2012-06-23

A IMPORTÂNCIA DA EVANGELIZAÇÃO NA UMBANDA






A UMBANDA E O EVANGELHO


Os ensinamentos de Jesus, assim como a Umbanda, são simples e destituídos de fórmulas e símbolos complicados. Ademais, Jesus não exigia dos homens que se tornassem santos ou heróis, sob a influência de seus ensinamentos.

Ele ensinava a realidade dos céus no meio da vida comum, nas ruas, vielas, campos, lares, sob as árvores, ou a beira de praias. Jesus teve sua convivência por escolha entre o povo aflito e sofredor, sedentos por amor e um pouco de carinho em vez de estar entre eruditos, políticos, ou entre as complicações religiosas do mundo.

Seus ensinamentos eram simples, compreendidos por todos, e eram gravados com letras de fogo no coração de cada um. Ensinamentos compreendidos e aceitos pela simplicidade das verdades inesquecíveis como: “Ama a teu próximo como a ti mesmo” “Faze aos outros o que queres que te façam” “Quem se humilha será exaltado” “Cada um colhe conforme suas obras” Jamais, outra regra de reforma íntima tão singela e espiritual poderia permear a Umbanda, cuja doutrina é tão simples, desprovida de pompas, lógica e libertadora. Nenhum outro Mestre que viveu entre nós conseguiu em poucas palavras e em tão pouco tempo expor um código de moral tão elevado (Evangelho) aos humanos.

A Umbanda não pretende isolar-se na interpretação pessoal do Evangelho tão bem esposado e explicado pelo Espiritismo, Alias, não devemos nos esquecer que as explicações contidas no “EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, foram dadas por espíritos iluminados; portanto ser espírita é seguir os ensinamentos dos espíritos, o que nós Umbandistas também fazemos. Só não adotamos o termo “Espírita” para designar nosso movimento religioso, pois os Kardecistas já o fizeram.

Somos Umbandistas, mas aceitamos de coração nossos irmãos Espíritas. Adotar a literatura Espírita não quer dizer praticar espiritismo, mas sim nos educarmos nas mensagens edificadoras dos nossos irmãos espirituais que ali militam.

Adotando o “EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” em nossos Templos, estaremos contribuindo para a libertação das pessoas, e contribuindo para a única maneira de nos espiritualizarmos, que é a “educação”.

Nós Umbandistas, devemos ter como objetivo a redenção dos espíritos através de uma conscientização contínua das verdades eternas contidas no evangelho de Jesus, sem aguardar o milagre da santidade instantânea.

O Umbandista deve interessar-se profundamente pelo seu aperfeiçoamento e não eleger e confiar somente nos ensinamentos dos mestres e doutrinadores. Não basta querer ter sua vida resolvida, crer numa vida espiritual eterna se ainda não se converteu às verdades e aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Evangelizar não se trata apenas de um conjunto de preceitos pregados a outras pessoas, mas sim interiorizados e vividos no íntimo de nossa alma, assim como fez Jesus, pois ele pregava, mas praticava todos os seus ensinamentos.

Jesus não estabeleceu nenhum culto, nem pregou nenhum tipo de poder a multidão; não criou castas e nem outorgas sacerdotais; não pregou aprisionamentos de espíritos; não ensinou a retornar nenhum mal que nos fizessem, e muito menos, não nos deu fórmulas mágicas para que pudéssemos nos beneficiar egoisticamente, promovendo facilidades materiais ou espirituais.

Ele nos pregou o amor, o perdão, a redenção pela fé, e foi muito claro quando nos disse: “Quem quiser salvar-se, pegue de sua cruz e siga-me” Jesus deu um toque sutil em todas as situações humanas e espirituais, operando o verdadeiro milagre da nossa reforma intima, transformando angustias, fracassos e desesperos em bênçãos para o caminho do céu. Ao invés de menosprezar a vida nos ensinou que ela é um instrumento necessário para o aperfeiçoamento da alma.

Transformou dores em bênçãos, choros, sofrimentos e aflições em bem-aventuranças eternas. Nenhum suspiro, dor, ou lágrima serão perdidos ante o Divino Criador. Existe uma simbiose; uma sintonia moral entre a Umbanda e o Evangelho.

Ambos requerem a redenção humana. Ambos valorizam a vida humana, nos ensinando que devemos viver tudo o que Deus nos proporcionou com disciplina, e não ver a vida simplesmente como condição expiatória ou apenas sofredora.

A Umbanda, portanto, é o caminho a ser trilhado pela humanidade, e o Evangelho é a luz que ilumina o caminho, facilitando a nossa vida. Nós, Umbandistas, não devemos aguardar a aproximação do Evangelho, mas sim buscá-lo e vivenciá-lo em toda sua plenitude, como norma a ser seguida, a fim de nos desvencilharmos das ilusões e sofrimentos humanos, encontrando um caminho curto e seguro que nos levara a Deus.

O Evangelho é fonte criadora de homens incomuns em caráter amor e igualdade. Não é egoísta, mas sim altruísta; não se exalta, mas cria humildes. Deixa o ser humano terno e não cruel. Pacífico e não armado. O Evangelho será a pátria dos homens santos.

Os gigantes de espiritualidade, vencedores de suas mazelas e paixões. Todos os problemas do mundo serão solucionados pela leitura e prática do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, o porto mais seguro da espiritualidade superior.

Nós Umbandistas, devemos usar dos recursos materiais que Deus nos proporcionou, que chamamos de “arsenal” de Umbanda, com disciplina, bom senso e espírito crítico, sempre que necessário ajudar a qualquer irmão, mas desde que esse, naquele momento, não se encontra em condições de ser doutrinado ou transformado.

Após o equilíbrio do mesmo devemos proceder a sua evangelização, para que o nosso irmão continue seu caminhado no plano terreno com equilíbrio e não venha cair nas malhas das vicissitudes internas e nem dos nossos irmãos das trevas.

Em nossas palestras elucidativas e evangelizadoras devemos nos abster de excessos de melodramas, exposição de conceitos e parábolas através de suspiros, palavras trêmulas e expressões compungidas.

Devemos ter uma oratória simples, objetiva, sincera, assim como Jesus fazia, falando com o coração e não preocupado se as pessoas estão te admirando pela rica eloqüência. Então meus irmãos, mãos a obra, na edificação evangélica do nosso espírito imortal, pois só assim estaremos contribuindo para o nosso aprimoramento e elevação espiritual.

Lembrem-se do iniciador da Umbanda, em 1.908, o Sr Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando nos exortou: “Que o desenvolvimento do médium fosse com base na Evangelização contumaz” “De quem sabe aprenderemos e os que nada sabem ensinaremos”.


Trecho extraido do livro:
O ABC do Servidor Umbandista 
- Pai Juruá

Como é o Ritual do Rosario das Santas Almas Benditas






Executado no Templo da Estrela Azul - São Caetano do Sul/SP

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qAIAiNU5Zp0#!

2012-06-22

UMBANDA CRÍSTICA






A RAMIFICAÇÃO UMBANDA CRÍSTICA



Deixamos em separado o segmento Umbanda Crística, pois é o fundamentado e seguido pela nossa casa, o “Templo da Estrela Azul – Casa de Oração e Escola Umbandista – fundado em 1937”.

Muitos poderão se sentir incomodados por nos pautarmos tanto no Evangelho de Jesus, procurando seguir fielmente Seus ensinamentos, bem como também, aceitarmos algumas práticas cristãs em nossa liturgia. Com isso não estamos desmerecendo ou mesmo criticando ninguém e nem seu culto, mas achamos por bem esclarecer, para que todos possam se situar, e assim poder claramente entender o que é a Umbanda Crística.

Só podemos dizer que os Guias Espirituais militantes em todas as denominações umbandistas lá estão por afinidade, e realizam um trabalho caritativo dentro da realidade deles (médiuns, rituais, oferendas, etc.) em conjunto com a mente e a aceitação dos profitentes. A Umbanda Crística guarda um vínculo muito forte e íntimo com a doutrina da Linha Branca de Umbanda e Demanda preconizada pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.

São palavras textuais de Zélio Fernandino de Moraes:


O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas não admitia atabaques e nem mesmo palmas nas sessões. Apenas os cânticos, muito firmes e ritmados, para a incorporação dos Guias e a manutenção da corrente vibratória.


Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.


As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Não é a quantidade de guias o que dá força ao médium.


Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação do médium. E são severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir a sua missão mediúnica.


