2012-07-23

LUTA ENTRE O BEM E O MAL






É preciso assumir a sua posição!

Existe o bem e o mal? Seria o mal apenas a ausência do bem ou do conhecimento? Questões que acompanham o homem ao longo do tempo e presentes nos mitos, nas artes e nas reflexões filosóficas.

Como em uma arena de batalha ou em um campo de futebol, nessa eterna luta entre o bem e o mal parece existir três posicionamentos possíveis: aqueles que lutam pelo mal, aqueles que lutam pelo bem e aqueles que ficam na torcida.

Lutando pelo mal, existe uma minoria. Na verdade, são poucos. Uma minoria capaz de fazer um enorme estrago.

Pessoas que se movem por vaidade, orgulho, egoísmo e outros sentimentos menos nobres e enxergam as outras pessoas apenas como um recurso ou uma ameaça. Apesar de poucos, são assustadores e estão nos mais diversos lugares.


São os políticos inescrupulosos, alheios aos princípios éticos e comprometidos apenas com seus interesses pessoais. São os empresários gananciosos que, em nome da ambição, exploram o ambiente e as pessoas sem a devida contrapartida e sem qualquer responsabilidade com os recursos naturais ou humanos.

São os colegas de trabalho fofoqueiros, aqueles que gostam de puxar o saco do chefe para tirar proveito ou ainda aqueles que não pensam duas vezes quando podem puxar o nosso tapete para subir mais rápido e, se for preciso, até pisam na cabeça de quem está embaixo para dar mais impulso.

São também aqueles médicos incapazes de enxergar o paciente em toda a sua dimensão humana, os professores que não cumprem a missão de ensinar e educar, os religiosos que, ao invés de cuidar de nossas almas, querem sacrificar o nosso bolso ou tantos outros que, deliberadamente ou por omissão, prejudicam seus pares.

Do outro lado, combatendo a mentira, a injustiça e a ignorância, estão os soldados do bem: políticos, empresários, médicos, educadores, religiosos, etc.

Também não são muito numerosos e poderiam ser divididos em dois grupos.

Um menor, que compreende os heróis famosos e reconhecidos como Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Mandela ou Betinho. Pessoas que fizeram grandes sacrifícios em nome de um bem maior e coletivo.

E o outro, o grupo maior, que compreende os heróis anônimos.


Aqueles que fazem pequenos ou grandes sacrifícios para ajudar um grupo maior ou menor de pessoas em uma ação mais ampla ou mais pontual. Pessoas que lutam sistematicamente pelo bem coletivo.


Pessoas que conjugam, através de suas ações, verbos como ajudar, cooperar, confiar, oportunizar, ensinar e tantos outros que remetem ao espírito da solidariedade e da responsabilidade com o mundo e com o ser humano.

E, ainda temos o terceiro grupo, o das pessoas que ficam na torcida. Esse é, sem sombra de dúvidas, o mais numeroso.

Os participantes desse grupo, em quase sua totalidade, torcem para a vitória do bem. Ficam indignados com as ações do mal e se sentem amargurados e sensibilizados quando vêem as injustiças.

Sentem suas almas dilaceradas quando assistem, quase sempre pela TV ou internet, aos casos de barbárie, aos atos de corrupção e às ações de destruição do planeta.

Assim como os apaixonados pelo futebol torcem pela vitória de seu time, eles torcem com todas as suas forças e com seu todo o seu entusiasmo para que o bem triunfe sobre o mal.

E, assim, permanecem. Torcendo e esperando. Na maioria das vezes, acreditando que não tem nada que possam fazer para ajudar sem perceber que, ao longo da história da humanidade, em todos os momentos em que o bem prevaleceu, o que fez a real diferença foi a transformação dos torcedores em combatentes.


As mudanças ocorrem quando os torcedores resolvem deixar esse papel passivo e se unem às forças do bem.


A grande beleza de tudo isso é que, na vida real, diferente do campo de futebol, os espectadores podem assumir o papel de protagonistas a qualquer momento. Podem escolher fazer a diferença para o seu time.

Quando queremos contribuir com o bem, basta começarmos a agir.

Podemos escolher entre ser um herói famoso ou anônimo. Entre fazer grandes ou pequenas ações. Entre ajudar o mundo, um país, uma comunidade, uma pessoa, não importa quem ou o que.

O importante é criar essa cadeia de movimento. É mover a energia do bem. Qualquer pequena ação é muito maior do que a omissão.

Dar um basta em uma fofoca no ambiente de trabalho, ajudar alguém a se perceber com mais dignidade ou levar um prato de comida para quem tem fome pode não parecer tão impactante quanto criar um movimento global para salvar o planeta, mas, com certeza, pode fazer uma grande diferença na vida de alguém.

Para mudar o mundo, é preciso pensar de forma global, agindo localmente.

E diante de todo o bem e o mal do mundo, a primeira coisa a ser feita é responder à pergunta básica: de que lado queremos ficar?


Por Flávio Lettieri


NOTA: Os destaques são de MÉDIUM.