2013-12-13

Deus está onde o deixam entrar...








Raramente nos damos conta de que estamos cercados pelo extraordinário. Os milagres acontecem à nossa volta, os sinais de Deus nos mostram o caminho, os anjos pedem para ser ouvidos – mas como aprendemos que existem fórmulas e regras para chegar a té Deus, não damos atenção a nada disto. Não entendemos que Ele está onde O deixam entrar.

As práticas religiosas tradicionais são importante: elas nos fazem partilhar com os outros a experiência comunitária da adoração e da oração. Mas nunca podemos esquecer que a experiência espiritual é sobretudo uma experiência prática de Amor. E no Amor não existem regras.

Podemos tentar seguir manuais, controlar o coração, Ter uma estratégia de comportamento – mas tudo isto é bobagem. O coração decide, e o que ele decidir é o que vale.

Todos nós já experimentamos isso na vida. Todos nós, em algum momento, já dissemos entre lágrima: -“Estou sofrendo por alguém que não vale a pena”. Sofremos porque achamos que damos mais do que recebemos.

Sofremos porque nosso amor não é reconhecido. Sofremos porque não conseguimos impor nossas regras. Sofremos à toa, porque no amor está a semente de nosso crescimento.

Quanto mais amamos, mais próximos estamos da experiência espiritual. Os verdadeiros iluminados, com suas almas incendiadas pelo Amor, venciam todos os preconceitos da época.

Cantavam, riam, rezavam em voz alta, dançavam, compartilhavam aquilo que S. Paulo chamou de “santa loucura”. Eram alegres – porque quem ama vence o mundo, não tem medo de perder nada. O verdadeiro amor é um ato de entrega total.

Cedo ou tarde, temos que vencer nossos medos, já que o caminho espiritual se faz através da experiência diária do amor. O monge Thomas Merton dizia: “A vida espiritual se resume em amar. Não se ama porque se quer fazer o bem, ou ajudar, ou proteger alguém.

Se agimos assim, estamos vendo o próximo como simples objeto, e estamos vendo a nós mesmos como pessoas generosas e sábias. Isso nada tem a ver com amor. Amar é comungar com o outro e descobrir nele a centelha de Deus.

“Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não conhece nada como convém conhecer”. ( I Cor 8,2)