Veja como a ação da escravidão mental é hipnótica, meu filho. A situação íntima de sujeição mental disfarçada de aparente liberdade enrijece o homem em suas faculdades anímicas.
A razão e o bom senso são prejudicados pela ilusão de soberania e pelo suposto gozo do livre-arbítrio, o que, na verdade, já denota a ação hipnótica da submissão aos sentidos.
É dessa escravidão que nego-velho vem falar e também da necessidade de se libertar da ilusão criada pela hipnose dos sentidos e dos sentimentos.
Somente com muito estudo, conscientização e comprometimento profundo com os ideais do Evangelho, meu filho, é que podemos despertar do transe momentâneo e alcançar a alforria espiritual.
A liberdade de que fala nego-velho não se assemelha à liberdade dos animais selvagens que correm em bandos pelas pradarias africanas. Isso não é liberdade; é falta de direcionamento.
Falo de uma liberdade de pensamento associada à consciência e ao compromisso com o Cristo. Não um compromisso de natureza religiosa, e sim com os valores que o Nazareno defendeu, atestou e representa.
A liberdade de que nos fala o Evangelho é aquela que nos faculta ver a vida, o mundo e nossa própria existência de uma forma mais ampla, justamente por isso ligado ao coração daquele que dirige os destinos da humanidade terrena.
Do livro “Pai João”, de Robson Pinheiro pelo espírito Pai João de Aruanda.