2012-06-24
GUIAS ESPIRITUAIS - OS ESPÍRITOS TUTELARES
Depois de entendermos o que são os Sagrados Orixás, podemos fazer uma breve dissertação sobre a apresentação dos Espíritos militantes na Umbanda, os Espíritos Tutelares, a fim de entendermos seus trabalhos e podermos clamá-los e honrá-los e solicitar suas intercessões.
Os Espíritos militantes na Umbanda trabalham ligados a uma ou mais das hierarquias Orixás. Estão ligados particularmente, por afinidade fluídica, em uma ou mais das vibrações/Orixás, pelo fato de terem seus corpos humanos físicos/astrais formados com predominância de algum elemento da Natureza bem como por afinidade fluídica/espiritual. Não é pelo fato de ser Espírito que deixa de ser humano, ou mesmo, deixe de fazer parte da Natureza que nos cerca.
Antes de falarmos sobre os Guias Espirituais na Umbanda, vamos entender a visão umbandista sobre o Espírito Santo, pois está intimamente ligado aos Guias Espirituais. Observem, que os dons enumerados pelo apóstolo Paulo para quem “recebe” o Espírito Santo, e mesmo suas atuações nos diversos trechos do Evangelho, nos remetem a dizer certeiramente, que é a presença de Guias Espirituais atuantes na mediunidade redentora.
Na Bíblia hebraica (Velho Testamento), o termo hebraico “Ruach HaKodesh” é usado muitas vezes; ele é traduzido literalmente como Espírito Santo. Na Bíblia Hebraica ele se refere à presença de Deus na forma experimentada por um ser humano. A maioria dos cristãos considera o Espírito Santo como o próprio Deus, parte da Trindade.
DONS DO ESPÍRITO SANTO
Dons do Espírito Santo, segundo a Carta de São Paulo, são atributos proporcionados sobrenaturalmente aos cristãos pelo Espírito Santo. Segundo o texto bíblico da 1ª carta de Paulo aos Coríntios, existem sete diferentes e principais dons possíveis de serem alcançados pelo cristão. Estes dons são postos em prática em comunidades cristãs, independentemente de sua razão confessional, por pessoas reconhecidamente cristãs em sua fé e prática. Foram bastante importantes na igreja cristã primitiva para a evangelização do mundo então conhecido. Dons do Espírito Santo são as benesses entregues aos cristãos para o trabalho caritativo e redentor (fora da caridade não há salvação). É uma expressão estudada na teologia cristã. Segundo o autor da Primeira Epístola aos Coríntios, seria doado para o que fosse útil (12:7), e repartido a cada um segundo a vontade do Espírito Santo (12:11); existindo diferentes tipos de dons. A Primeira Epístola aos Coríntios enumera alguns dons (I Co 12:8-10):
Palavra da sabedoria.
Palavra do conhecimento.
Fé.
Dons de curar.
Operação de maravilhas.
Profecia.
Interpretação de línguas.
Os sete dons principais se entrecruzam, surgindo outros. Paulo enumera alguns outros dons na Epístola aos Romanos, fazendo aqui uma relação entre um dom e outro dom, relação de dom e o exercício individual do dom, relação entre dom e a sua dedicação, relação do dom e a liberalidade de alguns em exercerem seus dons.
“... tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria”. (Romanos 12.6-8).
O Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade, é nas Sagradas Escrituras, denominado “o Espírito”, “o Santo Espírito”, “o Espírito de Deus”, “o Espírito do Filho de Deus”, e o “Consolador”. Por várias vezes é citado nos Evangelhos:
No Novo Testamento: O Espírito Santo se manifesta no batismo de Jesus (Mt 3.16; Mc 1.10), e na tentação (Mt 4.1; Mc 1.12; Lc 4.1); imediatamente depois da tentação (Lc 4.14); e na ocasião em que Jesus, falando em Nazaré, recorda a promessa messiânica de Is 61.1,2 (cp. com 42.1-4). Do mesmo modo fala o Santo Espírito ao velho Simeão dirigindo-o nos seus passos e pensamentos (Lc 2.25-27). O dom do Espírito Santo é de uma maneira determinada, prometido pelo nosso Salvador (Lc 11.13).
