2010-10-14

PERDÃO VERSUS VINGANÇA


 





O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

(Cap. 12 – Amai os Vossos Inimigos)

 


A Vingança
  

JULES OLIVIER - Paris, 1862


9 – A vingança é um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens. Ela é como o duelo, um dos derradeiros vestígios daqueles costumes selvagens em que se debatia a humanidade, no começo da era cristã. Por isso, a vingança é um índice seguro do atraso dos homens que a ela se entregam, e dos Espíritos que ainda podem inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento jamais deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e se afirme espírita. Vingar-se é ainda, vós o sabeis, de tal maneira contrário a este preceito do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se recusa a perdoar, não somente não é espírita, como também não é cristão.

A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto a falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras.

Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça.

Se o seu ódio não chega a esses extremos, ataca-o na sua honra e nas suas afeições. Não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas em todas as direções, vão crescendo pelo caminho. Dessa maneira, quando o perseguido aparece nos meios atingidos pelo seu sopro envenenado, admira-se de encontrar semblantes frios onde outrora havia rostos amigos e bondosos; fica estupefato, quando as mãos que procuravam a sua agora se recusam a apertá-la; enfim, sente-se aniquilado, quando os amigos mais caros e os parentes o evitam e se esquivam dele. Ah!, o covarde que se vinga dessa forma é cem vezes mais criminoso que aquele que vai direto ao inimigo e o insulta face a face!

Para trás, portanto, com esses costumes selvagens! Para trás com esses hábitos de outros tempos! Todo espírita que pretendesse ter, ainda hoje, o direito de vingar-se, seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tomou por divisa o lema: Fora da caridade não há salvação. Mas não, não me deterei em semelhante idéia, de que um membro da grande família espírita possa jamais ceder ao impulso da vingança, mas, pelo contrário, ao do perdão.






O PERDÃO APAGA ERRO?

 


O perdão é melhor para quem o dá que para quem o recebe. A ação de perdoar é muito importante para aquele que se dispõe a conceder o perdão, de outro lado, aquele que é perdoado, na verdade, não se vê livre das mazelas criadas com a 

magoa que causou. Mazelas que se ligam as reações cármicas e aos dramas de consciência por parte do ofensor, daquele que cometeu o deslize, não se resolvem por ele ser perdoado.
Perdoar é uma arte e aquele que perdoa fica livre das consequências funestas da crise que desencadeou o tal perdão. Assim sendo, é claro que o verdadeiro beneficiário do perdão é aquele que perdoa, tão somente, pois o perdoado não tem seu problema resolvido com o perdão. Embora sua relação se reestabeleça com quem lhe perdoou a verdade é que a falha embota sua alma, e não é o perdão que resolve. A constrição do problema é que se faz necessária.
Se aquele que apronta pensa que suas malvadezas podem ser abolidas com o perdoar está enganado redondamente. O perdoado precisa educar seus gestos, caso contrário continuará conturbando e perturbando seus redores.
Quando Jesus nos instiga a perdoar no evangelho ele deixa bem claro que as contendas quando são levadas ao extremo geram mais e mais conflitos, contando sempre com danos morais e espirituais para os dois lados. Sabedor que o indivíduo ofendido foi fustigado pelo drama ele propõe que que o ofendido perdoe por que sabe que o drama do autor da maldade aumenta, uma vez que terá que suportar a sós as cosequências de seus atos já que não terá ninguém para praticar retorção. Considere aqui que aquele que perdoou passa, apartir dali, a não fazer mais parte do contexto da trama, pois o perdão, sincero, lhe deixa livre de qualquer ônus. Sem contar que aquele que tem categoria para perdoar um insulto é por que tem a alma envolta numa candura provincial e a mente amadurecida.
Se você não perdoa você acaba dividindo o balde cheio de podridão com aquele que lhe enlameou.
Portanto, perdoar não apaga o erro cometido nem trás sossego pra alma do autor da mágoa, mas sublima o perdoador.
Jesus também disse: deixe a lama para os porcos, nem dê pérolas pra eles...etc.






