“Mutismo é ignorar ou ser ignorado, solidão que machuca, fechar-se para a vida. Silêncio é liberdade.
O comum é confundir os dois. Nem a aparência é a mesma. A face da pessoa em silêncio é serena, tem um quê iluminado. A face da pessoa em mutismo é amargurada, um quê sombrio.
Quando dialogar, negociar, discutir, brigar e surtar, depois orar, perdoar e calar não resolverem a situação, e, pelo contrário, encher a mente de ressentimento, com uma recusa sistemática ao diálogo civilizado, é porque a vida está empurrando a pessoa para sair dessa zona de conflito, até descobrir que mutismo é veneno e silêncio é cura.
Se alguém que você ama te ignorar e isso fizer você sofrer, lembre-se, não existe um só ser humano na face da terra, que ao endurecer o coração, a ponto de ignorar quem o ama, não esteja igualmente mergulhado em sua natureza de sofrimento, de inconsciência. Ele pode estar vivendo o lado mais sombrio do ego.
Você sofre porque aquele que você ama, refugiou-se na noite escura e fria da alma. Por isso, se você se iluminar na vibração da compreensão e da compaixão, em vez de mágoa e raiva, você vai se libertar, o desequilíbrio vai silenciar, e aí sim, você pode resolver o que está destinado a solucionar.
Agora, se achar que não vale a pena, o juiz sempre é você.
O fato é que não precisa se condenar a sofrer pelo mutismo, seu ou do outro. Vá para a liberdade, renuncie ao sofrimento. Silêncio é divino. Nunca mais os confundirá.
O beabá do autoconhecimento começa na compreensão exata das palavras.”
Nilsa Alarcon e J. C. Alarcon
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