2012-06-15

UMBANDA – Mitos e Realidades






Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em sua maioria, para resolverem problemas de ordem material, exigindo um resultado imediato, e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.

Por que isso acontece?


Acreditamos que a culpa disso seja dos próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é uma religião digna e nobre como todas as outras, se omitem ou são os primeiros a dar “oferendas” para obterem favores materiais das Entidades.

Por outro lado, sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e uma variedade enorme de espíritos, e também que ela tem a capacidade de penetração nos mais variados campos do Astral, conseqüentemente, havendo merecimento e empenho, muito problemas acabam realmente por ter uma “solução mais rápida”, mas somente aos que merecem e fazem por merecer.


Qual é o mistério da Umbanda?


Amor e Caridade, pura e simplesmente. A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um.

Na verdade, quem procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria, se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a caridade e o Amor ao próximo. Essa é a verdadeira Umbanda.

Sabendo que temos por obrigação sempre buscar o “por que” das coisas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso é assim porque é” ou “isso é um mistério da fé”, vamos aqui tentar elucidar algumas dúvidas que encontramos por parte da maioria dos freqüentadores e alguns médiuns de Umbanda.

Serão perguntas e respostas que escutamos freqüentemente nos terreiros ou fora deles. Não julguem a qualidade das perguntas, porque se pra você a pergunta é simples ou boba, para outro poderá não ser. As respostas sim são simples porque assim é a Umbanda. Então vamos lá:

1. Pode uma pessoa praticar o mal sob influencia de espíritos?


Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada pelos espíritos. Mas estejam certos de que para que as influencias negativas ou positivas atuem em nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vibrações.

Portanto orai e vigiai. Você tem seu livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias que atrair, tanto carnais como espirituais, e que permitir atuar em sua vida.

2. Todos somos médiuns?


Todos nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que o outro. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com diversas formas de mediunidade que está ligado à missão que o individua tem aqui na terra.

Alguns são médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes, audientes, de efeitos físicos, de pisocofonia e de psicografia, todos passíveis de desenvolvimento de acordo com o livre arbítrio de cada um.

3. O Médium quando está incorporado sabe tudo o que está acontecendo e o que a pessoa está falando com a Entidade?


Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou semiconsciente como falam, ou seja sabem o que está acontecendo mas não tem ingerência sobre as atitudes da entidade.

Normalmente logo após a consulta o médium ainda lembra de alguma coisa, que vem como “flash”, mas logo depois vão esquecendo aos poucos. Somente médiuns inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas é muito raro este tipo de mediunidade.

Mas se a sua preocupação é se você pode conversar qualquer assunto com a entidade que o médium não vai contar pra ninguém, isso aí dependerá da índole do médium e da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o princípio básico de uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às consultas e o respeito com os problemas de cada um.

4. Se uma pessoa tem que trabalhar mediunicamente e se a mesma não entrar para um Centro ela poderá receber um guia ou entidades na rua, em casa, no trabalho ou em outro lugar?


Não. Uma Entidade Guia ou Protetora “de Luz” não irá de forma alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos. O fato é que se a pessoa é médium, e tem como missão trabalhar mediunicamente e opta por não desenvolver sua mediunidade isso não faz com que ela deixe de ser médium.

O que acontece é que sua mediunidade ficará embrutecida e desamparada expondo a ação de espíritos trevosos que poderão, esses sim, manifestarem em locais públicos colocando a pessoa em situações embaraçosas e de risco.

A Umbanda ou outra religião qualquer serve para nosso crescimento moral e espiritual e como um elo de religação com Deus, freqüentar ou participar ativamente de uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma imposição.

Devemos saber que pelo fato de termos uma mediunidade mais aflorada nos torna imãs, atraindo toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos quais freqüentarmos, o desenvolvimento dessa mediunidade, se faz necessário para aprendermos a lidar com essas energias e controlar as manifestações e termos a oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos kármas e compromissos assumidos antes de reencarnarmos.

Negar e fugir disso não nos levará a nada, é claro que existem outras formas de praticarmos a Caridade, trabalhar mediunicamente deve ser uma opção e não uma imposição. Cada um com seu Kárma, missão e vontade.

5. É verdade que a pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque atrasa a vida?



Não, não é verdade. Como também não é verdade que a vida da pessoa em questão vai pra frente se ela entrar para a Umbanda.


O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e responsabilidades, se tranqüiliza e se harmoniza vibracionalmente e evolutivamente, ou pelo menos deveria.

O “atraso na vida” da pessoa ocorre porque ela deixa de se equilibrar, evoluir e fazer caridade. Conseqüentemente ela deixa de ter tranqüilidade para resolver até o mais simples dos problemas. Mas isso ocorre porque a pessoa saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua recebendo influência do Astral.