Marlon Santos






PORQUE PERDOAR


O sentido primário de perdão é o de remissão da culpa, ou seja, a desculpa. O mesmo pode ser dito quanto a uma dívida (que se existe é porque foi determinada uma pena apriorística) ou a uma pena (consequência da ausência do perdão enquanto tal, mas sempre passível de perdão). Porém, para que o perdão possa existir, há, necessariamente, que existir o que perdoar. Portanto, para que se possa exercer o perdão, obrigatoriamente há que existir, assumidamente, a quem perdoar. Perdoar a quem não admite e/ou assume a culpa, pena ou dívida, equivale a coisa alguma. O julgamento público serve exatamente para determinar a culpa, para se aplicar a pena e/ou o perdão. Mas é preciso sempre, primeiramente, que exista a culpabilização, seja ela voluntária ou involuntária. É preciso existir um culpado.
A pior parte do perdão, e que mesmo o inviabiliza, é a não aceitação por parte do culpado de seu ato, ou a ausência de prova de culpa. Neste caso não há perdão possível, por mais altruísta que se seja. Mesmo o mais profundo espírito filantropo não seria capaz de perdoar aquele que diz não ser culpado. O perdão cai num vazio irresistível.
Portanto, o primeiro passo para que possa existir o perdão, é existir alguém de se julga culpado. Parta o incentivo ao perdão da atitude de quem perdoa ou de um pedido de perdão do culpado, há sempre que existir os dois lados da questão.
Porém, e concordando com Schopenhauer, acredito que mesmo ao perdoar, nunca deveríamos nos esquecer do motivo que levou ao perdão, ou seja o que levou ao perdoado a se culpabilizar, pelo simples motivo de que estaríamos desperdiçando a oportunidade de agir de forma didática, afim de corrigir o comportamento que proporcionou a atitude culpabilizável. Perdoar nunca deve ser equivalente ao esquecimento. Schopenhauer ainda vai mais além dizendo que deveríamos inclusive avaliar o valor que o culpado tem para quem perdoa, afim de decidir se vale ou não a pena correr-se o risco de ser tratado da mesma forma, ou mesmo pior, da que fomos no ato culpabilizante. No exemplo que ele se utiliza, lembra apenas de um amigo e de um servente. Segundo o filósofo, no caso do amigo, se julgarmos que não vale o preço da culpa, deveríamos simplesmente deixar de se-lo. No caso do servente, dispensá-lo.
Porém ele se esquece de um caso bem mais difícil de se julgar, que é o caso dos filhos. Eles também agem de forma a serem culpados por atitudes ofensivas, passíveis de penalização ou perdão. Neste caso, acredito, temos a tendência de desculpar sempre, mas nunca devemos nos esquecer do ato e nem devemos deixar de aplicar penas, sob o risco de os estar a incentivar a agir errado, pelo fato de não terem consequências os atos culpabilizantes.
Pelo fato de serem nossa sequência genética temos a tendência de culpar-mo-nos a nós próprios por alguma possível falha de nossa educação, ou mesmo pelo caráter geneticamente transmitido. Mas esta é uma fraqueza de nosso ser, que não nos permite ver para além de nós próprios, que não nos faz admitir nossos próprios erros, nossas próprias culpas. Teríamos que, antes de julgarmos e perdoarmos aos nossos filhos, perdoarmos a nós próprios. Mas para isto seria necessário haver a culpa e isto, seja para quem for, é muito difícil de admitir.


