(c) Definição da Alma
2. O que é a alma? Podemos defini-la? Qual é a sua natureza?
Vou expor aqui somente quatro definições que servirão de base para tudo mais.
A. A alma pode ser denominada de Filho do Pai e da Mãe - Espírito-Matéria-, portanto é a personificação da vida de Deus, e encarna com o fim de revelar a qualidade da natureza de Deus, o amor essencial.
Esta vida, ao tomar forma, nutre a qualidade do amor que existe dentro de todas as formas e, finalmente, revela o propósito de toda a criação. (Psicologia Esotérica, Volume I – pág. 51)
B. A alma pode ser considerada como o princípio inteligente, inteligência cujas características são a mente e a percepção mental, que por sua vez se demonstram como o poder de analisar, discernir, separar, distinguir, escolher ou rejeitar, e todas as implicações que estes termos significam... (Psicologia Esotérica, Volume I – pág. 53)
Procuro transmitir de diversas maneiras, mediante o simbolismo das palavras, o significado da alma.
A alma é, portanto, o Filho de Deus, o produto da união entre espírito e matéria, a expressão da mente de Deus, porque mente e intelecto são termos que expressam o principio cósmico de amor inteligente, amor que produz a aparência através da mente e é o construtor das formas separadas ou aparências.
A alma, mediante a qualidade de amor, produz também a fusão de aparência e qualidade, percepção e forma.
C. A alma é (e aqui as palavras limitam e deformam) uma entidade de luz colorida por una vibração especial de raio, um centro de energia vibratória que se encontra dentro da aparência ou forma, durante toda sua vida de raio.
É una vida entre os sete grupos de milhões de vidas que, na totalidade, constituem a Vida Una.
Devido à sua natureza, a alma percebe ou é consciente em três direções: consciente de Deus, do grupo e de si mesma.
Este aspecto de ser consciente de si mesma chega a frutificar na aparência fenomênica de um ser humano; o aspecto consciência grupal retém o estado humano de consciência, mas agrega a este a percepção de sua vida de raio que vai se desenvolvendo progressivamente; a sua percepção então é consciente do amor, da qualidade e do espírito que existe em suas relações; somente é potencialmente consciente de Deus, e nesse desenvolvimento a alma encontra o seu próprio progresso de forma ascendente e externa, depois que aperfeiçoou o seu aspecto de ser consciente de si mesma e reconheceu a sua percepção grupal. (Psicologia Esotérica, Volume I – pág. 55)
D. A alma é o princípio sensível que subsiste em toda manifestação externa, compenetra todas as formas e constitui a consciência do próprio Deus.
Quando a alma - submersa na substância e é simplesmente sensibilidade - agrega, mediante sua interação evolutiva, a qualidade e a capacidade de reagir à vibração e ao meio ambiente, assim a alma se expressa nos reinos subumanos da natureza.
Quando a alma, expressão de sensibilidade e qualidade, agrega a estas a capacidade de perceber o eu de forma desapegada, aparece a entidade autoidentificada que chamamos de ser humano.
Quando a alma agrega a sensibilidade, a qualidade e a autopercepção e a consciência grupal, temos então a identificação com o grupo de um raio e aparece o discípulo, o iniciado e o Mestre.
Quando a alma agrega a sensibilidade, a qualidade, a autopercepção, a consciência grupal e a consciência do propósito sintético divino (denomi¬nado o Plano), temos então o estado de ser e conhecimento que caracteriza todos os que estão no Caminho da Iniciação, incluindo as Vidas graduadas desde o discípulo mais avançado até o próprio Logos planetário.