E se ela não continuar com suas responsabilidades em ter uma vida regrada, de conduta ilibata e não praticar a caridade de alguma forma, receberá maior influencia do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.

Que fique bem claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua permanência na Umbanda, ou qualquer outra religião, que fará com que a vida da pessoa “ande pra frente” ou que todos os problemas dela se resolverão.

Temos que ter a consciência de que é a sua conduta moral, seu desejo de praticar a caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolução é que será determinante se ela vai melhorar ou não, é uma questão de merecimento pessoal. A Umbanda através de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio, cabe a pessoa abraçar ou não.

6. É, mas uma vez eu ouvi um médium dizer que se ele abandonasse as entidades o castigariam? Isso é verdade?


Não, a entidade não faria isso. Certamente era o médium que em suas limitações de conhecimento entendia assim. Na verdade o que muito provavelmente aconteceria, se fosse em um Terreiro sério e com entidades sérias, a Entidade faria era aconselhar e alertar o médium quanto ao perigo que ele estaria sujeito ao abandonar a Umbanda ou seu compromisso mediúnico.

Entidade Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela respeita a sua opção e o livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus. Ele não tem ingerência sobre isso.

Como dito anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromisso mediúnico ou do terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que faça da sua vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se fizer coisas boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida desregrada receberá influências negativas ou ruins.

A Umbanda, tão pouco seus guias e protetores, não têm função de nos punir e sim de orientar e amparar.

7. O que é um “guia de frente”?


É a entidade que chefia a coroa do médium, é representante direto de seu Orixá Regente. É responsável em comandar todas as entidades e guias que trabalhem na coroa do médium ela traz as orientações e ordens diretas do Orixá Regente. São também conhecidas como mentores. Em alguns terreiros pode ser também um Preto-velho ou um Caboclo.

8. Pode duas ou mais pessoas receber entidades com o mesmo nome?


Certamente que sim. Aliás isso é bastante comum de acontecer da mesma maneira que encontramos pessoas com o mesmo nome.

Podemos observar várias entidades se identificando como: Caboclo Rompe Mato, por exemplo, isso não quer dizer que é a mesma entidade ou o mesmo espírito, e sim entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.

Na verdade se paramos para pensar realmente, o nome é o que menos deve importar, mas sim o grau de comprometimento com a caridade.

9. Como é o desenvolvimento de um médium Umbandista?


Embora esta questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, como a maioria das questões sobre ritualística e fundamentos, vejamos alguns pontos que devem ser observados.

a) É fundamental uma avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É de suma importância que ele esteja certo de que é isso que deseja para si e para sua vida, que entenda que a Umbanda é uma religião que o ajudará na sua evolução através da Caridade e não é para resolver seus problemas.

b)
A casa que ele escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais próximo do que ele acredite, entenda e queira para si. É fundamental que seja uma casa séria e comprometida com a caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.

c) As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as diversas aspirações. Por isso antes de qualquer coisa ele deve freqüentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu lugar.

d) Cada casa tem um critério para se fazer parte da corrente, procure saber qual é. Ao entrar para a corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente e da Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.


e) Entender que nãos será umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as orientações recebidas, que sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada.

f)
Participar de todas as seções que esteja, abertas aos médiuns novos, estudar e se dedicar com afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente a evolução espiritual e moral, para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e Guias.

Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento de sua mediunidade, se entregue de corpo e alma, sem medo. É essencial lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se afinizando. Não tenha pressa, o tempo que você levará para incorporar, dar passes, dar consultas, só dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo seguindo as orientações que lhe forem passadas.

10. É verdade que homens que trabalham com entidades femininas são Gays ou podem se tornar?


Não, não é verdade. O que determina a preferência sexual de uma pessoa é ela mesma e não a entidade, aliás ninguém tem ingerência sobre este assunto, isso é um pensamento machista e preconceituoso, a Umbanda não coaduna com pensamentos retrógrados.

Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou não é, isso é uma característica dela e deve ser respeitado O médium é um medianeiro, um aparelho para a espiritualidade trabalhar pela expansão da caridade, assim sendo a entidade não interfere na personalidade do médium, senão todos que incorporarem Ogum serão guerreiros, e quem trabalha com todas as linhas sofre de personalidades múltiplas. Então se for assim mulheres também não podem trabalhar com entidades masculinas pois se tornarão lésbicas.

Temos que mudar esta mentalidade e acabar com o preconceito dentro dos Terreiros. A Umbanda tem lógica e coerência, o que deve realmente interessar não é a preferência sexual do indivíduo, mas o quanto de caridade e amor a pessoa tem para fazer e dar, o quão dedicado a espiritualidade ela o é, e o quão envolvido com o astral superior ela esteja.

11. Como funciona a hierarquia dentro de um terreiro de Umbanda?


Dentro de um terreiro de Umbanda deve existir organização e disciplina. E para manter essa organização e disciplina deve existir também um sistema hierárquico. Alguns Terreiros dividem-se em parte administrativa e espiritual.

