" O debate com o ignorante é um dos exercícios mais árduos e estéreis da arte dialética. A cada passo, junto com os argumentos, você tem de fornecer ao desafiante os conhecimentos que lhe faltam para o debate, e ele, de maneira quase infalível, tomará essas informações como novos argumentos, colocando-os em discussão junto com os primeiros, e assim por diante infindavelmente. Sem um núcleo de conhecimentos admitidos em comum, nenhum debate frutífero é possível. Quando os disponíveis a uma das partes são mínimos, a outra pode, por amabilidade, concordar em esquecer o que sabe e raciocinar só com base nas informações de que o interlocutor dispõe. Mas se este desconhece ou não compreende o seu próprio material, se seu domínio do assunto está abaixo do mínimo requerido até para sustentar suas próprias opiniões, se a cada passo ele se equivoca no manejo dos seus próprios termos e não dá sinal de captar as implicações mais óbvias e imediatas do que ele mesmo diz, então a situação é francamente desesperadora, e o melhor que você pode fazer é mandar o cidadão passear."
Texto de Olavo de Carvalho