As relações humanas nem sempre são fáceis.
O grande desafio é lidarmos com as diferenças que se apresentam, e conseguirmos não perder de vista a essência única que permanece em cada um de nós.
Ao longo da vida, lidamos com tantos aspectos diferentes, uma pluralidade de sentimentos, pensamentos, formas, ações, reações, emoções, arestas...que se pararmos veremos que estamos imersos em uma turbulência infinita que jamais se aquieta, jamais se silencia, jamais pára...
A roda da existência gira, gira e nesse girar tudo acontece...não temos controle sobre nada do que acontece nessa periferia. Nessa dimensão a única "atitude" é a adaptação.
Adaptação consciente de que trata-se de um fluxo constante, em que infinitos fatores estão envolvidos na criação daquele evento que se apresente a "nós."
Quanto mais consciente ficamos, percebemos que o grande fluxo, o grande oceano da existência acontece para si mesmo. Seja lá o que for, está apenas aparentemente se refletindo em "mim, ou em você", mas que na verdade nunca existiu um "mim, ou um você"...apenas a existência brincando consigo mesma, nas aparências múltiplas...
O "eu e o você", são apenas nomes, idéias, pensamentos que a própria existência cria...e a própria existência acredita, até o momento em que não acredita mais...
Com isso, vemos que as relações humanas quando baseadas na periferia, na ilusão da separação, das diferenças se torna cheia de facetas, cheia de arestas e conflitos, pois está justamente cumprindo sua função que é a de ir lapidando as diferenças periféricas para que cada vez mais a unicidade profunda se apresente, se manifeste.
É fácil de se perceber quando "alguém" já vive, já está consciente da essência única, pois já não se deixa mais enganar pelas diferenças, nem pelas personalidades, nem pelas máscaras, nem pela multiplicidade.
Vive centrado na paz. Paz que não é morta, estática, sem cor, mas uma paz que é viva, que aceita aquilo que se apresenta pois reconhece a realidade como a dança cósmica infinita, plural e perfeita na sua totalidade fluída.
Esta consciência permite que lidemos com todas as "pessoas", sejam como forem, pensem como pensem, independente das ações, reações, atitudes, gestos, falas, conceitos...essa consciência permite que lidemos com todas elas...pois já reconhecemos que apesar das diferenças superficiais, aparentes, a essência que nos une é a mesma....
E cada vez que estamos frente a frente com "alguém", (aparentemente um "alguém diferente de nós), na verdade estamos frente a frente com nós mesmos, apenas um aspecto nosso que ainda estamos descobrindo, que ainda está nos sendo revelado... e é aí que a vida ganha cor, ganha beleza e o gosto da eterna e maravilhosa descoberta...
A partir dessa consciência, caem por terra todas as dificuldades de relacionar-se. Pois se ao mesmo tempo enxergamos a periferia cheia de nuances e facetas, nosso coração não se deixa enganar e estamos sempre centrados naquilo que É... ou seja, o Ser que é Amor... O Ser que é "Tudo"... e "Todos"...
Amor a todos
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