No Evangelho de João: O ensino de Jesus quanto à obra do Espírito é mais preciso. “Deus é Espírito”, com respeito à Sua natureza. A não ser que o homem novamente nasça “da água e do Espírito”, ele não pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5). O Espírito é dado sem medidas ao Messias (3.34). Referindo-se Jesus às promessas messiânicas (Is 44.3; Jl 2.28) falou do Espírito que haviam de receber os que nele cressem (7.39); porquanto, ainda não tinha sido dado (7.39); mas, na qualidade de consolador, Paracleto, Advogado (14.16,26; 15.26; 16.7; Jo 2.1); Espírito da verdade, por quem a verdade se expressa e é trazida ao homem (15.26; 16.13). Ele havia de ser dado aos crentes pelo Pai (14.16), habitando neles e glorificando o Filho (16.14), pelo conhecimento que Dele dava. Em 1Jo 3.24 a 4.13 esta presença íntima do Espírito é um dos dois sinais ou característicos da união com Cristo; e o Espírito, que é a verdade, dá testemunho do Filho (1Jo 5.6).
Nos Atos: A manifestação do Espírito é feita no dia de Pentecostes, e o fato acha-se identificado com o que foi anunciado pelo profeta (2,4,17,18); Ananias e Safira “tentam” o Espírito, pondo à prova a Sua presença na igreja (5.9); o Espírito expressamente dirige a ação dos apóstolos e evangelistas (1.2; 8.29,39; 10.19; 11.12; 16.7; 21.4); e inspira Ágabo (11.28).
Nas epistolas de Paulo: A presença do Espírito Santo está claramente determinada (Rm 8.11; 1Co 3.16; 6.17-19). É ele o autor da fé (1Co 12.3; cp. com 2Co 4.13); no Espírito vivem os homens (Gl 5.25), por Ele são ajudados nas suas fraquezas (Rm 8.26,27), fortalecidos por Ele (Ef 3.16), recebendo Dele dons espirituais (1Co 12), e produzindo frutos como resultado da Sua presença (Gl 5.22). Por meio Dele há a ressurreição dos que crêem em Cristo (Rm 8.11).
Pedro: (1Pe 1.2) escreve acerca da santificação, como sendo obra do Espírito Santo.
No apocalipse: Se vê que João conscientemente é influenciado pelo Espírito (1.10; 4.2); e a mensagem dirigida a sete igrejas é a mensagem do Espírito (2.7,11,17,29). O Espírito Santo é uma pessoa da Santíssima Trindade, e não simplesmente um método de ação Divina (vejam-se especialmente as palavras de Jesus: Jo 14.16,17; 15.26; 16.7,8; Mt 12.31,32; At 5.3,9; 7.51; Rm 8.14; 1Co 2.10; Hb 3.7). O Espírito procede do Pai e do Filho (Gl 4.6; 1Pe 1.11). É Ele tanto “o Espírito de Deus” como “o Espírito de Cristo” (Rm 8.9). E assim nos mistérios da redenção, e de uma nova vida, na regeneração, na santificação, e na união com Cristo, é uma Pessoa que, na Sua operação, como auxiliador do homem, é ainda Aquele que pode ser negado, entristecido e apagado (Ef 4.30; 1Ts 5.19).
VISÃO UMBANDISTA SOBRE O ESPÍRITO SANTO
No mundo antigo, a pomba era conhecida entre outras coisas como o pássaro dos deuses, especialmente a fêmea.
Características da pomba usadas para representar o Espírito Santo:
1ª) Simboliza a simplicidade – pode ser traduzido como não misturado, puro, sem mistura com o mal. (Mat. 10:16).
