2013-09-09
Por que nós armazenamos elogio e insulto, mágoa e afeição?
Sem este acúmulo de experiências e suas reações, nada somos; nada somos se não tivermos nome, nem apego, nem crença.
É o medo de nada ser que nos compele a acumular; e é este próprio medo, seja consciente ou inconsciente que, apesar de nossas atividades acumulativas, provoca nossa desintegração e destruição.
Se pudermos ficar cônscios da verdade deste medo, então é a verdade que nos vai libertar dele, e não nossa determinação proposital de ser livre.
Você nada é. Pode ter seu nome e título, sua propriedade e conta no banco, pode ter poder e ser famoso; mas apesar de todas estas salvaguardas, você é como nada.
Você pode estar totalmente inconsciente deste vazio, desta insignificância, ou pode simplesmente não querer estar consciente dela; mas ela está ali, faça você o que quiser para evitá-la.
Você pode escapar dela de modos tortuosos, através da violência coletiva ou individual, através da adoração individual e coletiva, através de conhecimento e diversão; mas esteja você dormindo ou desperto, ela está sempre ali.
Você só pode descobrir sua relação com esta inexistência e seu medo ficando cônscio sem escolha das fugas.
Você não está relacionado com isto como uma entidade separada, individual; você não é o observador olhando; sem você, o pensador, o observador, isto não existe.
Você e a inexistência são um; você e a inexistência são um fenômeno comum, não dois processos separados.
Se você, o pensador, tem medo disto e aborda isto como alguma coisa contrária e oposta a você, então qualquer atitude que você possa tomar vai inevitavelmente levar a mais ilusão e, portanto, mais conflito e miséria.
Quando há a descoberta, a experiência dessa inexistência como você, então o medo – que existe apenas quando o pensador está separado de seus pensamentos e, assim, tenta estabelecer uma relação com eles – se afasta completamente.
Só então é possível para a mente ficar parada; e nesta tranquilidade, a verdade surge.
J.Krishnamurti
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