Uma peça de teatro não tinha graça nenhuma se os bastidores, e quem coordena essa mesma peça, estivessem à vista de todos. Não haveria um foco naquilo que se realiza e nos atores que compõem essa realização. Nem mesmo esses atores conseguem discernir o que acontece nos bastidores, mesmo aqueles que dentro da peça se conseguem desdobrar para vários campos de movimento.
Tudo o que acontece nesses bastidores, é puro amor para que tudo se desenrole neste Amor e Doação, e para que o elenco, mesmo sem o saberem, sejam coroados como Grandiosos e Filhos da Luz que tudo faz...
Nesta similaridade metafórica, o posicionamento em apenas observar a peça deste cenário que arde no fogo que o desvendará, se estabelece algo muito engraçado, que vai no sentido daquele abandono ou resistência, ou seja, o abandono ao agora, é nada querer , nem mesmo um querer saber o que se desenrola por detrás do cenário, é ter paciência sábia que ele arde, e que a um dado momento se desvela, mas a projeção deste ato, de alguma forma não é o agora que se desenrola na peça, e se resiste, principalmente entre ser o ator e seus apetites, e a projeção de não mais querer atuar.
A neutralidade aqui talvez seja a chave. Esta neutralidade é também o abandono a tudo isto, quer seja a peça ou os bastidores, porque neste sentido reparamos que tudo passa na consciência como um jogo, quer seja a peça e os bastidores.
A neutralidade é o ponto de estabelecimento no centro de tudo isto, é na verdade a ausência dentro da não ausência, o não movimento dentro do movimento.
Somente aqui a projeção ou a resistência termina com todo o jogo, e qualquer um que seja, e por conseguinte o abandono a tudo o que aconteça, sem ali haver uma identificação.
A peça está no Fim, uma peça que durou neste tempo imaginário, milhares de Anos, e o seu realizador entra em cena como o fazedor e o Grande Espírito de todo o elenco e sua vivência.
A surpresa aqui é o elemento que todos esperam, tanto os atores como os coordenadores, e mesmo uns mais lúcidos e outros ainda no drama da peça, neste centro todos sabem que tudo é o Amor atuando, o Silêncio cantando o Divino da Luz.
Pode-se estabelecer como observador de tudo isto, mas quem observa o observador?...
No centro tudo é vastidão amorosa, sem observação ou identificação, apenas ressoando o Amor do Silêncio.
Aqui é o verdadeiro sacrifício, tanto de um coroamento e vangloriarão, ou o inverso disto, ficando no vazio, vivendo a Vida que se É, no Absoluto com forma...
" O Rio passa, mas o fundo do Oceano é imóvel, e todos, uns e outros, somos as flores que dá a vida a todo este palco, que gosto de chama-lo de Jardim...
Paz a todos
Helder Santos (Akshara)
http://absoluto12.blogspot.pt/
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