Não nos esqueçamos, ao fazer estas diferenciações, de que no entanto existe uma só Alma, a qual funciona e atua através de veículos de diversas capaci¬dades e distintos refinamentos, com maiores e menores limitações, assim como um homem constitui uma só identidade que atua às vezes mediante um corpo físico e outras através de um corpo sensório, ou de um corpo mental e outras, ainda, chega a se conhecer como o Eu - acontecimento raro e pouco comum ainda para a maioria. (Psicologia Esotérica, Volume I – pág. 64/5)
(d) O Cristo Interno
1. Quando a humanidade estiver segura de sua divindade e imortalidade e tiver adquirido conhecimento sobre a natureza da alma e o reino n o qual funciona a alma, sua atitude em relação à vida e aos assuntos cotidianos sofrerão tal transformação que veremos surgir em verdade um novo céu e uma nova Terra.
Uma vez que esta entidade central, dentro de cada forma humana, seja reconhecida e se conheça pelo que é essencialmente, e sua divina persistência seja estabelecida, então, logicamente, veremos o começo do reinado da Lei divina na Terra, lei imposta sem fricções nem rebeldias.
Esta reação benéfica se produzirá devido a que os pensadores da raça serão fusionados em uma percepção geral da alma e na consequente consciência grupal, que lhes permitirá ver o propósito que subjaz por trás da atuação da lei.
Explicarei isto de forma mais simples. Em O Novo Testamento se diz que devemos procurar que a mente em Cristo se manifeste também em nós.
Trabalhamos para aperfeiçoar o reino do Cristo na Terra e aspiramos desenvolver a consciência crística e estabelecer o reino ou a Lei crística, o amor.
Na era aquariana isto frutificará e veremos o estabelecimento da fraternidade na Terra. A regra crística consiste em dominar as leis espirituais fundamen¬tais.
A mente crística é uma frase que transmite o conceito do reinado do divino amor inteligente que estimula o reinado da alma dentro de todas as formas e traz o reinado do espírito.
Não é fácil expressar a natureza da revelação que está em caminho. Implica no reconhecimento por parte dos homens, de que a “substância mental”, como a denominam os indus, com a qual estão relacionadas suas próprias mentes e da qual são parte integrante seus corpos mentais, é também parte da mente do Cristo, o Cristo Cósmico, de Quem o Cristo histórico é o representante designado em nosso planeta.
Quando os homens tiverem desenvolvido pela meditação e o serviço grupal, a percepção de suas próprias mentes controladas e iluminadas, perceberão que entraram na consciência do verdadeiro ser e em um estado de conhecimento pelo qual comprovarão, fora de toda dúvida e controvérsia, a realidade da existência da alma.
O Mistério das Eras está à beira de ser revelado, e através da revelação da alma, o mistério que está oculto será revelado.
As Escrituras do mundo, como já sabemos, sempre profetizaram que ao fim da era se revelará o que é secreto, e emergirá à luz do dia o que até então esteve oculto e velado.
Nosso presente ciclo é o fim da era; os próximos duzentos anos verão a abolição da morte, tal como agora compreende¬mos essa grande transição, e o estabelecimento da realidade da existência da alma.
A alma será conhecida como um ente e como impulso motivador e centro espiritual que está por trás das formas manifestadas. Dentro de poucas décadas serão corroboradas certas grandes crenças. (Psicologia Esotérica Tomo I, pág. 96/7)
2. O homem individual e sua alma também estão procurando se unir, e quando esta união se realizar, o Cristo nascerá na caverna do coração e se verá como o Seu poder na vida diária aumenta. (Psicologia Esotérica Tomo I, pág. 231)
3. Surgimento à manifestação do aspecto subjetivo no homem. Um dos objetivos da evolução consiste em que seja reconhecida oportunamente a realidade subjetiva. Isto se pode expressar de várias maneiras simbólicas, contendo todas o mesmo fato da natureza:
O nascimento do Cristo interno.
O brilho da radiação interna o gloria.
A manifestação do segundo aspecto ou aspecto amor.
A manifestação do Angel Solar.
A aparição do Filho de Deus, o Ego a alma imanente.
A plena expressão de budi à medida que utiliza manas.
Como se produz este surgimento à manifestação, pode se deduzir das seguintes frases:
O refinamento dos corpos, os quais constituem a casca ou envoltura que oculta a realidade.