Umbanda Crística:

  • Umbanda praticada sem atabaques, sem palmas, sem roupagens coloridas, rendas, lamês ou qualquer tipo de adereços regionais externos, tipo: cocares, penas, chapéus, coroas, arcos, tacapes, fuzis, maquiagens, tridentes, etc..
  • Abomina o sacrifício de animais.
  • Toda calcada no Evangelho Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Reforma Íntima, Descarregos (desobsessão), orientações dos Mestres do Amor, e na prática caritativa sem fins pecuniários.
  • Incentiva o estudo e a realização do Evangelho no lar.
  • Promove a realização de evangelização para os médiuns e para os assistidos.
  • Aceita os Sagrados Orixás, não como deuses, mas sim como denominações humanas para os Poderes Reinantes do Divino Criador, os Anjos Planetários manifestadores de toda vida planetária. Não requerem qualquer forma de culto externo e/ou material.
  • Aceita alguns Santos Católicos e seus ensinamentos.
  • Aceita as obras: “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns” e o “Evangelho Segundo Espiritismo”, todos da codificação Espírita, como fonte de estudos.
  • Aceita os escritos de auto-ajuda e reforma íntima, desde que calcados nos ensinamentos crísticos.
  • Restringe o uso indiscriminado de oferendas, despachos e bebidas alcoólicas.
  • Faz largo uso de ervas em defumações, banhos, amacis e uso ritualístico de Tabaco.
  • Realiza aplicações de Araporã. Araporã é uma palavra do idioma Tupí é quer dizer: Ara: dia, luz, tempo, clima, nuvem, hora, nascer. Porã: bonito. Literalmente, Araporã quer dizer: “Luz Bonita”. A Luz de Deus, das Santas Almas Benditas a da Mãe Natureza que é emanada pelo nosso amor através das nossas mãos para o auxílio ao próximo. O Araporã é um veículo da manifestação do amor de Deus, dos Sagrados Orixás e de Jesus, onde através dos Fluidos Universais, dos Fluidos Magnéticos e dos Fluidos dos Elementos da Natureza, proporciona o equilíbrio físico-mental-espiritual. É o sistema de imposição de mãos da Umbanda. O Araporã é a presença da Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente.
  • Promove concentrações nos sítios vibratórios da Natureza, para captação de energias sublimes.
  • Dá ênfase a realização de rezas, orações e principalmente à prática diária do Ritual do Rosário das Santas Almas Benditas.
  • Incentiva o estudo e promove o desenvolvimento doutrinário.
  • Atua mediunicamente com as roupagens arquetípicas regionais fluídicas de: 

Linha Mestra de Trabalhos Espirituais dos Caboclos e das Caboclas da Mata e suas Linhas auxiliares:
  1. Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Caboclos Sertanejos (Caboclos Boiadeiros e as Caboclas Rendeiras).
  1. Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Caboclos D´Agua (Caboclos Marinheiros, Caboclos Caiçaras, Caboclos Barqueiros, Caboclos Pescadores, Caboclos Canoeiros, Caboclos Jangadeiros, e as Caboclas Lavadeiras).

Linha Mestra de Trabalhos Espirituais dos Pretos-Velhos e sua Linha auxiliar:


Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Baianos.

Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais das Crianças.

Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente. Com grande atuação em trabalhos específicos e caritativos de cura; não atuam em consultas corriqueiras; e suas Linhas Auxiliares: 1

Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Ciganos.
Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Curandeiros.

“Linhas Mestras e Auxiliares de Trabalhos Espirituais” são as que se manifestam mediunicamente, trabalhando em atendimentos fraternos.

Falange de Trabalhos Espirituais dos Exus (não confundir com “Èsù” dos cultos afros) e Falange de Trabalhos Espirituais das Pombas-Gira


Na Umbanda Crística, a Falange de Trabalhos Espirituais dos Exus e das Pombas-Gira atuam mediunicamente em trabalhos de defesa e desmanches.

Por determinação da diretoria espiritual da Umbanda Crística, não são realizadas “Giras” de Exus e Pombas-Gira, e nem procedem a atendimentos fraternos públicos. Por isso não é considerada uma Linha de Trabalho Espiritual.

Em Giras de Caridade, em algumas exceções e precisão, a Falange dos Exus e Pombas-Gira podem se fazer presente na incorporação, isoladamente, mas somente para descarregar um assistido, sem contudo, proceder a atendimentos, e só o fazendo com a anuência do Guia Espiritual responsável pelos trabalhos.

Suas presenças são discretíssimas, não sendo reconhecidos pelos assistidos.

Fora o acima exposto:


  • Nas Giras de Caridade, os hinos de louvação, perdão, amor e mensagens evangélicas são efetuados através de arranjos musicais. Os pontos cantados de raiz, de força e/ou de poder, seja em Giras de Caridade ou Giras de Desenvolvimento são entoados de viva voz, sem acompanhamentos instrumentais, nem palmas.
  • Reserva um dia da semana para o “desenvolvimento” mediúnico (reforma íntima, aprendizado da doutrina umbandista e adestramento mediúnico).

Existem muitas outras formas de vivenciar a Umbanda e todas se forem vivenciadas do amor, com amor e por amor serão legítimas. Muitas outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda. Por isso, é infrutífero e estéril qualquer tipo de discussão sobre quem pratica a “verdadeira Umbanda”.

É bom cada um se situar na ramificação seguida, e procurar fazer o melhor possível, pois a Espiritualidade Maior não acoberta erros. Como diz o Senhor Caboclo Araribóia: “passarinho que dorme com morcego, amanhece de ponta cabeça”.

O que fica esquisito é dizer que: “Se faz caridade e não se cobra por nada, é Umbanda”. Será que é só isso?

Esclarecimento:


Quando se diz praticar a Umbanda Crística, baseada nos ensinamentos e práticas orientadas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, imediatamente, os inconformados nos dizem estarmos praticando uma “Umbanda Católica”. Se aceitamos a Codificação Kardequiana, e algumas literaturas kardecistas, imediatamente, os mesmo inconformados nos tacham de estarmos praticando uma “Umbanda Kardecista”.


Interessante isso. Quer dizer então que ser crístico é somente acreditar em Jesus, mas ignorar e não praticar Seus ensinamentos? Seguir e praticar o Evangelho Redentor quer dizer ser católico, crente ou mesmo kardecista? Esqueceram-se que somos da Religião de Umbanda, Crística por natureza? Seguimos as orientações calcadas no “Livro dos Espíritos”, nos “Livro dos Médiuns” e no “Evangelho Segundo o Espiritismo”; não praticamos a Religião Espírita Kardecista.

Muitos irmãos inconformados querem a todo custo que todos sigam e preguem incondicionalmente àquilo que suas mentes acreditam e aceitam ser a Umbanda verdadeira, mas, não se dão ao luxo de estudarem e analisarem a luz da razão e do bom senso, o que outros também acreditam.

Se fosse assim então, poderíamos também dizer que esse ou aquele pratica uma Umbanda africana, uma Umbanda cigana, uma Umbanda oriental, etc.. Não nos esqueçamos que a Umbanda é eclética e aproveita tudo o que é bom da Espiritualidade positiva praticada em várias religiões; mas sua religiosidade primordial é calcada em Jesus.

Se fossemos então retirar cada prática religiosa da Umbanda somente por acharmos inconveniente ou mesmo não gostarmos, com certeza, o que somente existiria não seria Umbanda, mas sim, cultos estranhos particulares. Seria tão somente mediunismo.

Relembrando Ramatis: “Pelo simples fato de um homem detestar limões, isto não lhe dá o direito de reclamar a destruição de todos os limoeiros, nem mesmo exigir que seja feito o enxerto a seu gosto”!

E como também diz um ditado popular: “O que seria do branco se todos gostassem do vermelho”.


Readaptando um aforismo do Espírito de Miranez: “Toda doutrina, culto ou filosofia religiosa que combate o tipo de fé de outra, é por não estar seguro da sua”.

Veja, estude e pratique o que a sua ramificação ensina, mas, não critique o que a outra aceita como doutrina, liturgia ou rituais.

Nós, do Templo da Estrela Azul – Casa de Oração e Escola Umbandista, praticamos e ensinamos a Umbanda Crística, primordialmente calcada no Evangelho Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo, com aceitação doutrinária do conhecimento Uno preconizada pelo universalismo espiritual, ensinada pelos Espíritos Crísticos.

Considerações:


Não se esqueçam: Quando todos morrerem, serão julgados pelos seus atos e não pelos seus segmentos religiosos. Temos que nos conscientizar da necessidade de reformularmos nossos conceitos, pautando nossas vidas e nossa religiosidade através dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o porto mais seguro para que possamos galgar degraus da espiritualidade superior.

Observem que já estamos vivenciando o “final dos tempos”, onde serão separados os que estão à direita ou a esquerda de Cristo. O tempo urge. Não há mais tempo para se ficar em banalidades, e, principalmente em disputas, discussões religiosas e cultos externos.

De nada adianta ficarmos “discutindo” se essa ou aquela prática de Umbanda é melhor ou pior. De nada adianta agora ficar numa separatividade doutrinária desgastante, onde discute-se ainda se esse ou aquele Orixá gosta de comer abacaxi ou não.


Não nos esqueçamos do que nos disse o Mestre Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém chega ao Pai a não ser por mim”. Com isso, Jesus quis nos alertar sobre a necessidade de se viver uma vida calcada no amor, no perdão, na caridade, na paz, na reforma íntima, etc..



Até quando vamos lutar contra isso? Até quando vamos teimar em “fazer” uma “Umbanda pessoal”, calcada nos achismos, em cultos estranhos, em doutrinas, ritualísticas, liturgias e magias que acham serem certas, ou como já nos disseram: “no meu Terreiro eu faço isso e aquilo, porque pra mim funciona; então vou continuar fazendo. Casa um faz o seu e pronto. E tudo isso é feito em detrimento ao que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou. Praticamos mediunidade ou somente mediunismo?

Praticamos religião ou somente realizamos práticas exteriores e/ou folclóricas a fim de atender às necessidades deturpadas egoísticas de cada um?


Por acaso os Guias Espirituais da Umbanda não são os Espíritos Santos de Deus? Se forem, então, com certeza em suas comunicações, nos dariam os exemplos da Espiritualidade Maior, nos incitariam em nossa necessária reforma íntima, ao necessário perdão, nos livrariam dos cultos externos desgastantes, nos tirariam do ostracismo da ignorância, e principalmente, nos tornariam pessoas melhores. Não nos esqueçamos da orientação evangélica: “Amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I João, 4:1).

Agora tem o seguinte:
Cada médium tem em sua volta, Espíritos que se sintonizam com sua conduta, moralidade e padrão vibratório.

A Umbanda tem suas características próprias que a definem como realmente é, mas devemos escoimar o supérfluo e nos atermos ao que é necessário. Ser um Umbandista não quer dizer descaracterizar a religiosidade de Umbanda, mas simplesmente, pautar sua vivencia religiosa em Jesus Cristo. 


Os alertas já estão sendo dados há muito tempo. Já é hora de voltarmos nossa atenção e religiosidade para as práticas e ensinamentos crísticos.


