(Sutra Avatamsaka)
Havia, certa feita, um menino de nome Sudhana, que também desejou a iluminação e procurou seriamente o caminho da budicidade.
De um pescador aprendeu as tradições do mar. De um médico aprendeu a ter compaixão dos doentes em seus sofrimentos. De um homem rico aprendeu que a poupança é o segredo de toda a fortuna; e com isso concluiu que é necessário conservar tudo aquilo que se obtém no caminho da iluminação, por mais insignificante que seja.
De um monge que medita aprendeu que a mente pura e tranqüila tem o maravilhoso poder de purificar e tranqüilizar outras mentes. Certa vez, encontrou uma mulher de extraordinária personalidade e ficou impressionado com sua benevolência, dela aprendendo que a caridade é o fruto da sabedoria.
Certa ocasião, encontrou um velho viajante que lhe contou que, para chegar a um certo lugar, teve de escalar uma montanha de espadas e atravessar um vale de fogo. Assim, com suas experiências, Sudhana aprendeu que sempre há um verdadeiro ensinamento a ser colhido e assimilado em tudo aquilo que é visto e ouvido.
Ele aprendeu paciência de uma pobre mulher, fisicamente imperfeita; aprendeu a pura felicidade, observando as crianças brincarem na rua; e de um gentil e humilde homem, que nunca desejou aquilo que os outros desejavam, aprendeu o segredo de viver em paz com todo o mundo.
Ele aprendeu uma lição de harmonia, observando a composição dos elementos do incenso, e uma lição de gratidão estudando o arranjo de flores. Certo dia, passando por uma floresta, parou à sombra de uma árvore, para repousar. Enquanto descansava, viu, perto de uma velha árvore caída, uma minúscula plantinha; deste fato aprendeu uma lição da incerteza da vida.
A luz solar do dia e as cintilantes estrelas da noite constantemente refrescavam sua mente. Assim, Sudhana aproveitou bem as experiências de sua longa jornada.
Aqueles que buscam a iluminação devem fazer de suas mentes castelos e decorá-los. Devem abrir, de par em par, os portões do castelo de suas mentes, para, respeitosa e humildemente, convidar Buda a entrar em sua recôndita fortaleza, aí lhe oferecendo o fragrante incenso da fé e as flores da gratidão e alegria.
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