O processo de “retirar os véus”, a fim de que um por um os corpos que velam o Eu cheguem a ser transparentes, permitindo que a natureza divina brilhe plenamente.
A expansão de consciência, alcançada pela capacidade do Eu para se identificar como o Observador, com sua verdadeira natureza, sem con¬siderar a si mesmo como o órgão de percepção. (Os Raios e as Iniciações, pág. 15/6)
(e) O Corpo Etérico, o Símbolo da alma
O grande símbolo da alma no homem é seu corpo etérico ou vital, pelas seguintes razões:
1. Constitui a analogia física do corpo interno de luz, chamado o corpo da alma, o corpo espiritual. É denominado de “cuenco dourado”, na Bíblia, e se caracteriza por:
a. Qualidade de luz.
b. Grau de vibração, que se sincroniza sempre com o desenvolvimento da alma.
c. Força coerente, vinculando e conectando cada parte da estrutura corpórea.
2. É a microcósmica “trama de vida”, pois subjaz em cada parte da estrutura física, e tem três propósitos:
a. Levar por todo o corpo o princípio vital, a energia que produz atividade, efetuando-o por meio do sangue, sendo o ponto focal desta distribuição o coração. É o portador da vitalidade física.
b. Permitir que a alma humana e o homem espiritual, se ponham em harmonia com seu meio ambiente.
Isto se realiza por intermédio de todo o sistema nervoso, e o ponto focal de esta atividade é o cérebro, assento da receptividade consciente.
c. Produzir oportunamente, por meio da vida e da consciência, uma radiante atividade ou manifestação de gloria, que fará de cada ser humano um centro ativo para distribuir luz e energia atrativa a outros, no reino humano, e através deste, aos reinos subumanos.
Isto constitui parte do Plano do Logos planetário, cuja finalidade é vitalizar e renovar a vibração dessas formas que designamos subumanas.
3. Este símbolo microcósmico da alma não somente é a base de toda a estrutura física, símbolo da ánima mundi, a alma do mundo, como é indivisível, coerente e uma entidade unificada, e simboliza assim a unidade e homogeneidade de Deus. Não existem organismos separados nele, mas simplesmente um corpo de força que flui livremente...
4. Este coerente e unificado corpo de luz e energia é o símbolo da alma porque contém dentro de si sete pontos focais...
5. Se recordamos que o corpo etérico vincula o corpo estritamente físico ou denso, com o corpo puramente sutil, o astral ou emocional, então o símbolo também se aplica aqui.
Nisto vemos o reflexo da alma no homem, que vincula os três mundos (correspondentes aos aspectos sólidos, líquido e gasoso, do corpo estritamente físico do homem) com os planos superiores do sistema solar, vinculando assim o plano mental com o búdico e a mente com os estados de consciência intuitivos. (Tratado de Magia Branca, pág. 48/9)
(f) Emergência e Progresso da alma
1. A vida no coração do sistema solar produz um desenvolvimento evolutivo das energias desse universo, que o homem finito ainda não pode imaginar.
Analogamente, o centro de energia denominado aspecto espiritual do homem (mediante a utilização da matéria ou substância), produz o desenvolvimento evolutivo daquilo que denominamos alma, e é o mais elevado das manifestações da forma - o reino humano.
O homem é o produto mais elevado da existência nos três mundos.
Quero significar por homem, o homem espiritual, um Filho de Deus em encarnação. As formas de todos os reinos da natureza - humano, animal, vegetal e mineral - contribuem para essa manifestação.
A energia do terceiro aspecto da divindade tende à revelação da alma ou segundo aspecto que, por sua vez, revela o aspecto mais elevado.
É preciso recordar que A Doutrina Secreta, de H. P. Blavatsky, expressa com exatidão esta ideia, nas seguintes palavras: “Consideremos a vida como a única forma de existência, manifestando-se no que chamamos matéria, o que separando-as incorretamente, denominamos espírito, alma e matéria, no homem.