 


Há ainda um outro aspecto do perdão, este mais cruel, que diz respeito a conveniência. Sejam políticos, religiosos e outros poderosos, muitas vezes o perdão é concedido para obtenção de algum benefício por parte de quem perdoa. O mais pérfido dos perdões foram os concedidos através da venda de indulgências por parte de religiosos sem escrúpulos, que em troca de dinheiro e/ou bens, concediam a “salvação” divina aos crentes e incautos, que temiam a não obtenção do perdão de um deus imaginário que os remeteriam aquilo a que Dante imaginou, e descreveu magnificamente, que fosse o inferno.
O inferno é mesmo o ícone mais óbvio da consequência da culpa na ausência do perdão. Seria o destino daqueles que fossem incapazes de serem perdoados num julgamento final que aconteceria após a morte, onde seria feito um balanço de nossas vidas e de nossas culpas. Esta ideia, ao que parece pela documentação existente, surgiu no Antigo Egito, onde existia inclusive um livro feito especificamente para ensinar aos candidatos a morto o caminho para o perdão final, que seria percorrido imediatamente a seguir a morte. Não é preciso dizer que o tal livro era vendido e muito caro!!! Depois esta ideia foi apropriada e adaptada pela religião judaica/cristã, e desenvolvida na Idade Média, onde antes de mais nada tinha-se muito tempo.  Mas isto, como já disse, faz parte do imaginário humano. Céu e inferno, alto e baixo, são expressões humanas da dualidade da qual aqui tanto falamos, e ainda falaremos, e não passam de imaginação. Em alguns casos ela, a imaginação, beira a obra prima, como é o caso da Divina Comédia.
Há ainda um outro aspecto do perdão, lembrado por Jean Jacques Rousseau, quando diz: – “Conheço muito bem os homens para ignorar que muitas vezes o ofendido perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais.”







MEU PEDIDO DE PERDÃO


 



Me perdoa,me perdoa por aquilo que eu não fui…

Tive a oportunidade de ser, mas não fui…
E hoje me fiz pecador…
Pequei pela lágrima que não escorreu,
Pela voz que me faltou,
Pelo olhar que não tive,
Pequei pelas mãos que estavão em meu bolso
Pela omissão sincera do meu comodismo
Pelo fruto de minha malícia
Como posso dizer que não tinha escolha?
Tive escolha, tive vontade, tive medo…
Mas virei minhas costas
Virei para ignorar tudo que sei, que tenho, que quero…
Me fiz cego, surdo, mudo…
Me fiz um vegetal para fugir da condição humana!
Engano… erro, ingratidão…
Um prazer que me leva pra longe de mim mesmo!
Uma condição que tenho. E não posso nega-la.
Sou PECADOR…PECADOR… RECONHEÇO!!
Era só o que EU QUERIA!!!
Que vc pudesse ver sua condição.
Te aceito e cuido de vc…
Foi por sua condição que morri por vc.

 

Obrigado Senhor por poder fazer essa oração. Muito OBRIGADO!!!

 

Pedir PERDÃO é pedir VIDA… “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.”

 

…Caverna d'Zion…








2010-10-13

HOMENAGEM MUNDIAL A CHICO XAVIER





CONGRESSO ESPÍRITA: HOMENAGEM MUNDIAL A CHICO XAVIER



Chico Xavier foi um destaque importante nos temas abordados no segundo dia do 6º Congresso Espírita Mundial, promovido pelo Conselho Espírita Internacional, em Valencia (Espanha). Especificamente ocorreram as palestras sobre o Centenário do médium – “Contribuições de sua Obra Psicográfica”: Marlene Severino Nobre – “Exemplo de Vida” e Antonio Cesar Perri de Carvalho – “Impacto da Obra no Mundo”, e, houve uma apresentação artística de Ana Ariel. 



 
Dois filmes com base em livros psicográficos de Chico Xavier foram apresentados. Exibiu-se o trailer do filme “E a Vida Continua...”, seguindo-se alguns comentários pelos diretores Paulo Figueiredo e Oceano Vieira de Melo. Este novo filme tem o apoio da FEB e será lançado no ano de 2011. Na véspera, houve uma exibição especial do filme “Nosso Lar”.  No Congresso, que prossegue até o dia 12, há aproximadamente 1600 inscritos, oriundos de 36 países, e, em seguida, haverá Reunião Geral do CEI. O evento está sendo transmitido ao vivo pela TVCEI (www.tvcei.com).

