Nível 4 - Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO
Da apostila anterior ficou o comentário sobre treinamento em grupo, quando fizemos menção que este não dispensa o exercício individual, pois que todo desenvolvimento psíquico é assunto particularizado.
Particularizado porque, em análise mais profunda, trata-se de um encontro do SER consigo mesmo.
A razão disso é simples. O SER, no mais íntimo de sua alma, em vidas passadas, arquitetou os planos dos quais geraram-se as causas cujos efeitos hoje o atinge. Estamos falando do Carma, ou da Lei de Retorno.
Devido a isso, só existe uma solução definitiva para harmonizar-se com a evolução para a qual se sente impulsionado: encontrar-se consigo mesmo e rearranjar aquela programação anterior.
Em outras palavras, reprogramar sua situação cármica. Mas pode-se reprogramar uma vida após ela ter se iniciado na Terra ?, perguntará alguém. Pode !
Neste nosso estudo, porém, não cabem as informações concernentes a tal tema, dadas suas extensas proporções, o que desviaria muito do assunto central deste estudo. Entretanto, nas séries A Criatura e Reconstrução discorremos longamente sobre a questão Carma, analisando-a tão profundamente quanto nos foi possível.
Voltando ao nosso estudo, dizíamos que em vista do confronto do SER consigo mesmo, que é a fase do despertamento de suas faculdades mediúnicas, às vezes, o indivíduo se vê a debater com incômodos relacionados a alterações emocionais e orgânicas.
Trazendo mais informações a respeito dos motivos vários pertinentes a essa fase tão crítica do desenvolvimento, podemos lembrar que o ato mediúnico implica que na outra dimensão estejam entidades em correspondência de sintonia com o indivíduo aqui da Terra.
Uma ressalva: algumas escolas não utilizam as terminologias "entidades" ou "espíritos" para designar os seres viventes nas outras dimensões. Essas escolas, geralmente, utilizam a palavra "energia" para essa designação.
Como a palavra energia é muito genérica, e nosso estudo trata de dar definições as mais precisas possíveis, optamos por usar as palavras "entidade" e "espírito" como forma de identificação inequívoca.
Prosseguindo, a circunstância necessária para ocorrer um contato mediúnico é a de que, na outra dimensão, estejam entidades em sintonia com o indivíduo aqui na Terra. Isso não oferece dificuldade alguma pois as outras dimensões estão habitadas por uma população numericamente superior à população de nosso planeta.
Assim sendo, a probabilidade de acontecer uma correspondência de sintonia é inteiramente certa em quase todos os momentos.
Isto se dá pelo fato de que da mesma forma que nós, os encarnados, nos sentimos desejosos de nos comunicar com aqueles que lá existem, eles também são tomados da mesma vontade.
A motivação é simples: todos os aqui viventes já estiveram lá, e os que lá estão já estiveram aqui. Naturalmente, pois, que haja um interesse comum em comunicar-se.
Observem a figura 02A. Nela, de forma simplificada, representamos a divisão dos planos existenciais. O plano Astral, que é o mais "próximo", vibracionalmente falando, da crosta terrestre, o desenhamos com seus sub-planos para descrever uma importante informação.
Neste plano, em seu sub-plano mais ao nível da crosta planetária, (sub-plano 3-G), na maioria de sua população estão os espíritos emocionalmente atormentados. Considerando essa peculiaridade, os médiuns em sua fase inicial de desenvolvimento, comunicam-se mais facilmente com entidades dessa categoria, pois a característica dos fluidos do sub-plano 3-G é muito semelhante à dos fluidos do plano Físico.
Desta forma, com mais facilidade, os espíritos ali situados se ligam psiquicamente aos encarnados. E´ por este motivo que os médiuns em formação quase sempre apresentam distúrbios emocionais ou até orgânicos, como ficou citado na apostila 01, pois os fluidos que canalizam nessa fase inicial causam tais desarranjos.
Além disso, ocorrem, também, manifestações pouco confiáveis e até grosseiras, pois o médium não sabendo identificar o comunicante deixa-se impressionar pelos primeiros contatos, achando que é correta a transmissão que recebe. A inabilidade do aprendiz não lhe permite, ainda, fazer uma censura segura quanto à qualidade do comunicante. Todavia, é bom que se esclareça, tal circunstância é perfeitamente normal na fase inicial.
Podemos dizer que essa fase inicial é o período de reconhecimento. Tanto o intérprete terrestre, isto é, o médium, como os espíritos que o assistem estão vivendo momentos de adaptação. Devido à imperícia daquele e à sua maneira de vida, que por enquanto continua a mesma de antes, (os mesmos costumes e os mesmos interesses), quase sempre estará sujeito a contato com espíritos pouco esclarecidos. A continuação dos exercícios irá capacitá-lo aos recursos de censura e identificação do comunicante.
Num sentido de orientação lembramos que o ato de comunicar-se mediunicamente, ou canalização, é um ato de contato com o desconhecido. Para nós, os encarnados, tudo do lado de lá nos é desconhecido. Devido a isso, recomenda o bom senso que quando lidamos com o desconhecido devemos fazê-lo com cautela. Esta recomendação é tanto quanto mais válida para o ato mediúnico.
Desta maneira, o iniciante deve comportar-se com seriedade, disciplina e organização. Esse hábito mantido ininterrupto, com o passar do tempo de treinamento, afastará os espíritos brincalhões e perturbadores de seu âmbito pessoal.