A parte administrativa funciona como uma associação normal, com Presidente, Tesoureiro, Secretários e outros cargos que possam vir a serem úteis na composição de seu estatuto. Já a parte espiritual é comum ser dividida da seguinte forma:

a) Babalorixá e Ialorixá: São os Dirigentes do terreiro, o Sacerdote (Babalorixá) ou a Sacerdotisa (Ialorixá). É o Responsável espiritual por tudo que acontece nas gírias, antes, durante e depois. São também chamados de pais e mães-de-santo. Eles têm a função de cuidar e zelar espiritualmente do Terreiro e dos médiuns, orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados ao público. São os responsáveis em fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo astral superior.

b) Pai Pequeno e Mãe Pequena: São as segundas pessoas na hierarquia de um terreiro. Tem como função auxiliar e substituir quando necessário o Babalorixá e a Ialorixá. Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.

c) Médiuns de Trabalho: São os médiuns que trabalham incorporados, cujas entidades já dão consulta e já passaram por todos os preceitos do terreiro, que também variam de Terreiro para Terreiro.

d)
Médiuns em Desenvolvimento: São Médiuns que como o nome já diz, estão em desenvolvimento, ainda não passaram por todos os preceitos da casa. Em alguns Terreiros ele podem dar passes, já incorporam uma ou outra linha de trabalho, mas não são autorizados a dar consultas. Estão sendo preparados para tornarem médiuns de Trabalho. Ajudam no auxílio as entidades incorporadas.

e) Cambonos: São os responsáveis para auxiliar as entidades, esclarecer a assistência quanto as obrigações passadas, coordenar a entrada da assistência nas consultas e passes.

f) Curimbeiro, Tabaqueiro ou Ogã: É a pessoa responsável pela puxada dos pontos cantados e bater ou tocar o atabaque, quando utilizados pelo Terreiro. Sua função é a de ajudar na evocação das entidades e auxiliar a manter a agrégora positiva da Casa durante as seções.

Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e a disciplina deve sempre ser elementos básicos da convivência entre todos, deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados por todo e qualquer umbandista.

12. O que pode ou não dentro dos rituais praticados nos Terreiros serem considerados de Umbanda?


Podemos observar a enorme confusão que as pessoas fazem em relação ao que faz ou não parte dos rituais da Umbanda e o que faz um terreiro serem considerados de Umbanda.

Em primeiro lugar a premissa básica para que se determine que um terreiro seja UMBANDA é a caridade que se pratica no local. Não podemos confundir fundamentos com elementos de rito ou culto. Em primeiro lugar é fundamental estabelecermos algumas premissas básicas para o perfeito entendimento a respeito da diferenciação do que seja “fundamento” de “elemento de rito”.

Fundamento: é tudo que existe velado ou não, dentro do terreiro que “fundamenta” e direciona seus trabalhos. Estabelece suas linhas de força trabalhada e cultuada, assim como a missão da Casa. Ou seja, interfere e determina o resultado final dos trabalhos realizados. É estabelecido pelos Dirigentes espirituais. Exemplo: firmezas ou pontos de força estabelecidos no Gongá.

Elemento de Rito: é tudo que existe, velado ou não, presente ou não, que não interfere no resultado final dos trabalhos e nem na missão da Casa. É estabelecido pelo sacerdote.

Entendido isso vejamos então o que determina realmente se um terreiro é de Umbanda ou não?

a) Na umbanda o atabaque é elemento de rito, ou seja, a presença ou não do atabaque NÃO interfere no RESULTADO final do trabalho. A gira pode ficar, e fica mesmo, mais alegre, mais “vibrante”, mas o resultado final é o mesmo. As entidades incorporam e fazem seu trabalho da mesma maneira.

b) As roupas (saias rodadas, etc.) são elemento de rito, o fato de serem brancas é que é fundamento, ou seja, se as mulheres trabalham com “baianas” rodadas ou sem roda, ou de jalecos não interfere no resultado final do trabalho. As roupas coloridas podem ser usadas em giras festivas. Vai da preferência do sacerdote.

c) Sacrifício de animal não é fundamento e muito menos elemento de rito da umbanda, entretanto é e tem fundamento em outras religiões.

Esses simples exemplos servem apenas para ilustrar, pois é tão fácil e simples saber ou detectar se um terreiro é de umbanda ou não. Há caridade? Não há cobrança por trabalhos, consultas ou passes? Não há sacrifício de animais? Então é umbanda. Fácil, não? O resto, ou quase tudo, é elemento de rito.


13. Qual a necessidade ou a importância do uso de roupas brancas?


A “Roupa Branca” usada pelos médiuns nos rituais de Umbanda, deve ser tratada de maneira especial e usada exclusivamente para este fim.