Matéria é o veículo para a manifestação da alma neste plano de existência, e a alma é o veículo, em um plano mais elevado, para a manifestação do espírito; os três são uma trindade sintetizada pela vida que os compenetra”.
A alma se desenvolve mediante o emprego da matéria, e chega à culminação na alma do homem. (Tratado sobre Magia Branca, pág. 22/3)
2. Por este método de criação as existências vêm à manifestação, participam de um ciclo particular de experiências, efêmero como a vida de una mariposa ou relativamente permanente como a vida animadora de uma deidade planetária, e depois desaparece.
Os dois aspectos implicados, espírito e matéria, são postos em íntima harmonia e exercem um esforço recíproco.
Se a denominada matéria é energizada ou “elevada”, no sentido oculto do termo, por seu contacto com o espírito, é permitido ao espírito, por sua vez, elevar as vibrações mediante sua experiência na matéria.
A fusão destes dois aspectos divinos tem como resultado o surgimento de um terceiro que chamamos alma, e através da alma o espírito desenvolve a sensibilidade, a percepção e a capacidade consciente de responder, que constitui a sua posse permanente quando, eventual e ciclicamente, se produziu a dissociação de ambos. (Tratado sobre Magia Branca, pág. 377)
3. As três grandes divisões que marcam o progresso da alma em direção ao seu objetivo. Pelo processo da individualização, a alma chega a uma verdadeira autoconsciência e percepção nos três mundos da experiência; o ator no drama da vida domina sua parte.
Pelo processo da Iniciação, a alma torna-se a ser consciente da natureza essencial da divindade.
A participa¬ção plenamente consciente com o grupo e a absorção do pessoal e individual no todo, caracterizam esta etapa no Caminho de evolução.
Por último, chega o misterioso processo em que a alma é absorvida de tal maneira na Realidade e Síntese supremas, mediante a Identificação, que até a própria consciência do grupo se desvanece (exceto quando se recupera premeditadamente ao servir).
Então não se conhece nada mais que a Deidade -- não existem separações entre as partes nem síntese menores e nem divisões ou diferenciações.
Seria possível dizer que durante estes processos três correntes de energia atuam sobre a consciência do homem que vai desper¬tando:
a. A energia da matéria mesma, ao afetar a consciência do homem espiritual interno que emprega a forma como meio de expressão.
b. A energia da própria alma ou Anjo Solar, à medida que é vertida sobre os veículos e produz uma energia recíproca na forma solar.
c. A energia da própria vida, frase sem sentido e que somente os iniciados da terceira iniciação podem captar, pois os descobrimentos da ciência moderna ainda não dão uma ideia real da verdadeira natureza da vida. (Psicologia Esotérica, Volume II, pág. 28/9)
4. Tal é o programa para a humanidade no que diz respeito ao desenvolvimento da consciência humana.
Em última análise, toda a ênfase do processo evolutivo coloca-se no desenvolvimento da consciente e inteligente percepção da vida que anima as diversas formas.
O estado exato da percepção depende da idade da alma. No entanto, a alma não tem idade do ponto de vista do tempo, tal como a humanidade o entende.
É imortal e eterna. Ante a alma passa o caleidoscópio dos sentidos e o drama da existência fenomênica externa; mas através de todos estes acontecimentos que sucedem em tempo e espaço, a alma sempre mantém a atitude do Expectador e do Observador que percebe, observa e interpreta.
Nas primeiras etapas, quando a “consciência lemuriana” caracteriza o homem fenomênico, o aspecto fragmentário da alma, que mora na forma e a anima e implanta no homem qualquer consciência verdadeiramente humana que poda possuir, encontra-se inerte, incipiente e desorganizada; não possui mentalidade, tal como a compreendemos, e somente se caracteriza pela identificação total com a forma física e suas atividades.
