2015-07-17

TRABALHAR COM AMOR






... O que é trabalhar com amor?

É fazer o tecido a partir de fios que saem do seu coração, como se a pessoa que vocês mais amam fosse usar aquela roupa.

É construir cada casa com afeto, como se o ser amado fosse viver ali.

É plantar sementes com ternura, e fazer a colheita com alegria, como se a pessoa mais amada fosse comer os frutos.

É colocar em todas as coisas que vocês produzem o alento do seu próprio espírito, e saber que os mortos abençoados estão em torno de vocês, e observam o seu esforço.

... Grande é apenas aquele que transforma a voz do vento em uma canção mais doce, através da sua própria capacidade de amar.

O trabalho é amor feito visível.


Reproduzido do texto "O Trabalho e o Amor", de Khalil Gibran:
http://www.teosofiaoriginal.com/2013/07/o-trabalho-e-o-amor.html


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ENTRE O AMOR E A MEDITAÇÃO HÁ O CAMINHO PARA DEUS






Alguma vez você observou isso? Se você cruza com dois amantes verdadeiros, você verá muitas coisas parecidas neles.

Verdadeiros amantes se tornam como se fossem irmãos e irmãs. Você se surpreenderá: nem irmãos e irmãs são tão parecidos.

Suas expressões, o modo de andar, o modo de falar, os gestos - dois amantes se tornam parecidos e, contudo, tão diferentes. Isso começa a acontecer naturalmente. Só por ficarem juntos, lenta, lentamente, eles ficam sintonizados um com o outro.

Verdadeiros amantes não precisam dizer nada um ao outro - o outro imediatamente compreende, compreende intuitivamente.

Se a mulher fica triste, ela pode não dizê-lo, mas o homem compreenderá e a deixará sozinha. Se o homem fica triste, a mulher compreende e o deixa sozinho - arranja uma desculpa para deixá-lo sozinho.

Gente estúpida faz exatamente o oposto: nunca deixam o outro sozinho - ficam constantemente um com o outro, cansando e entediando um ao outro; nunca deixando nenhum espaço para o outro existir.

O amor dá liberdade e o amor ajuda o outro a ser ele mesmo ou ela mesma. O amor é um fenômeno muito paradoxal. De um modo ele o torna uma alma em dois corpos; de outro lado, ele lhe dá individualidade, singularidade. Ele o ajuda a abandonar seus pequenos eus, mas também o ajuda a alcançar o supremo Eu.

Então, não é nenhum problema: o amor e a meditação são duas asas, e elas equilibram-se. E, entre as duas, você cresce, entre as duas, você chega a Deus.


- OSHO, Philosophia Perennis, Vol. 1.


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TAO





 TAO

O objetivo da vida não é o prazer, nem o poder, nem a riqueza, nem a erudição, nem a conquista da virtude, nem a evolução espiritual.

O objetivo da vida é encontrar o TAO a cada momento, sorrir, e não mais se deixar apartar dele. O objetivo da vida é o encontro de si mesmo, ao navegar seguro com o TAO. O objetivo da vida é aprender a navegar no grande rio do TAO.

Viver é encontrar o TAO inexistente e deixar-se fluir com ele, serenamente, em meio a tempestades, se preciso for.


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Figuras que falam são reflexões, histórias, poemas ou pensamentos inspirados em imagens.
O de hoje tem desenho, frase e composição gráfica de Beatriz Del Picchia e texto do post extraído do livro Anais de um Simpósio Imaginário, de Beto Hoisel, Ed Palas Athena .

NÃO VIVA COMO UM POÇO MAS COMO UM RIO FLUINDO






Osho, porque tenho tanto medo de mudar?

Isso é natural. Sempre que você se sentir assustado, apenas relaxe. Aceite o fato de que o medo está lá, mas não faça nada com ele. Ignore-o, não lhe dê atenção. Observe o corpo. Não devia haver nenhuma tensão nele. Se não houver nenhuma tensão no corpo, o medo desaparece automaticamente. O medo cria um certo estado de tensão no corpo, para ficar enraizado nele. Se o corpo estiver relaxado, medo está fadado a desaparecer. Uma pessoa relaxada não pode ser medrosa. Você não pode assustar uma pessoa relaxada. Mesmo que surja o medo, ele virá como uma onda... Não criará raízes.

O medo chegando e indo como ondas e você permanecendo intocado por ele, é belo. Quando ele cria raízes em você e começa a crescer em você, então se torna um crescimento, um crescimento canceroso. Assim deforma seu organismo interior.

Portanto, sempre que você se sentir temeroso, uma coisa para olhar é que o corpo não deve ficar tenso. Deite-se no chão e relaxe – relaxamento é o antídoto para o medo – e ele irá chegar e passar. Você simplesmente observa.

Esse observar não deve ser de interesse – indiferente. A pessoa apenas aceita que está ok. O dia está quente, o que você pode fazer? O corpo está transpirando... É preciso passar por isso. A noite está próxima e uma brisa fresca estará soprando... Então apenas observe isso e fique relaxado.

Uma vez que você pega o jeito disso e você logo terá isso – que se você está relaxado, o medo não pode grudar em você, ele vem e passa e lhe deixa tranqüilo – assim você tem a chave. E ele virá. Ele virá porque quanto mais mudamos, mais medo virá.

