2015-05-02

ONDE RESIDE O "SELF"?






... O corpo é ele mesmo uma mera projeção da mente, e a mente é um pobre reflexo do Coração radiante. Como pode aquilo que tudo contém, ser confinado em uma pequenina parte de um corpo, corpo que é infinitesimal, um fenômeno da realidade única?

"Participante - Baghavan, o senhor havia dito que o Coração é o centro do Self.

Baghavan Ramana Maharshi - Sim, é o centro supremo do Self. É importante que não se tenha nenhuma dúvida sobre isso. O Self real é lá, dentro do Coração, atrás do jiva, ou ego.

Diga-me então por favor, onde se localiza no corpo?

Ramana - Você não saberá através da mente. Você não realizará através da imaginação; quando lhe digo que aqui é o centro ( ponto situado ao lado direito do peito). A única maneira de realizá-lo é cessar imediatamente com as fantasias, e trate de ser você mesmo. Quando acontece a realização, imediatamente se sente que este centro está lá.

Este é o centro, o Coração, que nos falam as escrituras tais como hritguha ( cavidade do coração), arul ( graça), ullam, ( o Coração).

Participante - Nunca encontrei nada sobre isso em nenhum livro.

Ramana - Muito tempo depois que vim aqui, eu por acaso encontrei um versículo na versão Malaia do Ashtangahridayan, o texto fundamental da Ayurveda ( medicina hindu), ele cita em particular o ojas sthana ( fonte de vitalidade do corpo, ou local de luz) ele menciona como estando localizado do lado direito do peito, e o chama de samvit, lugar onde a consciência se assenta. Não conheço nenhum outro trabalho que cite esta mesma localização.

É mesmo certo que os antigos usavam este termo Coração, para este centro?

Ramana - Sim, estou certo disso. Mas você precisa experimentá-lo por si mesmo. Um homem não precisa não precisa descobrir onde seus olhos estão localizados, quando ele quer mesmo ver. O Coração está lá sempre aberto para você entrar, sempre sustentando todos os movimentos, mesmo quando você não saiba da sua existência.

Seria mais correto dizer que o Self é o Coração mesmo, do que dizer que está no Coração. Realmente, o Self é o centro em si mesmo. Ele preenche todos os lugares, quando consciente de si mesmo, é o Coração, o Self autoconsciente.

Neste caso, como localizá-lo em alguma parte do corpo? A fixação de um lugar para o Coração, implicaria em definir limitações fisiológicas ao que está além do tempo e do espaço..

Ramana - Isto é correto. Mas a pessoa que coloca a questão sobre a posição do Coração considera a si mesma existindo com ou em um corpo. Enquanto, a questão que você colocou agora: você diria que seu corpo está sozinho aqui, e você está falando de outro lugar? Não, você aceita sua existência em um corpo físico. Este é o ponto de vista de que qualquer referência a um corpo físico possa ser feita.

Em verdade, a consciência pura é indivisível, é totalmente sem partes. Não tem forma nem corpo, nada "dentro" ou "fora". Não existe "direita" nem "esquerda" para ela. Pura consciência, que é o Coração, inclui tudo e nada é colocado fora, ou aparte. Esta é a verdade suprema.

Deste ponto de vista, o Coração, Self ou Consciência não tem nenhum lugar fixo em particular no corpo físico. Por que ? O corpo é ele mesmo uma mera projeção da mente, e a mente é um pobre reflexo do Coração radiante. Como pode aquilo que tudo contém, ser confinado em uma pequenina parte de um corpo, corpo que é infinitesimal, um fenômeno da realidade única?

Mas as pessoas não compreendem isso, elas não conseguem não pensar em termos de corpo físico e o mundo. Por exemplo, você disse: Eu vim a este ashram do meu país de origem, vim pelos Himalaias.

Mas isto não é verdade. Onde é "ir" e "vir" ou qualquer movimento acontece para o Um; tudo permeia o Espírito que você realmente É.

Você está onde sempre esteve. É seu corpo que se moveu até o ashram, ou foi a consciência que foi sendo transferida de uma paisagem para outra até que encontrasse a paisagem do ashram? Esta é uma verdade simples, mas as pessoas consideram a si mesmas como um sujeito vivendo em um mundo objetivo, isto é totalmente visionário!

É por descer para o nível do conhecimento comum, que se atribui ao Coração um lugar no corpo físico.

Uma vez que você concebe com absoluta compreensão, o Coração como Pura Consciência, que está além do espaço e do tempo, será mais fácil para você compreender todo o resto, esta é a perspectiva correta."


