O médium
Fácil é ser simplesmente médium, portador de faculdades mediúnicas inquestionáveis; difícil é ser médium com Jesus…”
(Da obra “No Mundo da Mediunidade” pelo espírito Odilon Fernandes, psicografia de Carlos A. Baccelli)
A palavra médium, que vem do latim, significa medianeiro, que está no meio, intermediário, no caso em questão, o médium é o intermediário entre os planos físico e espiritual.
Por este conceito entende-se que todas as pessoas possuem mediunidade, visto que todos, mesmo de forma inconsciente, influenciam e são influenciados pelos espíritos. Ramatís no livro Mediunísmo nos diz que:
“ Todos os homens, como espíritos encarnados na matéria, são intermediários das boas ou más inspirações do Além-Túmulo.”
Entretanto convencionou-se usar esta denominação apenas para aqueles nos quais os fenômenos mediúnicos se manifestam de forma mais explícita. São os chamados médiuns ostensivos.
A mediunidade é um talento dado por Deus e como nos diz Kardek, no livro Obras Póstumas, independe de raça, idade, sexo, nacionalidade ou religião.
Ao contrário do que pensam alguns, é um fenômeno muito antigo. Na própria Bíblia, vemos várias referências a fenômenos mediúnicos, como quando Saul consulta, através de uma médium, o espírito de Samuel, em I Samuel, 28: 7-19, ou quando Pedro é ajudado por um anjo em Atos 12: 7-9, entre outros.
O que observamos daquele tempo para cá é que a mediunidade está evoluindo, assim como a civilização, e os fenômenos físicos do passado tem dado lugar a manifestações mais intelectuais.
Os estudos mais recentes sobre mediunidade e as informações trazidas do plano espiritual trouxeram uma série de esclarecimentos sobre o assunto.
André Luiz esclarece que todos os fenômenos ligados à mediunidade, tem por base a mente, de onde partem as ondas psíquicas que, de acordo com a sua qualidade, irá estabelecer uma sintonia equivalente com o mundo espiritual.
O professor C. Torres Pastorino na sua obra Técnicas de Mediunidade, compara o médium a um capacitor ou condensador elétrico, ou seja, ele é capaz de emitir e receber ondas eletromagnéticas que podem ser de diferentes comprimentos, o que permite o contato com diferentes espíritos.
Quanto maior a capacidade do médium em variar o campo de suas emissões mentais maior será a sua capacidade de comunicar-se com diferentes categorias de espíritos.
Numa reunião mediúnica cada médium é uma linha de força, a interação dessas linhas irá formar um campo elétrico que será mais forte na medida que as emissões dos médiuns forem mais elevadas. Pastorino diz ainda: “Ora, as linhas de força dependem da intensidade de pensamentos bons e amoráveis.
Quanto mais numerosas e fortes essas linhas de força, tanto mais propício o campo elétrico para as comunicações eletromagnéticas entre desencarnados e encarnados. Não se trata de religião nem de pieguismo: é um fenômeno puramente físico, de natureza elétrica.
Quem pretende fazer reuniões espíritas (eletromagnéticas) sem preparar antes o “campo elétricomagnético”, sujeita-se a decepções de toda ordem, a interferências, a fracassos.”
Assim como qualquer talento, a mediunidade é neutra, cabe ao médium escolher que uso fará dela, se optar por um caminho positivo, de auxílio ao próximo, encontrará ampla assistência da espiritualidade superior, caso contrário, estará sujeito a tornar-se vítima de obsessões dos mais diferentes tipos. Por isto é importante a evangelização e o esforço do médium.
O nosso querido Chico Xavier, no seu primeiro encontro com Emmanuel, descrito no livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, entabula o seguinte diálogo com o seu mentor:
- Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com o Evangelho de Jesus?
- Sim, se os bons Espíritos não me abandonarem … respondeu o Médium.
- Não será você desamparado – disse-lhe Emmanuel, mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.
- E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? – tornou o Chico.
- Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço. . .
Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou:
- Qual é o primeiro? A resposta veio firme:
- Disciplina.
- E o segundo?
- Disciplina.
- E o terceiro?
- Disciplina.
Portanto, estejam certos os médiuns que, a eles, cabe a tarefa de enobrecer o seu mediunato, através da dedicação sincera ao serviço do bem, controlando o personalismo, o orgulho, o egoísmo e a vaidade, pois
“Todo homem pode tornar-se médium; mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais.”
Edílson Botto
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Fontes:
- A Bíblia Sagrada
- Técnicas de Mediunidade – C. Torres Pastorino
- Mediunismo – Ramatís, psicografado por Hercílio Mães
- Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz, psicografado por Chico Xavier
- Mecanismos da Mediunidade – André Luiz, psicografado por Chico Xavier
- Lindos Casos de Chico Xavier – Ramiro Gama
- O Livro dos Médiuns – Allan Kardek
- Obras Póstumas – Allan Kardek
- Revista Espírita (1) de julho de 1.863, pag. 213.
NOTA: Todos os destaques são meus.