2013-10-14

Quem poderia ter ouvido isso, se Ele estava sozinho no alto do Horto das Oliveiras?








Ramatís, em O Sublime Peregrino, teve por objetivo trazer-nos um perfil mais verdadeiro e exato da real atuação de Jesus no mundo terreno, depurando-o das distorções, interpolações e manipulação que os quatro textos evangélicos sofreram, atendendo à inconseqüência e aos interesses clericais no início do cristianismo.

Uma das piores interpolações sofridas pelos textos dos evangelhos ditos “canônicos” – os que foram escolhidos pela Igreja de Roma, pois existiam mais de 40 deles, e só quatro foram admitidos (o que não constaria nos outros!) – foi sem dúvida a atribuição ao Divino Mestre de frases que ele nunca proferiu, em especial no alto da cruz e às vésperas de seu martírio.

A propósito dessa inconcebível expressão de covardia moral e falência espiritual, expressa na frase “Pai, afasta de mim esse cálice”, Ramatís, em O Sublime Peregrino, demonstra a impossibilidade de ser autêntica, pela simples lógica:

É óbvio que se isso tivesse ocorrido assim como narram os evangelistas, então só Jesus poderia ter explicado o acontecimento, uma vez que João, Tiago e Pedro, que se achavam ali perto, dormiam a sono solto e não poderiam ter ouvido tais palavras.

Quanto aos demais apóstolos, achavam-se no celeiro da granja de Gethsemani, ao sopé da Colina das Oliveiras.

Em verdade, a recusa do cálice de amargura, que a tradição religiosa atribui a Jesus, trata-se apenas de um rito iniciático dos velhos ocultistas, com referência à vacilação ou temor de toda alma consciente, quando, no Espaço, se prepara para envergar o fardo doloroso da vida carnal.

O “cálice de amargura” representa o corpo com o sangue da vida humana; é a cruz de carne, que liberta o espírito de suas mazelas cármicas no calvário das existências planetárias.

Só a pobreza da imaginação humana poderia ajustar as angústias de um anjo como Jesus à versatilidade das emoções do mundo da carne.

Ramatís destaca em outros trechos a óbvia serenidade do Mestre diante da morte física, a sua tranquila certeza e alegria de sentir que seu sacrifício iria garantir o florescimento da mensagem evangélica: Jesus encontrava-se em Betânia, hospedado na casa da família de Ezequiel, quando resolveu consentir em pregar na cidade de Jerusalém.

Através do fenômeno ideoplástico mediúnico, projetaram--se em sua mente alguns dos quadros dolorosos que mais tarde viveria em Jerusalém.

A perspectiva do sacrifício de sua própria vida, como o preço implacável para a sobrevivência imaculada da mensagem evangélica, inundou-o de júbilo e despertou-lhe a mais sublime euforia espiritual!

Cabia-lhe “viver” e ao mesmo tempo “morrer” pelos princípios que viera pregar aos homens, a fim de cimentá-los para a posteridade através da renúncia de sua vida e o destemor da morte!

* * *

Jesus ouviu as trágicas notícias de José de Arimatéia e Nicodemus, e agradeceu pelo seu afetuoso interesse. Sem demonstrar qualquer pesar ou ressentimento por aqueles que o queriam matar, exclamou numa voz terna e de compreensivo perdão:

Obrigado, amigos meus! Não temo a morte, nem como ela me venha; porque vejo que passarão os homens, mas as minhas palavras permanecerão.

É preciso que o filho do homem dê o sangue pela salvação do próprio homem; que a submissão à morte seja o preço e a força da própria vida, pois a luz do Espírito ilumina a sombra do corpo. Minha hora é chegada pela vontade do Pai que está nos céus; mas não se fará pela obstinação dos homens!1

Só a inconsciência dos homens a respeito da verdadeira natureza do Divino Mestre, mais a projeção da humana covardia diante da morte, podem explicar que tenham atribuído a Jesus a suposta vacilação daquela frase que, além de tudo, ninguém poderia ter registrado.

A ignorância humana aceitou e perpetuou séculos afora essa interpolação sem nexo nos evangelhos, sem parar para refletir o quanto é absurda e desairosa.

Já está mais do que na hora de usarmos a lógica esclarecida para despir dos ombros do Sublime Peregrino esse manto roto de coisas que Ele nunca disse, nunca fez, e distorcem a figura do Anjo Sideral que passou por nós para apontar-nos o caminho da libertação do mundo de maya – a ilusão da matéria.2

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Notas:

1- Todo o relato dos últimos dias de Jesus em Jerusalém, hospedado com os discípulos numa granja de amigos junto ao Horto das Oliveiras, e os últimos encontros e diálogos do Mestre com amigos e apóstolos, não constam dos evangelhos; Ramatís pôde reproduzi-los a partir dos registros fiéis do akasha, nos capítulos XXVIII e XXIX de O Sublime Peregrino. Fazem parte da história desconhecida da vida do Mestre, que Ramatís foi o único até agora a resgatar.
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2- No prelo, pela Editora do Conhecimento, a compilação "O Jesus que Nunca Existiu” enfoca especificamente esse rol de absurdos atribuídos ao Divino Mestre, que o Alto nos pede quanto antes rejeitar, e que Ramatís, em O Sublime Peregrino, foi o único autor espiritual, até hoje, a ter a iniciativa de apontar.

Fonte: Informativo Ramatís 9