A escravidão, no Egito, não foi física, porque todos podiam sair de seu território. Não existia muralha, como na China, não existiam cercas, nem guardas suficientes para impedir que todos fugissem. O tempo cria uma parede, uma divisão, algo que não nos deixa sair como ou quando quisermos, nos fazendo permanecer naquela dimensão.
Moisés não veio do deserto, nem do Egito, sua consciência veio do futuro. E todas aquelas aparições de Deus a Moisés? Não era Deus no sentido convencional que aparecia, mas a consciência da alma de Moisés que se manifestava, e assim ele conseguiu passar pelo tempo da escravidão no Egito. Quem seguiu o novo tempo, o novo ciclo, foi salvo.
Quem ficou no ciclo do passado, foi aniquilado. Não foi Deus quem fez a discriminação, foi consequência da ignorância e do apego ao tempo anterior – Moisés e todos os outros povos que saíram com ele entraram em novo ciclo do tempo; quis transmitir a todos nós a consciência da imortalidade.
A intenção dele era libertar a consciência do ciclo anterior, para que todos nós conseguíssemos entrar no fim do tempo. Ao término, chegaríamos ao final da ilusão, para que pudéssemos corrigir o temporário e partir rumo ao atemporal, à imortalidade. Com isso, o destino está em nossas mãos.
Rabino Joseph Saltoun em Árvore da Vida