Toda mudança gera medo, porque toda mudança está lhe pondo no desconhecido, num mundo estranho. Se nada mudar e tudo permanecer estático, você nunca terá medo algum. Isso significa, se tudo estiver morto, você não ficará amedrontado.

Por exemplo, você está sentado e existe uma rocha ao lado. Não há nenhum problema: você olha para a rocha e está tudo bem. De repente a rocha começa a se mover; você fica assustado. Vivo! Movimento gera medo; e se tudo estiver parado, não há nenhum medo.

Eis porque pessoas, com medo de cair em situações temerosas, arranjam uma vida sem mudanças. Tudo permanece na mesma e a pessoa segue uma rotina morta, Completamente esquecida de que a vida é um fluxo. Ela permanece numa ilha própria onde nada muda. A mesma sala, as mesmas fotografias, a mesma mobília, a mesma casa, os mesmos hábitos, as mesmas camas – tudo na mesma. O mesmo maço de cigarros; você não gostará nem mesmo de uma marca diferente. Entre isso, no meio dessa mesmice, a pessoa se sente à vontade.

As pessoas vivem quase que em seus túmulos. O que você chama de uma vida conveniente e confortável não é nada senão um túmulo disfarçado. Então quando você começa a mudar, quando você começa na jornada do espaço interior, quando você se torna um astronauta do espaço interior, e tudo está mudando tão ligeiro, cada momento tremendo de medo. Desse modo, mais e mais medo precisa ser enfrentado.

Deixe o medo estar lá. Pouco a pouco você começará a desfrutar tanto das mudanças que você estará preparado a qualquer custo. Mudanças irão lhe dar vitalidade... Mais vivacidade, alegria, energia. Então você não será como um poço – encerrado por todos os lados, estático. Você se tornará como um rio correndo em direção ao desconhecido, em direção ao oceano onde desaparece.

- Osho, Extraído de: Be Realistic: Plan for a Miracle


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A SABEDORIA DO SILÊNCIO INTERNO






Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte da sua energia vital (chi). Assim, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe, nem utilize palavras que projetem imagens negativas, porque se reproduzirá ao seu redor tudo o que tenha fabricado com as suas palavras carregadas de chi.

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada.

Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia. O universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu, porque aceita, sem condições, os nossos pensamentos, emoções, palavras e ações, e envia-nos o reflexo da nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam nas nossas vidas.

Se você se identifica com o êxito, terá êxito. Se você se identifica com o fracasso, terá fracasso.

Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteúdo da nossa conversa interna.

Aprenda a ser como o universo, escutando e refletindo a energia sem emoções densas e sem preconceitos.

Porque, sendo como um espelho, com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor com as suas opiniões pessoais, e evitando reações emocionais excessivas, terá a oportunidade de uma comunicação sincera e fluida.

Quanto mais se mostrar superior, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem. Não se dê demasiada importância, e seja humilde, pois quanto mais se mostra superior, inteligente e prepotente, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem e vive num mundo de tensão e ilusões.

Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma irá se libertar da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente, invisível, misteriosa, indefinível, insondável como o Tao.

Não entre em competição com os demais, a terra que nos nutre já nos dá o necessário. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos.

Tenha confiança em si mesmo. Preserve a sua paz interior, evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros. Não se comprometa facilmente, agindo de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação.

Tenha um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a sabedoria.

Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato.

Não saber é muito incômodo para o ego, porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão e dar a sua opinião muito pessoal. Mas, na realidade, o ego nada sabe, simplesmente faz acreditar que sabe.

Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas. Evite julgar ou criticar. O Tao é imparcial nos seus juízos: não critica ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.

Cada vez que julga alguém, a única coisa que faz é expressar a sua opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruído. Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas.

O sábio tolera tudo sem dizer uma palavra. Tudo o que o incomoda nos outros é uma projeção do que não venceu em si mesmo. Deixe que cada um resolva os seus problemas e concentre a sua energia na sua própria vida.

Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando tenta se defender, está a dar demasiada importância às palavras dos outros, a dar mais força à agressão deles.

Se você aceita não se defender, mostra que as opiniões dos demais não o afetam, que são simplesmente opiniões, e que não necessita convencê-los de nada para ser feliz.

O seu silêncio interno o torna impassível. Faça uso regular do silêncio para educar o seu ego, que tem o mau costume de falar o tempo todo.

Pratique a arte de não falar. Tome algumas horas para se abster de falar. Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do Tao ilimitado, em vez de tentar explicar o que é o Tao.

Progressivamente desenvolverá a arte de falar sem falar, e a sua verdadeira natureza interna substituirá a sua personalidade artificial, deixando aparecer a luz do seu coração e o poder da sabedoria do silêncio.

Graças a essa força, atrairá para si tudo o que necessita para a sua própria realização e completa libertação. Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre…

O poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio. Se o ego se impõe e abusa desse poder, este irá se converter num veneno, que o levará rapidamente a ruína.

Fique em silêncio, cultive o seu próprio poder interno. Respeite a vida de tudo o que existe no mundo. Não force, manipule ou controle o próximo.

Converta-se no seu próprio mestre e deixe os demais serem o que têm a capacidade de ser. Por outras palavras, viva seguindo a via sagrada do Tao.

Deste lado do mundo aprendemos a ser demasiado racionais


Texto atribuído ao taoísmo


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