2014-01-24

ALGUNS TOQUES UNIVERSALISTAS








1. Ser universalista significa ter a mente aberta e saber somar as melhores partes do que lê, vê, escuta, sente e aprende numa síntese inteligente e criativa.

Da mesma forma, saber filtrar as informações e recusar o que parecer fora dos parâmetros do bom senso e da coerência.

2. A mente é igual a um pára-quedas: só funciona se estiver bem aberta.

3. Manter a mente aberta não significa embarcar em qualquer coisa.
Respeitar formas de expressão diferentes é valor democrático e ensina a harmonia dos contrários. Porém, respeitar não significa compactuar com valores contrários ao Bem comum.

Posso respeitar a opção fundamentalista de alguém, mas continuo não gostando da violência doutrinária oriunda disso. Respeito a opção religiosa diferente de alguém, mas isso não me faz ser simpático a quem quer obrigar os outros a seguir os seus dogmas.

Respeito o fanático, mas nada no mundo vai me fazer achar que o cara não é chato demais. Ser universalista não significa não ter opinião.

4. O maior universalismo que conheço é a assistência espiritual. De que adianta falar de universalismo e frequentar tudo quanto é lugar e não ter centro algum no coração?

De que adianta ir na sinagoga, na mesquita, na igreja, no templo, no grupo tal ou na natureza e não melhorar nada como ser humano?

5. A assistência espiritual não olha rosto, sexo, cor ou condição social ou dimensional.

Tanto faz se é encarnado, desencarnado, terrestre ou extraterrestre, todos estão no bojo daquela assistência que não depende de lugar, mas simplesmente de sintonia adequada e esforço, que, inclusive, pode ser feita a partir de casa, em silêncio e sem alarde para o mundo.

6. Às vezes, o estudante espiritual ganha mais ficando em casa e lendo um livro que eleve sua consciência e o faça refletir em temas magnos do que frequentando aleatoriamente diversos lugares.

É fato constatado (quem trabalha com público há muito tempo sabe disso na prática) que muitas pessoas frequentam vários lugares paras fugirem de si mesmas ou de seus ambientes domésticos complicados.

Outros vão a diversas reuniões em busca de companhia, pois não suportam ficar quietas ou sozinhas em algum momento. Isso não é universalismo ou espiritualidade: É fuga mesmo!

7. Não é o fato de alguém frequentar diversos lugares diferentes que o torna universalista.

Universalismo (assim como a espiritualidade) é estado de consciência interno e que independe de doutrina ou condição.

8. De que adianta frequentar diversos lugares e não se sentir bem dentro de si mesmo?

9. Há pessoas que frequentam muitos lugares e se arrogam de universalistas por isso. Porém, muitas delas brigam frequentemente e provam na prática que o seu temperamento não é nada universalista. 

O Universalismo leva a pessoa a sempre ampliar o seu círculo de amizades e a diminuir a acidez emocional tão característica de quem precisa se harmonizar primeiro consigo mesmo.

10. Quanto maior o Universalismo, maior o nível de lucidez do projetor. 

Quanto maior o nível de amor em seu coração, melhor o nível de sua assistência espiritual. Logo, uma coisa é básica: pelo nível de assistência consciencial que uma pessoa manifesta pode-se verificar claramente o nível de sua consciência.

É que suas energias sempre estarão limpas e estuantes. E são elas que demonstrarão o grau de universalismo de alguém. De que adianta ir a vários lugares e portar energias pesadas?

11. É essencial que as pessoas possam tirem um tempo para ler mais e mexer mais com as suas energias em casa. 

O tempo em que alguém que já estuda (muitas vezes só teoricamente e nunca colocando em prática o que aprende) leva para ir até algum lugar, é o tempo em que ela poderia estar colocando em prática em casa o que já aprendeu.

12. Muitas vezes, a pessoa que já tem um certo estudo espiritual perde tempo num ritual em algum canto onde as pessoas estão por não saberem dominar suas próprias energias. 

Nesse tempo ela ganharia muito mais se estivesse trabalhando suas energias e consciência em casa, principalmente se estivesse enganjada em algum trabalho de assistência extrafísica.

Nada contra o ritual e quem precisa de um ou de sua egrégora (muitas vezes extremamente útil, dependendo do contexto e da intenção do grupo), mas ainda fico com os ensinamentos dos rishis (sábios) da antiga Índia: "de que adianta acender o fogo fora de si mesmo e só queimar a madeira e dançar em volta da luz bruxoleante das chamas?

Mais vale queimar as tolices no fogo do discernimento e dançar com o coração livre das labaredas emocionais da raiva."

13. Quantas pessoas que se dizem universalistas só porque vão a lugares diferentes são incompetentes para prestarem ajuda espiritual ao mundo? E quantas continuam saturadas de medo?

14. Muitas pessoas se agarram a mestres e doutrinas. Outras a egolatria ou autolatria. Porém, quando os amparadores vão tirá-las do corpo para "ralar" extrafisicamente na assistência espiritual, cadê o nível delas? E se as energias de alguém não são úteis espiritualmente, de que adianta ir a algum lugar?

15. Se alguém irradia energias conscienciais de sua casa em silêncio e ajuda a muitas pessoas que sequer conhece, ela é mais universalista do que aqueles que vão a muitos lugares e sequer dominam suas energias, muito menos exteriorizam-nas para a humanidade.

16. Outro dia, uma amiga minha fez a caminhada de Santiago de Compostellla.

Voltou de lá entusiasmada e pareceu bastante melhorada em vários aspectos.

Se foi o lado psicológico ou alguma mudança energética, não sei. Porém, dias depois ela voltou ao nível anterior.

Pois é, o contato diário com as pessoas e as dificuldades da vida não são aprendidos em caminhadas ou comunidades, grupos ou institutos algum, seja de onde for.

E a espiritualidade só é alcançada como estado de consciência íntimo nos caminhos da vida.

Outro detalhe disso: a minha amiga irá fazer nova caminhada por lá e convidou-me para ir junto.

Respondi para ela que ganho muito mais numa simples projeção do que numa viagem dessas.

Ela chamou-me de radical e de não ter universalismo e que a peregrinação pelo Caminho de Santiago transforma a pessoa.

Bom, estou torcendo para que ela venha dessa nova viagem realmente transformada e que sinta-se muito bem permanentemente.

Enquanto isso, vou seguindo pelos caminhos da projeção e da espiritualidade por aqui mesmo, sabendo na prática que isso tudo é estado de consciência e que independe de lugares ou de qualquer outra coisa.

17. Viajar pelo céu do coração é mais valioso do que ir em qualquer lugar.

18. Quem possui o discernimento correto sabe que pode ir a qualquer lugar, pois o TODO está em tudo. Mas sabe, acima de tudo, de que o principal está em si mesmo, no que pensa, no que sente e no que faz.

19. Não é necessário que você vá procurar um mestre para lhe ensinar o "Amai-vos uns aos outros". Alguém muito melhor já fez isso há dois mil anos atrás.

(ad)