“Abram os olhos e enfrentem hoje as trevas que vivem em vós, para amanhã não se perderes nelas. Levanta-te e enfrenta a ti mesmo, pois o bem e o mal vivem dentro de cada um, e é destacado aquele que é alimentado" - diz Um Guardião da Luz (Exu) .
Na tentativa de manter o culto aos seus deuses no Brasil, os negros escravos buscaram pontos de convergência entre a trajetória dos santos católicos e os dezesseis orixás do culto do Candomblé, mais conhecidos e tradicionalmente cultuados.
Exu foi representado no sincretismo católico, pelos negros africanos, por Santo Antônio, simplesmente por questões similares como a cor de ambos e governança: o número sete, os cemitérios, encruzas e sua personalidade forte.
Este orixá foi o que mais sofreu uma perseguição sistemática, pelos missionários catequizadores, sendo associado ao Diabo.
Nesta mistura de mentiras, médiuns despreparados recebiam espíritos que se passavam por Exu, dizendo que era o Demônio, fazendo com que comerciantes inescrupulosos e ignorantes criassem uma imagem de Exu, cada vez mais distorcida e tenebrosa.
Exu, sobre esta concepção, ganhou chifre, rabo e pata de animais.
Verdade é que, a forma original de Exu é humana, ele tem dois braços, duas pernas, dois olhos e uma cabeça, [igualzinho a qualquer humano!]!
Os espíritos que compõem a falange de Exu são espíritos como nós, contemporâneos até.
Essa associação, indevida e maldosa, com o passar do tempo, foi caindo no gosto popular e na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente doentes, que começaram a construir a visão irreal de que Exu é o Demônio.
Diferente dos quiumbas [ obsessores ], zombeteiros e outros espíritos oportunistas, que podem mistificar os trabalhos espirituais e se passarem por Exu, cada ser humano têm, pelo menos, um casal de Exu [ e Pombagira ] que influenciam permanentemente em seu destino.
" Ao passar na encruzilhada em noite de lua cheia, no silêncio da escuridão ouvi uma gargalhada: era um homem vestido de negro, tinha um tridente na mão e usava uma capa encarnada.
Perguntei quem era, ele sorriu e falou: pra ti, meu nome é Exu, mas muitos me chamam de Fera.
Sou guardião dos caminhos, carrasco dos perdidos, vivo no mundo dos mortos, mas caminho no meio dos vivos.
Conheço o bem e o mal, ajudo quem pede, se for de justiça. Puno a maldade, a vaidade e a cobiça. "
- LAROYÊ, EXU!
- EXU É MOJUBÁ!
NOTA: 1 - Desconheço a autoria deste texto, MÉDIUM. 2- O que está entre colchetes é de Médium