2012-04-14

Vale a pena conferir o filme "Área Q"







Para ciência de nossos irmãos.

Vale a pena conferir o filme "Área Q", filmado aqui no Brasil (Quixeramobim, Ceará) .


A exemplo de outros filmes de tema espírita, "Área Q" segue linha semelhante.


Segue abaixo, o link para assistir o trailler. A conferir.

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/critica-area-q
http://veja.abril.com.br/multimidia/video/critica-area-q


Átila Nunes

A luz é eterna para quem tem fé



2012-04-12

Temos o que damos







Podes guardar o pão para muitos dias, ainda que o excesso de tua casa signifique ausência de essencial entre os próprios vizinhos; todavia, quando puderes, alonga a migalha de alimento aos que fitam debalde o fogão sem lume.

Podes conservar armários repletos de veste inútil, ainda que a traça concorra contigo à posse do pano devido aos que se cobrem de andrajos; no entanto, sempre que possas, cede a migalha de roupa ao companheiro que sente frio.

Podes trazer bolsa farta, ainda que o dinheiro supérfluo te imponha problemas e inquietações; contudo quanto puderes, oferece a migalha de recurso aos irmãos em necessidade.

Podes alinhar perfumes e adornos para o uso à vontade, ainda que pagues caro a hora do abuso, mas, sempre que possas, estende a migalha de remédio aos doentes em abandono.

Um dia, que será noite em teus olhos, deixarás pratos cheios e móveis abarrotados, cofres e enfeites, para a travessia da grande sombra; entretanto, não viajarás de todo nas trevas, porque as migalhas de amor que tiveres distribuído estarão multiplicadas em tuas mãos como benção de luz.


Por: Meimei
Através de Chico Xavier




2012-04-07

PERDÃO E RESGATE







E descemos nós ao vale das sombras e tristezas da consciência humana...

O cavalinho – projetor * seria a antena necessária para chegarmos e ajudarmos muitos espíritos paralisados e doentes no tempo.

Logo que chegamos ao local, um casebre bem no meio de uma infindável escuridão, os espíritos amigos começaram a fazer - se presente auxiliando - nos ao préstimo da caridade e do auxílio extrafísico que ali ocorreria.

Muito irmãos começaram a ser trazidos, e acoplado mediunicamente ao cavalinho - projetor, eu ministrava passes, "misturando" a minha energia com a dele, utilizando – se da energia mais densa dele para alcançar o corpo espiritual desses nossos irmãos mais necessitados*....

A verdade é que muitos e muitos espíritos fizeram - se presente, alguns viciados em drogas, outros suicidas e alguns ainda assassinos que apenas colhiam o seu próprio ódio em relação à vida.

Todos que lá estavam, foram curados e levados a um hospital extrafísico, pelo qual nós estávamos trabalhando em conjunto nesse momento. O hospital chama - se Luz e Amor de Inaê * e tem como padroeira espiritual a nossa amada Mãe das águas, a encantadora Iemanjá...

Estávamos quase terminando a assistência quando um homem de aparência velha e extremamente surrada se fez presente a nossa frente. Trajava roupas velhas, parecendo ainda roupas da fidalguia correspondente ao séc XVIII e começo do dezenove. Era barbudo e tinha muito sangue na face, trazendo mutilações terríveis na área genital e na mão direita...

Estava totalmente louco e não conseguia falar “coisa com coisa”, apresentando um estado de dementação avançada.

Com o começo da aplicação da energia e do ectoplasma do projetor - cavalinho para a reconstrução de seu corpo espiritual, eis que como num relâmpago sua consciência aumentou e ele por algum motivo que desconheço, pareceu me reconhecer e aos prantos pedia perdão.

O cavalinho - projetor a nada entendia, enquanto eu, estava extremamente surpreso com a lembrança, daquele homem que a muitos e longos anos tinha cruzado o meu caminho....

A verdade é que o homem era um antigo senhor de engenho, que cometeu todos aqueles abusos que nós já estamos cansados e porque não tristes de saber.

Ele agora voltaria a luz da alma através de um antigo negro, raça que ele tanto perseguiu e abusou. Mas tudo tem seu momento certo, e o dele tinha chegado. Por anos a fio guardei muita mágoa e ressentimento desse irmão, mas hoje já não mais o tinha.