Em nossas andanças pela net, em pesquisas, encontramos um blog interessante, onde várias questões sobre a Umbanda na atualidade são discutidas.

Vamos expor um pequeno trecho, mas, levemente adaptado, sem perder o conteúdo, onde retiramos nomes e alguns fatos para não ferir consciências, pois não é a razão deste livro; somente estamos disponibilizando-o pelo fato de coadunar com nosso pensamento, de que muita coisa é aceita somente para ficarmos de bem com todo mundo.


Quem quiser vê-lo na íntegra, acesse o blog (http://vozesdearuanda.blogspot.com/2008/04/reconhecimento-sacerdotal-de-quem-por.html):

“... Existem correntes de pensamentos de alguns “líderes” da Umbanda que pregam a convergência na divergência. Cremos nisso, tão somente aplicado no respeito mútuo na pluralidade dos ritos e formas de enxergar e praticar a Umbanda.


O que não aceitamos é o conceito do “vale-tudo”, onde todo mundo está certo, tudo são flores, o mundo é lindo. Entenda-se por “diversidade” não esta obviedade tão na nossa cara em termos de pluralidade de ritos e formas de enxergar e praticar a Umbanda, mas sim o conceito da “diversidade do vale-tudo”, onde para algumas correntes umbandistas, todo mundo está certo.

A questão da convergência na divergência, pregada na atualidade, presta-se tão somente a querer estar de bem com todos, a fim de massagear egos, dizendo que cada um faz o que quer e bem entender dentro do que se convencionou chamar de “Umbanda”. Então, ninguém critica ninguém, faz-se vistas grossas para um monte de bobagens que se vê por ai, e cada dia mais livros vendem mais, e está tudo certo.


Não importa que um médium queira receber um Caboclo que use um chapéu ornado de frutas, no melhor estilo Carmem Miranda. Se perguntam sobre uma coisa destas, a alguns “líderes” da Umbanda, receberão essa resposta: “ é a forma de apresentação da entidade ou é o grau de consciência do médium”.


[ Depois rotulam os médiuns e tecem-lhes críticas veladas, mas a correção que é dever de todo umbandista, negligenciam. ( Nota de MÉDIUM. )]


(Trecho extraído do livro: “Umbanda
– A Manifestação do Espírito para a Caridade”
– autoria de Pai Juruá)


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Templo da Estrela Azul em São Caetano do Sul- SP.

Templo da Estrela Azul


Uma forma de praticar a caridade e os princípios da Umbanda baseado nos ensinamentos do Evangelho de Jesus que toca a alma, com muito amor!


Link:
http://www.umbanda.com.br/
Recomendamos o livro: O Ritual do Rosário das Santas Almas Benditas - A presença da Irmandade dos Semirombas e dos Sakáangás na Umbanda, de autoria de Pai Juruá.






O livro pode ser adquirido gratuitamente através do link:
http://www.umbanda.com.br/phocadownload/livros/livro_rosario_210312.pdf

NOTA: Todos os destaques em negrito e cores são de MÉDIUM.




UMBANDA - UMA RELIGIÃO CRÍSTICA






“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo”. (Mateus, cap. XI VV. 28 a 30)


“A maior de todas as ignorâncias é rejeitar uma coisa sobre a qual você nada sabe”. (H. Jackson Brownk)



“A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo Cristo”. (palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando anunciou a Umbanda).


Em seu universalismo, também, a Umbanda é uma escola divulgadora dos ensinamentos de Jesus. Temos a nossa maneira de ver, crer e difundir os ensinamentos evangélicos. Alguns segmentos religiosos ou filosóficos cristãos que se incomodam de interiorizarmos os ensinamentos de Jesus, ou mesmo os que afirmam categoricamente que não podemos, faremos das palavras de Mahatma Gandhi as nossas:
  • Certa vez um missionário encontrou-se com Mahatma Gandhi na Índia, e perguntou: “Senhor Gandhi, sempre cita as palavras do Cristo, por que  resiste tão duramente e rejeita tornar-se cristão”? Ao que respondeu Gandhi: "Ó! Eu não rejeito seu Cristo. Eu amo seu Cristo. Apenas creio que muitos de vocês cristãos são bem diferentes do vosso Cristo.
  • Amo o cristianismo, mas lamento os cristãos que não vivem segundo os ensinamentos de Cristo”.
  • “Aceito o seu Cristo e os Evangelhos, mas não aceito o teu cristianismo”.

  • “Não conheço ninguém que tenha feito mais para a humanidade do que Jesus. De fato, não há nada de errado no cristianismo. O problema são vocês, cristãos. Vocês nem começaram a viver segundo os seus próprios ensinamentos”.

  • “Cristo é a maior fonte de força espiritual que o homem tenha conhecido. Ele é o exemplo mais nobre de um desejo de tudo dar sem nada pedir em troca. Cristo não pertence somente ao cristianismo, mas ao mundo inteiro”

  • “Eu gosto de Cristo. Eu não gosto de vocês cristãos. Vocês cristãos são tão diferentes de Cristo”.
  • “Não sou cristão por causa dos cristãos” 



A Umbanda ama e honra a Jesus Cristo com veneração, sendo Ele o pilar central de toda a doutrina e religiosidade umbandista. A Umbanda filia-se à tradição do Mestre Jesus e da melhor maneira possível procura lhe dar continuidade.


Mas, porque a Umbanda tem Jesus como Mestre Supremo, e segue incondicionalmente Seus ensinamentos? Para entendermos, vamos disponibilizar um belo trecho do livro: “O Sétimo Selo – O Silêncio dos Céus” – magistralmente colocado pelo Espírito do Irmão Virgílio, psicografado pelo médium Antonio Demarchi:

“... Informaram-nos nossos superiores que existem comunidades de Espíritos puros e perfeitos que habitam esferas mais elevadas, onde apenas a luz existe. É algo que estamos distante de imaginar, pois não dispomos de termos comparativos para nos expressar.


Nem mesmo em pensamentos podemos imaginar sua grandiosidade e beleza, porque, nestas paragens, existe apenas energia em forma de luz que brilha incessantemente, emanada do próprio Criador, em seu amor infinito. Os Espíritos que habitam essas esferas, encontrando-se em comunhão integral com o Criador, captam, dessa forma, o pensamento do Verbo Divino, manipulam as energias cósmicas, condensam essas energias, dão formas a galáxias, nebulosas, estrelas e planetas, na condição de comparticipes na grande obra da criação. Não podemos localizar essas esferas nem esses Espíritos no tempo ou espaço, porque vibram na dimensão Divina.


Jesus Cristo é um dos Membros desta comunidade, e coube a Ele a sintonia da vontade do Pai no ato de amor para criar nosso planeta. Jesus foi o sublime arquiteto que, manipulando energias cósmicas, condensou e deu forma ao nosso planeta. Acompanhou todas as etapas evolutivas desde as convulsões telúricas, o resfriamento, o surgimento das primeiras formas de vida e, com amor incontido, acompanhou todas as etapas que, sob sua tutela, se desenvolviam, até o surgimento das primeiras manifestações humanas na Terra.


Nos milênios incontáveis, Jesus nos viu surgir como criaturas humanas, desde os antropóides, o homo erectus, o homo sapiens, acompanhando-nos passo a passo até os dias atuais. Por isso, o Mestre nos amou tanto e fez questão de vir pessoalmente nos trazer a grande mensagem da Boa-Nova, doando-se para nos resgatar das teias da ignorância...”


“... O Divino Amigo não mediu esforços nem sacrifícios. Poderia ter enviado outro mensageiro para nos trazer a grande revelação do Deus que é amor e misericórdia infinita, cujos ensinamentos se resumiam na lei do amor, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Mas não, a mensagem era de suma importância, de forma que veio pessoalmente para viver a grande mensagem de amor entre os homens, que não o compreenderam. Escolhemos Barrabás, naquela época, e Jesus foi para a cruz, e sua morte em holocausto foi o exemplo final de sua grande missão.


A grande tristeza do Mestre é que, transcorridos mais de dois mil anos, continuamos escolhendo a Barrabás em detrimento de Jesus, o que não mais se justifica, pois, naquela época, o seu humano podia alegar ignorância, mas, hoje, temos a obrigação de conhecer o Evangelho e seguir seus passos. Mas o ser humano ainda vive para as emoções do momento, envolve-se com as glórias passageiras, entrega-se aos devaneios e distrações perniciosas que o levam a despenhadeiros tenebrosos, porque ainda encontra-se distanciado do amoroso Mestre que tudo fez por nós, e o que é mais grave: não se dá conta do que ocorre à sua volta, no campo da espiritualidade “...



Só por esse trecho, cremos que já da pra se ter uma breve noção da importância de Jesus e de Seus ensinamentos para a Umbanda.


Somente não seguimos a tradição e o entendimento cristão preconizado pelas várias escolas cristãs existentes no mundo. A Umbanda tem seu próprio estudo, entendimento e versão do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, somente aceitando a teoria de outras escolas, se estiverem calcadas na razão e no bom senso. O que nos difere de outras escolas cristãs existentes no mundo, é o universalismo existente na Umbanda. Nós umbandistas ainda estamos tateando os ensinamentos sagrados existentes nos Evangelhos, mas, orientados de perto pela Cúpula Astral de Umbanda, povoada de Espíritos crísticos.


Primeiramente devemos entender e aplicar os ensinamentos constantes do Evangelho de Jesus, para depois podermos compreender com exatidão, o que também nos foi ensinado por outros Mestres do Amor que estiveram presentes na Terra, pela graça Divina.