Ela representa a pureza e a simplicidade, além do branco ser uma cor que absorve a vibrações mas não as retém.

14. Qual o objetivo dos banhos de ervas?


Tem ervas que são para descarrego, outras para energização e outras com ambas as funções, outras simplesmente preparatórias para algum tipo de trabalho.

Dependendo da necessidade o médium ou o consulente, tomará seu banho de ervas objetivando sempre uma boa harmonização com as forças da natureza, para a consecução dos objetivos propostos.

Os banhos de ervas necessitam de uma ritualística preparatória e não devem ser tomados indiscriminadamente, só devem ser tomados sob orientação da Entidade ou do Dirigente do Terreiro ou de pessoas a sua ordem, pois sem o conhecimento específico do problema e do objetivo a ser alcançado, o banho pode ter efeito contrário. Por exemplo se a pessoa tiver agitada demais não deverá tomar banho de ervas Ogum ou Iansã, pois poderá ficar mais agitada ainda.

15. Porque batemos a cabeça no gongá?


O “bater a cabeça” é um gestual que representa humildade e respeito, é uma ato de oferecimento de seu Ori (coroa), de reverencia e agradecimento à Coroa Regente da Casa e de pedido de benção.

16. E os colares na Umbanda?


Os “colares”, os quais chamamos de “guias”, são utilizados para auxiliar fixação da vibração do Orixá e tem a função de atração ou proteção.

Utilizar ou não, a quantidade de contas e quanto o tipo varia de Terreiro para Terreiro conforme a orientação da Entidade Chefe ou do Dirigente. Mas elas não devem ser compradas, pois devem ser preparadas pela própria pessoa segundo os preceitos de cada casa.

17. Na Umbanda não existe sacrifícios de animais? Mas já vi terreiros que praticam esses rituais, então eles não são Terreiros de Umbanda?

Não, não são terreiros de Umbanda. A Umbanda anunciada e fundada como culto pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas não tem a prática de sacrificar animais.

O que precisa ficar bem claro é que Terreiro que pratica sacrifícios de animais, seja para iniciações, descarrego, oferendas ou qualquer outra coisa, não é um terreiro de Umbanda, mas sim outra forma de culto que não nos cabe discorrer sobre.

18. Porque fazer firmeza para Exús e Pombas-gira?


Exús e Pomba-giras são nossos guardiões e defensores dos ataques do astral inferior. Ao fazermos firmeza para eles estamos fornecendo pontos de energização e fixação de energia que visam a facilitar este trabalho.

19. Como é o trabalho de um Exú e uma Pomba-gira?


Como já vimos Exús e Pombas-gira trabalham para nossa defesa e proteção. Atuam nas regiões umbralinas ou onde sua presença se fizer necessária. São verdadeiros soldados do astral envolvendo os trabalhos de defesa com sua energia equilibradora.

20. Qual é a importância de uma gira de Exús?


As giras de exus servem para expurgar, descarregar, encaminhar, limpeza do terreiro, dos médiuns e de todos os trabalhos de desobsessão do mês.

Servem também para oportunizar a estas entidades maravilhosas, através da incorporação e da consulta, sua evolução e na busca de conselhos de assuntos mais de terra.

Não podemos esquecer que eles é que dão o primeiro combate contra as forças trevosas, são eles que nos defendem, que representam e levam as ordens dos enviados de orixás aos níveis mais baixos da crosta, são eles os executores dos kármas, que limpam, descarregam e atuam como elementos magísticos no desmanche de trabalhos de magia negra.

21. Porque algumas entidades na Umbanda bebem e fumam?
A Umbanda, seus médiuns, os espíritos que nela trabalham e, em particular, os espíritos que trabalham na linha de Exu são alvos de muitas críticas devido ao uso da bebida alcoólica e do fumo durante seus trabalhos.(...)


Dentro do conceito elemental, o fumo é uma defumação direcionada, que traz além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para trabalhos de magia prática. O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente vistos durante os trabalhos de Umbanda.

Já o Álcool é do elemento água, provindo de um vegetal (a cana), que se sustenta na terra, altamente volátil no ar e considerado o "Fogo líquido", de fácil combustão. Tanto o Fumo quanto o Álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais, e no caso do Álcool para desinfetar e limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido.

O fumo, Tabaco, o álcool são considerados um "Elemento de Poder", usados há milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com larga utilização em seus trabalhos de cura.Tudo que é sagrado traz o divino e as virtudes para nossas vidas, sempre que profanamos algo sagrado atraímos a dor e o vicio. Assim o mesmo tabaco e o álcool que cura em seu aspecto sagrado também vicia e traz a dor quando utilizado de forma profana.



Texto extraído do Livro
Umbanda Mitos e Realidades 

 Iassan Ayporê Pery


NOTA: Todos os destaques são de MERU SAMI.