A prática da caridade deve ultrapassar a mediocridade do suposto resgate.
Para o sagrado exercício da caridade através da mediunidade, nossos critérios de ações devem ultrapassar a realidade unicamente humana. O Amor, a ética e a moral é o que devem mover o médium para acões que geram as ações caritativas, e ainda, a resposta ao chamado para o cumprimento do compromisso assumido perante as hierarquias divinas que o sustenta.
Ser generoso não é simplesmente ser justo e atender às necessidades de quem está em jogo, no próprio jogo das ações e reações. Não é fato apenas de merecimento e de justiça, mas de solidariedade e de partilha de forma fraterna, para que todos tenham vida digna, independente de ser ou não os nossos credores.
Este mundo é como um terreno onde se planta de tudo. É daqui que tiramos boa parte de nossos alimentos. Mas todos devem trabalhar, conforme as próprias condições. Os frutos não são apenas para o auto-sustento, mas para o sustento da coletividade de forma solidária.
Para o trabalho, há os que chegam cedo, outros chegam depois e " aparentemente " trabalham menos, mas o trabalho não deve ser avaliado por critérios medíocres, pois os pesos que devem ser posto na balança são: quantidade x qualidade. Todos têm necessidades que vão além de alimentos. Na partilha, ninguém pode ser injustiçado, mesmo que alguém receba além do que nos parecer justo por não ter trabalhado o mesmo tempo que nós, é preciso ter consciência que em assuntos espirituais, só D'eus pode julgar. O que sabemos nós, sobre a Lei e Justiça Divina?
Jesus conta a parábola do patrão que combinou o salário do dia com um trabalhador. Outros foram chegando no transcorrer do dia, havendo até quem chegasse ao final da tarde. À todos o patrão pagou o mesmo valor, que foi o que com cada um havia combinado. Ele agiu com justiça e com generosidade. Mas, os primeiros protestaram porque consideraram injusto sem parar para ponderar que o patrão agia segundo o que combinara com cada um.
Poderíamos nôs agastarmos em discusões tentando chegar às razões que levaram o patrão a ofertar o mesmo salário ao longo do dia, mas tudo não passaria de suposições, visto que somente ele, o patrão poderia fornecer a resposta.
O fato é que, embora ele tenha sido justo, os primeiros o questionaram. Por que, ele questioram? A resposta é simples: por egoísmo e inveja. Julgaram injusto que todos recebessem o mesmo salário, mas isso foi o combinado!, e depois eles não sabiam quais as razões do patrão fazer a mesma oferta ao longo do dia.
Aos nossos olhos parece ilógico o critério usado pelo patrão, da mesma forma que julgamos injusto e ilógico os critérios de D'eus. Mas em D'eus, a justiça, a ternura, a generosidade e o amor ultrapassam imensamente todo nosso poder de lógica, de sentimento e compreensão.
A prática da caridade deve ultrapassar a mediocridade do suposto resgate, deve ser a do amor, com capacidade de doação maior do que aquilo que devemos e/ou merecemos como auto-resgate. É a paciência, a compaixão, a bondade e a justiça, além da própria compreensão, tendo como objetivo apenas promover o bem, vivendo de forma que faça sentido, não só para nós, adormecidos na carne, mas principalmente para toda a hierarquia que nôs sustenta, pois o resultado do que fazemos diz respeito à ela também.
VSL