luz denominada de divina presença EU SOU que fica alojada em nosso cardíaco e que nos conecta diretamente com Deus.

Então fica a pergunta: Se Deus esta dentro de cada um de nós, por que precisamos de representantes para estabelecer este contato? Por que alguém tão humano quanto Eu pode me representar junto a Deus, enquanto que o maior interessado neste contato que sou eu, não pode?
Você já se permitiu fazer esta pergunta?

Acredito que esteja na hora de tomarmos consciência de que o contato com Deus esta e sempre esteve aberto dentro de nós, mas que por conduções e manipulações externas  desenvolvidas com nosso consentimento deixamos de acreditar que possuíamos esta condição.

Agora teremos que recuperar este poder  sem perda de tempo, sem medos e com muito amor por nós mesmos. Podemos estar em qualquer lugar, seja na terra, no mar ou no ar e estabelecermos esse contato instantâneo entre o nosso Eu Divino e Deus.

Onde esta a dificuldade nisto lhes pergunto?

Sem que necessitemos de orações decoradas,  rituais ou qualquer outra forma de intermediação, basta dizer, “Deus sou teu filho preciso falar contigo”, faça a oração que vem de teu coração, com as tuas palavras e por mais rico ou pobre que seja o teu vocabulário ele vai te entender, tente, faça o teste, comece agora não deixe para depois, ele vai nos ouvir com certeza, talvez nós  é que tenhamos inicialmente dificuldade em ouvi-lo,  mas o contato acontece independentemente de que consigamos perceber.

Não construa julgamentos, culpas ou qualquer outro tipo de interferência que possam aos seus olhos ser empecilhos neste contato. Todos NÓS erramos “n” vezes ao longo de nossas vidas e mesmo assim continuamos a receeber de Deus a oportunidade de estarmos aqui e aprendermos o que não conseguimos aprender no passado e que infelizmente ainda nos mantém presos a estes acontecimentos. 

Não é Deus que nos obriga a estarmos aqui passando pelas experiências as mais diversas, somos nós mesmos que desejamos voltar e vivermos realidades que nos possibilitem corrigir os erros daquele passado desequilibrado que geramos por nossas escolhas ausentes  de Amor.

Dessa forma chegamos ao entendimento que Deus não castiga, a decisão de passarmos pelas provas que se colocam em nosso caminho é uma escolha nossa isto tem que ser bem compreendido por todos nós.

Fica mais fácil de entendermos se compararmos a vida com o nosso processo de aprendizado escolar, se não aprendermos as lições da série em que nos encontramos teremos que repetir as mesmas lições no ano seguinte, portanto a escola da vida também nos apresenta repetições de lições mal aprendidas.

A fé é importantíssima em nossa jornada, e esta deve ficar muito bem guardada em nosso coração, não há porque concedermos ao externo o poder sobre o que vibra em nós. As religiões, doutrinas, seitas ou o que mais existir somente terá validade se respeitarem a fé que pulsa em nós sem que gerem manipulações ou aprisionamentos

Não estou aqui afirmando que devemos abandonar as religiões para aqueles que as seguem, esta é uma escolha e direito inalienável do ser e a ninguém compete o direito de  impedir tal decisão.

Minha intenção é a de contribuir para que possamos incorporar como prática comum em nossas vidas a capacidade de PENSAR, REFLETIR e avaliarmos concretamente o que nos acrescenta e enriquece as nossas vidas. Este texto, será que tem alguma validade para você?

Deus esta em todo o lugar, agora mesmo esta sentado junto a você no momento em que le este texto, olhe para dentro de si e o vera igualmente, sinta, se permita sentir Deus dentro de você. 

Sinta o quanto ele te ama, o veja em teu amigo, em teu filho, em teu amor, em teu inimigo, em teu desafeto, no animal de estimação que acompanha você neste momento, nas folhagens e flores que enriquecem o teu lar e a vida sobre a terra.

Então lhes faço a ultima pergunta neste momento:

EU PRECISO DE QUE MESMO PARA ME CONECTAR, FALAR COM DEUS?

Permitam-me responder:

EU, VOCÊ E QUALQUER PESSOA
PRECISAMOS APENAS DE NÓS MESMOS E DE, ABSOLUTAMENTE, MAIS NADA.
AME O DEUS QUE VIVE EM VOCÊ E O QUE VOCÊ VE NO OUTRO, POIS É O MESMO.




Roberto Velasco, in
Instituto Adamantino