2012-01-16

RESPOSTA PARA UMA AMADA AMIGA/IRMÃ









Esta história é uma parábola que dá a resposta à sua pergunta: " Por que tenho a mania de abandonar tantas coisas boas que conquisto? "

(...)

Ele se considerava um grande mestre porque havia estudado todos os livros de todas as escolas de mistério da face da terra, sua busca pelo conhecimento o havia conduzido a lugares, a ' iniciados ' e a tomos de magia que antes ele nem sabia ser possível existir.

Então, refletindo sobre sua vida e onde já tinha passado, ele percebeu que existia apenas um lugar que ele não havia visitado. Era o de um ancião que vivia solitário em uma choupana no local mais inacessível da floresta, era um homem estranho que não era coberto de títulos e comendas como os outros mestres que até então ele já encontrara, era uma pessoa que vivera toda sua vida nas florestas e de lá extraira tudo o que sabia.

Então ele foi visitar este homem em busca de conhecimento. Enquanto o ancião servia lentamente chá em seu copo, ele comentava os livros antigos dos mestres, os exercícios dos gurus iogues, analisava os textos das tradições secretas de conhecimento, interpretava as histórias e as tradições dos grandes iniciados, divagava sobre os antigos processos de reflexão e hierarquias ocultas. Fez todo o possível para impressionar seu anfitrião, na esperança que este o aceitasse como discípulo.

Enquanto falava, o ancião continuava enchendo seu copo, até que o copo transbordou e o chá começou a espalhar-se pela mesa inteira. Nessa hora, assustado, ele parou de monologar e fez uma pergunta:

- O que o senhor está fazendo? Não vê que o copo já está cheio e nada mais cabe em seu interior?


- Sua alma é como este copo. Como eu posso ensinar-lhe a verdadeira arte do conhecimento se ela já está cheia de teorias e sabedorias? - respondeu o ancião.


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Amiga/irmã, no mundo atual, em que vivemos é dificílimo não acumular resíduos de tudo o que transita aos monte ao nosso redor. Absorve-se muito, mesmo sem querer.


Na verdade o que faço é de vez em quando esvaziar-me destas teorias e sabedorias inúteis, a não ser para fermentar a vaidade, e me posicionar de forma que possa adquirir conhecimentos verdadeiros.

Sei que para muitos não faz sentido abandonar aparentes ganhos, mas convenhamos, há ganhos que por mais maravilhosos que sejam, não nos servem e com certeza vão travar nossos passos. Então abro mão... simples assim!



VSL