2013-10-12

Vida Divina...







Quando o homem reúne e concentra suas forças, sente que a própria Vida Divina não se furta a influir ativamente sobre ele e a reanimá-lo com seu fogo brando e vivificador.

Essa Vida Divina que o formou não teme formá-lo novamente.

Após tê-lo formado de novo, ela não teme estabelecer-se nele e sustentá-lo por suas santas influências; e após ter-se estabelecido nele e o haver sustentado por suas santas influências, não teme transmitir-lhe a alegria da qual ela é a fonte e da qual ela própria se nutre perpetuamente.

Nessa operação, o homem toma realmente uma nova característica, pois é de tal maneira penetrado pela Luz Divina, que o seu interior se torna resplandecente, originando-se aí como que um sol vivo e brilhante que o seu corpo material não pode conhecer.

Esse é um dos sentidos da passagem de São João: a luz brilha nas trevas, e as trevas não a compreenderam; ele veio até os seus domínios, e os seus não o receberam.

Se o homem dirigisse mais cuidadosamente seu olhar para seu ser interior,

Certamente descobriria em si esse sol radiante e o veria fisicamente com os olhos do seu espírito, da mesma forma que pode ver num espelho a beleza do seu rosto com seus olhos materiais.

Porque ele tem sempre, diante do seu ser interior, um espelho vivo que refletirá seu esplendor naturalmente.

Ele se verá acompanhado, à direita e à esquerda, por D'us, que não cessa de preservá-lo e defendê-lo e que foi operante temporariamente nas duas alianças, ou iniciações espiritual e divina, tendo sido representado em corpo aos três discípulos do salvador pelos precursores dessas iniciações Moisés, que conduzirá o povo até as portas da terra prometida, e Elias, que viera preparar os caminhos para a aliança eterna da paz e da santidade.

Pois o salvador revelou nessa transfiguração os caminhos que o homem deveria seguir para retornar ao reino da vida.


Louis Claude Saint Martin