Quando eu vi sua face molhada, amarguradamente triste e arrependida, me lembrei em uma fração de segundos do dia em que triste, muito triste, isolei - me em uma praia na tentativa de fugir e esquecer do mundo.

Quantas vezes nós não fazemos isso? Queremos simplesmente fugir e a tudo esquecer.

E foi nessa praia que a minha linda Inaê apareceu e me disse que deveria perdoar e amparar aqueles que derrubavam meus irmãos, pois assim aprenderia o valor do amor e da fraternidade...

E foi pensando nisso que uma prece a linda sereia do mar eu fiz em favor daquele irmão sofredor que há muito tempo tinha sido meu desafeto, mas a pouco, graças ao encanto da sereia eu tinha perdoado e agora resgatava de um buraco trevoso.

E em certo momento de minha prece, um clarão azul índigo apareceu e a tudo iluminou naquele vale de desolação e tristeza...

Era linda, parecia ter asas, era ela a minha querida Iemanjá - Inaê minha mãezinha... Ela veio e sorrindo tocou a minha fronte, sabia que estava contente por minha mudança de sentimento.

Olhou aquele espírito que sofria como um filho com um amor maternal e imensurável nos olhos. O colocou em seus braços adormecendo - o suavemente. Então Ela a grande Mãezinha do meu coração virou - se e disse:

_ Hoje você sabe o que é amor e o real sentido de perdoar. Hoje a Lei e Justiça de Deus venceram novamente e eu acolho um filho por amor do Criador.

Hoje mais um dos filhos de Deus volta a sua casa, a luz da compaixão, perdão e amor. Graças ao seu coração puro e generoso a criação embelezou - se um pouco mais e uma consciência divina voltará a caminhar rumo ao Pai. Aprende filhos e filhas aqui reunidos que o sofrimento não é algo que Olorum espera de vós.

Ele quer filhos divinos alegres e felizes. Aprende também que apenas o Amor e a Compaixão vencem. Aprende que a Justiça e a Lei Divina se impõe às vezes pela dor apenas para no final encontrar e despertar o Amor...

E de Si uma intensa irradiação partiu, curando e recolhendo centenas e centenas de espíritos que viviam naquele umbral consciencial. Num clarão azul recolheu a todos e num piscar de olhos sumiu, levando a todos dali. Ainda a percebi em um último momento, dizendo:

_ Obrigado filho da luz do meu coração por permitir que o perdão nascesse no mais íntimo do seu ser e manifestasse - se como o mais bonito presente que você poderia me dar...


(Sepe, projeção mais intuição do pai Antônio! Abraços)


_________________
Notas:


Cavalinho – projetor*: Nome carinhoso pelo qual o preto – velho (da história) chama seu médium quando este encontra – se projetado em uma experiência de resgate extrafísico fora do corpo.

(...)Necessitados*: O projetor devido ao cordão de prata apresenta energias e padrão vibratório mais denso, o que faz com que ele seja ótimo instrumento para o auxílio extrafísico. Além disso o ectoplasma, substância produzida apenas pelo espírito encarnado, bastante densa e muito importante em trabalhos como esse, é levado até o local onde está ocorrendo o resgate também através do cordão de prata.

*Inaê: Um dos muitos nomes para Iemanjá. Mais utilizado pelos povos bantus. (Angolas e Congolenses)





Tomando um novo rumo






" Até que a mente e o intelecto estejam em sintonia, o coração não pode funcionar bem.

As coisas velhas, quando guardadas no coração, influenciam a mente. Mas o intelecto pode acalmar a mente através do entendimento e da razão.

Isso faz com que a mente experimente a paz e o coração experimente a cura.

A mente funciona bem quando o coração está curado. Com um coração forte nada pode influenciar a alma. "  
(Dadi Janki – Brahma Kumaris)

Diante da realidade em transformação, muitas pessoas sentem-se compelidas a encontrar um novo rumo para sua vida.

Algumas são impulsionadas em direção a algo novo, a partir de um anseio interno; outras buscam mudar, porque aquilo que funcionou até aqui se esgotou.

Outras ainda são quase que forçadas a mudar por algum evento externo. Qualquer que seja a razão, os tempos pedem mudança.

Mudar significa que devemos deixar algo para trás. E, às vezes, o que precisamos deixar para trás é algo que amamos e que prezamos. Algo que nos trouxe muita alegria, que nos trouxe reconhecimento e sucesso, seja por um breve momento ou por um longo período. Algo que vai nos deixar saudades.