Este é um período de lentas reações tamásicas ao sofrimento, à alegria, à dor, ao anseio, à satisfação do desejo e à intensa ansiedade subconsciente de progredir.
No transcurso das vidas aumenta de forma lenta a capacidade de se identi¬ficar conscientemente e aumenta o desejo de um maior campo de satisfações; a alma que mora e anima, se oculta mais profundamente, e é prisioneira da natureza forma.
Todas as forças da vida se concentram no corpo físico e, em consequência, os desejos que se expressam são de ordem física; há também uma tendência maior a ter desejos mais sutis como os que evoca o corpo astral.
Gradualmente a identificação da alma com a forma se transfere da forma física para a astral.
Até ali não há nada que possa se denominar personalidade.
Existe somente um corpo físico vivente e ativo, com seus desejos, necessidades e apetites, conjuntamente com a transferência lenta, mas constante, de uma mudança da consciência, do veículo físico para o astral.
Com o tempo, quando esta transferência se realizou com êxito, a consciência não se identifica totalmente com o veículo físico, mas se centraliza no corpo astral-emocional.
Então o foco de atenção da alma, atuando através do homem que evolui lentamente, reside no mundo de desejos e a alma se identifica com outro mecanismo de resposta, o corpo de desejo ou astral.
Sua consciência se converte então em “consciência atlante”.
Seus desejos não são já mais tão vagos nem incipientes, pois até agora somente diziam respeito às necessidades e apetites fundamentais - primeiro, o instinto de autoconservação; segundo, a própria perpetuação pelo anseio de se reproduzir e, em último lugar, a satisfação das necessidades econômicas.
Nesta etapa temos o estado de percepção da criança e do selvagem.
Contudo, de forma gradual, vai se produzindo uma crescente compreensão interna do desejo e se põe menos ênfase nas satisfações físicas.
A consciência começa a res¬ponder com lentidão ao impacto da mente e ao poder de discriminar e a escolher entre vários desejos; então começa a se capacitar para empregar o tempo de forma em tanto mais inteligente.
Começa a sentir prazeres mais sutis; os desejos são menos grosseiros e físicos; aparece o desejo pelo belo e um tênue sentido dos valores estéticos.
Sua consciência se torna mais astral-mental ou kama-manásica e a tendência das suas atividades diárias ou modos de viver e seu caráter, tendem a se expandir, desenvolver e melhorar.
Embora ainda continue dominado, durante a maior parte do tempo, por desejos irracionais, o campo das suas satisfações e desejos sensórios é menos animal e mais definidamente emocional.
Começa a se dar conta dos seus estados de ânimo e sentimentos; invade-o um vago desejo de encontrar a paz e a ânsia de encontrar esse algo nebuloso chamado felicidade, fatores que começam a desempenhar a sua parte.
Isto corresponde ao período da adolescência e ao estado de consciência denominado atlante, o qual constitui a condição das massas nos tempos atuais.
A maioria dos seres humanos continua sendo atlantes, puramente emocionais em suas reações e em sua abordagem à vida.
Estão ainda regidos predominantemente por desejos egoístas e pelos impulsos instintivos da vida.
Nossa humanidade terrestre continua na etapa atlante, enquanto que os intelectuais, os discípulos e os aspirantes do mundo, vão superando rapidamente esta etapa, pois conseguiram a individualização na cadeia lunar, e foram os atlantes do passado...
As pessoas mais evoluídas do mundo possuem um corpo mental ativo, e isto ocorre em grande escala em nossa civilização ocidental.
A energia do raio ao qual pertence o corpo mental começa a afluir e vai se afirmando lentamente.
Quando isto acontece, a natureza de desejos é con¬trolada e, em consequência, a natureza física pode chegar a ser um instru¬mento mais definido dos impulsos mentais.
A consciência do cérebro começa a se organizar e o foco das energias a se transferir gradualmente dos centros inferiores para os superiores.
O gênero humano está atual¬mente desenvolvendo a “consciência ariana” e alcançando a maturidade.