HUMILDADE








Ser humilde

Era uma vez um jovem. Ele sabia que, se fosse humilde, seria uma pessoa melhor, mais feliz e mais conectada a Deus e ao sagrado.

Um dia, esse jovem foi a um mosteiro e perguntou a um velho sábio que lá vivia:

- Sábio, o que devo fazer para me tornar uma pessoa humilde?
- Se quiser realmente encontrar essa resposta, deve ir ao cemitério e criticar os mortos – disse-lhe o sábio.
Sem questionar, o jovem foi ao cemitério e pôs-se a criticar os mortos.
Depois, voltou à presença do sábio, que lhe disse:
- O que os mortos fizeram diante de suas críticas?
- Nada. Não aconteceu absolutamente nada enquanto eu os criticava – respondeu o jovem.
- Muito bom – disse o sábio. - Agora você deve voltar ao cemitério e elogiá-los bastante.

Novamente, seguindo a orientação do sábio, o jovem foi ao cemitério e passou várias horas elogiando os mortos.

Depois, voltou à presença do sábio, que lhe perguntou:
- O que os mortos fizeram diante de seus elogios?
- Nada. Não aconteceu absolutamente nada enquanto eu os elogiava – respondeu o jovem.

Então, o sábio disse-lhe:

- Se quiser ser um homem humilde, vai precisar aprender a reagir como os mortos reagiram aos elogios e às críticas que você lhes fez.

Ou seja, deve manter-se indiferente perante elogios ou críticas, mantendo, porém, a capacidade de perceber a verdade que pode existir na crítica e nos elogios sem deixar que isso lhe traga sofrimento ou soberba.


Que Deus nos abençoe sempre.


2010-10-07

INTERPLETAÇÃO DAS SETE LINHAS DE UMBANDA







 

COLEGIO DE UMBANDA PAI BENEDITO DE ARUANDA

 

As sete linhas são as sete irradiações divinas emitidas pelo divino Criador Olorum, que é Deus, e formam sete "eixos" divinos sustentadores de toda a sua criação divina.
Esses sete eixos já foram descritos com vários nomes simbólicos, tais como:
 
  • - - As sete colunas sustentadoras da criação.
  • - - Os sete pilares sustentadores do mundo.
  • - - Os sete raios divinos.
  • - - Os sete cajados sagrados.
  • - - As sete lanças protetoras divinas.
  • - - As sete flechas direcionadoras da criação.
  • - - As sete linhas de evolução.
  • - - Os sete caminhos sagrados etc.
 