Por isso, dizemos que a Umbanda é crística, mas seus seguidores ainda estão engatinhando nos ensinamentos do Cristo Jesus, portanto, aprendendo primeiramente a serem evangelizados, para depois, com sabedoria, transformarem-se em crísticos. Vamos entender o que é ser crístico:

O HOMEM CRÍSTICO

  • O homem crístico é como o sol, suavemente poderoso, poderosamente suave.
  • É poderoso – mas não exibe poder.
  • É puro – mas não vocifera contra os impuros.
  • Adora o que é sagrado – mas sem fanatismo.
  • É amigo de servir – mas sem servilismo.
  • Ama – sem importunar a ninguém.
  • Vive alegre – com grande compostura.
  • Sofre – sem amargura.
  • Goza – sem profanidade.
  • Ama a solidão – sem detestar a sociedade.
  • É disciplinado – sem fazer disto um culto.
  • Jejua – mas não desfigura o rosto para mostrar a vacuidade do estômago.
  • Pratica abstinência de muitas coisas – sem fazer disto uma lei ou uma mania.
  • É um herói – mas ignora qualquer complexo de heroísmo.
  • É virtuoso – mas não é vítima da obsessão de virtuosidade.
  • Trabalha intensamente, com alegria e entusiasmo – mas renuncia serenamente, cada momento, aos frutos do seu trabalho.
Assim é o homem que se tornou A “LUZ DO MUNDO”
(Huberto Rohden)










SEDE CRÍSTICOS


Pergunta: - Qual é a diferença que existe entre o conceito de “amor crístico” e “amor cristão”? Ambos não definem a mesma coisa?


Ramatís: “Crístico” é um termo sideral, sinônimo de Amor Universal, sem quaisquer peias religiosas, doutrinárias, sociais, convencionais ou racistas! É o Amor Divino e ilimitado de Deus, que transborda incessantemente através dos homens independente de quaisquer interesses e convicções pessoais! “Cristão”, no entanto, é vocábulo consagrado na superfície do orbe e que define particularmente o homem seguidor de Jesus de Nazaré, isto é, adepto exclusivo do Cristianismo!


Os cristãos são homens que seguem os preceitos e os ensinamentos de Jesus de Nazaré; mas os “crísticos” são as almas universalistas e já integradas no metabolismo do Amor Divino, que é absolutamente isento de preconceitos e convenções religiosas. Para os crísticos não existem barreiras religiosas, limites racistas ou separatividades doutrinárias, porém, flui-lhes um Amor constante e incondicional sob qualquer condição humana e diante de qualquer criatura sadia ou delinqüente!


Em sua alma vibra tão-somente o desejo ardente de “servir” sem qualquer julgamento ou gratidão alheia! O crístico é um homem cujo dom excepcional de empatia o faz sentir em si mesmo a ventura e o ideal do próximo!


O homem cristão, no entanto, pode ser católico, protestante, espírita, rosacruciano, teosofista, umbandista ou esoterista, mas só o crístico é capaz de diluir-se na efusão ilimitada do Amor, sem preferência religiosa ou particularização doutrinária! Para ele, as igrejas, os templos, as sinagogas, as mesquitas, as lojas, os “tatwas”, os centros espíritas, os terreiros de Umbanda ou círculos iniciáticos são apenas símbolos de um esforço louvável gerados por simpatias, gostos e entendimentos pessoais na direção do mesmo objetivo – Deus!


O prefixo ou vibração “Cris” subentende incondicionalmente, na tradicional terminologia sideral, a existência do “amor ilimitado”, que Jesus de Nazaré, o médium sublime do Cristo Planetário da Terra, o revelou nas fórmulas iniciáticas do Evangelho da humanidade terrícola! Cada orbe ou planeta possui o seu Cristo planetário, que é a fonte do Amor Ilimitado, a vitalidade, o sustento das almas encarnadas ou desencarnadas num determinado ciclo de evolução e angelitude!


Enquanto Jesus era um crístico, os homens que o seguem se dizem “cristãos”! Então, eles se distinguem dos “não religiosos”, assim como fazem restrições às demais organizações religiosas, eliminando o sentido universalista do próprio ensino do Mestre Nazareno! Daí, as tendências separativistas entre os próprios cristãos, que se distinguem como católicos, protestantes, espíritas, umbandistas, budistas, taoístas, judeus, hinduístas e islamitas.


No entanto, para os “crísticos”, Maomé, Buda, Krishna, Confúcio, Zoroastro, Fo-Ri, Hermes, Orfeu, Kardec e o próprio Jesus, são apenas fontes estimulantes do Amor incondicional latente em todos os prolongamentos vivos do “Cristo-Espírito”!


Assim, como o cristão só admite o cristianismo ou o Evangelho de Jesus, o crístico vibra sob o Amor latente em todos os códigos espirituais divulgados pelos demais instrutores de Cristo, seja o “Bhagavad-Gita” dos hindus, o “Ching Chang Ching” ou “Clássico da Pureza” dos chineses, o “Thorah” dos judeus, o “Livro dos Mortos” dos egípcios, a teologia de Orfeu dos gregos, a Yasna de Zoroastro ou o “Al-Koran” dos adeptos de Maomé.


O homem crístico não se vincula com exclusividade a qualquer religião ou doutrina espiritualista; ele vibra com todos os homens nos seus movimentos de ascese espiritual, pois é o adepto incondicional de uma só doutrina ou religião – o Amor Universal! Ele vive descondicionado em qualquer latitude geográfica, sem algemar-se aos preceitos religiosos particularistas, na mais pura efusão amorosa a todos os seres! É avesso aos rótulos religiosos do mundo, alérgico às determinações separativistas e para ele só existe uma religião latente na alma o Amor!

(Trecho extraído do livro: “A Vida Humana e o Espírito Imortal”, pelo Espírito de Ramatis, psicografado pelo médium Hercílio Maes)



Atentem para um pequeno trecho de um texto inteligentemente formulado, onde nos esclarece que a essência do cristianismo está implicitamente inclusa na cristificação:









CRISTIANISMO CRÍSTICO E CRISTIANISMO ECLESIAL – FUSÕES E CONFUSÕES
Inapropriadamente, ainda reina nos discursos teológicos, filosóficos e acadêmicos de todo o mundo, a pacífica confusão entre cristianismo e catolicismo, cristianização e catolicização.[ E Evangelio com protesto. Ser " Evangélico é ser protestante (!!!?). 
( Nota de MÉDIUM. )]

É que, historicamente, o cristianismo, enquanto imposto como sistema religioso obrigatório aos povos mais subdesenvolvidos ou dominados de todo o mundo, trouxe no seu arcabouço a doutrina católica, já que foram os católicos que inicialmente se esmeraram em expandir seu império religioso mundo afora.

Ademais, foram os próprios católicos os primeiros a sistematizar o cristianismo, ainda na origem da chamada “igreja primitiva”.

A rigor, a chamada “Igreja” (que, a esta altura, mais precisamente deve ser chamada de “Igreja Católica”) tem toda sua estrutura dogmática bem distanciada do cristianismo puro e, do judaísmo.


Outra: que nos referimos aqui a “católicos”, não nos referimos aos seus religiosos seguidores, mas aos políticos eclesiais, ao alto comando da Igreja, que cuidou de expandir a fé católica acima da fé crística mundo afora.

Sempre existiram a Igreja Católica e a religião Católica, que não são exatamente as mesmas coisas. Os religiosos Católicos, que não tinham a consciência política invasiva por trás dos bastidores, exerciam sua fé simplesmente, cuidando-se de sua alma, e é isso o que mais importa para Deus, não a linha religiosa em si que cada um segue.

Hodiernamente, algumas seitas evangélicas é que tomaram para si o título de “cristão” ou “evangélico” para seus adeptos. Tais formações neo-cristãs não são necessariamente dissidências de religiões tradicionais específicas, mas, sim, de todo o universo religioso judaico-cristão clássico, embora mantendo a Bíblia como livro sagrado.

Como sistema religioso, o cristianismo foi fundado por Paulo de Tarso, ainda que só oficializado por Roma no fim do século IV, bem depois da morte do próprio Paulo, e mesmo assim infectado por vários postulados judaicos e pagãos. Difere do cristianismo como estilo de vida baseado na moral evangélica pregada pelo próprio Cristo e que tem como sustentáculo o amor em suas várias manifestações conducentes aos propósitos divinais para cada um de nós aqui na Terra. [ Destaque de MÉDIUM. ]

O termo “evangélico” também tem de ser entendido no contexto, porquanto a própria raiz “evangel” possui três acepções, a saber: evangélico, como tendo a ver com a boa nova pregada pelo Cristo; o evangelismo como pregação dos apóstolos, discípulos e seguidores contemporâneos de Jesus; e evangélico, como integrante de uma das novas religiões e seitas neopentecostais, também chamadas “gospel” (Evangelho, em inglês).

O certo é que, com lastro na própria Bíblia, há a conhecida grande lição de Tiago: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.” (Tiago 1:27).

Os órfãos e as viúvas aí referidos somos todos nós, em alguma aflição ou em outra, em algum grau de dor ou em outro. Por isso Jesus nos deu o título de irmãos. Devemos nos tratar como tais, nos amando e nos cuidando reciprocamente, nos níveis que cada um precisa circunstancialmente. O nazareno disse que seus seguidores seriam reconhecidos por muito se amarem. Consequentemente toda a humanidade deve integrar essa irmandade. Quem não precisa de ajuda? Quem não tem a sua cruz para carregar? A ladeira é íngreme. Sozinho o tempo todo é difícil subir. 

[ Destaque de MÉDIUM. ]

Ou os subintes se ajudam um ajudando ou outro a segurar momentaneamente a sua cruz, ou um estimulando no outro a energia da fé e da coragem, para o fortalecimento espiritual. Vale também. Quanto mais cada um puder se robustecer também na fé pauliana, tanto melhor, não exatamente para subir sem precisar de ajuda, mas para melhor subir e também para melhor ajudar quem ainda não tem essa vitamina no sangue espiritual. Tiago e Paulo de Tarso: um complementa o discurso do outro.

