Nos quadros de aflição da Terra, comove-nos, a cada passo, diante dos acidentados do corpo, a requisitarem hospitalização imediata.
A fim de atendê-los, fundam-se instituições diversas, através das quais corações nobremente formados se dispõem a auxiliar.
Entretanto, é forçoso reconhecer que aos nossos núcleos de ação espiritual acorrem, dia-a-dia, verdadeiras multidões de acidentados da alma no trânsito da vida.
Amavam e foram preteridos, observando-se espancados nos sentimentos mais íntimos.
Dedicavam-se a empresas nobilitantes que explodiram em falência e, de momento para outro, se identificam sob os estilhaços da própria obra em destruição.
Criaram empreendimentos de trabalho digno que foram massacrados por desafetos gratuitos.
Consagravam-se a tesouros afetivos nos quais se viram repentinamente lesados nos mais altos valores da confiança.
Entraram em realizações de brilhante fachada e descobriram-se, no íntimo delas, qual se fossem encarcerados em armadilhas de sofrimento.
Estabeleceram tarefas construtivas que lhes escaparam das mãos.
Cultivaram planos de felicidade que a morte de um ente querido pulverizou em montes de cinzas sob chuvas de pranto.
Perante os nossos irmãos acidentados do espírito, compadece-te e auxilia sempre.
Faze uma pausa na marcha acelerada das próprias cogitações, e oferece a eles o donativo da atenção.
Aspiravam a reerguer-se para a vida, e tentaram abrir uma janela em si próprios para se comunicar com o dia novo.
Sonhavam paz e renovação.
Buscam ansiosamente mãos amigas que lhes descerrem a estrada da tranqüilidade e da reconstrução pela qual se trocam com todas as forças da própria alma.
Ante os companheiros aflitos pelo retorno à própria segurança, aprendamos a ouvi-los e a auxiliá-los.
Para isso, não é preciso manejares o martelo da crítica, nem é necessário inflames o fogo da discussão.
Os nossos amigos acidentados da alma se reconhecem desorientados na sombra da prova e, por isso mesmo, te pedem unicamente para que lhes acenda no caminho leve réstia de luz.
Emmanuel
Livro Caminhos de Volta.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
NOTA: Todos os destaques são meus.