A verdade, e isso é o que importa, é que as Sete Linhas da Umbanda começam em Deus e chegam até nós aqui na terra, penetrando em nosso mental, com uma delas entrando verticalmente bem no centro do nosso chacra coronal criando um eixo denominado "eixo do nosso equilíbrio".
Sem esse eixo para nos equilibrar não conseguiríamos nos manter de pé, na posição vertical.
As outras seis irradiações entram em nosso chacra coronal com cada uma em uma posição ao redor dele e criando uma roda raiada com um eixo central que nos faculta movimentarmos-nos para a direção que quisermos sem que percamos o equilíbrio, com cada um deles exercendo suas funções energizadoras das nossas faculdades mentais e dos nossos sete sentidos.
Em dado momento é um desses eixos que envia-nos uma carga mais intensa de energia viva e divina e em outro momento é outro desses sete eixos.
Em nós, esses sete eixos ou essas sete linhas são tão importantes e imprescindíveis, que se um deles atrofiar-se ou torcer-se ou ter seu calibre reduzido, nos ressentimos da sua alimentação energética e entramos em desequilíbrio mental, fato esse que afeta algumas das nossas faculdades mentais e desvirtua algum dos nossos sentidos,  afetando nossa percepção, nossa sensibilidade, nossas emoções, nosso humor, nossa razão, nosso caráter, nossa fé, nosso senso, etc.
As sete linhas são bi-polizadoras  e, graficamente, colocamos na ponta de cada uma um Orixá, que em si uma manifestação e uma fateriorização do Divino Criador Olorum, que é Deus.
Cada Orixá é em si uma exteriorização do Divino Criador Olorum e é em si um mistério divino e um mental do "tamanho" da Criação. Sendo que tudo e todos depois Dele estão dentro dos seus campos vibratórios mentais, sendo influenciados o tempo todo, hora por um desses campos, hora por outro e noutra hora por vários deles ao mesmo tempo, tudo dependendo de nossas ações mentais.
Mas, além da importância para nosso equilíbrio e bem estar, as Sete Linhas de Umbanda ou as Sete Irradiações Divinas participam dos processos criacionistas  de Deus estabelecendo os eixos cristalográficos que regulam o crescimento dos minerais formadores da "matéria".
Em outro campo eles atuam de outras formas, dando sustentação à formação de outras "materias" e mesmo de coisas imateriais, tais como a fé, o amor, etc.
Por isso, tanto podemos nomear as Sete Linhas pelos nomes dos elementos formadores da natureza terrestre e que são materiais ou pelos sentidos, que são imateriais.

 
Nos elementos temos essa nomenclatura:
 
  • - - Linha Cristalina (ou cristais)
  • - - Linhas Mineral (ou minérios)
  • - - Linha Vegetal (ou vegetais)
  • - - Linha Ígnea (o fogo)
  • - - Linha Eólica (o ar)
  • - - Linha Telúrica (a terra)
  • - - Linha Aquática (a água) 
 
Nos sentidos, que são imateriais, temos essa nomenclatura:
 
  • - - Linha da fé e da religiosidade
  • - - Linha do amor e da renovação
  • - - Linha do conhecimento e do aprendizado
  • - - Linha do equilíbrio e da razão
  • - - Linha da lei e do caráter
  • - - Linha da evolução e do saber
  • - - Linha da geração e da criatividade
 
As Sete Linhas de Umbanda são pontificados em seus quatorze pólos regentes por quatorze Orixás e, que são esses:
 
  • - - Linha da fé Oxalá e Logunan
  • - - Linha do amor Oxum e Oxumaré
  • - - Linha do conhecimento Oxossi e Oba
  • - - Linha da justiça Xangô e Egunitá
  • - - Linha da lei Ogum e Yansã
  • - - Linha da evolução Obulaiyê e Nana Buruque
  • - - Linha da geração Yemanjá e Omulu
  • - - Oxalá é a fé e Logunan é o fervor religioso.
  • - - Oxum é a concepção e Oxumare é a renovação da vida.
  • - - Oxossi é o conhecimento e Obá é o aprendizado.
  • - - Xangô é a razão e Egunitá é a condensadora dos estados de consciência.
  • - - Ogum é Lei e Yansã é as direções a serem seguidas pelos seres.
  • - - Obaluaiyê é a evolução transmutadora e Nanã é o saber adquirido.
  • - - Yemanjá é a gerção da vida e Omulú é o seu estabilizador.
 