Mesmo sendo uma necessidade imperiosa na transição planetária, fazer a caridade não é necessariamente sustentar sozinho a cruz do outro, não. É dar uma força para que o outro sustente sua própria cruz. Lembra-se do que Jesus disse? “Pega a tua cruz e segue-me”.


Mas, como seguir Jesus é praticar as virtudes crísticas, incluídas aí o perdão (a si e aos outros), a paciência, a tolerância e o amor caritativo, logo, o peso da cruz pode até continuar o mesmo, mas nós nos fortalecemos mais em alma e, consequentemente, em corpo.

Assim, o peso da cruz fica menos penoso e mais suportável. Ajudar os outros, sem olhar a quem, ou seja, sem discriminar, é seguir o Cristo, conscientemente, ou não.É se estar, em conclusão, se fortalecendo em alma e em corpo.

A cruz fica relativamente mais leve. Quando se ajuda o outro, dando-lhe, por exemplo, umas frutas, umas palavras de ânimo, um perdão ou fazendo-lhe um cafuné, para que o outro se fortaleça a fim de melhor suportar a sua cruz, também o doador se fortalece para carregar melhor a sua. Isso é um clássico de qualquer época da humanidade, não é mesmo? [ Destaque de MÉDIUM.]

Se sua religião, seita, filosofia, ciência, doutrina, sociedade iniciática, clube de serviços, ONG, OSCIP, liga, associação, fundação, instituto, ou qualquer organização disseminadora de pensamentos ou de fé a que você pertence, exemplifica e incentiva a todos os seus membros e não membros a vivenciar o código de ética do nazareno, ótimo! Você está bem assessorado. Mantenha o ritmo.

Se ela demonstra e prega isso direta ou indiretamente, para dentro e para fora do templo ou da sede, e dentro e fora de seus ritos e dogmas ou estatutos e princípios, então sua organização é um bom meio facilitador.

Se não, pratique por sua própria conta a suprarreligião crística. Adiante o seu lado, ou seja, o seu próximo, e permita-se ser adiantado pelo seu próximo, mesmo que ele esteja distante de seus pensares, falares e agires, mesmo que ele seja de uma igreja rival ou de nenhuma igreja. [ Destaque de MÉDIUM.]

O verdadeiro cristianismo é antes de tudo um sentimento profundo de querer o bem para o outro ou de querer o bem para si mesmo com o bem que o outro lhe quer. Querer o bem já é um começo de fazer o bem a outrem e a si mesmo.

O cristianismo visto e buscado a partir dessa finalidade maior, funciona como se fosse uma irmandade geral, onde todos os seres humanos são membros.

O importante não é a estrutura formal que seguimos. [ " Não olhe para os ' grandes mestres',mas para onde eles estão olhando." ( Nota de MÉDIUM. )] O importante é seguirmos o Cristo, ou seja, cumprir suas recomendações diretas, através, ou não, de uma formação sócio-eclesial. Isso inclui afastar-se da corrupção do mundo, mas não dos mundanos e dos corrompidos.


Ao contrário, é ir até onde eles estão para levar-lhes a palavra e o pão da vida e mostrar-lhes opções de crescimento para Deus, da mesma forma com que esperamos que nos sejam mostrados esses mesmos alentos. Mas sem pressão, sem assédio religioso.

Muitos precisam de ajuda e nem sabem disso, porque vivem a gargalhar perante as estimulações extasiantes e drogatizantes do mundo hedônico, enquanto fecham o coração para a dor alheia, por nem percebê-la. Tornam-se egoístas inconscientes, consequentemente presas fáceis de manipuladores ideológicos destrutivos do aquém e do além.

A caridade aqui necessária não é levar a tristeza onde houver alegria, mas é levar a lembrança de que, ao lado e abaixo do nosso infindável mundo de faz de conta anestesiante e gargalhadizante existem várias sarjetas de sofredores clamando socorro de toda ordem.

Entre elas há a própria sarjeta da inconsciência ou alienação quanto às necessidades de ajuda de si mesmo. Quem vive nesta sarjeta precisa também socorrer, não a si próprio como pessoa, mas certamente a si próprio como alma.

A anestesia do egoísmo impede de se ver a necessidade da própria alma de respirar.

Seguir a Jesus nos tempos hodiernos é simplesmente despertar, desenvolver e socializar nossa espiritualidade, nossas virtudes e nossos sentimentos mais nobres, não importando onde e como foram adquiridos.

E tudo de bom e de nobre que se desenvolve de dentro de si para fora, se estende a partir do próprio coração, fazendo um bem danado a este e a todo o soma. Se não atingirmos o outro com nossos gestos afetivos, com certeza atingiremos a nós mesmos, que também somos necessitados. [ Destaque de MÉDIUM.]

“Ame, e faça o que você quiser” (Em Latim: “ama et fac quod vis”). (Santo Agostinho (354-543))
Dessa máxima augustina, podemos entender e estender que cada um de nós pode fazer, pensar e ser o que quiser; pode estar onde, quando e como quiser; e pode acreditar no que quiser ou não acreditar no que não quiser, seguindo, ou não, a corrente de crença que achar verdadeira, ou seguir corrente nenhuma.

O importante é que, em todos os momentos, lugares e ações de sua vida, cada um empunhe o estandarte do amor.

Mais essencial do que qualquer bandeira, brasão, insígnia ou cruz que se ostente, é uma ética que envolva a melhoria de si mesmo e do próximo, em todos os sentidos, inclusive no terreno da saúde mental e física.


E essa ética pode ser apenas a sua mesma, montada pela sua própria visão de mundo, silenciosa, honesta, sincera e fundada no solidarismo (“doutrina social e moral que se fundamenta na solidariedade entre os membros de uma sociedade.” (Dic Houaiss)).

O homem de bem não é o necessariamente o virtuoso, o que segue uma formação social qualquer, mesmo que esta seja socialmente respeitável. É o que segue uma ética que se assemelha essencialmente com a ética crística, no anonimato.
[ Destaque de MÉDIUM. ]

“Ninguém pode servir a Deus, se não estiver servindo ao seu irmão”. (Mateus, 16:21)

Muitos grupos religiosos e afins até servem como meio de auto-ajuda espiritual. Porém, dentro do sistema cartesiano, buscam crescer muito mais na reta da fé abscissa (do ser para Deus), do que na reta da caridade ordenada (do ser para seu próximo).


Nos pontos cartesianos formados (eixos dos xis), geralmente o elemento da ordenada é sempre zero ou quase zero. Não atentam que o crescimento vertical é diretamente proporcional ao crescimento horizontal. Para que haja uma diagonalidade cartesiana evolutiva, os elementos de cada ponto hão de ser sempre diferentes de zero. [ Destaque de MÉDIUM. ]

Esse crescimento no plano, sim, será pleno. Como diz Tiago, 2:17: “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”...

(Texto de: Josenilton Kaj Madragoa)









O QUE É UNIVERSALISMO CRÍSTICO


... Ao tratar do termo crístico, Hermes – em latim: Hermes Trismegistus; “Hermes, o três vezes grande”, nome dado pelos neoplatônicos, místicos e alquimistas ao deus egípcio Thoth (ou Tehuti), identificado com o deus grego Hermes – esclarece no livro “A Nova Era“, de Roger BottiniParanhos, que o termo “cristão” refere-se ao maior projeto de esclarecimento espiritual de nossa humanidade: a mensagem de Jesus de Nazaré, sob a orientação do Cristo Planetário, entidade arcangélica que rege a evolução dos habitantes da Terra.


O termo “crístico” é mais abrangente, pois refere-se ao trabalho realizado pelo Cristo Planetário com todos os seus fiéis medianeiros na Terra, como, por exemplo, Antúlio, Buda, Krishna, Zoroastro, Akhenaton, Moisés, Maomé e o incomparável Jesus.


Depois desse esclarecimento, ficará fácil perceber que o termo “cristão” diz respeito somente aos seguidores da doutrina de Jesus de Nazaré, sob a orientação do Cristo, já o termo "crístico" significa o trabalho do coordenador da evolução planetária da Terra em meio a todas as culturas do globo, tanto entre os povos ocidentais como os orientais, demonstrando que a mensagem de amor, paz e evolução foi alardeada pelos quatro cantos do orbe durante toda a história de nossa humanidade...


(Texto extraído do site: http://ucrj.com.br/universalismo-cristico/o-que-e-universalismo-cristico/)


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Após as elucidações acima descritas, podemos com certeza afrimar que a Umbanda em si, bem como os Espíritos militantes em suas fileiras, são crísticos.


Observem que muitos Guias Espirituais militantes na Umbanda (Caboclos e Pretos-Velhos), num verdadeiro espírito crístico, atuam em outras denominações espiritualistas e/ou religiosas sem imporem a doutrina umbandista, mas tão somente pregando o amor, incitando a cristificação de todos e atendendo fraternalmente quem os procura.


Os Espíritos da Umbanda, universalistas, trabalham proficuamente nos Terreiros, mas, também, atuam em outros lugares, num verdadeiro espírito crístico.


O que quer dizer Cristo? Era o sobrenome de Jesus? Cristo é o termo usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que significa “Consagrado – Purificado”. O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), translierado* para o português como Messias.


* Transliterar não é traduzir, e sim transcrever a escrita de um alfabeto em outro. [ Nota de MÉDIUM ]
Tudo isso significa o purificado o consagrado; o iluminado; o Redentor ou “aquele que torna o homem livre através da verdade”, mas, livre de quê?


Livre do misticismo; livre do fetichismo; livre do preconceito; livre dos cultos exteriores extravagantes e escravizantes; livre da escravidão mental; livre do temor aos “deuses”; livre para pensar por si próprio, para resolver os seus problemas existenciais.


