Freud, Nietsche , Marx e Darwin
Freud, Nietsche, Marx e Darwin foram chamados por alguns de os cavaleiros do Apocalipse.
Os quatro têm em comum a fúria contra a religião pelas seguintes razões:
Freud: A fuga do homem está que ele não entende o seu psiquismo inconsciente, por isso ignora que seus atos conscientes são impulsos inconscientes.
Nietsche: A fuga está em que toda a moral foi construída na gramática, não existe um sujeito “eu” muito menos um verbo de ação “penso”, logo, corpo-alma ou espírito como pedagogia cristã, é uma construção errônea, o que existe é a vontade de potência e a negação dessa vontade como imposição do “rebanho”, para a manutenção da sobrevivência.
Marx: Aquilo que é produzido como significado é sempre fruto das relações de troca da infra-estrutura econômicas nas relações materiais de troca que produz uma forma de pensamento na superestrutura da consciência e produz significado de códigos e símbolos que organiza o mundo. A fonte geradora da concepção é a relação que você tem com a mercadoria, com as trocas”, somos a fonte de significado, semelhante a Freud, o homem é efeito da sociedade.
Darwin: O homem produz significado faz parte da espécie humana “precisar de significado para sobreviver”. O homem precisa produzir significado, porque a espécie humana é caracterizada pelo córtex ficou muito grande e recebe muita informação. O córtex cerebral acabou se assenhoreando, para Darwin de alguma forma existe a necessidade do ser humano fabricar sentido e significado.
Os quatro têm um ponto em comum: “A negação da superioridade do homem em relação à natureza”.
A epistemologia Judaico-cristã da superioridade do homem em relação à natureza, tem origem no gênesis, que faz não só uma dicotomia entre homem/natureza, mas coloca o homem acima dela”.
Ao colocar o homem como superior a natureza (meio ambiente externo), houve reflexo, causando outra separação: “o homem interior (alma-espirito), superior as carne (corpo, sensações)". Então a “negação do interior”, ganhou uma “projeção inconsciente” da primeira separação (externa) e automaticamente produziu a segunda (interna), ou seja a alma superior ao corpo!
Ao instituir o homem superior a natureza (externa) , a segunda, (interna) alma superior corpo, pulsa como uma necessidade inconsciente da primeira. A gênese teológica de que o metafísico (alma-espirito-sentimentos) são superiores ao corpo. Da origem a “negação dos instintos”, supressão dos desejos.
Na filosofia platônica, negar o mundo fenomenal (sensível, desejos, corpo) é o meio para alcançar o noumenal (ideal, espiritual, metafísico).
Na teologia de Paulo (espírito x carne) nega-se os desejos da carne (corpo) para alcançar (metafísico), o céu.
No Islamismo: Submeter-se, as leis do alcorão, obedeça, negue-se os seus desejos por Alá, que o céu lhe aguarda.
No espiritismo a “negação” dos desejos, purifica para alcançar o carma (evolução metafísica).
No budismo a renuncia através do asceticismo, negando os desejos (corpo) atinge o nirvana. (evolução para tornar-se uma divindade).
No hinduísmo a submissão aos deuses através a obediência, levará a imerção no Brahmam, tornando-se UM com a divindade.
Todas as religiões têm em comum a consciência de que o homem não vive o seu potencial máximo na natureza. O desejo de alcançar algo melhor está no inconsciente humano. Freud, Marx, Nietsche e Darwin, vêm na contramão e diz: “O melhor é viver aqui todo o potencial”.
O homem não é superior, ele "É" a própria natureza”!
O desejo de transcendência vem do “desamparo” (Freud), da luta das classes (Marx) da vontade de duração frente ao devir "mudança" (Nietsche), da necessidade de criar significado. (Darwin).
A grande questão é: “O homem viveria melhor sem a utopia criada pela religião”? O quanto de verdade o homem é capaz de suportar? (Nietsche). È mais suportável crer na utopia, do que não ter uma utopia para crer.
In: http://jl-reflexoes.blogspot.com/