Somos responsáveis pelos males do mundo, seja como ignorantes ou como sábios.
Como ignorantes, somos responsáveis pelos males do mundo, quando alimentamos ilusões de conhecimento e de sabedoria sobre as nossas próprias necessidades e as alheias, quando na verdade temos ainda inúmeros preconceitos e praticamos separatismos, nos recusando a compartilhar a nossa luz, mantendo uma linguagem sectária e elitista, e desprezando tudo aquilo que o outro ainda tem a nos oferecer, seja por saber mais ou por ter mais fé, refutando as nossas responsabilidades de participação, de seguir sempre aprendendo e de ensinar, e deste modo nos afastamos de Deus em nossas vidas.
E também quando confundimos conhecimentos e experiências menores, com saberes e realizações realmente sólidos que fariam de nós verdadeiros iniciados, unidos interna e externamente –porque uma coisa leva inexoravelmente à outra-, para auxiliar a nós mesmos e ao mundo a evoluir e a sair da sua lamentável situação atual.
E então permanecemos isolados, apequenecidos e debilitados, como gosta o inimigo que quer separar para dominar, alimentando falsos saberes e presunção como drogas para confundir as mentes e reduzir os corações.
Sim, o inimigo sedutor dentro e fora de nós, que quer iludir o nosso ego dizendo sermos muito sábios, que a auto-realização é fácil e que a culpa dos males do mundo é dos outros.
Quando na realidade seguimos ainda as palavras de mensageiros menores ou de falsos profetas, ou ainda acreditamos em ensinamentos antigos e defasados ou mesmo distantes e exóticos, ou então por falta de orientação espiritual autêntica, confundimos uma pequena graça alcançada (nem sempre com esforços regulares) com realização de alta monta, ouvindo assim apenas a voz das nossas mentes insuflada pela vaidade e a ignorância.
Como sábios, somos responsáveis pelos males do mundo, quando nos sentimos responsáveis por melhorar as coisas, admitimos a necessidade de empreender esforços e vamos à boa luta, tratando de melhorar como pessoas e de nos aproximar do nosso próximo, sabendo que cada um carrega uma parte de verdade e de bondade, estando abertos a aprender até com uma formiga, e que somente a soma de tudo isto é que nos aproxima realmente de Deus.
E também quando buscamos a Verdade naquilo que é mais útil para a nossa a evolução espiritual, sem nos confundir e nem nos acomodar com ensinamentos que vendam ilusões ou seduzam o nosso ego, e quando praticamos o discernimento no dia-a-dia tratando de crescer como pessoas e nos aproximar do próximo, colhendo aquilo que ele tem a oferecer de bom em termos de saber ou de fé, acatando daí as nossas responsabilidades de nos integrar, de aprender e de ensinar.
E então buscamos seguir a vontade divina para superar as nossas limitações pessoais, quando mesmo tendo gostos e necessidades particulares, respeitamos e acatamos os valores dos outro, buscamos a união com o próximo e o fortalecimento das causas transformadoras que unem e criam realmente as novas coisas para todos, identificando corretamente a boa guiança e a orientação maior, dentro e fora de nós, e ouvindo assim a voz dos nossos corações.
E assim, como sábios ou como ignorantes, somos sempre responsáveis pelos males do mundo.
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