2ª) Universalmente, a pomba é frequentemente representada como a paz.
3ª) Outros aspectos que a pomba pode representar apropriadamente são gentileza e amor.
4ª) A pomba vive em monogamia estrita e nunca abandona seu companheiro (a). Esta característica de constância identifica-a como um exemplo a ser seguido.
5ª) A pomba não se perde e possui um senso de orientação aliado a uma memória geográfica muito desenvolvida, o que lhe proporciona a capacidade de sempre achar o caminho de volta para um local que já esteve. Descobriram que essas aves possuem pequenos ímãs intracelulares no bico, e lhes orienta com o norte magnético, orientando-os de forma geral. Uma ave que não se perde deve ter suscitado curiosidade e admiração por parte dos homens que a observavam durante a antiguidade. A associação foi feita então a partir dessa capacidade de sentido e orientação, uma espécie de mensageiro do Céu, algo que sempre se encontra ou encontra o seu destino, o verdadeiro Espírito Santo.
Vamos elucidar o porquê a Umbanda não usa qualquer tipo de pássaro, aqui em especifico a pomba, como símbolo da religião, mas somente como símbolo designativo do que explanamos anteriormente.
DORISMO E IONISMO
Para elucidar o simbolismo da pomba, vamos dar uma breve explicação das Ordens Esotéricas “Dórica” e “Iônica”. O primeiro termo é derivado de uma região da antiga Grécia, ao sul da Thessália, chamado Dorida. É desse lugar que teve origem, no Oriente, a Ordem arquitetônica chamada Dórica, implantada pelo patriarca Rama que, sem dúvida, a recebera por tradição, dos Atlantes, pois os Templos desenterrados ali, no México, no Peru, na Oceania e na Caldéia, confirmam, exuberantemente, a existência dessa primitiva Ordem.
Mas, como uma Ordem arquitetônica não se cria como cogumelo, da noite para o dia, segue-se que, nessa época, deviam existir sérias academias. A prova é que os doutos modernos, apesar da evolução da arte das casas e arranha céus, ainda não conseguiram criar mais outra, além das cinco clássicas. O próprio módulo, por exemplo, cuja origem científica ainda é desconhecida pelas academias, era tirado de regras musicais... e de acordo com essas regras é que se construíam os Templos, seus vasos, seus vitrais, etc., e baseavam sua liturgia. Essas regras estão claramente indicadas na Bíblia por Moisés, Ezequiel e outros, quando, por ordem de Jheováh, tiveram de construir o Templo. Cada medida ali indicada corresponde exatamente a nota musical de acordo tomado por base. Cada nota possui um número certo de vibrações facilmente verificável com as placas vibrantes dos nossos laboratórios de física, e estas é que estabeleciam o desenho da ordem, do estilo, o formato dos vasos, dos vitrais, etc. Esta descoberta foi feita por Saint Yves e magistralmente descrita por Ch. Gougy, arquiteto de Paris.
Séculos depois de instituída a Ordem Dórica, isto é, cerca de 8.500 anos antes da nossa era, é que se deu na Índia o citado Schisma (Cisma) de Irschu. (Nota do Autor: Novo Dicionário Aurélio – 1ª edição – 9ª impressão.... Cisma: 1. Separação do corpo e da comunhão de uma religião. 2. Dissidência de opiniões).
Tendo este revolucionário (príncipe Irschu, na Índia), ambicioso por uma coroa, constituído suas hostes para propaganda das idéias naturalistas e feministas (Ordem Iônica), compôs um estandarte com fundo vermelho, tendo ao centro uma pomba branca, símbolo da mulher. A pomba, em sânscrito, traduz-se por Ionah. Daí o Ionismo. O estandarte de Semírames, rainha da Babilônia, tinha como emblema a pomba vermelha, em fundo branco, tendo-se essa rainha passado para o Ionismo, tal como seu falecido marido – Ninus – o terrível e sanguinário imperador da Assíria.
