2012-01-06

QUERIDOS MÉDIUNS!









Os médiuns da Umbanda, são os mesmos médiuns que trabalham em qualquer linha ligada ao Espiritismo, não havendo nenhuma diferenciação, apenas, o que normalmente ocorre é que os médiuns que trabalham na Umbanda são os de Incorporação, principalmente, já que no rito da Umbanda todo o trabalho é feito por uma entidade, não pelo médium. O médium apenas, cede seu corpo e faculdades, para a manifestação dos Guias. Os demais tipos de mediunidade ( Vidência, Auditiva, Premonitiva ), são aceitas mas sua manifestação não é tanta, já que quem procura um terreiro vem buscar nas entidades que ali estão trabalhando, as soluções de suas agruras.


Um médium de Umbanda é preparado, tanto pelos Guias, como pelo Pai de Santo. Esse, por si tem uma responsabilidade maior, saber frear os desejos terrenos dos seus filhos, pois esses desejos tendem a prejudicar o desenvolvimento do médium.

Alguns terreiros, fazem para seus participantes "Giras" próprias para desenvolvimento. Nessas giras, são passados os conhecimentos necessários. Em alguns terreiros, essas giras são feitas somente para os médiuns da corrente, não sendo permitido a presença de plateia. Uma das razões disso prende-se ao fato da liberdade do Pai de Santo de falar com esses filhos, em desenvolvimento, sem constrange-los. Alguns na ânsia de desejo, acabam confundindo um incorporação verdadeira, com a vontade de estar incorporado. O Pai de Santo, tem por obrigação, guiar esses filhos, no caminho certo, parar as "tremedeiras" e "Chacoalhos", e faze-lo entender a diferença entre vibração e incorporação. Muitos não aceitam, mas o primeiro passo para um bom desenvolvimento é saber reconhecer as diferenças.

Os médiuns em desenvolvimento, tem uma maior facilidade de receber entidades, como popularmente falam, de Esquerda, ou como eu prefiro falar, da Linha de Exús ou, dos Povos (Baiano, Boiadeiro, etc.), o motivo de tal é o foco vibracional gerado tanto pelo médium, como por essas entidades. Não é raro, achar um médium em desenvolvimento que já receba um Exu e esse fale, ande, se manifeste como se a muito esse médium o recebesse e ainda não ter se manifestado nenhuma entidade de outra linha.

Fatores que facilitam o desenvolvimento e a incorporação de um médium são o preparo do ambiente para o trabalho de desenvolvimento. Podemos citar, para exemplificar que o Som dos Atabaques, a "Gira" favorecem o desenvolvimento porque fazem o desligamento do pensamento do médium em desenvolvimento.
Existem alguns tipos de incorporação, e citaremos os mais falados :

Inconsciente : É quando o médium entra em uma espécie de transe, como se estivesse dormindo. Enquanto ele se encontra nesse estado, o Guia incorpora agindo através do corpo do médium, podemos dizer que se tornaria dono das atitudes e dos sentidos. ( Essa incorporação é rara, por assim dizer, muitos médiuns falam ser inconsciente apenas para não gerar duvidas e conflitos)

Semiconsciente : Nesse caso a existe uma consciência por parte do médium, mas mesmo com essa consciência, não há o domínio das faculdades físicas, sendo essas coordenadas pelo Guia.

Consciente : Essa é a mais comum e a de maior responsabilidade. Médiuns temem dizer que são conscientes, achando que por causa desse tipo de incorporação estariam em um estágio mais baixo, por assim dizer. Ledo engano, da parte desses. Se lhe é permitido ser consciente é que existe uma grande confiança entre o Guia e seu Médium. O Médium consciente tem o poder de omitir, alterar, acrescentar, o que lhe é dito por seu guia, se esse médium não tiver o discernimento necessário o trabalho não será feito a contento. Esse tipo de incorporação é também uma espécie de prova para o médium.

Não ouve um Pai de Santo, que não tenha sido médium antes, e isso aguça a vontade de muitos filhos de santo de se tornarem em um futuro bem mais próximo do que deveria, um Pai de Santo.

A responsabilidade de um Pai de Santo, não pode ser medida pelo tempo que ele convive na Umbanda, pesa muito o discernimento dele com relação aos demais filhos de santo e para com aqueles que irão procurar sua ajuda. Muitos gostam da pompa e do titulo, e esquecem que existe muito mais coisas do que isso. Esquecem que eles serão mentores de outros médiuns e não tendo o conhecimento necessário podem atrapalhar o desenvolvimento desses que o seguem.

É comum ver abrir, e fechar, rapidamente terreiros de Umbanda, a falta de preparo é o ponto principal desse fato. Também é fácil achar pessoas que fazem trabalhos em casa, mas, até onde o estão fazendo corretamente??? Muitas não sabem. Existem seguidores que acham que para ser um Pai de Santo é necessário o Rito de Deitada, Raspagem, etc., mas, a realidade é outra, quem determina que um médium está preparado ou não para dar mais um passo na sua evolução são seus Guias. Eles devem demonstrar que o médium alem de estar preparado é sabedor da responsabilidade que estará por assumir. Muitas coisas lhe são ensinadas no retiro da Camarinha, mas muito mais lhe é ensinado nos seus trabalhos e por suas entidades.

