2014-01-20

TOMANDO AS RÉDEAS DE NOSSAS VIDAS








Quantas escolhas fazemos todos os dias? Quantas escolhas já fizemos e quantas ainda faremos?

Todos os dias somos confrontados com decisões: algumas pequenas, outras grandes. Nem sempre as decisões que consideramos 'pequenas' são menos importantes, e uma decisão feita automaticamente pode nos levar a resultados devastadores.

Nossa percepção de tempo como algo 'linear', por exemplo, é bastante limitada, como hoje a ciência consegue provar e como muitos sábios e filósofos já explicavam há muito tempo atrás.

Não raro, esta percepção linearidade nos traz pensamentos catastróficos, de que o mundo está chegando a um fim, ou de que tudo está errado, e de que temos que fazer algo para mudar o mundo, o Brasil, ou ainda, os outros. E é desta perspectiva que nos tornamos 'rebeldes'.

A rebelião é sintoma positivo, pois demonstra que desejamos nos libertar de algo. Contudo, quando estamos confusos, desperdiçamos tempo e energia em causas que não nos levam um centímetro mais próximos de nossa felicidade.

Se com a mente calma desafiarmos as premissas de nossa rebelião, será mesmo que encontraremos qualquer realidade nas resistências pessoais ou coletivas?

Buda certa vez disse: “Tudo o que somos resulta do que pensamos; tem por base o pensamento e compõe-se de pensamento.”

O que este grande sábio quis dizer foi que nossos pensamentos controlam as circunstâncias ao nosso redor. Poderemos assim concluir facilmente que as situações e pessoas somente têm sobre nós a autoridade que atribuímos a elas.

Em outras palavras, a busca exterior daquilo que experimentamos como 'negativo' é pura perda de tempo, pois experimentamos a realidade de acordo com o peso que damos às coisas e pessoas.

Quando você procura uma reação ou um resultado exterior sem criá-lo antes dentro de você mesmo, você nunca conseguirá alcançar o que quer. E para criar algo, você precisa de espaço.

Um exemplo típico de rebelião desnecessária está na exigência de 'respeito'. Como você pode exigir respeito se não possui isto sobre si mesmo?

Uma pessoa que não ama a si própria poderá encontrar o amor perfeito? Uma pessoa que não confia ou não é confiável pode encontrar pessoas confiáveis?

A Cadeia Dourada do Ser nos ensina que tudo o que oferecemos ao mundo define o que nos será dado em abundância.

Dê ao mundo a miséria, e você encontrará justamente mais disto em seu caminho. Dê ao mundo a 'luta', e é justamente a discórdia e a guerra que você verá se multiplicar.

Perca o controle de suas emoções e você verá a confusão se espalhar em sua vida. A Mente Criadora não julga a qualidade dos nossos pensamentos, ela simplesmente trata de multiplicá-los e manifestá-los.

A pergunta então é, contra 'o que' ou contra 'quem' devemos nos rebelar?

Sem dúvida, contra as nossas próprias resistências, preconceitos e padrões derrotistas. Contra as nossas próprias prisões emocionais. Este é um trabalho de limpeza de espaço para construir um mundo melhor. E acredite, isto já é trabalho para toda a vida.

Tendo eu uma natureza geminiana, natureza, por excelência, buscadora, fiz uma experiência, comigo mesma e com um 'grupo de controle', de não praticantes de qualquer religião específica.

Todas nós deveríamos escrever três listas: uma lista de pessoas com as quais nutríamos sentimentos negativos, outra de agradecimentos, e uma terceira de antepassados.

Deveríamos começar o dia declarando em voz alta o perdão para todas as pessoas da primeira lista, mesmo que a princípio da boca para fora;

Agradecer e abençoar tudo o que tínhamos, incluindo algo que gostaríamos que acontecesse, e;

Pedindo a proteção e orientação aos nossos antepassados, contra nossa própria capacidade de gerar e emitir energias negativas – pensamentos, palavras e ações desequilibradas.

Esta parte desta 'disciplina espiritual' foi denominada “Contar bençãos” e a segunda parte consistia exatamente na análise atenta, durante o dia inteiro, do que pensávamos, falávamos e agíamos, interiormente (em relação a nós mesmos) e exteriormente (em relação aos outros). Esta segunda parte da prática foi denominada “Manutenção das bençãos”.

Todos os participantes desta 'experiência' relataram efeitos surpreendentes e magníficos após trinta dias de prática séria.

Caminhos foram abertos, pessoas preciosas surgiram, relações foram curadas e a abundância de coisas boas surgiram...

Mas o que é realmente interessante é o fato de que todos, incluindo a mim mesma, descobrimos que os cinco minutos de 'declarações' matinais que não era a parte mais complicada da prática, e sim a vigia constante de nossos padrões mentais!

Nem preciso dizer que muitas pessoas gostaram tanto da prática que continuam praticando-a até hoje, até mesmo para que sejam coerentes com o que elas pensam sobre si.

Estas pessoas perceberam e percebem cada vez mais que a rebelião externa, contra situações e pessoas, só atrai mais do mesmo.

Também puderam notar que que muitas vezes ao apontar o dedo a um dado 'oponente' - que foi atraído por elas mesmas para lhes desafiar as suas crenças – acabam colocando seus ombros na mesma altura dele, e portanto, se igualam àquele que elas querem banir de suas vidas.

Ninguém é vítima, e tudo está do jeito que permitimos que seja...exatamente como deveria estar!

Devemos então lidar com a vida sempre com uma atitude de expectativa de aprendizado, com a mente aberta, e com a certeza de um Plano ou Projeto Maior por trás de toda a nossa limitada visão.

A percepção comum do “Diabo” serviu a muitos como uma forma de externalizar o que não é positivo dentro de nós mesmos.

Contudo, se analisarmos o conjunto de deidades 'demonizadas' pelas instituições religiosas encontramos uma figura surpreendente: ele representa exatamente o desafio de cada uma das nossas crenças, não para destruí-las ou reforçá-las, mas para afirmar antigas verdades universais, para afirmar o Deus que existe dentro de você, capaz de trazer algo extraordinário a todo momento.

É a ele que encontramos nas encruzilhadas das decisões que tomamos em todos os momentos. Dentro de nós mesmos!

Então desafie firmemente os seus conceitos, busque a 'ação' ao invés da 'reação'. Comece mudando a sua constituição interna para causar o efeito externo, e não do contrário.

Depois, observe: como uma reação em cadeia, tudo à sua volta mudará. Isto é trazer a magia à realidade, à manifestação! Todo o resto é folclore...