Deste termo Ionah é que se originou, por inversão, o de João, o Batista, Io-han-lo-nah. Lucas 1, 13, 60 a 63, esclarece bastante a respeito. É a pomba que João diz ter visto descer sobre Jesus, por ocasião do seu batismo. Puro simbolismo, como simbólico também é o sol que Jesus teria encarado nessa ocasião, figurando a dinastia solar, a Ordem Dórica, a religião de Rama
... Dorismo e Ionismo representam, igualmente, a fonte do patriarcado e do matriarcado, largamente desenvolvido por Saint Yves. O patriarcado tinha relação com o sacerdócio do Deus masculino, simbolizado no disco solar, e o matriarcado com o deus feminino, simbolizado pela lua. A Ordem Dórica, a patriarcal de Rama, foi a Ordem teocrática, a Ordem Arbitral. A Ordem Iônica, filha de um Schisma, foi a Ordem Militar, a Ordem Arbitrária.
(Jesus e Sua Doutrina – A. Leterre – Livraria da Federação Espírita Brasileira – 1934).
(...)
O SÍMBOLO DA UMBANDA
O símbolo que verdadeiramente representa a Religião de Umbanda é:
Fé: Representada pela cruz: Formada pela intersecção de dois segmentos retos, um vertical e o outro horizontal, a cruz representa o quaternário espiritual e neutro. Aqui, o Princípio Divino e a Terra estão combinados em harmonia. A cruz representa os 04 principais elementos: Terra, Ar, Fogo e Água. É o centro do mundo e por isso o ponto de comunicação entre o Céu e a Terra. É também um símbolo do homem universal, arquetípico, capaz de harmoniosas e infinitas expansões tanto no plano vertical quanto no horizontal; a linha vertical é celestial, espiritual e intelectual, positiva, ativa e masculina enquanto a horizontal é o mundano, racional, passivo, e negativo e feminino culminando na cruz inteira que forma o andrógino primordial. Em termos cristãos, é a salvação através do sacrifício de Cristo; redenção; expiação, renovação, perdão e fé. A cruz também representa a aceitação da morte ou sofrimento e sacrifício. A cruz simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo. Ela é mais do que uma figura de Jesus, ela se identifica com sua história humana, com a sua pessoa. Apontando para os quatro pontos cardeais, a cruz é a base de todos os símbolos de orientação, nos diversos níveis de existência do homem. A cruz é o mais totalizante dos símbolos. A cruz é, então, o símbolo da glória eterna, da glória conquistada pelo sacrifício e culminando em uma felicidade extática.
Esperança: Representando pela âncora. A âncora é considerada um símbolo de firmeza, esperança, tranqüilidade, salvação, estabilidade, boa sorte, segurança e fidelidade. Representa a parte estável do nosso ser, aquela que, em meio a tempestades, é capaz de manter a firmeza.
Caridade: Representando pelo coração. O coração é o lugar do ser físico e espiritual e representa a “sabedoria central do sentimento” em oposição à “sabedoria-cabeça da razão”. É compaixão e compreensão, dádiva e complexo. É o símbolo para o amor, conhecido como a assento das emoções e sinônimo das afeições.
Todos os umbandistas deveriam ter esse símbolo bordado em seus uniformes, pois caracteriza o que é a Umbanda em sua essência e na realidade do seu dia-a-dia.
É O ESPÍRITO SANTO O CONSOLADOR?
Se o Espírito Santo é Deus, é também eterno. Por que será, então, que não se fala Nele como “Deus” no Velho Testamento? E por que, também, somente a partir do Século III, é que Ele começa a ser conhecido (como na feição atual) entre os cristãos? Quando se iniciou a divinização de Jesus, a partir do Concílio de Nicéia (ano de 325), Ele também surgiu juntamente com a Santíssima Trindade. No Velho Testamento, Ele é um Espírito Santo de alguém: “O Senhor suscitou o Espírito Santo de um moço chamado Daniel” (Daniel 13, 45).