Portanto, se Cristo quer dizer “Consagrado – Purificado”, temos agora a certeza que vários Espíritos iluminados que estiveram presentes encarnados no planeta, todos, trouxeram uma parcela da verdade, culminando no grande Luminar, Jesus de Nazaré. Vejam então, que ser crístico é seguir os ensinamentos desses Avatares que só nos ensinaram a libertação através do perdão e do amor.


A partir daqui, defenderemos a importância do aprendizado do Evangelho Redentor. Por isso insistimos que os umbandistas primeiramente devem se tornar tenazes aprendizes dos ensinamentos de Jesus, para depois, poderem entender os ensinamentos universalistas, principalmente os que nos são passados pela Mãe Natureza.


Somente absorvendo o Evangelho como regra de vida, poderemos então, com mansidão, amor, paz, perdão e caridade, entendermos tudo o que está em nós e a nossa volta.

Mas, queremos deixar claro: A Umbanda é crística, como já explanado acima, e não mais uma religião cristã existente no mundo; a Umbanda é toda permeada nos ensinamentos de Jesus Cristo, aplicando-o em toda a sua doutrina religiosa universalista.



A nossa casa, o Templo da Estrela Azul, particularmente, é uma escola de ensinamentos preconizados por Nosso Senhor Jesus Cristo, pois lemos, estudamos, seguimos e procuramos vivenciar fielmente o que é orientado pelos quatro Evangelhos, integrando-o na pluralidade das vivências umbandistas; em nossa casa, ser cristificado, é também seguir os exemplos e os ensinamentos deixados por vários Emissários da Luz, que estiveram presentes em nosso meio, encimado pelo Mestre Jesus.


A Umbanda não defende Jesus, que, aliás, não necessita de defesa, mas sim, defende a mensagem crística em todos os tempos.


Ramatis, em seu livro: “Magia de Redenção”, nos diz:

“Ademais, o homem cristão, aquele que segue os ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré na face do Ocidente terráqueo, é avesso às prescrições morais de Buda, Confúcio, Krishna, Hermes e outros líderes siderais.

Isso então produz uma linha separativista no corpo do Cristo, o qual é incondicionalmente Amor e Efusão Espiritual sem limites de crença ou de preferências religiosas. Enquanto o cristão segue uma ética que o isola dos demais homens afeitos a outras éticas espiritualistas, a criatura cristificada é universalista e jamais discute, critica ou opõe restrições a quaisquer empreendimentos, esforços, preferências doutrinárias religiosas e espiritualistas do irmão!”



A palavra cristão é usada três vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; Atos 26:28; 1 Pedro 4:16). Os seguidores de Jesus Cristo foram chamados “cristãos” pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26) porque seu comportamento, atividade e fala eram como a de Cristo.


Muitos são aqueles que querem seguir os ensinamentos de Jesus de qualquer maneira. Muitos são os que buscam a Deus e a Jesus do jeito que querem e da maneira que lhes convém, mas saibam que segundo os ensinamentos evangélicos, as coisas não podem acontecer dessa forma.


Para compreendermos a nossa vivencia humana e espiritual, primeiramente há de ser como Jesus nos orienta; isto é; obedecendo e seguindo a todos os Seus ensinamentos que estão nos Evangelhos. Por isso Jesus nos adverte: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, senão através de mim” (João 14, 6). Essa é a única maneira de podermos entender e vivenciar tudo o que está em nossa volta.


Só não podemos ficar sujeitos aos achismos, às interpretações e dogmas impostos por qualquer filosofia ou pessoa, mas sim, devemos pensar por nós mesmos, não aceitando nada sem uma análise feita utilizando a razão, a lógica e o bom senso, e que podemos questionar tudo, mas tudo mesmo, porque infalível, só Deus.
Vamos discorrer sucintamente sobre a cristandade da Umbanda, mas antes, vamos entender que a Umbanda cresceu desordenadamente, sem estrutura, e por esse fato, acabou por cada dirigente e seus seguidores a aceitaram os postulados particulares ensinados a pecha de “tradição” (costume transmitido de geração a geração), surgindo daí, a grande diversidade denominada de: “ramificações e/ou sub-grupos da Umbanda” – cada grupamento seguindo o que lhes foi ensinado como prática de Umbanda.


Uma coisa é certa: Com o tempo, somente sobreviverá a ramificação que estiver alicerçada na razão e no bem senso em união com as emanações da Espiritualidade Superior. O tempo é o melhor Juiz.


Se nos reportarmos aos primórdios do cristianismo primitivo, existiam inúmeras igrejas, cada uma com seu dirigente, e cada uma realizando seus cultos, doutrinas, liturgias diferentes, mas todas tendo um só princípio: amor e caridade.


Somente no Concílio de Nicéia em 325 foram fixadas linhas diretrizes, criando uma só igreja estruturada e um só dirigente, que na época era chamado de bispo.


Reparam que o mesmo acontece com a Umbanda hoje: inúmeros Terreiros, cada um realizando um culto diferente, com roupagens, doutrinas, liturgias e rituais diferenciados, uns dos outros.


Essa opinião reflete exatamente o nosso pensamento: “Existe apenas uma Umbanda. Esta é uma religião de inclusão que se constrói e se renova a cada dia e não há desrespeito a seus fundamentos desde que não se afaste da prática do amor e da caridade e do lema de que se dá de graça aquilo que de graça se recebeu” (Tenda Espírita São Jorge/RJ).


Os dirigentes só deveriam se posicionar, e esclarecer o “tipo de ramificação” seguida pelo seu Templo.


Reiterando: o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos deixou a mensagem: “A Umbanda é a manifestação do Espírito para a prática da caridade”, e do Caboclo Mirim: “Umbanda tem fundamento e é coisa séria para quem é sério ou quer se tornar sério”.

(Trecho extraído do livro:

 “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” 
– autoria de Pai Juruá)



OS SAGRADOS ORIXÁS [ NA UMBANDA CRÍSTICA ]









No planeta Terra, nós estamos num plano evolutivo, ou seja, na hierarquia humanista evolucional, e aqui, nosso corpo terreno e temperamentos são formados por todos os elementos da Natureza.


Tudo o que existe no planeta Terra foi trazido dos Reinos dos Sagrados Orixás, e estes Reinos são formados por elementos específicos, regidos pelos próprios Orixás, que em si são as emanações desses elementos.


Vamos ao estudo resumido dos Sagrados Orixás, sempre atentando que: Não existem deuses Orixás, mas sim, Poderes Reinantes do Divino Criador, regentes da própria Natureza em si.


Existem diferenças Teológicas umbandista com relação ao que são os Sagrados Orixás, no que tange a Teogonia Africana. Também existem grandes diferenças no que é ensinado por vários autores, cada um plasmando aquilo que suas mentes e seus conhecimentos concebem.


Neste escrito procuraremos colocar de forma plausível e de fácil entendimento, mas bem resumidamente, o que seriam os Sagrados Orixás para a Umbanda Crística, nos pautando pela razão e pelo bom senso, e não somente aceitando de chofre o que lemos ou ouvimos.


O que não podemos aceitar são os “achismos” (eu acho), bem como explicações sem pé e nem cabeça, calcadas somente no entendimento pessoal e deturpação de lendas ou mesmo fugindo da realidade cientifica espiritual, com conceitos mirabolantes, fantasiosos, tendencionistas, maniqueístas e totalmente fora dos postulados espirituais superiores, onde ferem nossa sensibilidade psico-espiritual, pois nos legam Espíritos tido como superiores, sendo temerosos, dogmáticos, sensualistas, maldosos, irascíveis, irritados, vingativos, cruéis, executores, etc..


Se Deus é puro amor, porque suas hierarquias superiores seriam diferentes?


Observem que as lendas africanas nos passam Orixás, todos, com tendências, virtudes, defeitos e vivencias humanas. Seriam “deuses/personalidades” assim, ou seriam tão somente os arquétipos das forças agrestes da Natureza presentes em nossa constituição física/espiritual que são assim?


Se os Orixás são Arcanjos e Anjos Planetários, que comandam as forças da Natureza, com certeza são somente as forças agrestes terrenas da Natureza que se nos apresentam, todas, com temperamentos clássicos dos humanos, e não “Espíritos Superiores Orixás” com virtudes e defeitos humanos.


Por isso ouvimos tantos dizerem que: “sou assim, porque sou filho desse ou daquele Orixá; meu Orixá me castigou; eu vou cuidar do meu Orixá para que a minha vida endireite; depois que eu “fiz a cabeça, assentei meu Orixá, eu me curei”; “o meu Orixá está trocado em minha cabeça, causando transtornos em minha vida”


Tudo isso são manipulações (magias) efetuadas com os elementos da Natureza e não com Espíritos Superiores.


Quando manipulamos a força Orixá (as forças da Natureza) em nossas vidas, seja em que situação for, estaremos simplesmente equilibrando ou desequilibrando as forças elementais naturais necessárias ao nosso equilíbrio físico ou mesmo espiritual. Só isso.


O ser humano fica doente ou é são, vai pra frente ou pra trás, é alegre ou feliz, pelas suas atitudes, pelo seu comportamento, pela sua moral, e não por estar endividado ou mesmo em falta com Orixás.


A Umbanda têm os seus postulados, a sua doutrina, os seus ensinamentos e a sua maneira de ver, crer, honrar e explicar o que é, e quem são os Sagrados Orixás.


Na Umbanda se amalgamam toda a positividade das doutrinas, religiões, filosofias e conhecimentos do passado e do presente, pois nela se encontram presentes, representantes de todos os caminhos que levam a Deus. Umbanda é a pura acepção do universalismo.


