2014-01-05
MEDO DE QUÊ?
O Zen tem seu jeito próprio de falar a respeito da compreensão suprema ou Deus. Leiam esta breve parábola:
" Um homem, viciado em histórias de fantasmas, leu, tarde da noite, uma história bem escrita.
Ele ficou com a sensação de que o fantasma, sobre o qual estava lendo, estava na sua casa. Então, ele colocou barricadas atrás da porta, tremendo de medo.
Sob certo sentido, ele sabia que tudo era ilusão, que ele apenas estava lendo sobre aquilo.
Essa é a sua ‘compreensão original’, a qual não é totalmente perdida. Mas, na prática, ele aceita o fantasma, e isso o afeta fisicamente.
Qualquer rangido dos móveis ou rajada de vento reforça sua crença no fantasma.
Do ponto de vista da compreensão original, não há nada que precise ser feito, uma vez que o fantasma não existe.
Mas do ponto de vista da realidade prática, para se livrar do medo que o oprime, ele precisa agir de modo a impedir sua cabeça de ter pensamentos baseados na aceitação da existência do fantasma, e possa assim retornar à sua compreensão original.
Mas ao agir de tal forma para acabar com o fantasma, ele de novo estará afirmando a sua existência e "atrapalhando" a compreensão original.
Mesmo se disser que o objeto dessa estratégia é livrá-lo do fantasma, isso não faz sentido – o fantasma nunca existiu.
A "prática da compreensão" é o que naturalmente põe um fim a essa questão. Os móveis rangem e o vento emite rajadas, mas a casa sempre esteve em paz.
Esta é a abordagem do Zen: ao invés de combater seus fantasmas, entenda, antes de tudo, o fato de que não existem fantasmas.
Por isso não há necessidade de ficar dependente de qualquer mantra, de qualquer Deus, não há necessidade de se ficar dependente de quem quer que seja.
Simplesmente entenda: a doença que você acha que tem, não existe, por isso nenhum medicamento é necessário.
Vendo a realidade de que você é a sua quietude original – agora, neste exato momento, vocês são deuses e deusas – entendendo isso, a história de fantasma que você tem lido por milhões de vidas, simplesmente desaparece, sem deixar qualquer rastro.
Osho