2012-01-02

POR QUE VOCÊS FAZEM JUSTAMENTE O QUE NOS ENSINARAM A NÃO FAZER?







( Artigo do Grão-Mestre Estadual Barbosa Nunes,
no jornal "Diário da Manhã", edição 31/12/2011 )


Em final de ano as sensibilidades se afloram. Em início de ano a nossa preocupação aumenta. Parece que há uma longa estrada a ser percorrida novamente, quando na verdade o tempo é contínuo. Não tem passado, atualidade ou futuro. Dentre todos os dons que a divindade concede ao homem, o tempo tem lugar especial. Sendo contínuo, nos ensina que tudo tem sua hora, nos permitindo amadurecer com reflexão, ponderação e bom senso.


É o tempo contínuo que marca nossas faces, destrói falsidades e confirma verdades. O tempo não tem pressa, aguarda e espera. O tempo em que estamos vivendo, que pede e exige posicionamentos dos adultos, está a responsabilizá-los sobre a qualidade de vida das futuras gerações.


Este é um tempo que está a exigir mudanças comportamentais da sociedade em que vivemos. Grande parte dela voltada para o materialismo. Incentivadora da violência, da imoralidade, da desonestidade e infelizmente, do uso de drogas. Vivemos em um ambiente profundamente incentivador ao uso de substâncias químicas. Desde o interior de milhares de lares que cultuam o álcool, ritualisticamente, em festas familiares, especialmente, e sobretudo, nas festividades de fim de ano. É lamentável. Precisamos de mudanças de consciências dos pais que formam líderes para o futuro.


É constrangedor ouvir lição de uma menina de 12 anos, dirigindo-se aos adultos, possibilitando-lhes um momento de reflexão, em tempo de nascimento, em tempo de renovação. Partamos para a cooperação, evitando a competição o que desestimulará os prazeres do vício, alcançando objetivos saudáveis. As nossas consciências não podem continuar nos responsabilizando pela omissão e desinteresse. Ainda há tempo.


O ambiente, a partir do interior de cada família, de cada adulto, formará grupos conscientizados para uma mudança, quando não ocorrendo, gerará muito sofrimento.


O maçom e leitor assíduo do Diário da Manhã, Leon Diniz Linhares, membro e representante da Loja Vale do Rio Claro, de Montes Claros de Goiás, na Assembléia Estadual Maçônica, me encaminhou um vídeo, afirmando que ao assisti-lo muito lembrou-se de mim, pelo posicionamento que temos no combate à corrupção, impunidade e pela moralidade.


No vídeo, Severn Suzuki, menina canadense de 12 anos que no seu tempo de jovem provocou os adultos, que cabisbaixos ficaram sem argumentos, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em junho de 1992, no Rio de Janeiro, quando naquele tempo falou o que hoje precisa ser ouvido, também daqui há dez, vinte anos.





Severn Cullis - Suzuki assim se expressou em alguns parágrafos do seu discurso, de conteúdo forte, verdadeiro e atual.

“Todo o dinheiro que precisávamos para vir de tão longe conseguimos por nós mesmos para dizer a vocês, adultos têm que mudar o seu jeito de agir. Ao vir aqui hoje não preciso disfarçar meu objetivo. Estou lutando pelo meu futuro.

Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores. Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir, estou aqui para defender as crianças que estão com fome, cujos apelos não são ouvidos. Estou aqui para falar em nome dos inocentes animais morrendo em todo planeta porque não têm mais para onde ir.

Não podemos mais permanecer ignorados. Hoje tenho medo de tomar sol por causa dos buracos na camada de ozônio. Tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando. Eu costumava pescar com meu pai até o dia que pescamos um peixe doente. Temos conhecimentos que animais e plantas estão sendo destruídos a cada dia e, em vias de extinção.

Durante toda minha vida eu sonhei em ver selvas, florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas, mas agora, me pergunto se meus filhos poderão ver tudo isso.
Vocês se preocupavam com essas coisas quando tinham a minha idade?

Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos, e mesmo assim continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.

Sou apenas uma criança e não tenho as soluções, mas quero que saibam que vocês também não têm. Vocês não sabem como reparar os buracos na  camada de ozônio, não sabem como salvar os peixes das águas poluídas, não sabem como ressuscitar animais extintos, vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje é deserto.

Se vocês não podem recuperar nada disso, então peço, por favor parem de destruir!
 
Sou apenas uma criança mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de bilhões de pessoas e milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água, o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar essa realidade.

Sou apenas uma criança mas sei que esse problema atinge a todos nós e devemos agir como se fôssemos um único mundo, rumo a um único objetivo.

Apesar da minha raiva não estou cega, apesar do meu medo, não sinto medo de dizer ao mundo como me sinto.
Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!
Não esqueçam o motivo de estarem assistindo a esta conferência. E para quem vocês estão fazendo isso! Vejam-se como seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer.

Por favor, façam as suas ações refletirem as suas palavras.”

Que o tempo de hoje seja um instrumento de consciência, com o objetivo de preparar o tempo do futuro para nossos descendentes, sendo os adultos de hoje uma possibilidade de reconstrução de novos comportamentos, sobretudo, quanto aqueles que nos representam em todas as esferas do país e que parecem a estar preparando os jovens de hoje para serem piores que eles, muitos pregando a honestidade, outros tantos fantasiados de bons cidadãos, confirmando a frase título deste artigo. Por que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?


Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás – barbosanunes@terra.com.br


 Fonte:
http://filhosdehiran.blogspot.com/






E, me aproveitando do discurso como carona, pergunto aos Pais/Mães de Santos, ( salvo algumas excessões ), porque vocês, também fazem tudo aquilo que ensinam a nós, os médiuns, a não fazermos???!
Eu, esta pequena médium, filha de Ori, gostaria de saber!