Nos fatores, temos isso:
 
  • - - Oxalá é magnetizador
  • - - Logunan é condutora
  • - - Oxum é agregadora
  • - - Oxumaré é renovador
  • - - Oxossi é expansor
  • - - Obá é concentradora
  • - - Xangô é graduador
  • - - Egunitá é energizadora
  • - - Ogum é ordenador
  • - - Yansã é direcionadora
  • - - Obaluiayê é transmutador
  • - - Nanã é amadurecedora
  • - - Yemanjá é geradora
  • - - Omulu é estabilizador
 
Nas cores temos essa classificação:
 
  • - - A cor de Oxalá é branca
  • - - A cor de Logunan é o azul escuro
  • - - A cor de Oxum é o rosa
  • - - A cor de Oxumare é o azul turquesa
  • - - A cor de Oxossi é o verde
  • - - A cor de Obá é magenta
  • - - A cor de Ogum é o azul escuro
  • - - A cor de Yansã é o amarelo
  • - - A cor de Xangô é o vermelho
  • - - A cor de Egunitá é laranja
  • - - A cor de Obaluiaiyê é o violeta
  • - - A cor de Nãnã Buruque é o lilás
  • - - A cor de Yemanjá é o azul claro
  • - - A cor de Omulu é o roxo
 
Também temos essa outra classificação: 
 
  • - - Oxalá é o espaço e Logunan é tempo
  • - - Oxum é a concepção e Oxumaré é o renascimento
  • - - Oxossi é a criatividade e Obá é a racionalidade
  • - - Xangô é a temperatura e Egunitá é a energia
  • - - Ogum é encaminhador e Yansã é a direcionadora
  • - - Obaluaiyê é a passagem e Nanã é o abrigo
  • - - Yemanjá é a natividade e Omulu é a morte
 
São tantas as possibilidades de nomeação e classificação das Sete Linhas de Umbanda que é melhor pararmos por aqui.

  
Pai Rubens Saraceni.
                                                                                   


OBS.: Caso tenha gostado deste texto, envie-nos seu comentário.Esteja à vontade para passá-lo adiante.







2010-10-02

O CARNEIRO REVOLTADO





Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.

- Se era tão precioso – pensava -, por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme? Experimentava intenso frio, de tempos a tempos, e, despreocupado das ricas rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que supunha sofrer.

Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador, exclamando:

- Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento... Modifica-me, Senhor!...

O Todo-Poderoso indagou, com bondade: Que desejas que eu faça?

Vaidosamente, o carneiro respondeu: Quero que a minha lã seja toda de ouro.

A rogativa foi satisfeita. Contudo, assim que o orgulho ovino se mostrou cheio de pêlos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em chagas.

O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou:

- Meu Pai, muda-me novamente! não posso exibir lã dourada... encontraria salteadores sem compaixão.

O Sábio dos Sábios perguntou:

- Que queres que eu faça?

O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou:

- Quero que minha lã seja lavrada em porcelana primorosa.

Assim foi feito. Entretanto, logo tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania, que lhe quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne.

Regressou, aflito, ao Todo-Misericordioso e queixou-se:

- Pai, renova-me!... A porcelana não resiste ao vento... estou exausto...

Disse-lhe o Senhor:

- Que queres que eu faça?

- A fim de não provocar os ladrões e nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel.

O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais corresse campo a tora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados.

O mísero voltou ao Altíssimo e implorou:

- Pai, modifica-me... as moscas deixaram-me em sangue!

O Senhor indagou de novo, com inexaurível paciência:

- Que queres que eu faça?

Dessa vez, o carneiro pensou mais tempo e considerou:

- Suponho que seria mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface.

O Todo-Bondoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade e o carneiro voltou a planície, na caprichosa alegria de parecer diferente. No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os eqüinos prenderam-no com os dentes e, depois lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo.

O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lágrimas, gemeu humilde:

- Meu pai, não suporto mais!...

Como soluçasse longamente, o Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:

- Reanima-te, meu filho! Que pedes agora? O infeliz replicou, em pranto:

- Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus verdadeiros amigos. Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber, carinhosamente... Quero ser simples e útil, qual me fizeste, Senhor!...

O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou:

- Volta e segue teu caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos. Cada criatura está colocada, por minha Lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar.

Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros e daí por diante foi muito feliz.



Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito: Néio Lúcio.