Nestes casos, o desapegar-se é muito mais desafiante, razão pela qual tendemos a enfatizar os aspectos negativos, acreditando que isto nos ajuda no processo de desapego.

Deixar algo para trás é, certamente, um grande desafio. Mas não há necessidade de denegrir nossa experiência.

É preciso ter em mente que, quando desqualificamos uma experiência de nossa vida, é a nós mesmas que estamos desqualificando. E mais, não apenas nos desqualificamos, mas também deixamos de usufruir dos ganhos que toda experiência propicia. Assim, perdemos duas vezes.


Perdemos algo que fez parte de nossa vida e sempre fará, pois não há como desfazer aquilo que vivenciamos, apenas podemos aprender e transformar. E perdemos valor próprio, porque não nos responsabilizamos por nossa vida e nossa trajetória, deixando de acumular saber.


Não há algo que seja ruim em si. Vivenciamos os acontecimentos como bons ou ruins, baseado em nosso julgamento pessoal e nas nossas crenças, mas tudo tem algo para nos ensinar.

Quando algo ou alguém nos incomoda ou nos deixa insatisfeitas, isto apenas significa que temos algo a aprender e a transformar.

Não é tarefa de ninguém facilitar nossa vida ou nos deixar feliz. Ninguém é obrigado a atender nossas expectativas. E isto não significa que não as tenhamos ou que não as devemos ter.

Como seres humanos, temos sempre muitas expectativas em relação à vida e aos acontecimentos.

São nossas expectativas que nos impulsionam para diante. E nos frustramos, quando as coisas não acontecem do modo como gostaríamos.

Cabe a cada um de nós buscar meios e recursos para atender às próprias expectativas. Claro que, entre estes meios, incluo pessoas e circunstâncias que podem nos complementar ou auxiliar na realização das nossas expectativas.

E é sempre muito bom quando encontramos pessoas e ocasiões apropriadas! Mas é nossa tarefa encontrá-las.

O mais curioso é que sempre o fazemos, tendo consciência disto ou não. Mesmo quando parece que nos envolvemos com a pessoa errada, seja em uma relação amorosa, uma relação profissional ou simplesmente alguém que vai nos prestar um serviço pago, geralmente é a situação mais apropriada para aprendermos aquilo que precisamos aprender.

E por isto, é importante nos responsabilizarmos não apenas pelos sucessos, mas principalmente pelos infortúnios.

Vamos entender isto melhor. Nossa personalidade – nosso ego – é a roupagem que usamos para transitar pela vida neste planeta. Quanto melhor o material da roupa, quando mais bem estruturada, projetada e cuidada é a roupa, melhor vamos estar vestidas.

Pode ser uma roupa simples ou refinada, não importa. Mas, se deixamos que o vestido decida para onde vamos, quando vivemos nossa vida de acordo com a roupa que vestimos, então abrimos mão do nosso caminho.

Permitir que as circunstâncias decidam como vivemos nossa vida é o mesmo que deixar a roupa que estamos vestindo decidir para onde vamos. Às vezes podemos gostar da festa em que nos leva, mas outras vezes talvez gostaríamos de estar em outro lugar, com outras pessoas, fazendo outras coisas.

Seja qual for a roupa que estivermos vestindo, não é ela que deveria estar ditando nossa trajetória. Quem decide nosso caminho é a alma. Aquela parte de nós que escolheu as experiências que vamos viver durante esta viagem pela vida terrena.

Foi nossa alma que escolheu a roupa que estamos vestindo, porque ela é a mais apropriada para aprendermos aquilo que viemos aprender. Apenas precisamos nos conscientizar disto.

Ao programar uma viagem, escolhemos o destino, a empresa com que vamos viajar, em que acomodações vamos nos hospedar, o que gostaríamos de ver e conhecer.

E seguimos nossa viagem, que nunca será como imaginamos, porque muitas coisas imprevistas acontecem ao longo do caminho.

Algumas delas incômodas, outras prazerosas. E precisamos encontrar uma solução para cada uma delas.

No final das contas, são as soluções que encontramos a cada momento que darão o sabor à nossa viagem. E vão enriquecer nossa experiência.