... Os gregos sempre estudaram a Bíblia em Grego, enquanto que a Igreja Romana adotava-a em Latim, ou seja, a Vulgata. Isso pode ser um dos fatores causadores das constantes divergências teológicas entre os teólogos de Roma e os gregos, e que culminaram com a fundação da Igreja Ortodoxa Grega, em 1054.
Uma das polêmicas mais conhecidas entre ambas as Igrejas é a do “Filioque” (e do Filho). Isso, em síntese, quer dizer o seguinte: Para a Igreja Romana, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Para a Igreja Ortodoxa Grega, procede só do Pai, o que diminui a importância de Jesus.
Se o Espírito Santo fosse Deus mesmo, falaria por si mesmo, não precisando dizer o que ouvira de Jesus, como lemos em São João 16, 13 e 14, pois Deus já sabe tudo, desde todas as eternidades. E quem envia é superior ao enviado. Como poderia Jesus nos enviar Deus? E Santo significa universal (nota do autor: no cristianismo primitivo, “Santo” era o designativo para todo cristão; posteriormente, “Santo” foi adotado somente para designar todos os cristãos que fossem martirizados; e, hoje, Santo é designativo de religiosos justos e virtuosos). Podemos dizer, então, que o Espírito Santo é uma espécie de coletivo de todos os Espíritos encarnados e desencarnados, o que nos coloca fazendo parte da Santíssima Trindade. E de fato, a frase “o Verbo se encarnou entre nós” deve ser como está nos originais, “o Verbo se encarnou em nós – em hemin (em Grego) e in nobis (em Latim).
Se fosse sempre o tal de Espírito Santo que se manifestasse, para que São Paulo e São João nos falam em discernimento dos Espíritos que se manifestam em profecias, como acontece com o tipo de profeta Nabi, em Hebraico, do Velho Testamento?
São Paulo nos diz, igualmente, que somos templos de “um” Espírito Santo. Ora, se um Espírito for evoluído, sendo, portanto, um Espírito da verdade, por que ele não nos poderia ser enviado, depois que deixa o corpo, transmitindo-nos o que ouviu e aprendeu do nosso Maior Mestre, se temos exemplos disso na Bíblia, e se o Espírito de Santa Mônica comunicou-se com seu filho Santo Agostinho, como lemos na sua monumental obra “Confissões”? Esse assunto é como um iceberg, e vimos apenas a sua ponta!
(José Reis Chaves) Segundo a Doutrina Umbandista, o termo “Espírito Santo” apresenta uma conotação bastante diferente da apresentada por outras religiões. Para algumas Igrejas, o Espírito Santo faz parte da Trindade Divina, sendo uma “entidade à parte” de Deus.
Para compreender, é necessária uma análise dos textos evangélicos originais (Novo Testamento), os quais foram escritos em um tipo de grego denominado Koiné, ou seja, popular, diferentemente do grego clássico. Esta língua não possuía artigos indefinidos (UM, UMA, UNS, UMAS). Logo, quando a palavra era determinada, sempre se usava artigos definidos (O, A, OS, AS), e sendo indeterminada, pressupunha-se sempre o uso dos artigos indefinidos. Segundo Carlos Torres Pastorino, estudioso do Novo Testamento que traduziu o texto evangélico do original em grego, não há a expressão “O Espírito Santo”, mas em todas as ocasiões lê-se “Um Espírito Santo”, como nos trechos abaixo:
No caso do filho de Zacarias e Isabel (João Batista): “Luc.1:15 ...porque ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida forte; já desde o ventre de sua mãe será cheio de um Espírito Santo,...” No caso de Jesus, filho de Maria: “Luc.1:35 Respondeu-lhe o Anjo: “Um Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá com sua sombra; e por isso o nascituro será chamado Santo, Filho de Deus”.