Ramana Maharshi em The Teachings of Sri Ramana Maharshi

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A ausência de objetivo e o Nirvana são uma coisa só.






"Nada a fazer, nada a realizar, nenhum programa a ser cumprido, nenhuma agenda. Esse é o ensinamento budista sobre os fins últimos do homem.

A rosa tem que fazer alguma coisa? Não, o objetivo da rosa é apenas ser uma rosa.

Seu objetivo é ser quem você é. Você não precisa sair correndo e se tornar outra pessoa. Você é maravilhoso do jeito que é.

Esse ensinamento do Buda permite que a gente se divirta, contemple o céu azul e tudo o mais que é tão bom e refrescante no momento presente.

Não há nenhuma necessidade de inventar objetivos para depois correr atrás deles. Nós já temos tudo o que é necessário, já somos aquilo em que desejamos nos tornar.

Somos todos Budas, por isso podemos dar a mão a um outro Buda e praticar a meditação andando. Esse é o ensinamento do Avatamsaka Sutra.

Seja você mesmo, a vida é preciosa do jeito que é. Não há necessidade de correr, lutar, carregar fardos nem disputar coisas. Podemos apenas existir. Estar aqui, neste momento, neste lugar, já é uma forma profunda de meditação.

A maioria das pessoas não acredita que caminhar sem pressa e despreocupadamente seja o bastante.

As pessoas acham que lutar e competir são coisas normais e necessárias. Tente praticar a ausência de objetivos por cinco minutos apenas, e observe como será feliz durante esses cinco minutos.

O Sutra do Coração diz que não há nada para ser atingido. Nós não meditamos para atingir a iluminação, porque a iluminação já está em nós, conseqüentemente não há necessidade de busca-la. Não precisamos de propósitos nem de metas. Nossa prática não visa obter uma alta posição.

Quando praticamos a ausência de objetivo, entendemos que nada nos falta, que já somos tudo o que queríamos ser.

Nessa altura, nossa luta desesperada começa a cessar. Fazemos as pazes com o momento presente, e conseguimos observar a luz do sol entrando pela janela e ouvir o barulho da chuva. Não precisamos mais correr atrás de coisas externas.

Podemos usufruir esse momento. As pessoas discutem como chegar ao Nirvana, mas na verdade já estamos lá.

A ausência de objetivo e o Nirvana são uma coisa só.

Ao acordar hoje de manhã eu sorri. Vinte e quatro horas, novinhas em folha, ao meu dispor.Tenho a firme intenção de viver plenamente cada momento do meu dia, e olhar para todos os seres com o olhar da compaixão.

Essas vinte e quatro horas são uma dádiva preciosa, que só poderemos usufruir completamente quando tivermos aberto a Terceira Porta da Liberação, que é a ausência de objetivo.

Se pensarmos que temos vinte e quatro horas para realizar alguma coisa, o dia de hoje passa a ser um meio para atingir um fim.

O momento de cortar madeira ou carregar água é o momento que temos para sermos felizes. Não devemos esperar que essas tarefas estejam terminadas para só então sermos felizes.

Ser feliz agora significa não ter metas agora. Se não fizermos isto, andaremos em círculo pelo resto da vida.

No momento presente, temos tudo o que necessitamos para fazer desse momento o mais feliz de nossas vidas, mesmo se estivermos com dor de cabeça ou com um resfriado. Não temos que esperar o resfriado acabar para poder ser felizes. Resfriar-se é parte da vida.

Alguém me perguntou: "Você não está preocupado com a situação do mundo?" 

Eu respirei e respondi: "O mais importante é não permitir que a ansiedade em relação aos acontecimentos mundiais encha o seu coração.

Se o coração for preenchido pela ansiedade, você ficará doente, e não poderá ajudar quando for necessário."

Existem guerras - grandes e pequenas - em muitos lugares, e isso pode nos tornar ansiosos. A ansiedade é a doença de nosso tempo.

Estamos sempre preocupados conosco, com a família, com os amigos, com o trabalho, e também com a situação do mundo. Se permitirmos que a preocupação inunde os nossos corações, mais cedo ou mais tarde ficaremos doentes.

É verdade que existe uma enorme quantidade de sofrimento por este mundo afora, mas o fato de saber disso não significa que estamos paralisados.

Se praticarmos a respiração, a caminhada, a meditação e o trabalho com consciência, e fizermos o melhor que pudermos para ajudar os outros, teremos paz no coração.

A preocupação não realiza nada. Mesmo se nos preocuparmos dez vezes mais, isso não melhorará em nada a situação do mundo.