Quando escolhemos ficar com o aspecto negativo das situações, alimentamos nossa frustração, nossa raiva, nosso desvalor.

É importante nos conscientizarmos que, quaisquer que tenham sido as desventuras na nossa trajetória, elas contribuíram para que chegássemos até aqui. E por esta simples razão convém que sejamos gratos por isto.

Todas as nossas experiências, sejam prazerosas ou desastradas, sejam intencionais ou inconscientes, sempre farão parte do nosso ‘pacote de poder’, este conjunto de experiências que impulsionam nosso crescimento.

Quando desqualificamos nossas experiências, estamos nos

desfazendo de nosso próprio poder. Para que possamos assimilar todas as nossas experiências e transformá-las em recursos pessoais, precisamos primeiro apreciar o poder que contêm e depois deixá-las ir sem ressentimento.

Isto desintoxica o coração e abre espaço para sentimentos expansivos, de amor, de felicidade, de valor. Isto nos torna mais flexíveis e habilidosos em lidar com situações desafiantes.

Na trajetória pela eternidade, tudo que precisamos levar conosco é nosso aprendizado e não uma imensa bagagem de histórias e situações, seja de sucesso ou frustração, de felicidade ou infelicidade.

Desfaça-se de sua bagagem e vamos seguir, leves, livres, soltos, rumo ao desconhecido!"

Monika von Koss


Manga com Leite








"O importante é não parar de questionar; a curiosidade tem sua própria razão para existir." (Albert Einstein)

Existem inúmeras superstições no mundo, para todo tipo de gosto. As origens das superstições estão normalmente relacionadas à ignorância das pessoas, que adotam tais crendices em busca de uma explicação para o que desconhecem.

Inconformados com a incapacidade de entender e controlar determinados eventos, os indivíduos partem para explicações místicas.

Acham, por exemplo, que batendo três vezes num pedaço de madeira ou entrando num lugar com determinado pé os acontecimentos serão totalmente diferentes. Como se o destino de um avião pudesse mudar por conta de qual pé um dos passageiros pisou primeiro ao entrar!

Mas existe também um outro tipo de superstição, criada deliberadamente para controlar os outros. Vislumbrando a oportunidade de impor medo através de crenças místicas e, com isso, controlar a vida dos demais, algumas pessoas criam mitos que se tornam superstições com o tempo.

Um caso conhecido disso é o consumo de manga com leite, que supostamente poderia ser até fatal.
Este mito tolo teria sido espalhado na época colonial pelos próprios senhores de escravos, com o objetivo de evitar o roubo das frutas e do leite pelos famintos escravos. Ignorantes, estes aderiram com facilidade à crendice estúpida.

O caso da manga com leite está longe de ser um caso isolado. Várias superstições tiveram origem a partir da descoberta de alguns de que poderiam criar uma coerção nos demais através dessas crenças.

Don Melchor, o fundador da vinícola Concha y Toro, atualmente a maior do Chile, criou a lenda do "Casillero del Diablo" para evitar o roubo de vinhos por seus funcionários.

Um rumor de que o diabo em pessoa habitava os porões da vinícola foi espalhado entre os membros da fazenda, surtindo o efeito desejado.

Como se pode ver, várias lendas e superstições tiveram uma origem bem prosaica, com interesses racionais por trás. Não obstante, muitos ainda escolhem acreditar nestes mitos tolos, optando voluntariamente pela escravidão mental.

Pais ignorantes, por exemplo, adotam o caminho mais fácil – porém absurdo – de "educar" seus filhos com base no terror, inventando que o "homem do saco preto" ou algum bicho-papão qualquer irá pegá-los se não se comportarem bem.

Metem esses medos tolos na cabeça indefesa da criança, com seqüelas no futuro, por falta de paciência para educá-la direito, sem ter que apelar para os fantasmas inventados. Educar de verdade dá trabalho. Delegar ao bicho-papão a tarefa é mais fácil, mas pode destruir um ser humano.

Afinal, como disse Edmund Burke, "nenhuma paixão rouba tão eficientemente da mente todas as suas forças de agir e raciocinar como o medo".

Um filme que abordou muito bem este tema foi A Vila, que conta a história de um pequeno vilarejo rodeado por uma floresta onde se acredita existir criaturas terríveis habitando o lugar. Os dirigentes da pequena vila tinham uma política dura de repressão, proibindo todos de adentrar a floresta.

