2012-02-02

Discussão sobre oferendas- Continuação







OFERENDA PARA IEMANJÁ




Há quem ache que “no dia de Iemanjá, está tudo liberado! O mar é grande e podemos fazer a bagunça que quisermos!”.


Não!


Graças a Oxalá, já há um grande movimento de terreiros que lutam para que acabe com a farra do dia de Iemanjá.


Barcos de isopor, pentes de plástico, espelhos, vidros de perfume, bijuterias e outras tranqueiras não servem para nada, a não ser sujar as praias, sujar o fundo do mar e matar animais marinhos. Isso não é Umbanda.


Acreditar que alguém consiga colocar ou receber algum tipo de axé através desse monte de lixo ofertado, é o mesmo que dizer que Exu é o próprio diabo. São informações falsas e errôneas que muitos ainda acreditam.


Oferecer pétalas de rosas já é uma excelente oferenda. Se o terreiro quiser oferecer frutas e outras flores, é permitido fazer a oferenda na areia da praia, para que tudo seja recolhido e dividido entre todos depois. Simples. Sem sujeiras. Como a Umbanda deve ser.











OFERENDA PARA EXU [ e POMBA-GIRA ]




Um Exu pediu uma oferenda numa encruzilhada, o que fazer?

Analisar se o motivo é mercantilista, do toma lá dá cá. Se for, há algo errado. Se não for, proceda com cuidado e reverência.



Concentre sua energia na oferenda, faça a entrega, acenda as velas e o charuto se for necessário, faça sua oração. Apague as velas e o charuto, recolha tudo e leve embora.


Não deixe nada sujando as ruas.


Se o Exu pedir pra deixar a oferenda na encruzilhada e exigir que você saia sem olhar pra trás, questione ele sobre isso. Exija uma explicação convincente e com fundamento. Nenhum Orixá pede pra sujar nada.


O Exu não deve nem mesmo pedir que seja ofertado partes e restos de animais, pois isso exige o sacrifício de um ser vivo em nome de um suposto axé de um ser que se diz de luz.


Se Exu é um Orixá de Luz [ e Ele é! ], nunca haverá nada relacionado a cadáver de uma criatura de D'us em suas oferendas.
Mudar determinados rituais não significa perder o axé ou quebrar tradições, ao contrário, se as mudanças são devidas aos questionamentos e estudos, há ganho de axé. Há evolução. Há a pratica da verdadeira Umbanda. E os Orixás e a natureza agradecem.


Aproveitando o axé de uma oferenda


Você está em um Santuário Natural com vários objetos de oferenda para o Orixá, vai firmar velas e ainda vai orar, emitindo e recebendo axé. Será que é possível aproveitar esse momento para dar firmeza a outros objetos?


Ao nos conectarmos mentalmente com o Orixá, estamos nos ligando pela fé [ amor ] e respeito que temos por Ele, e Ele nos responde enviando Seu Axé e Força, permitindo que essa energia seja estendida aos objetos que estamos consagrando em Seu nome para que, posteriormente, possamos continuar usufruindo dessa energia quando necessitarmos, seja colocando as mãos em uma imagem ou colocando uma guia de contas em nosso pescoço.


Então, juntamente com os materiais da oferenda podemos levar imagens, guias de contas e outras ferramentas do Orixá ou da Guia que trabalha sob a Luz dEle.


Após a oferenda, as frutas podem ser consumidas pelos membros do terreiro, as flores e outros objetos podem ser levados para casa ou para o terreiro, pois tudo estará suficientemente carregado com a energia do Orixá.
Neste tipo de ritual percebemos como é forte a energia de um Orixá que nos permite receber e armazenar Seu Poder em objetos e ferramentas.


Quando nos tornamos transportadores de energia


Outra questão: na natureza podemos absorver plenamente a energia emanada pelo Orixá e com isso conseguimos força suficiente para dar continuidade em nossas vidas, recuperar a saúde, estabilizar nossa mente, etc., mas como fazer com aquelas pessoas que estão impossibilitadas de se locomover até o Santuário Natural?


Com Sua extrema sabedoria, D'us permite que o homem seja capaz de transportar energia através do pensamento e com isso, possibilitando que a caridade seja feita até com aqueles que não podem ir ao Seu Santuário Natural.


Ao fazer todo o procedimento de uma oferenda, e sentirmos-nos recebendo o axé do Orixá (o médium sabe e sente quando está recebendo o axé), basta mentalizar a pessoa que não pôde comparecer que a imagem da pessoa em nossa mente é suficiente para criar uma “ponte” de energia entre nós e essa pessoa e assim, ela também receberá a carga de axé necessária.




CONCLUSÃO


Concluímos que uma oferenda não precisa ser exagerada, não precisa conter elementos cortantes, deve ser retirada da natureza, seus elementos podem ser divididos entre os membros do terreiro, pode ajudar a firmar imagens e ferramentas dos Orixás [ e Guias ] e ainda consegue gerar axé suficiente para atender os que não puderam comparecer ao ritual [ se forem merecedores, claro.].


Simples, funcional e com fundamento. Isso é Umbanda.


Se todos os umbandistas respeitarem a natureza como ela dever ser respeitada, cidades que possuem Santuários Naturais como praias, pedreiras, matas, cachoeiras, etc., nunca questionarão o papel da Umbanda na natureza, pois todos os cidadãos saberão que quem ajuda a preservar e manter seu Santuário Natural limpo e seguro é o umbandista.


Discussão sobre oferendas
Por: Newton Carlos Marcellino
Críticas e sugestões: newton.utf@gmail.com





NOTA: O texto recebeu algumas pequenas correções, mas apena para por em letra maúscula onde se fazia necessário. Já os destaques e o que está entre colchetes são de BHAKTI


NOTA2: Dia 02 de fevereiro é dia de nossa Mãe Iemanjá, vamos amá-La e reverenciá-LA, agindo com respeito e preservação de Seus Pontos de Força.


OBS.: É permitido copiar o texto, mas por favor, copie as notas, pois este não é o texto original.