Na verdade, a ansiedade só faz piorar as coisas. Mesmo sabendo que nada é como gostaríamos que fosse, devemos ficar contentes mesmo assim, porque estamos dando o nosso melhor, e continuaremos a fazer isso.

Se não soubermos respirar, sorrir e viver com atenção e profundidade cada momento de nossa vida, nunca poderemos ajudar ninguém.

Sou feliz agora. Não me falta nada. Não espero nenhum tipo de felicidade adicional nem condições ideais para poder ser mais feliz ainda.

A prática mais importante de todas é ausência de objetivo, em vez de ficar correndo atrás das coisas intensamente.

Aqueles dentre nós que tiveram a sorte de conhecer e praticar a atenção plena têm a responsabilidade de trazer paz e alegria para as suas vidas, mesmo que as condições do corpo, da mente ou do meio ambiente não sejam exatamente as que gostaríamos. 

Sem felicidade não poderemos ser um refúgio para os outros. Pergunte a si mesmo. O que estou esperando para ser feliz? Por que não fico feliz agora mesmo?

Meu único desejo é ajudar vocês todos a entenderem isso. Como podemos inserir a prática da atenção plena na sociedade? Como podemos ajudar o maior número possível de pessoas a ser feliz e a ensinar a arte da atenção plena a outras pessoas?

O número de pessoas capazes de gerar violência é muito grande, enquanto que um número muito reduzido sabe respirar e gerar felicidade.

Todo novo dia representa mais uma oportunidade para ser feliz e ser um refúgio para os outros.Não precisamos nos tornar nada além do que já somos. Não precisamos desempenhar nenhuma ação específica.

Só precisamos ser felizes no momento presente, e dessa forma estaremos sendo úteis às pessoas que amamos e a toda a sociedade.

A ausência de objetivo significa parar e entender que a felicidade está ao nosso alcance. Se for perguntado quanto tempo alguém precisa praticar para ser feliz, eu responderei que essa pessoa pode ser feliz imediatamente.

A prática da ausência de objetivo é a prática da liberdade.


Thich Nhat Hahn


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ISTO É A COMPAIXÃO






Agradeça ao grande Espírito dentro de si mesmo, por tudo o que a vida traz.

Tudo é um presente; tanto o doce quanto o amargo. Tudo é para o seu crescimento, liberdade e celebração.

Seja feliz. Esta é a bem-aventurança.

Quando você confirmar o seu próprio alinhamento ao universo, você vai cooperar e comunicar-se com os outros fácil e espontaneamente, reconhecendo neles, parte de sua própria natureza.

Você, sendo você mesmo, inconscientemente, vai inspirar outros a serem eles mesmos.

E porque você vai se reconhecer e vai confirmar a sua verdadeira natureza, você não vai precisar dominar os outros, e nem se encolher diante deles.

Isto é a compaixão.


Mooji


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FAÇAMOS A NOSSA PARTE






Para que haja a abertura de uma nova realidade é necessário o enfrentamento das crenças limitantes que habitam no nosso subconsciente.

São elas que impedem a expansão da consciência e postergam o que precisa ser feito para modificarmos esse padrão negativo de comportamento.

No mundo há infinitas possibilidades e não somente a realidade que estamos enxergando. Se estamos vivendo nessa realidade é porque escolhemos estar nela e com isso fechamos os olhos para a prosperidade e abundância que existe no Todo (energia universal).

Não podemos acreditar que Deus seja vingativo e que esteja nos punindo pelos nossos pecados. Somos nós que estamos nos punindo devido a um padrão de pensamento e emoções negativos e que refletem nas nossas ações.

Boa tarde/Boa noite!


Eduardo Gonçalves de Paiva


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[ UM JOGO ]






Esta vida é uma “leela”, um jogo Divino. Se você quer ser livre, se você quer ser feliz, é preciso jogar de maneira desapegada, desprendida.

Você já é liberdade, você já é a própria felicidade. Mas isto não é experienciado quando se toma o ilusório como verdadeiro, ignorando o eterno se apegando ao passageiro.

Pessoas, coisas, experiências, sucesso e fracasso, ganhos e perdas... Tudo isso está passando.

Se todas as coisas transitórias ocupam o holofote da sua atenção, ocupando todo o seu tempo, mente e coração, você é como um rei que abandonou o palácio em busca de bijuterias.

Todo ouro, toda riqueza, está dentro de você, do seu próprio palácio.

Divirta-se no seu jogo divino, mas não se esqueça que é apenas um jogo. É apenas um show mágico... E tudo está passando.

A verdadeira jóia reside eternamente no seu coração. O coração é o templo onde Você pode se ver no espelho: onde o Absoluto pode reconhecer a si mesmo.


- Bhavani



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