"Assim como é a sua vida agora, será depois do seu desencarne, no além túmulo"
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Inexoravelmente, todos nós nos igualamos na horizontalidade sepulcral. Não será isto um paradoxo, diante de tanta "felicidade" e facilidades que o mundo cada vez nos oferece em crescente abundância?
Ao passar dos anos, murchando a vitalidade corpórea, cada vez mais nos fixaremos nestas questões: o que nos espera do lado de lá? Ao menos para os que acreditam que a vida continua...
Apelo fúnebre a parte, é recorrente nos centros espíritas e umbandistas chegarem pessoas, apressadas e em desespero, rogando auxílio para um parente ou conhecido próximo ao momento da morte, quando não para si mesmos, desenganados da medicina terrena.
Nestes momentos, os espíritos e a mediunidade assumem um apelo mágico frente a estas pessoas, geralmente desvinculadas de um comprometimento maior com as religiões que professam, pelo medo do desconhecido ao se abrir os portais dos cemitérios terrenos, rito de passagem para todos nós.
Cabem singelas reflexões, obvias, mas geralmente esquecidas.
Quando saímos de nosso corpo fazendo a passagem da chamada "morte carnal", continuamos a buscar e a fazer as mesmas coisas que fazemos diariamente.
Quando acordamos pela manhã, em que pensamos? Entramos logo na roda viva da vida? Ou olhamos para o céu, e pedimos a benção dos Orixás para nosso dia?
A passagem para a "morte", é um processo que ocorre como o acordar pela manhã. Assim como agimos ao nos levantar para um novo dia, faremos ao sair de nosso corpo físico.
Aquele que vive preocupado com seu trabalho, ao fazer a passagem, continuará preocupado com a mesma coisa.
O fumante inveterado, que levanta da cama pela manhã já acendendo seu cigarro, fará o mesmo ao passar para o lado de lá, buscará o pito e não o conseguirá, não terá o que fumar.
Quando não encontramos a Luz Divina em nossa passagem, ficamos vagando pelo astral presos a crosta, sofrendo com desejos que não mais poderão ser atendidos.
Tal qual o alcoolista, o glutão, o jogador inveterado, o sexólatra, perdidos sem o corpo físico, vaso carnal da satisfação animal quando na matéria, se mantêm hipnotizados e imantados nos "vivos", sedentos da satisfação sensória enlouquecida.
É comum ouvirmos dizer que pessoas que estavam esperando pela morte em seus leitos, vêem seus amigos e parentes que já se foram vir buscá-los e ajudá-los a fazerem a passagem. Isto ocorre para aqueles que estão calmamente aguardando a passagem ou quando tem algum merecimento.
Quem sabe que vai atravessar o processo da morte física, espera pelo encontro com parentes e acaba encontrando os que já se foram.
Também é comum, ao ver-se dispensado do pesado escafandro físico, o novo ser etéreo deparar-se com inimigos e obsessores, como sói acontecer com os déspotas, exploradores, assassinos...
Inclusive os líderes religiosos que rasparam os bolsos dos seus dizimistas prometendo as hosanas celestes, se batem com cobradores enfurecidos entre "labaredas infernais" criadas pela força mental de coletividades dementadas.
As orações dos amigos e parentes vivos ajudam o espírito, que fez a passagem, a encontrar seu caminho de Luz, mas não substituem seus atos praticados e vontade própria, e nem seus maus hábitos, que continuarão fortes e o farão sofrer muito, pois não os poderá mais satisfazer.
Assim como os esconjuros dos inimigos e desafetos o auxiliarão à descida vibratória para os umbrais de sofrimento.
Tudo é sintonia onde afins se atraem. Como você se localiza neste momento? Você se encontra em equilíbrio com as Leis de Causa e Efeito que regem a harmonia cósmica?
O melhor mesmo, é não depender de orações de parentes e amigos, em uma hora tão delicada, pois pode ser, que em sua passagem, não haja ninguém para pedir por você, até porque você pode estar muito velho e solitário, ou se houver, no além, pode ser para se vingar de seus atos.
Pense a respeito e inicie sua libertação desde agora. Mude seus atos, atitudes, valores e pensamentos, gradativamente, conquistando seu passaporte para a HORA DE SUA PASSAGEM, que uma hora chegará, quer você queira ou não !!!
(autor desconhecido)