O pânico das crianças em relação às criaturas inventadas era incentivado, como garantia do isolamento total da vila, já que ninguém entrava e ninguém saía. Nem mesmo citar o nome das criaturas era permitido, e elas eram tratadas apenas como "aquelas-de-quem-não-falamos". O filme mostra toda a hipocrisia por trás dessas crenças.

Em primeiro lugar, cada dirigente tinha passado por alguma desgraça nas cidades de origem, tendo buscado a vila como um refúgio.

A fantasia criada ali, de uma vida idílica perfeita, era apenas uma fuga, nada mais. As utopias brilham na escuridão, e conquistam adeptos no desespero.

Em segundo lugar, a comuna "feliz" era mantida à custa de um enorme gasto do dirigente mais rico, que tinha um parque externo para manter a vila isolada do mundo. A hipocrisia fica exposta.

Por fim, era necessário manter a curiosidade das crianças e dos jovens longe do mundo externo. Para isso surgiu a idéia da criatura terrível. Questionar era pecado.

Quando o personagem Lucius começa a questionar sobre o confinamento completo das pessoas na vila, desejando saber o que existia além das florestas, o vilarejo começa a ficar ameaçado.

O mais interessante do filme, para mim, é que as crendices tolas que mantinham a vila isolada vieram abaixo através de uma cega.

Foi ela que partiu em busca de ajuda externa para medicar um doente, já que o "paraíso" não tinha condições de fornecer um remédio adequado.

Para descobrir certas verdades, talvez seja preciso enxergar com outros olhos o mundo, ignorar as aparências das coisas para ver suas essências.

A mulher cega foi capaz de "ver" aquilo que os demais não conseguiram: que o bicho-papão não passava de uma invenção humana, demasiada humana.

Quantas coisas no mundo seguem exatamente este padrão? Quantas crenças que metem medo nos ignorantes não surgiram justamente pelo interesse na coerção e controle dessas pessoas?

Claro que muitas superstições são inofensivas. Se o sujeito não quiser passar o saleiro para outro ou passar na frente de um gato preto, sua vida não irá sofrer graves conseqüências.

É tolice, evidentemente, e existem explicações racionais para todas essas superstições. Sal é condutor de energia, e alguém "carregado" pode, na crença dos supersticiosos, transmitir essa energia negativa.

O gato preto, como muitas superstições, teve origem na Idade Média, nos tempos da caça às bruxas (pobres mulheres!). É tudo besteira, mas não afeta tanto a qualidade da vida dos crédulos.

O problema fica mais sério quando a superstição limita drasticamente a liberdade do indivíduo. O exemplo da vila é perfeito. Os crentes eram completos escravos. Mas como este, existem vários casos reais no dia a dia.

Quando você acredita que manga com leite pode matar, você perde a oportunidade de consumir algo saboroso. Mas e quando você acha realmente que um bicho-papão pode te pegar se você não se comportar como mandam? E quando você acredita de verdade que pode sofrer uma eternidade no inferno se não seguir certos dogmas impostos pela autoridade religiosa?


E quando você morre de medo de questionar sua fé para não perder aquele terreno celeste no paraíso eterno? Uma parte relevante da escravidão mental atual pode ser explicada com o simples exemplo da manga com leite.

PS: Para aqueles que defendem essas crenças supersticiosas com base no argumento de utilidade da coerção, lembro que, mesmo se fosse verdade, utilidade não é garantia de verdade. Ou seja, essas pessoas parecem assumir, ao apelar para a utilidade dos mitos, que eles são falsos no fundo.

Além disso, não acredito nem mesmo na utilidade, pois um caminho falso não é útil no longo prazo.
Cito Einstein novamente: "O comportamento ético do homem deveria ser baseado efetivamente na simpatia, educação, e laços sociais; nenhuma base religiosa é necessária.

O homem estaria de fato num caminho pobre se ele tivesse que ser contido pelo medo da punição e esperança da recompensa após a morte".

Qual o mérito daquele que não rouba algo somente pelo medo de arder no inferno quando morrer? Muito mais nobre é aquele que não rouba pois entende que qualquer roubo é imoral, e que deve esperar ser tratado pelos outros como tem os tratado.

Rodrigo Constantino
 
Por Rodrigo Constantino
in http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2008_02_01_archive.html