Esta é a maneira segura para o aprendiz tranqüilizar-se e certificar-se da seriedade dos comunicantes. Uma espécie de vigilância que não deve ser menosprezada, pois, como dissemos acima, na fase inicial o médium ainda não distingue dos seus os pensamentos alheios. Além do que, desde o início, aplicando-se com senso de doação forçará os espíritos interesseiros a se afastarem. Situação que não acontece com os praticantes que se utilizam o intercâmbio para atender interesses de ganho fácil.
Os bons resultados desta recomendação têm sido provados na prática por um sem número de pessoas que lidam no campo da mediunidade, como, também, é a recomendação básica contida em toda literatura pertinente ao campo dos estudos psíquicos.
Entretanto, há sempre uma curiosidade rondando o iniciante que invariavelmente pergunta: Quanto tempo dura esse período preparatório ?
- A resposta é: Não existe um tempo regulamentar e uniforme para todos aqueles indivíduos que se vêm nesse despertamento.
Como especifica o título desta apostila, e o sub-título da anterior, o período de desenvolvimento é "COISA MUITO PESSOAL". Até por experiência própria podemos dizer que, na verdade, por toda a vida permanecemos numa espécie de fase de desenvolvimento. São tão surpreendentes os acontecimentos aos quais os médiuns estão sujeitos que eles nunca poderão dizer que já estão inteiramente desenvolvidos e seguros de suas faculdades.
Poderão dizer que possuem boa bagagem de experiências, o que os capacita a exercerem a tarefa mediúnica com uma certa desenvoltura, mas nunca com uma TOTAL desenvoltura.
Por que assim acontece ?
Porque o mundo Astral não se submete à vontade do médium, e nem este tem acesso completo de visão e percepção do que acontece do lado de lá no momento do contato.
Lembrem-se que o médium é apenas um instrumento. Como a própria palavra que o designa diz: é um canal intermediador por onde fluem as energias mentais de outras dimensões em direção ao plano Físico terrestre. Isto é, ele apenas empresta seu veículo físico para que outra inteligência, ou entidade, o utilize para comunicar-se. E, evidentemente, o comunicante não irá apresentar-se como o médium possa querer, mas como ele, o comunicante, possa fazê-lo.
Por isso dissemos que apesar de toda a experiência que o médium possa ter, ainda assim, está sujeito a surpreender-se.
Mas, e depois de passar a chamada fase inicial de desenvolvimento, como fica aquele iniciante ?
Quando o canalizador atinge essa fase seu ambiente psíquico dá mostras de melhoria. Ele se apresenta emocionalmente mais equilibrado e seu organismo não tem mais as variações de funcionamento. Readquire a normalidade, até em estágio melhor do que antes.
Quanto ao que concerne à mediunidade, ele consegue distinguir os emissores dos pensamentos com os quais sintoniza, as suas intenções e caráter. O desinteresse material do médium e a doação junto aos mentores espirituais, transformam-se numa característica de universalidade, expandindo-se em todas as direções.
Por essa época é que se inicia, verdadeiramente, o trabalho associativo com os Mestres. A partir daí o médium pode dizer que desfruta de uma assistência espiritual elevada. Tem aquilo que se chama de "seus protetores", "seus guias", e com eles passa a desenvolver as atividades que deles são próprias.
Todavia, lembrem-se, essa formação não é instantânea, pois vivemos cercados das mais diversas influências deste nosso mundo e do outro. Assim, até que conseguimos traçar uma diretriz de atividade mediúnica, e à ela passamos a nos dedicar, levamos um bom tempo nesse esforço de conciliar nosso EU antigo com a nova vida.
Por essa razão recomendamos a perseverança nos treinamentos e nos estudos.
A seguir apresentamos algumas sugestões para o treinamento individual.
Treinamento
1 - Designar um local onde possa fazer o treinamento.
2 - Determinar um período. Exemplo, 15 minutos. Inicialmente o treinamento não deve ser prolongado.
3 - Escolher a hora mais adequada.
4 - Se possível, o treinamento deve ser feito diariamente.
5 - Na hora escolhida, e durante o período determinado, realizar o treinamento.
Conteúdo do Treinamento
Agir de forma o mais natural possível. Sem cerimonial religioso. Agir como se estivesse recepcionando uma amizade comum e agradável. O importante é a seriedade.
Escolha um tema para leitura e faça-a em voz alta. A leitura em voz alta desenvolve a dicção e fortalece a confiança. Além disso, ajuda a desenvolver a intuição. Outra razão para a leitura ser feita em voz alta é porque alguns espíritos em fase de tratamento, estando na proximidade do médium, ainda não conseguem registrar emissão de onda mental, e, para entenderem o que se passa precisam das expressões verbais.
Após a leitura, se quiser, e será bom se o fizer, faça um comentário, ou converse sobre o natural de seus sentimentos. Lembre-se, o invisível está povoado de amigos que o rodeiam.
Após tudo isso, se for de seu interesse, convide os amigos invisíveis para uma prece, ou mentalização. Após ela encerre o treinamento.
Inicialmente nada além do que acima ficou recomendado deve ser feito. Com o tempo, cada um descobrirá recursos complementares com os quais se sentirá melhor e a modalidade do treinamento irá se alterando e se prolongando. Contudo, não esqueçam, mantenham cerrada vigilância sobre si mesmos para detectarem, logo de início, qualquer mudança emocional ou orgânica que ocorra.
Procedendo dessa forma, organizadamente, ao treinamento comparecerão os espíritos instrutores que se farão acompanhar dos demais, para tratamento.
Fonte:
http://sites.google.com/site/temploayraxango/-o-geml/legislacao