Foto de Porecatu-PR
Muitos procuram a paz. Uns, porque a perderam, e outros porque nunca a encontraram ou tiveram.
Coisa estranha é a paz. Tão fácil de ser adquirida e tão difícil de ser praticada.
Sim, a paz de verdade está ao alcance de todos e não é vedada a ninguém.
Muitos não sabem, mas a paz é poder ter um prato de comida quando sente fome ou um copo de água quando com sede.
Paz também é ter um teto para se abrigar das intempéries do tempo.
Mas a paz não é só isso. Paz é ter saúde e poder dormir quando se está cansado.
Paz é ter um lar onde reine o amor ou um trabalho que nos enobreça.
Paz é quando vemos alguém com fome e lhe damos um pedaço do pão abençoado que sacia sua fome. A paz que ele sente após comê-lo é a nossa paz com Deus.
Paz é quando procuramos não ser fardos pesados para os nossos semelhantes, mas sim, ajudá-los a carregar os seus fardos.
Sim a paz é isto, algo simples de se saber, mas difícil de ser praticado.
E só tem paz quem consegue transmitir ou dar um pouco de paz aos seus semelhantes.
Ao praticarmos isto, estamos adquirindo paz.
A paz pode ser obtida de várias formas. Pois, tal como o amor, não pode ser comprada ou tocada. Mas pode ser criada no interior de cada um.
E quem não tem paz só pode obtê-la junto a quem a possui de sobra. E quem a tem em grande quantidade pode mostrar aos outros como obtê-la.
A paz está num jardim, bonito e perfumado, assim como está na água que jorra incessante de uma fonte.
A paz também é vista no riacho que escoa sua água, ora rápido, ora lentamente.
Pode ser vista no vai e vem incessante das ondas do mar que, apesar de aparentar intensa movimentação, nada mais faz que dizer que está em paz e harmonia com a natureza do Deus Criador.
Sim, a paz é a harmonia que reina na natureza como mais uma das muitas criações do infinito Criador, e nós também temos que nos harmonizar com a natureza para conhecermos a paz.
Observe os elementos formadores da natureza e conhecerá o que é a paz. O fogo brando serve para cozinhar os alimentos e nos aquecer quando sentimos frio.
Já o fogo do incêndio devastador só traz lágrimas e dor a muitos e destrói a harmonia da natureza.
Observe as águas.
A água fresca sacia nossa sede e de toda a criação divina. Com a água morna podemos nos limpar das sujeiras ou aquecer nosso corpo frio. Mas, com a água fervente nada disto podemos fazer, pois onde ela toca, queima.
Observe o ar e verá que a brisa fresca é tão gostosa de ser sentida e é muito apreciada nos dias de calor.
Mas já o vento forte, cria calamidades, tais como, furacões e ventanias que levam tudo por onde passam.
E quanto a terra? Observe a terra!
A terra úmida e fértil é apreciada por todos os que amam a terra. Nela o agricultor planta alimentos que saciam a fome de muitos, o jardineiro planta suas flores e faz os mais belos jardins.
Na terra fértil crescem as mais fortes e frondosas árvores. As florestas só crescem em terra úmida e fértil.
Já na terra árida e ressequida nada germina. Nela só há desolação e não brota vida de espécie alguma.
Então junte as partes boas dos elementos e verá como devemos agir para encontrarmos a paz.
– Se só tivermos o fogo brando em nosso interior, poderemos aquecer o nosso coração e transmitirmos aos nossos semelhantes um calor humano muito agradável.
– Se formos como a água fresca, e não deixar que o nosso sangue ferva, muitos apreciarão esta qualidade em nós e, com nossos exemplos, também aprenderão como fazer para esfriar um pouco a pressão do “sangue quente”, que os faz explodir muito facilmente. Tais quais caldeiras sem respiro colocadas sobre o fogo escaldante.
– Se formos como o ar suave e a brisa fresca, não nos agitaremos incontroláveis, mas sim, seremos apreciados como elementos benéficos por onde passarmos. Tal como o ar puro e a brisa fresca, purificaremos os interiores minados pelos bolores que destroem os sentimentos e purificaremos os interiores malcheirosos e até refrescaremos aos que estão muito quentes.
Sejamos como a brisa fresca e todos nos apreciarão e gostarão de nós.
– Quanto à terra, sejamos como a terra fértil e o divino semeador poderá plantar nela todas as suas sementes da vida, que são: amor, humildade, caridade, honra, nobreza, fé, razão e principalmente plantará em nós muitas árvores frondosas de paz que, nas suas sombras, muitos encontrarão paz também.
Eis aí a natureza do mundo, criação de Deus, nos mostrando como nos harmonizarmos com ele e adquirirmos a paz.
Façamos cessar em nossos interiores os furacões das paixões insaciáveis, os fogos dos ódios e rancores que devastam a tudo que tocam.
Cessemos também a água escaldante que faz com que o sangue suba em grandes quantidades até o nosso cérebro e turve os sentidos da razão e do amor e, joguemos fora toda a terra estéril e ressequida e a troquemos pela terra úmida e fértil e estaremos nos tornando iguais à natureza do divino Criador, Deus.
Sim, Deus é tudo e O encontramos por inteiro na natureza.
Se nos espelharmos nela, poderemos nos harmonizar por inteiro, porque a Natureza está em nós e nós somos parte dela.
Se soubermos dominar os elementos da nossa natureza interior, nos harmonizaremos com toda a criação divina e faremos Deus habitar nosso interior, pois Ele encontrará em nós suas qualidades, e nós teremos encontrado a paz.
Escrito por: Pai Rubens Saraceni.
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