A confiança no Pai de Santo é um fator que será de grande peso. As vezes o médium acha-se no direito de fazer a deitada, mas como o Pai de Santo não quer fazer, a vaidade é mais forte e procura-se um outro que o fará. Quando ha uma negativa por parte de um Pai de Santo é que esse não acha que o momento é propicio, seja pelo médium ou por ele próprio não estar preparado para tal. Quantos casos que eu conheço que a vaidade é tanta, que um filho deitado, suposto Pai de Santo, ao sair da Camarinha já se acha pronto para fazer outro filho de Santo. Nem ele e nem o que ele fez terão o preparo necessário para dar sequência ao trabalho.


Por causa de alguns médiuns é que a Umbanda não é, muitas vezes, levada a sério. Existe muita mistificação e falta de preparo.
Achar que se está fazendo as coisas corretamente jogando as responsabilidades para os mentores Espirituais é comum acontecer.

Os erros mais comuns, cometidos por médiuns são:
- Não aceitarem que são médiuns conscientes, preferem mentir para si e para outros, dizendo serem inconscientes. Existe uma falta de confiança gerada em relação para o médium Consciente.

- Deixar a vaidade tomar conta. Quem fez algo foi o Guia, o médium apenas emprestou, por assim dizer, seu corpo para que o Guia se manifestasse. Achar que seu Guia é mais "formoso" que o outro porque o Cocar ou a Capa que você deu para ele é mais bonita, porque a cada 10 filhos que vem no terreiro cinco querem falar com a sua entidade. Que ele se manifesta, dança mais que os outros é estar deixando a vaidade tomar a frente e esquece que a humildade é passada como ensinamento pelos seus próprios Orixás.

- Pela entidades fortes, que trabalham em sincronia achar que se está preparado para abrir seu próprio terreiro e transmitir ensinamentos. Quando for a hora certa, seus próprios guias indicarão o caminho. Não deixe a sua vontade tomar a frente da vontade dos Orixás.

- Trabalhar com apenas algumas entidades, pois elas se sobressaem das outras.



MEDIUNIDADE

Falar de mediunidade, tentar colocar em palavras o que seria esse termo, não é uma tarefa fácil. Existem conceitos que nos são passados sobre mediunidade, tipos de mediunidades, graus, etc. e, também que todas as pessoas tem o dom mediunico dentro de si, em escala e tipo de manifestação diferenciado.

Quando se fala que uma pessoa é médium a primeira correlação que vem a mente é a Incorporação, também essa é a forma mais comum de mediunidade. Apesar da existência da Mediunidade de vidência, auditiva e intuitiva e outras classificações, quando se quer classificar um médium na umbanda, é normal classifica-lo se o mesmo for um médium de incorporação.

Dizer que é um dom a Mediunidade é uma verdade, mas o que se deve também dizer é que é uma provação muito grande, um teste por assim dizer, que se pede quando se reencarna.
Pelos meus anos dentro da Umbanda, eu pude perceber, aprender e aceitar, que nem sempre um médium seja ele de qual classificação, está em um grau de evolução superior a um médium que não se manifestou a mediunidade.

Oxalá, nosso Pai Maior, presenteia muitas vezes com o dom da mediunidade aquele espirito que reencarna para cumprir uma provação e evoluir mais espiritualmente. Fazer uso desse dom de forma correta e coerente é um dos principais passos a ser dado no degrau de evolução.

Muitos frequentadores de tendas de Umbanda, querem por que querem, poder incorporar, ter seu guia, trabalhar, e se frustram quando o mesmo não ocorre. A não manifestação por vezes é a demonstração que esse espirito que hoje habita o plano físico já cumpriu determinada provação.

A principal provação que passa um médium é assumir a responsabilidade por esse dom e fazer uso dele da forma que seu livre arbítrio assim o quiser. Quando se fala que o mal uso da mediunidade pode ser punida com a perda da mesma é uma verdade, você pode ter esse seu dom suprimido, e é quase certo que em uma próxima encarnação passará pela mesma provação. Francisco Cândido Xavier, um dos médiuns mais responsável que eu conheço, uma vez falou que seu maior medo "era não ter conseguido cumprir a missão que lhe foi dada".

A responsabilidade é maior do que muitas pessoas pensam.

Para cada pessoa há uma forma de se manifestar a mediunidade, o deja-vu, termo muito conhecido e falado, é uma forma de mediunidade intuitiva ou de premonição, saber fazer uso dela é estar evoluindo espiritualmente. A paciência é uma virtude ao médium de incorporação que está se iniciando, a ansiedade é um fator negativo. O querer bloqueia as vibrações.

Se você foi presenteado com esse dom ou provação, a mediunidade, aceite-a de bom grado e faça uso dela, para atingir a evolução espiritual necessária. Não deixe que a vaidade, a ansiedade, venham a impedir que você percorra seu caminho. Apesar da jornada ser difícil você sentirá que vale a pena.


(...)



texto completo aqui:


http://terreirodavobenedita.blogspot.com/2012/01/queridos-mediuns.html

ou

http://povo-umbanda.blogspot.com