2012-05-10

ATITUDE SILENCIOSA









" Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos...." - ( Oscar Wilde )





Afirma velho refrão da sabedoria popular que todo "aquele que cala consente".

Nem sempre, porém, é assim.




O silêncio pode significar mais do que ausência pura e simples.





Há quem cale por temor, mesmo que discordando; outros silenciam para evitar contendas inúteis, e diversos indivíduos o fazem perseguindo interesses inferiores...




Também se pode apresentar um tipo de silêncio dinâmico, que é sabedoria, quando os tolos palram ou os agressivos estridulam...




Caracteriza o profundo conhecedor de uma questão, o seu silêncio, igualmente chamado "de ouro" pelo brocardo ancestral, que fala no momento em que é solicitado, ao mesmo tempo gerando esclarecimento e produzindo instrução.

Essa atitude, no entanto, exige equilíbrio e disciplina moral decorrentes da coragem que propicia auto-controle, superando as paixões mais rudes que se rebelam e pretendem competir, impor e conflagrar.




Fala-se muito sem que se pense, e, por isso, os conflitos se apresentam em escala crescente, lançando umas contra outras as pessoas e perturbando o organismo social.




O silêncio não deve significar mutismo constrangedor, atitude de indiferença ou de desprezo pelo interlocutor.

Referimo-nos à discussão vazia, ao debate infrutífero, às defesas desnecessárias quando ocorrem os bombardeios da insensatez.




É mais fácil reagir, argumentando pelo espicaçar da vaidade ferida, ou graças aos espículos que se cravam no orgulho.




Saber ouvir, ler com serenidade os ataques e difamações, constituem comportamento estóico, que a todos cumpre assumir, a benefício próprio, do adversário e da paz entre todos.




Silencia o mal que te façam e age no bem que possas desenvolver.
Os teus atos possuem a voz que fala mais alto do que todas as tuas palavras.
Se os não respeitam, menos considerarão as tuas objurgações.




Não passes recibo às provocações dos que se convertem em defensores da verdade, fiscais do dever alheio, donos de todo o conhecimento...




Incorpora ao universo das tuas atitudes as palavras não ditas, desmentindo infâmias e acusações indébitas pela tua forma de ser e de te conduzires.




O tempo urge e é precioso em demasia para que seja malbaratado inutilmente.




Não te tornarás melhor porque te elogiem ou concordem contigo. Da mesma forma, não te farás pior face às injúrias e malquerenças que te cerquem os passos.




Porfia no teu compromisso e aguarda o tempo, que é sempre o mesmo para todos, diferindo na forma como transcorre em relação a cada um.




O Codificador do Espiritismo, na defesa da Doutrina, jamais aquiesceu em participar das discussões estéreis e vazias.

A cada agressão que merecia esclarecimento justo, sem qualquer ressentimento, ofereceu respostas que permanecem como páginas de luz pela sabedoria que encerram, demonstrando a excelência do Espiritismo mediante a robustez do seu conteúdo e a construção granítica das idéias argamassadas na filosofia ético-moral do Evangelho de Jesus, que a ciência comprova experimentalmente, em todos os fatos, permanecendo como a mais sólida de quantas já apareceram, consciências e sentimentos que projeta no rumo de Deus.


De "Viver e amar",
de Divaldo Pereira Franco,
pelo Espírito Joanna de Ângelis



Nota: Os destaques são de MÉDIUM.