2012-09-27

A Natureza Mestre-Discípulo







O mestre nunca faz coisa alguma, e se o discípulo se mantiver separado, nada irá lhe acontecer; o esforço existe do lado do discípulo.


A presença do mestre está aí, assim como a luz: você abre os olhos e a luz está aí, ela não se dirige para eles, especialmente. Se os olhos não são abertos, a luz não é percebida; ela é indiferente, o receptor (no caso, o discípulo) é que deve ser ativo. A partir disto, o receptor poderá perceber o mundo à sua volta. Mesmo sem ação intencional, a luz se faz necessária; da mesma forma, o mestre. O discípulo tem de fazer tudo no processo, ser ativo no processo, senão se torna um marionete nas mãos do mestre; não existindo evolução e sim um esteriótipo. Nenhum mestre verdadeiro aceitaria tal fato.

Segundo Osho, um mestre pode dar todo o seu ser, mas somente como presença, não como uma ação. Um mestre autêntico jamais faz coisa alguma. Ele se disponibiliza de muitas maneiras; ensina como estar disponível, aberto e receptivo.

O mestre está presente e disponível, em sua radiação tudo começa a crescer. Mas ele não toca em você, ele deixa você ser aquilo que você já é; qualquer que seja o seu destino, você não deverá ser levado para fora dele. O mestre pode estar conectado com muitos discípulos, mas a conexão é essencial, não organizacional; cada discípulo está conectado com o mestre por sua capacidade individual.

O espaço e tempo não fazem qualquer diferença na relação mestre- discípulo porem, como os discípulos tem, ainda, muitos desejos e expectativas, tem-se a impressão que espaço e tempo existem. Eles não fazem diferença, mas a expectativa da iluminação é suficiente para dar esta falsa impressão. O segredo do aprendizado é abandonar todas as ambições, pois não há nada para ser alcançado.

Quando Sidarta Gautama morreu foi um grande choque para todos os discípulos, mesmo para o mais próximo, Ananda. Porem, os discípulos Manjushri, Vimal Kirti e Sariputtra permaneceram completamente silenciosos, como se nada estivesse acontecendo. Eles não eram duros nem frios, simplesmente já tinham cruzado a barreira entre mestre e discípulo; eles entraram na consciência do mestre ou permitiram que a consciência do mestre entrasse neles, o que quer dizer a mesma coisa: os dois desapareceram e agora existe apenas um. O problema é: deseje demais a iluminação e você a perderá, retenha em algum lugar do seu inconsciente o desejo de alcançá-la e você não alcançará.

Esquecendo tudo sobre iluminação, vivendo no presente; onde quer que você esteja, o mestre estará com você, a dualidade deixa de existir: as duas chamas se tornarão uma. Na dualidade existe discípulo e existe mestre, na não-dualidade isto desaparece; o que permanece é apenas a pura consciência.

Boa Reflexão.

Oss.


Baseado nos textos de Osho,
em Beyond Enlightenment