Oração proferida por Francisco de Assis, como encerramento de uma reunião ecumênica na Colônia Espiritual Redenção:
"Mestre sublime Jesus:
Fazei que entendamos a Vossa vontade e nunca a nossa, entregando-nos às Vossas mãos fortes para conduzir-nos;
permiti que possamos desincumbir-nos dos deveres que nos cabe em, mas, não conforme os nossos desejos;
lançai Vosso olhar sobre nós, a fim de que tenhamos a claridade da Vossa ternura, e não as sombras da nossa ignorância;
abençoai os nossos propósitos de servir-Vos, quando somente nos temos preocupado em utilizar do Vosso santo nome para servir-nos;
envolvei-nos na santificação dos Vossos projetos, de forma que sejamos Vós em nós, porquanto ainda não temos condição de estar em Vós;
dominai os nossos anseios de poder e de prazer, auxiliando-nos na conquista real da renúncia e da abnegação;
ajudai-nos na compreensão dos nossos labores, amparando-nos em nossas dificuldades e socorrendo-nos quando mergulhados na argamassa celular;
facultai-nos a dádiva da Vossa paz, de modo que a distribuamos por onde quer que nos encontremos e todos a identifiquem, compreendendo que somos Vossos servidores dedicados...
... e porque a morte restitui-nos a vida gloriosa para continuarmos a trajetória de iluminação, favorecei-nos com a sabedoria para o êxito da viagem de ascensão, mesmo que tenhamos de mergulhar muitas vezes na sombra da matéria, conduzindo, porém, a bússola do Vosso afável coração apontando-nos o rumo.
Senhor!
Intercedei, junto ao Pai Todo Amor, por Vossos irmãos da retaguarda, que somos quase todos nós, os trânsfugas do dever."
As últimas palavras foram enunciadas com a voz embargada pela emoção.
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- Divaldo Pereira Franco
- Ditada pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda.
- Capítulo 13, p.133-134. Ed. LEAL, 2ª ed., 2010.