Nas pessoas mais evoluídas temos também a integração da personalidade e o controle definido do raio da personalidade, com o consequente aferramento sintético e coerente dos três corpos fusionados em uma unidade ativa.
Depois a personalidade se converte em instrumento da alma. (Psicologia Esotérica, Volume II, pág. 32/34) Ver também: (Psicologia Esotérica, Volume II, pág. 261/3)
(g) O Anjo da Presença
1. Diz-se que os “pensamentos são coisas” e produzem resultados tangíveis. Também que “como um homem pensa em seu coração assim é ele” e, em consequência, estas manifestações tangíveis do pensamento produzem definidamente efeitos nele.
Estas antigas verdades contêm muita instrução, grande luz e compreensão. Você, como alma em encarnação, se dá conta conscientemente - subjetiva e muitas vezes pressente levemente – do seu Eu real, o Anjo Solar, o Anjo da Presença.
Seu problema é aprofundar este conhecimento e saber que você é o Anjo que perma¬nece entre você, o homem físico e a Presença.
Esta questão pode ser esclarecida se considerarmos brevemente o que representa na realidade a palavra Presença.
O místico é sempre consciente da dualidade; o homem inferior e a alma imanente; o cansado discípulo e o Anjo; o pequeno eu e o Eu real; a expressão da vida humana e a vida espiritual.
Muitas outras qualidades representam a mesma expressão da realidade. Mas por trás delas aparece - imanente, estupendo e glorioso - aquilo do qual estas dualidades não são mais que aspectos: a Presença imanente embora transcendente da Deidade.
Todas as dualidades são absorvidas na natureza deste Uno, e as distinções e diferenças perdem seus significados.
Quando lhe digo que desenvolva a consciência da Presença significa que agora é, antes de tudo, parcialmente consciente do Anjo e pode começar a responder, nebulosa e debilmente, a esse grande Todo que subjaz no mundo subjetivo do ser, já que este mundo subjaz no mundo físico tangível da vida diária.
O conhecimento de que todo o planeta está fora daquele cômodo onde você está refletindo sobre as minhas palavras, separado somente pela janela e a exten¬são da sua percepção consciente, constitui o símbolo do que foi dito acima.
O universo externo do planeta, o sistema solar e os céus estrelados, os vê através do painel de vidro quando está limpo e não está empanado, mas atua como barreira para a visão quando está sujo ou velado.
Isto e sua capacidade de se projetar na imensidade do universo, rege a extensão do seu conhecimento em qualquer momento dado.
Reflita sobre isso, irmão, e através da janela da mente, veja essa luz que revela o Anjo que, por sua vez, vela e oculta a grandiosa Deidade desconhecida, embora viva e vibrante. (Discipulado na Nova Era - Volume I, pág. 362/3)
2. Todo ser humano é, na realidade, um vértice em miniatura no grande oceano do Ser, no qual vive e se move - em incessante movimento até que a alma “exale seu alento sobre as águas” (ou forças) e o Anjo da Presença desça dentro do vórtice. Então tudo se aquieta.
As águas agitadas pelo ritmo da vida, e mais tarde encrespadas violenta¬mente pela descida do Anjo, respondem ao poder curador do Anjo e se transformam “em um tranquilo remanso onde as pequenas unidades podem entrar e encontrar a cura de que necessitam”.
Assim reza O Antigo Comentário. (Cura Esotérica, pág. 110)
1. A alma, macrocósmica e microcósmica, universal e humana, é a entidade que vem à existência quando os aspectos espírito e matéria se relacionam mutuamente. Portanto:
a. A alma não é nem espírito nem matéria, mas a relação entre ambos.
b. A alma é a intermediária desta dualidade; constitui o princípio do meio, o vínculo entre Deus e Sua forma.
c. A alma é, portanto, outro nome para o principio crístico, quer seja na natureza ou no homem.
