2014-05-17

Resistência ao Mal








Na lição 62, denominada "Resistência ao Mal", do livro Vinha de luz, do espírito Emmanuel, pela pena de Chico Xavier, aprendemos que Jesus nunca nos pediu que nos calássemos diante do mal.

Emmanuel mostra que as falsas interpretações rondam até hoje as palavras do Mestre, porque pessoas mal informadas ou mesmo de má-fé, querendo perpetuar uma atitude de passividade daqueles que se dizem cristãos, insistem em confundir as mentes com palavras que distorcem o sentido original da mensagem e das ações de Jesus de Nazaré.

Jesus foi um homem extraordinário não somente pela caridade que exemplificou, mas também pela coragem que demonstrou, ao jamais compactuar com o mal.


Nunca violentou ninguém, porém nunca deixou de apontar os erros onde eles estavam: "...raça de víboras e de ladrões " disse eles a uns ... a outros chamou de " túmulos caiados de branco por fora e cheio de podridão por dentro. "

Tais palavras demonstram que não admitia a conivência com o erro. Apesar dessas palavras fortes, constatamos com tristeza que ainda hoje, no movimento espírita, há quem acredite num Jesus nefelibata!

Pessoas muito inteligentes, conhecedores do poder dos símbolos, na impossibildade de destruir a mensagem de Jesus, trataram de distorcer a sua imagem, tornando-o um deus e uma pessoa alienada pela indiferença com o mal imperante.


Projetaram a imagem de uma ser que vive nas nuvens, numa serenidade impassível; como se a bondade não fosse capaz de se indignar.

Ao fazerem dele um deus, quiseram afirmar que tudo que ele fez não poderia ser repetido por nós. Deuses são imortais e infinitos, e nós meros mortais.

Para que se preocupar, então, em praticar os seus ensinos, já que não conseguiriamos mesmo? eis o que intentaram e conseguiram incutir em muitas mentes, inclusive naquelas que de posse de conhecimentos libertadores, tais os do Espíritismo, se vinculam a essas representações ultrapassadas e enganadoras.

Vemos com muita preocupação, que na atualidade, na medida em que cresce a aceitação, pela sociedade, da doutrina enviada pelos espíritos para a libertação das consciências, aumenta a quantidade dos profitentes que a utilizam para aprisionar estas mesmas consciências em algemas de algodão.

Pretendem os tais profitentes mudar o mundo sem que a sua tranquilidade seja afetada, sem que a sua "boa imagem social" seja manchada, porquanto, mesmo que o mal circule entre eles, finjem que não o veêm.

Assim não precisarão agir com firmeza, a mesma que Jesus sempre demonstrou. Querem um evangelho fofo, sem as asperesas da luta necessária.

Criticar jamais! dizem eles. Não porque a crítica seja um mal, mas porque a crítica feita os pode "deixar mal" diante dos confrades.

Numa tentativa de continuar essa interpretação mediocre do ensino do Mestre, sempre que alguém aponta os erros dos dirigentes, lideres de instituições espíritas silenciam, pendando que assim praticam a "caridade do silêncio".

Nestas situações, este somente depõe contra eles. Quem cala consente. Esquecem que, como dirigentes estão a serviço de uma coletividade e devem prestar contas dos seus atos, pois não lidam com coisa própria, e sim coisa pública.

Quando silenciam nem praticam a caridade e menos ainda evitam a expansão do mal. Apenas demonstram o quanto estão desinformados quanto as suas respondabilidades.


Da mesma forma, escritores que se dizem espíritas lançam as suas idéias equivocadas de paz e de fraternidade; escrevem laudas e mais laudas.

Como se todos estivessem sendo atingidos, acusam sutilmente o "agressor" e alguns lhe aplicam "carinhosos epítetos": maledicente, mentiroso, revoltado, invejoso, e outros nem tão singelos.

O pior disso tudo é que em muitos reconhecemos a boa-fé, pois parecem acreditar sinceramente no que afirmam! Mas para tudo há um tempo, e o do entendimento também chegará para eles.

O triste é que somente perceberão o erro interpretativo em que labutam quando o mal que viram, mas não quiseram enfrentar, os atingir nos próprios sentimentos.

Nesta exata época em que vivemos, no inicio da implantação do Espiritismo na Terra, estamos estabelecendo uma organização que começa a repetir em quase tudo os erros cometidos pela igreja católica. O momento é de alerta. Temos tempo, porém, de mudar o rumo.


O mentor de Chico, no entanto, reforça aquilo que sabemos mas insistimos em não aceitar, talvez por alimentarmos ainda o comodismo em nossas almas: não vale revidar mal por mal, o que não significa que não devamos reagir a ele; ao contrario devemos agir contra o mal, fazendo o bem.

A lição em tela parte do capítulo 5, versículo 39 do evangelho de Mateus, quando Jesus ensina: "Eu porém, vos digo que não resistais ao mal."
  • Os expoentes da má-fé costumam interpretar falsamente a palavras do Mestre, com relação à resistência ao mal.
  • Não determinava jesus que os aprendizes se entregassem, inermes, às correntes destruidoras.
  • Aconselhava a que nenhum discípulo retribuísse violência por violência.
  • Enfrentar a crueldade com armas semelhantes seria perpetuar o ódio e a desregrada ambição no mundo.
  • O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.
  • Em razão disso, a atitude requisitada pelo crime jamais será a indiferença e, sim, a do bem ativo, enérgico, renovador, vigilante, operoso.


A indiferença é a atitude que representa o contrário do amor. Muita gente pensa que o contrário do amor é o ódio, mas não. Ser indiferente é ser insensível.

Há indiferença se as nossas forças afetivas não são mobilizadas, nos impulsionando à ação, quando o mal se nos apresente.

Ser indiferente é ser omisso; é agir justamente no sentido contrário ao que Jesus indicou. Por isso Emmanuel não se restringe a dizer que o Bem deve ser ativo.

Consosante a lição de Emmanuel, concluimos que diante do mal que se espalha a atitude do espírita sincero e atento deve ser sempre a do Bem enérgico, renovador, vigilante, operoso.




Lição 62, Resistência ao Mal,
do livro Vinha de luz,
espírito Emmanuel,
médium Chico Xavier


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