Identificamos a Umbanda da seguinte forma: “Qual a melhor religião para que possamos segui-la? Siga tudo o que é bom e rejeite tudo o que é mal. Eis a melhor das religiões”. Assim é a Umbanda.




AS SETE LINHAS DE UMBANDA








Não vamos nos esquecer que em seu inicio, a Umbanda tinha “Sete Linhas de Trabalhos”, e não sete Orixás, ou deuses. As figuras principais da Umbanda sempre foram os Espíritos (gente desencarnada).


Como já vimos, a Umbanda foi iniciada por um ex-padre, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, sob ordens se Santo Agostinho. Portanto, teve seu início com, e por Espíritos.


Como nos diz Cláudio Zeus em seu livro: “Umbanda sem Mistérios”:


...”desde sua criação ou anunciação o número 7 (sete) foi eleito como base para as Sete Linhas de Trabalho e não para Sete Orixás ou divindades, embora esta terminologia – “Orixá” – tenha se infiltrado fortemente na crença umbandista posteriormente, principalmente com o advento do “vai lá fazer cabeça e volta pra tocar Umbanda”....

O pior é que mesmo estes que diziam ter ido “fazer cabeça”, em sua maioria, o máximo que faziam era um bori, porque para se “fazer cabeça” mesmo e receber ordem de chefia com o deká*, teriam que passar pela obrigação de sete anos de “feitura”.



* Obrigação dentrodos cultos de Nações,como o Camdomblé, por exemplo. (Nota de MÉDIUM. )

Mas qual... foram instruídos de que bastaria se recolherem e colocarem um Oxu em seus camutuês que a “firmeza” estava pronta e já eram “pais di santu” ...

O fato é que com essas “idas e vindas”, conceitos e mais conceitos sobre Orixás, principalmente baseados em itans (lendas), foram introduzidos em muitas umbandas que acabaram por trocarem as Linhas de Trabalho (Espíritos) por Orixás de Linha Nagô, resultando numa imensa confusão e até mesmo contradições quando se tenta saber “quem são os Orixás da Umbanda”...





A INEXISTÊNCIA DO CULTO A ORIXÁS NA UMBANDA DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS





Infelizmente os ensinamentos desta primeira manifestação de Umbanda (historicamente falando, em nomenclatura, doutrina, fundamentos e ritos) foram esquecidos e hoje se encontram quase que totalmente desconhecidos.


A Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas é formada em dois pilares principais: o espiritismo e o catolicismo.* [ Ver texto a seguir sobre  Zélio F. de Moraes. ]


A influência de ritos africanos é mínima em comparação com estas duas (em que prevalece o espiritismo, tanto na filosofia, quanto no rito, com o uso do mediunismo), sendo totalmente incabível o culto aos Orixás na Linha Branca de Umbanda e Demanda (Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas), uma vez que não é creditado a existência de deuses mitológicos africanos, o que por si só já anula a utilização de tradições e lendas, usados para compilar os ritos de matriz africana.


Como bem explicado no livro de Leal de Souza, “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda” – 1933, a Linha Branca de Umbanda e Demanda possui Sete Linhas, sendo elas: Linha das Almas, Linha de Amanjar (Yemanjá), Linha de Ogum, Linha de Oxalá, Linha de Xangô, Linha de Nhãssan (Yansã) e a linha de Euxóce (Oxossi); que nada mais são do que Linhas de atuação de Espíritos no planeta Terra, são falanges de Espíritos que, pelo mesmo objetivo a ser alcançado em suas manifestações, se agrupam e acabam formando falanges de grande proporção.

São agremiações de Espíritos com um objetivo em comum. Vemos hoje que se confunde o conceito dentro das outras vertentes de Umbanda, entre as Sete Linhas de Umbanda, com os Orixás de Umbanda, sendo que a primeira explicaria a divisão em falanges dos Espíritos e os Orixás, explicados de diversas maneiras, desde irradiações cósmicas até como deuses do panteão africano.


Os ensinamentos sobre assunto trazidos pelo Caboclo, escritos por Leal e praticados até hoje pela Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, são claros quanto ao não culto aos Orixás africanos.

Nota do autor:
As atuações e posturas arquetípicas dos Espíritos Guias na Umbanda, manipulam os reservatórios de energia (Orixás); por isso as “Sete Linhas de Umbanda” postadas como se fossem Orixás em si; nada mais seriam, do que Poderes de Deus, manipulados por Espíritos, por afinidade fluídica.



É praticado em rito a crença apenas as Sete Linhas, (que possuem os seus preceitos próprios, seus elementos de culto característicos e bem peculiares) que é essencialmente a crença em Espíritos, sendo que os elementos utilizados e requeridos quando necessário, são para a vibração energética natural (e material) para a quebra de magia e a manipulação de energias.


Portanto, não se trata de oferendas, trata-se aqui, de manipulação de elementos magísticos, de movimentação e manipulação de energias.


Como se trata de Espíritos, que possuem objetivos pré-determinados em suas manifestações, e é isso que os une em grupos distintos, cultua-se todas as Sete Linhas indiferentemente, pois não existe também o conceito do médium ser filho(a) de um determinado Orixá, ou de um par de Orixás (um masculino e outro feminino) ou mesmo de sua natureza provir ou fazer parte de uma determinada irradiação cósmica, tradição e crença vinda de cultos africanos e trazidos à tona por outras vertentes surgidas com forte influência ocultista e esotérica.


Entende-se aqui, que o Espírito quando criado possui a sua energia particular que o acompanha por toda a sua existência e por todas as suas encarnações, é individual assim como a evolução é individual também.


É uma máxima da doutrina espírita que é creditada também na Linha Branca de Umbanda e Demanda.


O que existe, é apenas uma maior aproximação de frequência na energia única e particular do médium com a Linha vibratória (que é puramente terrena e material) de uma das Sete Linhas e saber disso ajuda (mas não determina) o desenvolvimento mediúnico.


Como praticante da Linha Branca de Umbanda e Demanda, ocorre que a primeira Linha com aproximação de frequência que possuo é com a Linha das Almas (assim como todos os médiuns praticantes que conheço desta vertente), que nada mais é do que a Linha mais próxima à matéria, onde vão e se encontram todos os Espíritos que estão ainda em evolução, e isto inclui Espíritos com grande conhecimento e capacidade de manipulação de energias , como Exus e tantos outros.


Nada mais natural e coerente, sendo eu um Espírito com grande caminho a galgar na evolução espiritual, ter uma frequência energética mais próxima e semelhante à Linha citada.

Logo após, vem a Linha de Ogum e a Linha de Xangô, quebrando totalmente qualquer regra e tradicionalismo de cunho africanista. Não existe o crédulo em alterações comportamentais ou de perfis psicológicos ocasionados pela influência de “Orixás” ou de energias cósmicas no indivíduo. Cada ser é único, em forma e comportamento.


Portanto, deixemos o culto aos Orixás para as religiões reconhecidamente de matriz africana, pois o rito é muito particular e necessita de um tratamento sério.


Já na Umbanda, a ditada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, que é uma religião puramente brasileira, existem as Sete Linhas que possuem apenas a mesma nomenclatura, o mesmo nome de alguns deuses da mitologia africana por serem batizadas e explicadas pelo Espírito de Pai Antônio, e assim permanecem nomeadas até hoje. Mas são conceitos totalmente distintos, que precisam ser conhecidos e respeitados por todos.


(Texto de Pedro Kritski)


Trecho extraído do livro:
Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade
 Pai Juruá 

Nota: Todos os destaques em cores são de MÉDIUM.




Médium, Sr. Zélio de Moraes.


(Zélio de Moraes, de viva voz, nos conta a história da criação
da Umbanda no Brasil. Confira o seu depoimento e as manifestações do Caboclo das Sete Encruzilhadas e do Pai Antonio).


Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível.
Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens. Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro.

Aos dezessete anos, quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha, aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade.

A princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, Diretor do Hospício de Vargem. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então, também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.

Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado". No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio.


Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade. O Pai de Zélio de Moraes, Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita , já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita . No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói.
Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição, sentaram-se à mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho.

Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local, ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou:

"- Por que repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Seria por causa de suas origens sociais e da cor?" Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou: "- Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados?

Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?" Ele responde:
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

Caboclo Sete Encruzilhadas
Caboclo Sete Encruzilhas

O vidente ainda pergunta: "- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?" Novamente ele responde ;"-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.


Padre Gabriel Malagrida
* Veja a sua biogrsfia no final deste post.


No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 · Neves · São Gonçalo · RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita , parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente às 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social.

A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.

O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras "- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem as horas de aflição; todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai".

conga tenda de umbanda nossa senhora da piedade
Congá atual da Tenda Nossa Senhora da Piedade
onde é mantida a mesa de trabalhos
como nos primórdios da Umbanda em 1908.



Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão. Caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que havia neste local, praticando suas curas. Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras: "- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá". Após insistência dos presentes fala:"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

"- Minha caximba, nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".

Pai Antonio
Pai Antonio, entidade que
trouxe o primeiro ponto cantado da Umbanda, 
e que incorporava em Zélio de Moraes.

A seguir o primeiro ponto cantado em um terreiro de Umbanda:


"Minha cachimba tá no toco
Manda muréque buscá
Minha cachimba tá no toco
Manda muréque buscá
No alto da derrubada
Minha cachimba ficou lá
No alto da derrubada
Minha cachimba ficou lá "


Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de"Guia de Pai Antonio".

No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados. A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.


Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, recebendo ordens do astral, fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:

Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.

As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.

Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.

Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue.

Nunca aceitar a ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele. O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços.

Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.

A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda fazem a ligação com a vibração dos seus guias.

Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
* [ PS.: Até a data em que este texto foiescrito, pois hoje Dn. zélia e Zilméia estão desencarnadas. Ver nota de falecimento aqui ]

Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú -RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.