2. A alma é a força atrativa do universo criado e (quando atua) mantém todas as formas unidas de tal modo que, através delas, a vida de Deus pode se manifestar ou expressar. Em consequência:
a. A alma é o aspecto construtor de formas e o fator atrativo de todas as formas do universo, do planeta, dos reinos da natureza e do homem (que reúne em si todos os aspectos); traz a forma à existência; permite que se desenvolva e cresça, a fim de abrigar de maneira mais adequada a vida imanente; impele para a frente todas as cria¬turas de Deus no Caminho da evolução, através de um reino após o outro, para uma meta final e uma gloriosa consumação.
b. A alma é a própria força da evolução e isto estava presente na mente de São Paulo quando falou de “Cristo em vós, esperança de glória”.
3. A alma se manifesta de diferentes maneiras nos variados reinos da natureza, mas a sua função é sempre a mesma, quer se trate de um átomo de substância e do poder que possui para manter a sua identidade e forma e realizar a atividade que lhe cabe, quer uma forma em quaisquer dos três reinos da natureza, mantida em coerência, manifestando suas características, levando sua própria vida instintiva e trabalhando em conjunto para algo mais elevado e melhor. Portanto, a alma:
a. Proporciona as marcadas características e as diversas manifestações da forma.
b. Atua sobre a matéria, obrigando-a a assumir certos contornos, a responder a certas vibrações e a construir as formas fenomênicas específicas que no mundo do plano físico reconhecemos como mineral, vegetal, animal e humano; e para o iniciado também existem outras formas.
4. As qualidades, vibrações, cores e características de todos os reinos da natureza, são qualidades da alma, como o são os poderes latentes em determinada forma, que procuram se expressar e demonstrar potencialidade. Ao terminar o período evolutivo, todas estas revelarão a natureza da vida divina e da alma do mundo, a super alma que está revelando o caráter de Deus. Portanto:
a. A alma, mediante estas qualidades e características, se manifesta como resposta consciente à matéria, pois as qualidades se produzem por meio da interação dos pares de opostos, espírito e matéria, e seu mútuo efeito. Esta é a base da consciência.
b. A alma é o fator consciente em todas as formas, a fonte da percepção que todas as formas registram e a resposta às condições grupais circundantes que as formas demonstram em todos os reinos da natureza.
c. Pode-se definir a alma como o aspecto significativo em cada forma (criado pela união de espírito e matéria) que sente, registra percepção, atrai e repele, responde ou não, e mantém todas as formas em constante atividade vibratória.
d. A alma é o ente preceptor, produzido pela união Pai-Espírito e Mãe-Matéria.
É o que no mundo vegetal, por exemplo, responde aos raios solares e provoca a abertura do botão da flor; no reino animal permite ao animal amar a seu amo, caçar a presa e levar sua vida instintiva, e torna o homem consciente do seu meio ambiente e do seu grupo, permitindo que viva a sua vida nos três mundos da evolução normal como espectador, preceptor e ator.
Eventualmente o capacita, na devida oportunidade, a descobrir que a sua alma é dual, que uma parte de si mesmo responde à alma animal e a outra reconhece a sua alma divina.
Contudo, na atualidade, muitos não funcionam plenamente como puramente animais nem estritamente divinos, mas podem ser considerados como almas humanas.
...A alma, portanto, poderia ser considerada como sensibilidade unida e percepção relativa do que está por trás da forma de um planeta e de um sistema solar, os quais constituem a soma total da formas, orgânicas o inorgânicas, como o materialista as diferencia.
A alma, embora constituía uma grande totalidade, está contudo limitada em sua expressão pela natureza e qualidade da forma em que reside e, em consequência, há formas que respondem e expressam altamente a alma e outras que - devido à densidade e à qualidade dos átomos que as compõem - são incapazes de reconhecer os aspectos superiores da alma ou de expressar algo mais do que a sua vibração, tom ou cor inferiores.
(Tratado de Magia Branca, pág. 37/41)
Alice BaileyTradução Grupoaquariano