Em ambos os casos, Isabel e Maria receberam por via mediúnica a revelação de que dariam à luz filhos que eram Espíritos já santificados, ou seja, com um grau evolutivo moral acima da média (João) ou pleno (Jesus, por isto chamado de Filho de Deus). Logo, o ato de receber um Espírito Santo, significaria dar condições para a reencarnação de um Espírito bom, missionário, nestes casos de gravidez/nascimento. Nas ocasiões em que homens ou outras pessoas “recebessem” ou “ficassem cheios” de um Espírito Santo, a Umbanda interpreta como a “mediunismo” de um Espírito mensageiro cuja elevação moral e boas intenções emprestariam a ele o título de Santo. O Pai é o nosso Deus Criador, O Filho é nosso Mestre Jesus Cristo que constitui para a Terra a mais perfeita personificação de um Espírito e o Espírito Santo que é a legião de Espíritos redimidos e santificados que cooperam com o Divino Mestre, desde os tempos iniciais da formação da Terra, na elevação espiritual deste nosso orbe.
Portanto, na Umbanda, temos o Espírito Santo com designativo dos Guias Espirituais, que atuam na prática do bem e da caridade, em nome da Espiritualidade Superior. Portanto, quando clamamos pelo Espírito Santo, estamos invocando os Guias Espirituais, as Santas Almas Benditas.
“Segundo alguns historiadores o topo culminante que assinala, o ponto de partida do cristianismo é o Monte das Oliveiras. Foi ali que Jesus Cristo o Nazareno, cerca do ano 30 da nossa era, ministrou seus últimos ensinamentos a cerca de 500 discípulos, antes de ascender ao Céu, dos quais 120 permaneceram até o dia dos pentecostes. No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu sobre aqueles 120 irmãos reunidos, estando ali também os 12 apóstolos, os quais sendo cheio do Espírito Santo, proclamaram oficialmente as boas nova do Cristianismo e deram impulso a este movimento começado por Cristo”.
(www.jamespinheiro.com.br/historiacristianismo.html )
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.” (Atos 2.1-4). “Foi às nove da manhã que, pela primeira vez, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos reunidos” (cf. At 2,1-4).
Os apóstolos em Pentecostes receberam “um Espírito Santo” em forma de labaredas de fogo em suas cabeças, e a partir daí, passaram a falar línguas estranhas (xenoglassia), e a efetuar diversas curas e conversões. Não estaria ali, sendo efetuada uma “Gira Mediúnica” com a presença de Guias Espirituais?
O ESPÍRITO SANTO TEM TODOS OS ATRIBUTOS DE UMA PESSOA
A) Ele pensa - I Coríntios 2:10-11; Atos 15:28.
B) Ele sente
1. Ele pode ser entristecido – Efésios 4:30
2. Ele pode ser contristado – Isaías 63:10
3. Ele ama – Romanos 15:30 (podemos mencionar aqui que é impossível entristecermos a uma pessoa que não nos ama).
C) Ele exercita volição - I Coríntios 12:11.
D) Ele age
Ele inspirou as Escrituras – II Pedro 1:21
Ele ensina – João 14:26
Ele guia – Romanos 8:4
Ele fala – Atos 8:29; 13:2
Ele convence – João 16:8-11
Ele regenera – João 3:5
Ele conforta – João 14:16
Ele testifica – João 15:26
Ele intercede – Romanos 8:26
Ele chama para o ministério – Atos 13:2; 20:28
Ele cria – Jô 33:4
(www.guia.heu.nom.br/espirito_santo.htm)
Por ventura não são os atributos dos Guias Espirituais???
Portanto, reafirmando, os Guias Espirituais, são as Santas Almas Benditas, os Espíritos Santos de Deus.
(Trecho extraído do livro:
Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade
– autoria: Pai Juruá)