Faleceu aos 84 anos, no dia 03 de outubro de 1975.



 
Dona Zilméia de Moraes,
filha de Zélio de Moraes,
aos 92 anos, 2007


Fonte:
Texto extraído do site: http://www.paimaneco.org.br/historia_umbanda.asp



NOTA: todos os destaques em negrito, itálico, cores e colchetes são de MÉDIUM.



* Padre Gabriel Malagrida - Uma das encarnações anteriores do Caboclo das 7 encruzilhadas





Jesuíta italiano, nascido na vila de Managgio, a 18 de Setembro de 1689.

Desde criança deu provas de engenho e ao mesmo tempo duma tendência exagerada para o misticismo. Depois de completar em Milão os seus estudos entrou na Companhia de Jesus, em Génova, a 27 de Setembro de 1711.

Resolvendo dedicar-se às missões, saiu de Génova em 1721, seguindo para o Maranhão, onde os seus superiores o designaram para pregar, sendo depois nomeado em 11 de Outubro de 1723 pregador do colégio do Pará, e ali o encarregaram dos alunos.

Não cessava, contudo, de missionar na cidade e nas aldeias circunvizinhas, até que lhe ordenaram que voltasse ao Maranhão, sendo desde logo escolhido para reitor da missão dos Tobajáras.

De 1724 a 1727 demorou-se entre os selvagens, missionando sempre, correndo perigos, que afrontava intrepidamente, mas dando sempre provas do misticismo extravagante que tão fatal lhe havia de ser. Na narrativa das suas missões não se falava senão em vozes misteriosas que o avisavam; tudo são milagres e prodígios. Malagrida julgava-se favorito do céu.

Em 1727, por ordem dos superiores, voltou ao Maranhão para reger no colégio dos jesuítas a cadeira de belas letras, mas logo em 1728 voltou a catequizar os índios, conseguindo quase amansar uma das tribos mais ferozes do interior, a dos Barbados, entre os quais fundou uma missão, que teve logo grande desenvolvimento.

Em 1730 regressou ao Maranhão, e foi encarregado de reger ao mesmo tempo Teologia e belas letras. Em 1735 começou a missionar entre os colonos, seguindo do Maranhão para a Baía, e dali a Pernambuco, voltando enfim ao Maranhão.

Durante 14 anos, até 1749, se conservou nestas missões granjeando neste tempo a fama de taumaturgo, e a denominação de apóstolo do Brasil. Em 1749 veio para a Europa, com a fama de santo, vindo tratar de arranjar dotações para os vários conventos e seminários que fundara.

Depois de trabalhosa viagem chegou a Lisboa, sendo acolhido como santo, e a imagem, que trazia consigo, foi conduzida em procissão para a igreja do colégio de Santo Antão. D. João V, nessa época, estava muito doente, e acolheu de braços abertos o santo jesuíta, fez-lhe todas as concessões que ele desejava, e chamou-o para junto de si na hora extrema.

Foi Gabriel Malagrida quem assistiu aos últimos momentos do monarca. Em 1751 voltou ao Brasil, mas não foi bem recebido no Pará, onde governava então o irmão do marquês de Pombal.

Até 1754 demorou-se Malagrida no Maranhão, não pensando na catequese dos índios, mas missionando entre os cristãos, e fundando mais um convento e mais um seminário o bispo não lhe consentiu este último intento alegando que o concílio de Trento só ao prelado atribuía esse direito de fundação.

Em 1751 voltou a Lisboa, por ser chamado pela rainha, viúva de D. João V, D. Maria Ana de Áustria e encontrou no poder o marquês de Pombal.

Este notável estadista que se propusera a regenerar Portugal, livrando-o da tutela dos jesuítas, não podia simpatizar com o taumaturgo. Não o deixando entrar na intimidade da rainha viúva, Malagrida partiu para Setúbal, onde depois teve a notícia da morte da soberana.


O marquês de Pombal não se importou com aquele jesuíta santo, enquanto as suas santidades não contrariavam os seus projectos, mas o conflito era inevitável. Sobreveio o terramoto de 1755, estando Malagrida em Lisboa.

Aquela catástrofe ocasionou um terror imenso na população da capital, e um dos grandes empenhos do marquês de Pombal era levantar os espíritos abatidos.

Para isso mandou compor e publicar um folheto escrito por um padre, em que se explicavam as causas naturais dos terramotos, e se desviava a crença desanimadora de que fora castigo de Deus, e de que eram indispensáveis a penitência e a compunção.

Saiu a campo indignado o padre Malagrida escrevendo um folheto intitulado: Juizo da verdadeira causa do terremoto que padeceu a corte de Lisboa no 1.º de Novembro de 1755.

Nesse folheto combatia com indignação as doutrinas do outro que Pombal fizera espalhar, atribuía a castigo de Deus o terramoto, citava profecias de freiras, condenava severamente os que levantaram abrigos nos campos, os que trabalhavam em levantar das ruínas da cidade, e recomendava procissões, penitencias, e sobretudo recolhimento e meditação de seis dias nos exercícios de santo Inácio de Loyola.

O marquês de Pombal não era homem que permitisse semelhantes contrariedades. Mandou queimar o folheto pela mão do algoz, e desterrou Malagrida para Setúbal. Passava-se isto em 1756.

O jesuíta imaginava que, com o seu prestígio de taumaturgo, podia lutar contra a vontade do marquês, e parece, que de Setúbal escreveu mais uma carto ameaçadora, carta, que depois do atentado dos Távoras em 3 de Setembro de 1758, podia ter uma terrível significação, e por isso Malagrida foi logo preso a 11 de Dezembro desse ano, transferido para o colégio da sua ordem em Lisboa, e no dia 11 de Janeiro de 1759, considerado réu de lesa-majestade, sendo transferido para as prisões do Estado.

Sendo depois entregue à Inquisição, Malagrida foi condenado à pena de garrote e de fogueira, realizando-se o suplício no auto da fé de 21 de Setembro de 1761.

Fonte:
http://italojreronita.blogspot.com.br/2011/01/padre-gabriel-malagrida-uma-das.html








[ 1747 em Buriti dos Lopes Foi Fundado o 1%c2%ba Seminario dos Jesuitas no Piaui ]

Buriti dos Lopes tem uma história muito rica e um passado glorioso, lamentavelmente nem sempre damos o devido valor para tal, hoje falaremos sobre a descoberta, resultante de pesquisas bibliográfica, que coloca Buriti dos Lopes como o berço da educação piauiense. Fazemos referência ao fato de ter sido fundado aqui, há 264 anos, o primeiro Seminário Jesuítico de todo estado do Piauí.


O ano era 1747, quando o Padre Gabriel Malagrida recebe uma provisão para implantar em solo buritiense aquele que seria o Seminário do Rio Parnaíba. Vejamos o que dizia a tal provisão:

[...] lhe mandamos passar esta provisão, damos faculdade ao Reverendo Padre Missionário Gabriel Malagrida, religioso da Companhia, para fundar um Seminário no sítio do Capitão José Lopes da Cruz, e aplicamos [...] ao tal Seminário a sua Capela como o seu patrimônio, com condição porém que não tenha … do tal Seminário, ficará a dita Capela outra vez sujeita à jurisdição ordinária. (MELO, 1991.p.68)


E quem foi Malagrida ? Era italiano, nascido a 05 de dezembro de 1689, desembarcou em terras brasileiras em São Luis-MA, em 1721.

Foi uma personagem histórica muito polêmica no passado, não só por seu fim trágico na fogueira da Inquisição de Pombal, em Lisboa no dia 21 de setembro do ano 1761, há exatos 250 anos, más, sobretudo pelas muitas iniciativas apostólicas, missões populares, seminários e conventos, que fundou no Nordeste e em Portugal.


O Seminário fundado em Buriti dos Lopes foi o primeiro estabelecimento de ensino secundário, Gramática e Humanidades, seus alunos vinham de diversões povoações do sertão e cabia aos pais contribuir com módica pensão para o sustento dos filhos.


Tal Seminário cerrou o ciclo das manifestações da Companhia de Jesus no Piauí, que foi, em suma, de ensino, exploração da margem do Parnaíba, missões, catequese e administração.


Para o Seminário, que seria implantado, o senhor Antônio Rebelo, homem de rara probidade, ofereceu suas casas (que segundo a historiografia oral relata, ficaria nas margens da atual BR 343, próximo ao extinto prédio da Fábrica Velha e da nascente do Riacho Buriti) e um não pequeno e gordo curral bovino para providenciar o alimento dos novos alunos, num lugar a duas léguas daí que chamavam de Sembayba ou Fazenda Sambaíba.


O Seminário funcionou durante seis anos, em 1753 foi transferido para Aldeias Altas, atual Caxias – MA, lamentavelmente os relatos históricos de nosso povoado, em sua grande maioria, ficaram fadados ao esquecimento, a importância do trabalho pioneiro de Malagrida é quase que totalmente desconhecida por nossos munícipes, e o resultado disso é a falta de valorização de importantes personagens de nossa história, os verdadeiros heróis sequer são lembrados por nossos contemporâneos, exemplificando isso podemos citar a inexistência de logradouros ou prédios que levam o nome do ilustre Padre Gabriel Malagrida, nem tampouco de nosso fundador Francisco Lopes, aqueles que possivelmente possam ter sido as maiores figuras de nosso passado, hoje permanecem vergonhosamente no mais completo esquecimento. 


Pesquisa: Professor Gildazio e Poeta Neném Calixto;


Bibliografia:

1 – Melo. Pe Cláudio, Fé e Civilização.
2 – TEÓFILO – Revista de Teologia e Filosofia. ICESPI – Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí, 2004.

Autor: Francisco Carvalho Nunes - Poesias e Lendas Poeta e escritor buritiense

Nota: destaque em cores são de MÉDIUM.